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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


quarta-feira, 28 de outubro de 2015

DA SÉRIE: “TODO O CÃO E GATO…”


“Para mim o Luisão acabou”
Manuel Sérgio de 82 anos sobre o defesa-central do Benfica de 34 anos.
JL
 

NERVOS DE AÇO


E o ataque continua. Vieira e a sua Direção resistem. São necessários nervos de aço para aguentar esta estratégica. Para tanto esforço terão de ter muitos trunfos na manga.

Ontem, como não havia nada para além da derrota, pesada derrota, os jornais foram buscar os custos das transferências de suplentes e reservistas. Hoje, depois de estapafúrdia teoria, já há mais qualquer coisa. Não sei a dimensão das palavras ditas, nem a forma. Higienicamente decidi não comprar mais jornais desportivos e evitar esses programas de guerrilha, mas como escreveu Sophia, vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar. Leio então nas capas dos pasquins que alguém, benfiquista, fez um comentário e censurou, com intensidade que desconheço, a estrutura da Benfica SAD. Qual é o problema? A sua função nos tais programas não é precisamente comentar?

Mas esperem, afinal trata-se de um vice-presidente do clube. Há aqui alguma coisa que não se entende. Se o Benfica, por uma razão que ainda desconhecemos, optou por um pesado e estratégico silêncio, como é que um vice-presidente fala semanalmente, durante mais de uma hora, sobre aquilo cuja direção, da qual faz parte, quer manter o tal silêncio? Só a mim é que me parece que há aqui uma contradição de dimensões bíblicas?

A verdade é que nervos de aço é o que necessitam todos os benfiquistas para aguentar diariamente esta catadupa de factos, notícias, boatos e opiniões. Que premio teremos no final? As palmadinhas nas costas do speaker? Vocês são os melhores adeptos do mundo. Obrigado por aguentarem.     

JL

terça-feira, 27 de outubro de 2015

NUNCA FOI TÃO FÁCIL ATACAR O BENFICA


Há uma característica que dizem ser muito portuguesa que é a típica atração pelo acidente. Dos outros, pois claro. São os chamados orçamentistas. No Crash do Cronenberg esse atraimento era pessoal e inclusivo, por isso mais honesto e moral. Não é disso que se trata. Aqui, em lusas terras, é de quem está do lado de fora. Ou pensa estar. Porque não fazendo parte da desgraça, olha de cima, numa clara sensação de superioridade. Quero acreditar que é uma generalização abusiva ampliada pela Bíblia do desastre e da calamidade, o Correio da Manhã, e que a maior parte dos portugueses, como todos os povos saudáveis, respeitam o infortúnio do próximo, especialmente quando estamos a falar de desporto.

O Benfica, o maior e mais glorioso clube nacional, ficou ferido no sábado. Muito ferido. Não perdia há mais de sessenta anos, por três golos em casa, com o seu rival de Lisboa. É normal que sejam horas terríveis para o Benfica e momentos de excitação para o Sporting de Lisboa. Porém, o diretor do jornal A Bola em vez de apontar o dedo para a inédita vitória dos do Lumiar, enfia violentamente o dedo na ferida do bicampeão. São estilos, como diria o excedido Pedro Guerra.

Que oportuno encher hoje as bancas com Taarabt, Carcela, Cristante, Djuric, Talisca e Lisandro. 27 Milhões fora do relvado, escreve nas paragonas. Seis casos, sobre os quais muito se podia escrever e analisar, mas todos diferentes entre si e que juntos não fazem uma teoria. E nem sequer é situação exclusiva do Benfica. Querem fazer as contas aos milhões do Sporting e do FCP que também não calçam? Não querem, porque não vende, pois a onda que se deve surfar é a crise do bicampeão nacional.

No entanto, pergunto-me se algum adepto do Benfica, nestes dias de descontentamento, sente vontade de comprar o jornal? Encontrará nele alguma esperança nestas notícias? Ou o público-alvo são os outros? Aqueles cujo clube que professam é o anti-benfiquismo? Provavelmente.

