N

Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

WORK IN PROGRESS



Pode um mau jogo dar boas indicações? Pode. César e Cristante fazem-se e Sulejmani entrou muitíssimo bem. E o que nos disse mais este encontro da Taça da Liga? Que o Benfica vai ter um belo problema para rentabilizar o Olá John e que não temos, neste momento, extremos minimamente à altura para substituir Gaitan ou Sálvio. 

Quanto à pergunta de um milhão, “quem substitui Enzo?”, não é tempo ainda de Talisca (útil como segundo avançado), nem de Pizzi. Ambos não têm intensidade física para o lugar. Especialmente porque, na disposição do Jesus, o nosso meio-campo tem sempre um jogador a menos que o adversário. Neste momento, a meu ver, só Cristante e Samaris cumprem os mínimos para serem um oito. 

Parece que estamos na pré-época. 

JL

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

ENZO ? O BENFICA SOMOS NÓS


E pronto, Enzo já está em Valência.

Para o acordo ser anunciado oficialmente, faltam apenas os detalhes dos exames médicos, pelo que não é crível que o robusto Perez tenha algum achaque de última hora que impeça a transferência para a equipa de André Gomes e Rodrigo.

Aos 28 anos, um contrato de 4 anos e meio, à razão de 3 milhões de euros por época.
Para o Benfica, 25 milhões de euros, com eventual acréscimo de 5 milhões, caso determinados objectivos sejam atingidos.

Nada a dizer, é a vida.

Penso, contudo, que Enzo poderia ter saído com outra elegância: não apreciei particularmente aquela última entrevista a uma televisão argentina, que cheirou já a um esticar de corda. Desnecessário, evitável, despropositado.

Enzo fez o contrato de uma vida e o Benfica rentabilizou bem um jogador fulcral, é certo, mas que a partir de agora, caso ficasse, seria problema em vez de solução.

A vida continua, o Benfica também. Como sempre.


E já agora, o Benfica somos nós.

RC

sábado, 27 de dezembro de 2014

STICKADA NA HISTÓRIA

Panchito Velasquez foi um dos melhores hoquistas de sempre. Denominado por alguns como o Maradona dos patins. Foi uma honra tê-lo como atleta do Benfica, como para ele terá sido uma honra ter envergado o manto sagrado durante três épocas. Manifestou-o em diversas entrevistas. Trocou inclusive o nome da sua quinta na Argentina de "Las Marias" para "La Gloriosa", em homenagem ao clube que o recebeu em Portugal.

Mas num clube como o Benfica, com centenas e centenas de homens e mulheres inesquecíveis, que juntamente com milhares de anónimos construíram o maior clube do Mundo, a maior instituição da Lusofonia, Panchito foi apenas um deles e longe de ser o mais importante, até mesmo se nos cingirmos à modalidade.

A notícia de A Bola, de meia página, ou a ideia que lhe deu origem, é descabida de sentido e apenas justificável pela falta de assunto relevante devido à quadra que atravessamos.

O clube não deixa de ter alguma responsabilidade neste delírio. A rica história e o impar património do SLB não devem estar limitados à BTV. Têm de sair cá fora e afirmar-se. Há muitos benfiquistas que têm uma visão muito parcelar do clube que amam. É uma pena.

JL

TAÇA DA LIGA OU O PATINHO FEIO DO FUTEBOL PORTUGUÊS


A Taça da Liga é um caso “sui generis” do futebol português.

Competição recente e que começou até com algum élan, depressa se viu apoucada e desdenhada por quase toda a gente, até se tornar no patinho feio do nosso futebol.

As razões para tal desdém em relação a uma competição que partiu com alguns objectivos bem interessantes parecem-me bem claras: a evidente superioridade do Benfica, traduzida em 5 vitórias num total de 7 edições.

Não menos relevante, o facto de Porto e Sporting não terem até ao momento qualquer vitória nesta competição, o que ajuda a explicar a azia, o suposto desdém e o fingido desprezo.
A célebre frase de Pinto da Costa depois da derrota na Luz há duas épocas (“desta já nos livramos!”) é algo que num país com um jornalismo decente e honrado não teria passado em claro.

 Já quanto à lagartagem, nada a fazer: a inveja e a mesquinhez é algo que lhes é intrínseco, que faz parte do ADN, pelo que odeiam e menosprezam tudo quando não ganham nem podem ter. Neste caso como noutros episódios da história, são a raposa da fábula: “não prestam, estão verdes…”

 Também a imprensa, porém, se entretém a fazer da Taça da Liga o parente pobre do futebol português, com criticas sem critério, muitas das vezes apenas porque sim.
Curiosamente, a mesma imprensa que tanto critica a falta de competitividade e competição do futebol português e o excesso de pausas nas nossas competições, nomeadamente a que costumava ocorrer na quadra natalícia com paragens que chegaram a atingir as 3 semanas(!).

Triste mas também sintomático de uma determinada forma de viver o clube, é que também os benfiquistas embarquem nisto e que tratem de, também eles, ir alegremente desprezando a Taça da Liga.
Veremos, pois, quantos seremos no dia 30 na Luz.

