N

Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


quarta-feira, 30 de abril de 2014

POR ENZO, PELO BENFICA


Se estamos cá para criticar quando a estratégia de comunicação parece errática, sem rumo, rei ou roque, cá estamos também para uma enorme chapelada quando tudo é bem feito.

A Juventus comportou-se de forma miserável, mesquinha, cobarde, atirando a pedra e escondendo a mão: afinal, da arrogância inicial ao pânico foi um pequeno passo.

A isto, respondeu o Benfica da única forma possível: à Benfica.
O comunicado foi sucinto mas disse tudo quanto era necessário, mobilizando o povo benfiquista que percebeu o que estava, de facto, em causa.

 E quando assim acontece, não há UEFA, Platini ou Juventus que nos consigam derrotar.

RC

AS FINAIS EUROPEIAS DO BENFICA



Ponto prévio: este é um post repetido. Pois dá vontade de repetir até à exaustão. Caso o Benfica tenha sucesso amanhã, será a a 12ª final europeia do Benfica. Para que conste: 

Taça Latina: 1950, 1957.
Taça dos Clubes Campeões Europeus: 1961, 1962; 1963, 1965, 1968, 1988, 1990.
Taça UEFA: 1983.
Liga Europa: 2013.

Enquanto outros contabilizam taças toyotas e vitórias com a camisola de Portugal, o Benfica, por vezes, esquece-se de lutar pelo que já conquistou. 


JL

terça-feira, 29 de abril de 2014

SISTEMA “ALLA JUVENTINA”



A notícia nem sequer surpreende.

Ontem após o jogo em Reggio Emilia, Conte foi avisando: “Giovedì giocheremo in 12, i portoghesi facciano attenzione”.

 Modesto e pouco ambicioso, o treinador da vecchia signora: 12, apenas 12 , Conte ?

 Deixa-te disso: serão os que foram precisos para que nada ,mas mesmo nada falhe.

 Claro que a Juventus tem de estar na final: na sua cidade, no seu estádio, recebendo o caneco das mãos da sua ex-estrela e actual boss da pandilha.

 Decididamente, é a nossa sina: o Porto por cá, os Chelsea e as Juve na Europa.

Do alto da superioridade moral que 110 anos de uma vida que para além de gloriosa é também honrada, impoluta e inatacável, reforço a minha convicção que contra tudo e quase todos, onze heróis de vermelho vestidos e com o mais belo emblema do mundo junto ao coração, farão finalmente justiça e escreverão história.

RC

domingo, 27 de abril de 2014

A ÉTICA COLECTIVA E O "ESPÍRITO" DA VITÓRIA



Quando vi a equipa escalonada pelo Jesus, com uma dupla de centrais que, no início da época, não tinha gostado nada de ver ao serviço da B, com a opção por dois pontas-de-lança a esvaziar um meio-campo constituído pelo possivelmente cansado André Gomes e o recém-lesionado Amorim, pensei que o titulo do post seria “Desta já nos safámos”. 

Estava redondamente enganado. Jardel foi um monstro, Amorim veio da paragem ainda em boa forma, André Gomes correu quilómetros, como o Sulejmani, Cavaleiro acabou de rastos, os laterais estiveram quase prefeitos. Até ao árbitro deu uma ajuda ao expulsar erradamente o Vitória. Na segunda parte sentia-se que caso o Benfica tivesse outros jogadores na frente não se teria ido a penaltis.  

De resto, o costume. E o costume chama-se Oblak. Tenho para mim que a grande volta nesta equipa dá-se quando Oblak se assume como titular. Até o Artur beneficiou com esta alteração, vindo mais forte e confiante. 

Uma equipa de futebol é um grupo de jogadores mais as suas circunstâncias. E a conjuntura exigia um jogo assim. Ao ficar reduzido a dez, ainda na primeira parte, o Benfica esteve à altura dos acontecimentos. A isto chama-se ética. 