A questão não é meramente pontual. Desde o início da época, o bicampeão, o clube que mais venceu nos últimos dois anos, tem sido atacado de forma contínua e ininterrupta. Tem sido um fartote. Não há página, não há programa, não há artigo, que não enfatize o mau momento, a crise, as opções. Tornou-se fácil bater no Benfica. Não dá trabalho. Não custa. E pelos vistos, rende.

O que seria se o Benfica contratasse um treinador à socapa e este andasse fugido e escondido durante várias noites? E se o Benfica tivesse meses e meses de insucesso para conseguir uma empresa interessada em patrocinar a camisola? E se tivesse um ex-dirigente em tribunal, acusado de clara corrupção, em nome do clube? E se porventura comprasse um jogador com a ajuda de um fundo e depois ficasse com o dinheiro da venda? E se fosse eliminado da liga dos campeões e estivesse aflito no grupo da liga europa, com equipas de segunda ordem?  E se investisse como nunca e mesmo assim, não liderasse o campeonato? E se o Vieira passasse dias e dias a atacar o rival, delirando infantilmente sobre jantares com champanhe?

Hipoteticamente, os nossos jornais seriam os mais lucrativos do mundo. Porque nunca foi tão fácil atacar o Benfica

JL

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

QUANDO O MUNDO SE UNIU PARA NOS TRAMAR


Sabíamos que não ia ser fácil. O jogo e a época. A equipa está numa fase de transição. Já não é o Benfica de Jesus, mas ainda não é o de Vitória. Contudo, como disse um dia o grande Toni, se o Benfica fosse um circo, ontem, até o anão crescia. Três remates, três charutadas, três golos. Perder por três zero em casa acontece e nunca vem num bom momento, mas este era talvez um dos piores. A lesão do Semedo, a chuva, o jogo na Turquia, o inacreditável jogo do nosso adversário com uns azarados albaneses, a estratégia do trinca-bolotas, o silêncio do Vieira, o Marco Ferreira, a incompetente e inqualificável comunicação social, as contingências do jogo, a forma de alguns jogadores, o Pizzi, o Jesus, enfim, dá vontade de olhar para o céu e perguntar: O que falta? Chover pedras?

JL

sábado, 24 de outubro de 2015

AZIA? TEMOS BICAMPEONATO DE SÓDIO


É cíclico há mais de um século. De tempos a tempos sofremos um ataque. Uns mais fortes que outros, uns trágicos, outros cómicos, mas quase sempre inofensivos. Como já aqui escrevi, só à primeira vista este é inócuo. Deixa-nos numa posição em que um passo em falso nos pode ser prejudicial. O boato e a mentira já resvalou para Espanha. É estúpido, mas as atitudes de um estúpido não são conhecidas por o beneficiar.

O SCP é pequeno e não sabe crescer, mas cobiça um reinado inacessível. Quando vê o trono, ao longe, estica os curtos braços, contudo este fica mais longe. Frustrado, quase que sufoca. E grita aflito, a escorrer suores. Já todos tivemos pesadelos, sabemos como é.

O jogo de manhã é apenas mais um jogo. Estamos a cinco pontos (temos de pensar assim), mas temos atrás de nós um bicampeonato, seis títulos e trofeus nas últimas duas épocas, a casa arrumada e uma estratégia. Não investimos de forma desesperada, não exasperamos diariamente nos jornais. Por isso vamos entregar os pontos? Não. Vamos com certeza ganhar, porque somos melhores e porque é mais justo. Mas esta vontade de ganhar, não nos pode desesperar em caso de insucesso. O desespero não já não é a nossa praia. Felizmente.

JL 

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

CONCATENA, FILHO, CONCATENA


Esta segunda-feira, em entrevista à RTP África, Bruno de Carvalho voltou a afirmar que o caso das ofertas aos árbitros deve levar a uma despromoção. No mesmo dia, Pedro da Cunha Ferreira, antigo Diretor-geral da Sporting SAD, no âmbito do caso Paulo Pereira Cristóvão, afirmou em tribunal:

"Havia a perceção de que o Sporting não recebia mal as equipas de arbitragem, mas poderia fazê-lo melhor. Passaram a ser recebidos ao mais alto nível, por um vice-presidente do clube [Paulo Pereira Cristóvão] e o clube passou a oferecer-lhes uma camisola, com o nome e a idade estampados, e, no caso de terem filhos, um peluche do Jubas, a mascote do clube.". Era Pereira Cristóvão que providenciava junto da Loja Verde estes presentes, que nunca foram "recusados" ou deixados no balneário. Houve também uma melhoria da comida que lhes era fornecida antes e depois dos jogos".

