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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


quinta-feira, 29 de maio de 2014

COMENTÁRIO ELEVADO A POST



Jorge Jesus: um assunto que é um não-assunto!
Já vem sendo habitual, a nossa comunicação social transformar não-assuntos em assuntos só porque dizem respeito ao Benfica e, principalmente, quando no seio do tema está a figura do nosso treinador. São sempre não-assuntos que garantem vendas de exemplares jornalísticos e permitem que as capas dos mesmos não exijam muita imaginação nem criatividade. É o costume da nossa praça jornalística. Com a agravante dos dados reais que caraterizam a ligação do treinador ao Benfica são esclarecedores e não oferecem dúvidas: Jorge Jesus tem contrato profissional com o Benfica até ao final da época de 2014/15. É um treinador que cumpriu na presente época com tudo aquilo que lhe foi exigido e ainda superou os objetivos traçados. Foi um excelente gestor do grupo de trabalho, soube valorizar e rentabilizar os recursos de que disponha, ganhou quase todos os jogos em que a equipa profissional de futebol participou, coloco a equipa a praticar um futebol digno de registo e agradável de se assistir. A equipa do Benfica realizou jogos memoráveis, de muita raça, de muita luta, de muito crer, sempre a acreditar na vitória e a saber sentir no corpo o “manto sagrado” vestido. Ganhou três títulos e foi impedido pelos “Platinis” corruptos do mundo do futebol de ganhar mais um. Mas mesmo assim descobrem-se não-assuntos para se tornarem em assuntos, isto é, quem pode considerar que um treinador, um funcionário de um clube com as responsabilidades do Sport Lisboa e Benfica e com as conquistas na época que agora terminou, está na iminência de sair, só os jornaleiros amestrados e amordaçados pelo polvo do nosso futebol que prima pela pequenez e pelo provincianismo mesquinho. Vejam lá se noticiam o novo protocolo entre a Câmara Municipal de Gaia e os Andrades Corruptos, em que mais uma vez o Pai das Bufas vai usufruir de financiamento e infraestruturas públicos para benefício próprio. Um dia isto tem de acabar…

quarta-feira, 28 de maio de 2014

ANDEBOL: A UNIDADE DE QUEIMADOS


A saída do Prof. Jorge Rito é apenas mais uma triste peripécia de um enorme equívoco chamado andebol do Sport Lisboa e Benfica.

Época após época, a equipa de andebol tudo queima á sua volta: recursos do clube, tempo e paciência dos sócios, treinadores em série.
A pretensa solução é sempre a mesma e encontrada a jusante: a saída do treinador.
Rito foi apenas a última vitima, tal como o Prof. José António há havia provado de veneno semelhante.

A montante nada se passa, uma vez mais: uma casta de jogadores sem brio nem vergonha por lá permanece, passando, como sempre, entre os pingos da chuva.
Alegremente lá se vão arrastando entre salários muito acima da média pagos a tempo e horas, condições de trabalho inigualáveis em Portugal e seguidos pela Benfica TV como se vedetas fossem.

Não adianta tapar o sol com a peneira, nem procurar teorias da conspiração: é isto que o andebol do Benfica tem sido nos últimos anos, concretamente desde que ao saudoso Donner foi mostrada a porta da rua por Fernando Tavares.
Provavelmente era demasiado exigente e duro, seguramente gritava muito com os meninos.

Daí para cá, a solução tem sido, invariavelmente igual: os treinadores vão entrando e saindo mas a casta mantém-se, intocada, incólume, apaparicada e completamente desresponsabilizada.
Reforçada também, porque a cada época chega um contingente de novos jogadores entre nomes sonantes e grandes promessas, como se o problema se resolvesse injectando mais dinheiro.

Consta agora que o futuro treinador virá do estrangeiro: talvez seja, de facto, a solução.
Sobretudo se vier acompanhado de jogadores com brio, garra e vontade de vencer.
Profissionais de corpo inteiro, em suma e não apenas na hora de receber.

RC





sábado, 24 de maio de 2014

DEVOLVAM-NOS A CATEDRAL!


É com orgulho que vejo a minha cidade ser a capital mundial do futebol, recebendo a final da mais importante competição de clubes do planeta.

É, evidentemente, com redobrado orgulho que vejo o meu estádio transformado na Babel do futebol, percorrido, calcorreado, fotografado por dezenas de nacionalidades entre staff da organização, turistas, meros curiosos, adeptos.

