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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


sábado, 23 de fevereiro de 2013

FUTEBOL PORTUGUÊS, CENAS DO QUOTIDIANO

Já passava um minuto e trinta do tempo regulamentar e a equipa B do Benfica perdia por 1-0 em Matosinhos. O árbitro tinha dado apenas três minutos de compensação. O Benfica, dentro das suas limitações, ao tentar chegar ao empate, ganha um canto a favor. Cancelo coloca a bola no quarto circulo e prepara-se para a marcação. Inesperadamente, Bruno Paixão apita para parar o jogo. Desloca-se desde a entrada área, calmamente e de forma lenta, na sua habitual elegância, até ao local da marcação do canto para verificar se o jogador do Benfica colocou a bola no sítio certo. Olhou e verificou que sim, que estava local correto. Afastou-se às arrecuas até ao local de origem e deu ordem para o recomeço do jogo.
É apenas um pormenor, muito pequeno, durou uns dez, quinze segundos, todavia é exemplificativo de como o nosso futebol é tratado. De resto, Benfica perdeu bem, mas até jogou razoavelmente para quem tem tanta juventude e entra campo com menos um jogador.  
Na semana passada iniciou-se a fase final do campeonato de Juniores. O Benfica foi brilhantemente vencer por 5-1 ao reduto do Nacional, campo sempre difícil e onde nos últimos anos temos deixado pontos. O Sporting empatou em Setúbal e o FCP perdeu em Braga.
Hoje o Benfica recebeu o Setúbal num jogo “arbitrado” por uma besta chamada Ricardo Baixinho. Logo aos 10 minutos Bernardo Silva, de longe o melhor jogador que o Benfica tem actualmente na formação, apesar de sofrer uma marcação violenta, leva amarelo por protestos. Por volta dos 30, Rudinilson faz pé em riste na entrada área e leva cartão vermelho directo. Para “azar” nosso, durante o resto do jogo, apesar de várias entradas rudes da malta de Setúbal, o árbitro nunca mais usou este critério ultra-rigoroso. A seguir, Rocha é rasteirado na área e leva amarelo por simulação. Com menos um jogador, de cabeça perdida e cheio de amarelos, o Benfica sofre dois golos seguidos, de puro contra ataque, mesmo antes do intervalo. Pelo meio disto tudo o nosso treinador também é expulso.
Mesmo com a continuação da miserável arbitragem do Senhor Baixinho e com apenas 10 jogadores, o Benfica combateu com uma enorme dignidade, acabou por empatar o jogo e só não venceu por pura infelicidade. Para ficarmos com uma ideia, na segunda parte, o Setúbal a jogar com mais um elemento, não fez um remate.
Nesta jornada o Porto voltou a empatar, desta vez em casa com o Rio-Ave. O Sporting ganhou em casa com um golo marcado aos 89 minutos. Nos últimos anos o campeonato de Juniores tem sido um exemplo de como a mentira impera no nosso futebol, desde o campeonato ganho às pedradas ao jogo do ano passado em Braga. Formar assim também é difícil.
JL

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