JL

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

O INÍCIO DE UMA NOVA ERA


Sábado, 31 de maio de 2014. A equipa de futsal do Sport Lisboa e Benfica recebe o Fundão, para disputar o acesso à final do play-off do campeonato nacional. O Benfica perde o jogo por 1-3 e é eliminado. Foi o fim de um ciclo e o início de outro. A época seguinte inicia com um novo treinado, Joel Rocha. Desde essa data passaram-se mais de 16 meses e 53 jogos oficiais. Em nenhum deles o Benfica perdeu dentro dos 40 minutos regulamentares. Para já traduz-se num Campeonato, numa Taça de Portugal e numa Supertaça. Aquilo que vemos em campo, uma equipa sem estrelas, mas solidária e taticamente evoluída, confirma-se nos números.
 
 

JL

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

ATÉ TU, BRUTUS ?


São estes os piores e mais perigosos jogos da época.
O que tem ganhar o Benfica contra o Vianense? Nada.
E o que tem a perder? Tudo.

É este o sortilégio e o risco da Taça, competição onde todos ousam tornar-se Golias e os grandes não estão nunca a salvo.

O Benfica passou e por isso missão cumprida apesar de ter sofrido de forma desnecessária e por culpa própria: quem não mata, arrisca sempre a morte.

Após o jogo, ligo a TV e oiço comentários em tom quase exaltado que falam em indignação perante a exibição do Benfica, arrasando a equipa e falando em soma de equívocos
.
Oiço e não acredito: para o papagaio de serviço, o Benfica marca o golo quando “nada tinha feito para o justificar” (sic).

Na Cmtv ? Na Sportv ? Na Bola Tv?

Não, na Benfica Tv, ou antes, na BTV, essa invenção tão asséptica e politicamente correcta.

Para a próxima, em vez deste papagaio de nome Berenguer convidem o trinca-bolotas ou o seu aparvalhado pajem, o inefável Barroso das iscas.


Ao menos, a malta ri-se.


RC

OLHA O FUTEBOL


Até que enfim houve futebol. Estava farto de prendas, trinca bolotas, gritaria, indemnizações, processos e por aí fora. Porque não apreciamos apenas o jogo, as jogadas, os golos, as opções técnicas e táticas, os craques? Temos de levar com esta gente robusta, que agarrados a cadeiras coloridas e com um microfone em frente, fazem uma sombra espessa e escura sobre um jogo que amamos.
Foi um jogo de taça, daqueles onde poderia haver surpresa. Não houve. Contudo houve emoção, bons golos e o Benfica teve momentos mais e outros menos. Há jogadores muito fora de forma. Talisca é o exemplo máximo. Foi pior que menos um, tantas as jogadas perdidas nos seus pés.
Vamos agora de peito feito para a Turquia, jogar com campeões, numa competição saudável e que dá um imenso prazer. É de aproveitar até quarta-feira, porque a seguir vamos entrar na extrema demência e alienação dos dérbis, um dos piores jogos da época, onde os média, quais vampiros de emoções, nos sugam até ao tutano.

JL

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

QUANDO O SILÊNCIO JÁ NÃO É DE OURO

Não existe nenhum dado novo no caso da caixa oferecida aos árbitros. Nada contradiz o que foi colocado neste post. Contudo, o fartote continua. Ele é investigação criminal, ele é inquéritos da judiciária, ele é descida de divisão. Jornais, rádio e televisão repetem até à exaustão que o Benfica ofereceu refeições. São paragonas, são aberturas espaços noticiosos, são rodapés a passar constantemente, são debates com todo o tipo de especialista.
A Direção do Benfica tem-se mantido num higiénico silêncio. Nada contra e até é justificável como aqui escrevi. Mas há limites. Uma das obrigações da Direção eleita pelos sócios é defender o bom nome do clube e este está a ser diariamente conspurcado. Talvez haja uma estratégia a respeitar, admito e aplaudo. Mas será que um simples comunicado a esclarecer que não se tratam de refeições, mas sim entradas para um museu, vai prejudicar o plano traçado? É que uma mentira repetida mil vezes, até num fervoroso adepto pode originar dúvidas.
A Direção de Luis Filipe Vieira não pode, nem deve responder ao trinca bolotas, mas tem obrigações estatutárias perante os sócios. O Sport Lisboa e Benfica ainda é um clube e o que é demais, é demais.