É com emoção que reconheço que o Estádio do Sport Lisboa e Benfica, esse anfiteatro de sonhos e paixões se mostrará amanhã ao mundo: grandioso, imponente, mítico.
Como sempre.

E, no entanto, não gosto do que vejo.

Irrita-me que em cada canto, os símbolos do Benfica tenham sido substituídos pela marca “Champions”, assim mesmo, de forma massiva, opressiva, repetitiva até à exaustão e à náusea.
Mudaram-se cadeiras, outdoors, nomes de portas.
Por decência, talvez o último pingo de vergonha, deixaram intocados a Águia e Eusébio.

Por outro lado, a Luz parece estar sob lei marcial: toda a área comercial está encerrada, parecendo um gigantesco mausoléu.
Salva-se a Adidas em nome de óbvios interesses comerciais.

Para cúmulo, até o Museu Cosme Damião se encontra encerrado, perdendo-se uma oportunidade única de o divulgar a milhares de visitantes, turistas, adeptos, jornalistas.
Perde o clube, mas perde também o futebol e a cidade de Lisboa que se vê estupidamente privada de um espaço único.

É assim a UEFA: um estado dentro de vários estados.
Onde chega, dita leis, impondo-as umas vezes, subvertendo-as outras.
Um império dominado por gente pouco recomendável, como, aliás, sentimos na carne há 9 dias em Turim.

De tudo isto sobra um sentimento de desconforto e uma dúvida: arrogância e poder desmesurado da UEFA ou a tradicional subserviência portuguesa perante tudo o que vem de fora?

Fica apenas uma certeza: amanhã joga-se a final da Champions, uma competição que por muitos milhões que jorre e faça jorrar não terá nunca, um décimo da magia da velha e saudosa “Taça dos Clubes Campeões e Europeus”.
Que seja um grande espectáculo: que o Estádio da Luz fique na história dos dois clubes e na memória de milhões de adeptos de todo o Mundo.

Mas já agora, fica também o pedido: façam a festa, desmontem rapidamente a tenda e ponham-se a mexer.
Devolvam-nos a Catedral.


RC




sexta-feira, 23 de maio de 2014

NÃO SE CANSEM DE GANHAR



O número três persegue-nos. Tricampeões nacionais de basquetebol. Domínio absoluto na modalidade. Vitória categórica em Guimarães, num pavilhão cheio e a pedir ambiente à Grécia. Um pedido: não se cansem de ganhar. 


JL

quinta-feira, 22 de maio de 2014

JÁ HÁ PETRÓLEO NO SEIXAL?



Os iniciados conseguiram sobreviver ao “acaso” dos sorteios e na última jornada venceram no Olival, tornando-se campeões nacionais. Chegar ao último jogo da prova a necessitar de ganhar ou pontuar é sempre arriscado. Os miúdos mostraram a sua superioridade e fugiram aos habituais filmes.

Os juniores não tiveram tanta sorte ou arte. Foi pena, com os juvenis no bom caminho e uns juniores mais atentos, poderíamos ter o pleno. De qualquer forma, é evidente que os resultados do trabalho na formação começam agora surgir em força. Vejamos: 

O Centro de estágio do Seixal foi inaugurado em Setembro de 2006, já com a época futebolística a decorrer. Assim sendo, podemos considerar que a infra-estrutura tem sete épocas completas, ou seja, trabalha-se desde 2007/8. Isto apesar de algumas indefinições no início.  

Nos sete anos anteriores, com Benfica a sofrer ainda das consequências do vendaval Azevedo, o panorama dos três grandes em relação aso títulos nacionais conquistados nas camadas jovens foi o seguinte: Benfica 1, Porto 7, Sporting 10. 

A partir da primeira época completa e até este momento, as contas são substancialmente diferentes: Benfica 8, Porto 5, Sporting 6. Se olharmos apenas para as duas últimas épocas, e faltando o título de juvenis, temos: Benfica 3, Porto 0, Sporting 1. Elucidativo. 

Existem ainda outros números que evidenciam esta exponencial evolução. O Benfica é constantemente a equipa com mais jogadores nas selecções jovens. Nos sub17, por exemplo, Emílio Peixe seleccionou 11 jogadores do Benfica e três do sporting e do Porto. 

Não quero com esta apresentação de números e factos defender o escancarar das portas da equipa principal a tudo o que sai do Seixal. Pelo contrário, quero alertar para que não nos embebedemos com o visível e inequívoco sucesso da formação e que a época do desaproveitamento total dê lugar à aposta cega nos jovens da formação. Estes têm espaços próprios para evoluírem. Há uma equipa B que participa num longo e competitivo campeonato, temos ainda uma europa imensa para emprestar jogadores.   