No ano passado, como no anterior, o Porto recebeu ao colo um título. Num campeonato nivelado por baixo, beneficiou de uma época estrondosa do Benfica, sempre presente até ao fim em todas as frentes. Sem o merecer minimamente surripiou-lhe o título fora de horas e em casa. Tal como no ano anterior, nada mais ganhou, para além do jogo de pré-época chamado supertaça. 

Podem dizer que desta vez pagámos ao bruxo de Fafe ou que apagámos as velas do Pinto da Costa em São Bento da Porta Aberta. Até pode ser. Mas detenham-se, em pormenor, sobre o que e como ganhou o Porto nestes últimos três anos.  

JL

sexta-feira, 25 de abril de 2014

SONHOS MOLHADOS COM UMA VELHA SENHORA



Na volta ainda eliminamos esta Juventus e vamos à final. Mais um bocadinho confirmamos a nossa superioridade, enganamos os filhos da noite e ganhamos a meia-final da Taça da Liga. Faltam pequenos passos para estarmos presentes em três finais. Todas acessíveis. Quatro jogos bem-sucedidos e temos uma das melhores épocas de sempre.  

O que isto quer dizer? Quer dizer que eu estava rotundamente enganado quando disse aqui no blog, há quase um ano, que Jesus não tinha condições para continuar no Benfica. A bem da verdade na altura não tinha. Mas deu a volta. Essencialmente deu a volta à forma de jogar da equipa. Temos um Benfica que com um rol de indisponíveis, cansado, cheio de jogos nas pernas, mas que sabe gerir como ninguém um jogo. Isto é inédito e faz toda a diferença.  

Já sonhamos com o sucesso em Turim. Quem diria? 

JL

quarta-feira, 23 de abril de 2014

À VOLTA DA JUVENTUS


Conhecendo como conheço de forma razoável a mentalidade do adepto italiano, não tenho qualquer dúvida em afirmar que serão muito poucos os adeptos da Juventus que não dão a passagem à final como praticamente assegurada.

Se é verdade que alguns comentários vão demonstrando alguma prudência (o respeitinho ainda é muito bonito...),tenho como certo que a habitual arrogância italiana em matéria de futebol, nos pode dar alguns trunfos.

Objectivamente, será um jogo dificilimo: ainda que o futebol italiano esteja em fase de claro apagamento, longe da epoca aurea de finais de 80’, a Juventus é claramente  a equipa italiana mais forte da actualidade.
Jogadores experientes amadurecidos no habitual rigor competitivo do calcio e um excelente treinador que conhece o clube como poucos depois de uma bela carreira como jogador, fazem da Juventus uma equipa claramente de Champions.

Acontece, porém que tenho a sensação de que no fundo não somos levados muito a sério, pelo menos para a generalidade dos adeptos juventini.
Os italianos são um pouco assim, hoje menos que no passado é verdade, mas são velhos defeitos: demasiados agarrados às suas pequenas-grandes rivalidades clubisticas e regionais, fechando um pouco os olhos e a mente para o que se passa fora das fronteiras do chamado Bel Paese.
Não é aliás por acaso que o futebol italiano se foi afundando com o público a debandar dos estádios e as equipas italianas de topo a perderem notoriamente capacidade competitiva nos últimos anos.

Um campeonato como o português, não gera qualquer impacto no elitista adepto italiano ou mesmo na imprensa desportiva italiana.
Não tenho, por isso, qualquer dúvida de que o Benfica conhece muito melhor a Juventus do que o contrário.

Não nos iludamos, porém: iremos deparar-nos com um espirito competitivo fortissimo, um rigor extremo que os leva a cometer pouquissimos erros, ao mesmo tempo que aproveitam cirurgicamente cada um dos lapsos cometidos pelos adversários.

Esta Juve não brinca, porque está sequiosa de titulos e de voltar à ribalta do futebol europeu.

Estaremos,por isso, condenados ao insucesso ?

Nada disso, até porque e volto a dizê-lo, pressinto que há uma certa dose de sobranceria e algum desdém que se pode voltar contra eles.

Estou seguro de que JJ conhece muitissimo bem a Juve e os seus pontos fracos e creio no valor dos nossos jogadores que poderão estar a caminho de uma época inesquecível, vingando-se de um passado recente.