JL

domingo, 11 de outubro de 2015

PARECE QUE HÁ DÚVIDAS

Mesmo com o vídeo e imagem neste post, dúvidas levantaram-se. Sim, o voucher que o trinca bolotas mostrou na televisão é o mesmo que a Travessa aqui apresentou.




JL

O PRÓXIMO PASSO


Há dois anos, no que diz respeito ao futebol, o Benfica teve a melhor época dos últimos cinquenta anos. Iniciamos esta época como bicampeões. No ano passado, no que diz respeito às modalidades, o Benfica teve, provavelmente, a melhor época de sempre. O Benfica lidera o desporto em Portugal. Facto.

Falta a estabilização? Talvez, mas o nosso destino é o de crescer e considero que já conseguimos estrutura suficiente para nos mantermos na liderança deforma contínua. Podemos não ganhar este ano, até porque houve um investimento desmesurado dos adversários, contudo, seremos aqueles que no início de cada competição estaremos em melhor posição para a ganhar.

O que falta é a nossa consolidação europeia. Fomos a duas finais da Liga Europa, mas na grande montra da liga dos campeões a nossa participação tem sido sofrível. Acresce que o mercado nacional é limitado. É na europa que se joga o nosso futuro, no futebol, mas também nas modalidades. Em praticamente todas temos presença europeia. E na maior parte com participações relevantes.

Este passo tem de ser dado com segurança e confiança. A nossa imagem não pode ser confundida com os nossos vizinhos. Morar ao lado de uma lixeira moral não é o melhor cartão-de-visita internacional. Quando saímos de casa, temos de passar ao largo, não vá o cheio entranhar-se nas nossas roupas. É assim que eu entendo o silêncio do Benfica.

JL

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

MAIS FÁCIL QUE APANHAR UM COXO


Estes são os vouchers distribuídos. Está rasgado o número de serie. De resto é claro: 4 entradas no Museu Cosme Damião (a propósito, imperdível) e 4 entradas no Museu da Cerveja (no valor de 3,5 euros). Nada de refeições.



Agora reparem no que realmente lê o pseudo-moderador e a forma como o vendedor da banha- da-cobra induz os telespectadores (já meio a dormir) em erro:



Isto não dará para processo-crime?

JL

 
 

terça-feira, 6 de outubro de 2015

OS BOLOS DOS TOLOS


A noite ia alta e um dimensionado assessor profissional babava-se em direto, ao lado um empresário de eventos, enfadado, nem rir conseguia, em frente um pseudomédico reclamava, em silêncio, a sua dose de whisky diária. Enquanto o profissional televisivo de serviço parecia estar a segurar uma palhinha com as bordas do rabo, Bucha de Carvalho retira de um saco manhoso, uma caixa gravada com o Rei Eusébio. Foi o único momento em que os nossos olhos descansaram da lixeira a céu aberto que se tinha tornado o programa.

A caixa, esteticamente irrepressível, é de uma elegância incomparável. Aquele momento parecia um jaguar a passear numa rua do Cacém. O Presidente do Sporting – sim, parece inacreditável, mas estava ali presente um dirigente de um clube – mostra que está lá dentro. Uma camisola da coleção vintage do Benfica, dessas que estiverem a 20 euros no ano passado, promoção que muitos aproveitaram, e um voucher para quatro refeições na Catedral da Cerveja, daqueles que recebemos em Quarteira, à saída da praia, com vista a uma evangelização de timesharing.

O papudo começou logo a fazer contas de cabeça e recordando as noites gloriosas de alterne, meteu o champanhe ao barulho. Com um luxo desses, as prendas, anualmente, são metade do ordenado do Jesus. Concluiu, contente, a sentir o líquido a borbulhar no nariz. Como é simples a vida dos tolos.    