Claro que há já nomes incontornáveis, mas se queremos estar razoáveis nos momentos principais da época, a equipa principal necessita um plantel extenso, equilibrado e competitivo. Ganhámos quase tudo, mas aquela final com o Sevilha ficou-me atravessada. 

JL

quarta-feira, 21 de maio de 2014

“TRIPLETE”, MODO DE USAR


O Benfica é o primeiro clube a vencer três títulos nacionais numa época. O chamado “triplete”. Neste caso inédito porque só com títulos nacionais. O FCPorto já o tinha conseguido duas vezes, mas contando com um título europeu. Em 2002/03 conquistou o Campeonato, a Taça de Portugal e a Taça UEFA, na final de Sevilha. Em 2010/11, para além da dobradinha nacional, ganhou a Liga Europa. Nesse ano juntou ainda a Supertaça, mas esta não entra nas contas, pois não se trata de um título, mas de um troféu. Como é óbvio, também não entram nas contas troféus e títulos de carácter regional, como a Taça de Honra ou a Taça AFL.

O curioso é que o primeiro clube que poderia ter feito um “triplete” foi precisamente o Benfica no distante ano de 1961. Em 31 de maio desse ano, pela primeira vez uma equipa portuguesa chegava a uma final da UEFA. Não era a primeira final europeia de equipas lusas, pois Benfica e Sporting já tinham estado em finais da Taça Latina, tendo apenas o Benfica brilhantemente vencido uma delas frente ao Bordéus, em 1950.
Voltando a 1961, nessa final, como é sabido, o Benfica acabaria por vencer o Barcelona e tornar-se campeão europeu, título que revalidaria no ano seguinte. 

Tendo vencido também o campeonato, bastaria então vencer a Taça de Portugal para estarmos perante um “triplete”. O Benfica começa a caminhada eliminando o Salgueiros (3-2 e 7-1) e a seguir o Olhanense (8-1 e 4-0). Nos quartos-de-final calha-nos o Vitória de Setúbal, o qual vencemos na primeira mão por 3-1.  

Todavia, o Benfica nunca foi propriamente bem aceite pelo antigo regime. Longa é a lista de malfeitorias que sofreu naquelas épocas, apesar de já ser o clube mais popular. Ao contrário de outros, que até eram alcunhados de ministério dos desportos, tal era número de dirigentes do regime que albergavam nos seus corpos dirigentes. 

Assim, e não obstante os protestos dos dirigentes do Benfica, a segunda mão é marcada para o dia 1 de junho, menos de 24 horas depois da final de Berna. Ou seja, ao mesmo tempo que Mário Coluna, José Águas, Mário João, Germano e outros eram recebidos por milhares de portugueses em festa no aeroporto de Lisboa, uma segunda equipa jogava em Setúbal a passagem às meias-finais da Taça de Portugal. Obviamente o Benfica foi eliminado. 

Por curiosidade, essa edição da Taça acabaria por ser ganha pelo Leixões, que venceu na final o FCPorto por 2-0. Para a história fica o dia em que o Vitória de Setúbal eliminou o campeão europeu. 

JL

segunda-feira, 19 de maio de 2014

ABSOLUTAMENTE INÉDITO II



Olhei para o salão nobre da Câmara Municipal e vejo um jogador de muletas, outro de braço ao peito e outro ainda de braço ligado. Só não me fez lembrar o exército francês a vir de Waterloo porque estava perante vencedores.  

A época foi isto. Difícil. E quando faltou pernas houve alma, quando faltou o Cardozo, o Sálvio, o Amorim ou outros lesionados, havia um Manel para o substituir. A glória soube tão bem porque nada foi oferecido. Lutou-se até ultimo segundo. Sempre. Algumas vezes com menos um jogador que o adversário. 

O Benfica fez esta época 57 jogos oficiais. Mais ninguém na Europa jogou tanto em 2013/14. Destes 57 jogos, cinco foram com o Porto e três com o Sporting. Ainda tivemos dois com o PSG, Juventus, Tottenham, entre outros. Mais três finais. Ou seja, mais de um terço dos jogos com exigência máxima. A maior parte deles nos últimos 3 meses. No total foram 43 vitórias, 9 empates e 5 derrotas. 

Por tudo isto, até mereciamos mais. 

JL