Preocupam-me sobretudo dois factores: o peso institucional da Juve (a omnipresença de Platini, a final em Turim, a tradicional força do futebol italiano nos pouco recomendáveis bastidores da UEFA) e alguma eventual falta de frescura em alguns dos nossos jogadores a juntar a uma onda de lesões que parece encomendada pelo bruxo de Fafe

É bom também que a equipa não se mostre demasiado ansiosa com o peso do 1º jogo na Luz.
Se é verdade que uma vitória sem golos sofridos poderá ser maio caminho andado para voltarmos a Turim dia 14 de Maio, dificilmente a eliminatória ficará já resolvida.

Em Turim há outro jogo para jogar  sem medo nem complexos: somos o Benfica,voltamos a ser Benfica.

Já agora: num jornal desportivo italiano, um leitor dizia que “meia Italia iria puxar pelo Benfica”.


A Juventus é considerada a equipa do sistema : nada, pois, a que não estejamos habituados...


RC

segunda-feira, 21 de abril de 2014

A VINGANÇA DE UM POVO


Há quem se barrique na pequenez doentia do regionalismo, falando em nome de um abstracto norte que, porém, os despreza.
Por isso, ganhem o que ganharem, serão sempre menores e disso não passarão.

Outros refugiam-se na despeito, no ódio cego, na inveja mesquinha e disso fazem bandeira e modo de vida: gente pequena, secundária, insignificante.
.
E depois há o Benfica, Clube do povo e do Mundo.

 Um Benfica uno, universal, global, imenso, incomensurável, mitico:  vitoriado, cantado, exaltado, chorado com mágoa ou alegria em Vizela e Luanda, em Maputo e S. Vicente, em Londres como em Évora, em Paris como em Newark, na rotunda da Boavista como em Londres.

De muitos, um: é esse o nosso lema mas mais que isso a nossa forma de vida que não deveríamos nunca esquecer.

Ontem, domingo de Páscoa foi dia de ressurreição até mesmo para um ateu convicto como eu: dos escombros de um annus horribilis renasceu uma equipa; das amargas lágrimas de Amesterdão, ressurgiram jogadores mais vibrantes que nunca, sedentos de esperança, honra e glória.

Dos dias revoltantes, injustos e tristes de Maio de 2013, um clube ergueu-se para  cumprir o seu destino: e o povo benfiquista, finalmente feliz e vingado, saiu à rua.

RC


ESTAR CAMPEÃO



A festa faz-se na rua. A glória do Benfica não sucedeu de visitas a hotéis ao calor da noite, nem de jantares entre privilegiados da vida. O Benfica é de todas as ruas do mundo. 

Depois dos abraços, dos gritos, da euforia, do contemplar sorridente do festejo, sentamo-nos em frente às teclas e já mais serenos pensamos o que isto tudo significa. Significa que o clube campeão está campeão. E reforço o verbo estar em detrimento do ser. Campeões sempre fomos. É da nossa natureza. Todavia, por vezes, ultimamente demasiadas vezes, não estamos. Mas agora estamos e para nos mantermos temos que ter sempre presente a permanente possibilidade da situação se inverter. Para época seguinte vamos ter de voltar a conseguir estar. 

O Benfica já o devia estar há três anos. Apesar de melhores nas épocas anteriores, o triunfo só chegou quando fomos muito melhores. Destacadamente melhores. No futebol português o Benfica tem de ser muito melhor. Sempre. Ao menor equilíbrio, mesmo momentâneo, as nossas vitórias são logo postas em causa. A mentira, o revisionismo, a imbecilidade e a parvoíce pura são armas para as quais nem sempre temos escudo. Estar campeão é ter sido muito melhor que os outros. 

Por último, mais uma vez o Benfica é campeão lutando até perto do fim contra um adversário que não o FCP. Foi assim no do Trappatoni, os andrades só ultrapassaram os lagartos na última jornada, foi assim no primeiro do Jesus, que gramámos o Braga e agora este, em que levámos com a lagartagem. Estar campeão é também ultrapassar os nossos fantasmas. 

JL