JL

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

A NOITE EM QUE O SPORTING PERDEU COM O PARTIDO DOS ANIMAIS


Tal e qual como diz a canção de Rui Veloso, parece que o mundo inteiro se uniu para os tramar.

Ele é o presidente em guerra com meia humanidade, disparando processos a tudo quanto mexe; ele é o “não-sei-quê-leaks” em que o contrato do treinador, aparece esparramado nas redes sociais; ele é ainda os péssimos resultados na Liga Europa, depois do Cérebro ter mostrado uma vez mais a sua inquestionável vocação para a Xampions.

Há pessoas assim, há clubes assim: vivem enredados numa espécie de fatalidade cósmica, uma “Lei de Murphy” permanente em que se tudo tiver de correr mal, correrá ainda pior.

O Sporting é isto: a noiva a quem nasce uma verruga na cara na véspera do casamento, o dono do circo a quem cresce o maldito anão, o tipo que há 3 semanas pediu dinheiro emprestado à sogra para comprar acções da Volkswagen.

Ontem, porém era o dia de dar finalmente um pontapé no maldito azar; de Guimarães vieram uns cordeiros em exercício de auto-imulação e o festim aconteceu: goleada e não só; nota artística (Correio da Manhã), Jesus a dedicar vitória ao presidente (Record), um leão imparável (O Jogo).
O país e o mundo estariam finalmente! rendidos ao Sporting e o presidente sentir-se-ia, enfim, cansado mas vingado e feliz.


Pura ilusão, porém: após um par de horas angustiantes sem relatos radiofónicos nem declarações exaltadas do Rui Santos e Companhia, qualquer sportinguista que tenha ligado a TV por volta da meia-noite, apercebeu-se rapidamente que a hora de glória tinha sido em vão e que a má sina continuava: tanto golo para nada porque a estrela da noite era afinal o Partido dos Animais.


RC

domingo, 4 de outubro de 2015

OS GAJOS PORREIROS


Houve uma época, não muto distante, que o Benfica estava povoado de gajos porreiros. Na generalidade eram antigos jogadores, que briosamente tinham defendido a nossa camisola e que, por vicissitudes próprias da vida, tinham ficado por ali, com cargos mais ou menos importantes. Havia um misto de justiça, gratidão e caridade. Famoso ficou um olheiro que, apesar das tarefas inerentes à função, tinha significativas dificuldades de visão.

Recordei esses tempos ao ver a nossa equipa B a jogar. Honestamente, aquilo não é bem uma equipa, é essencialmente um conjunto de jogadores que eventualmente treinam juntos, presumo, porque nem disso tenho a certeza, e que por coincidência ou acaso, encontram-se no mesmo campo, à mesma hora, com o mesmo equipamento. 

Não se vê uma jogada de conjunto ou algum sentido coletivo, sendo até ridícula a forma como a equipa se estendem no campo. Há um buraco enorme no meio-campo e ao mesmo tempo não há jogadores na área. É incompreensível. Acresce que cada substituição é uma tragédia sem sentido.

Nenhum jogador faz um passe para o colega sem antes tentar o drible. Todos jogam como se estivessem sozinhos. O mais simples gesto técnico sai sempre mal. Não há remate que não suba, não há centro que não vá direito à linha final. Jogadores que brilham em seleções, que deram nas vistas nos juniores, que até cumpriram se chamados à equipa A, tornam-se vulgares na equipa liderada pelo Hélder Cristóvão.

O problema é que não é de agora. Estas miseráveis exibições arrastam-se desde que o nosso ex-defesa-central tomou conta da equipa. Por exemplo, o Victor Andrade, que tão bem jogou sob as ordens do Rui Vitória, na equipa B parece que desaprende.

O Hélder foi um bom jogador, deu muito ao clube, especialmente por ter sido em épocas difíceis, mas definitivamente não consegue colocar a equipa a jogar, o mínimo que seja. E sem jogarem os mínimos, os jogadores não evoluem. Tenho pena, mas é a mais pura das verdades.

JL