É que, se não gostam da Taça da Liga, há sempre uma óptima solução para animar a coisa: deixar Porto ou Sporting ganhar 2 ou 3 edições.

Verão que num ápice, se transforma numa competição cheia de interesse e virtudes…



RC 

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

DA FALTA DE CABEÇA À FALTA DE GRAÇA




Para além de outras vicissitudes, mistérios e virtudes, o futebol tem a eterna magia de rapidamente transformar génios em bestas ou vice-versa.
O fracasso e o êxito são apenas duas faces da mesma moeda e por vezes, questão de sorte, de oportunidade ou de circunstância.

Folheando a imprensa internacional, deparei com dois casos nossos conhecidos: Freddy Adu e Nolito.

Um, de génio prometido a eterno flop; outro, de embirração de estimação de JJ a estrela na Corunha.

Adu é um caso manifesto de falta de cabeça, mal histórico e intemporal que ataca tantos jovens futebolistas candidatos a estrelas; Nolito é o típico caso de alguém que por muito que fizesse (e fez algumas coisas bem interessantes) não cairia, como não caiu nunca, nas graças do irredutível treinador.

Falta de cabeça ou falta de graça: situações, portanto, relativamente comuns no futebol.

Vá lá saber-se porquê, ao ver estas noticias, lembrei-me de Nelson Oliveira...


RC





segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

E AGORA?



Jornadas atrás, penso que com o Rio-Ave na Luz, o fiscal de linha marcou um fora-de-jogo à equipa visitante, interrompendo uma iminente jogada de golo. A circunstância do jogador do Rio-Ave estar em posição irregular não levantou quaisquer dúvidas. O que levantou celeuma foi o facto de o auxiliar estar mal posicionado. As alimárias argumentavam que estando o juiz mal posicionado não podia assinalar nada. Esquecendo-se que, num jogo de futebol, como na vida aliás, a não decisão já é por si uma decisão e que neste particular prejudicaria claramente o Benfica. Mas sobre esta nova e bacoca filosofia de vida já expliquei alguma coisa aqui.

Para azar de todos, e até do Benfica, ontem aconteceu o inverso. Como podem ver na foto, o “bandeirinha” está uns bons dois metros atrás do último defesa do Gil. Talvez este tenha sido rápido demais a subir, talvez o fiscal de linha tenha sido lento a acompanhar ou desatento ao desenrolar da jogada.  O que seria engraçado, se fossem pessoas sérias, era ver o Rui Santos, o médico dos fígados, o gordo do norte e os outros batanetes a dizerem, que sim senhor, fez bem o auxiliar, que grande e justa decisão, porque estando mal posicionado, nada podia marcar. Isto era se fossem pessoas sérias. 



JL


PS: Por falar em alimárias: 


sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

GRANDE SAN LORENZO



O presidente do San Lorenzo pediu à FIFA que resista à “capacidade de ‘lobby’ do Real Madrid” e vetou Pedro Proença para o jogo da final. Não são nada parvos. Se há arbitro que faz tudo pela carreira, tudo mesmo, é o Pedro Proença. Ainda mais quando mete o Real Madrid. Era limpinho. Que o diga o Benfica que perdeu, pelo menos, dois ou três campeonatos à conta deste senhor e da sua ambição. 

A boa noticia é que vai deixar à arbitragem esta época, a má é que quer continuar como dirigente da mesma. Ficava tão bem ao balcão de uma casa de molas da baixa. 

JL

DE NEGRO


De negro, espera-se sempre o pior. E o pior era mesmo a eliminação. As lesões em barda fazem lembrar outros tempos. Luisão, Sílvio, Salvio, Ruben Amorim, Eliseu, Samaris, Fejsa e ontem ainda o Enzo Peres. Jogámos no limite e não fomos felizes.

O Braga, que tem Sporting no nome, mas equipa de vermelho, é a nossa besta negra. Fizemos dois jogos, jogámos bem nos dois e acabámos por perder os dois. O futebol tem destas coisas. Uma ciência inexata.

O que fica do jogo? Que uma grande exibição não vale, necessariamente, uma vitória, mas esta acaba sempre por valer mais que a exibição. Entre o jogo de domingo e o de ontem, está toda uma filosofia de abordagem. De qualquer forma, nem o resultadismo extremo, nem a nota artística nos garantem à partida os canecos. Porém, nesta incerteza que me apaixona prefiro as camisolas vermelhas. Negro, já basta o resultado.

JL

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

FINAL ANTECIPADA


Pelo que tenho visto dos adversários, amanhã é a final antecipada da Taça de Portugal. Isto não quer dizer, taxativamente, que quem passar será o vencedor. O que quer dizer é que Benfica ou Braga, pela superioridade que revelam em relação às restantes equipas, só mesmo um suicido as retirará da festa do Jamor.

JL

PS: O jogo de hoje de hóquei no caixote foi muito revelador.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

PÉ FIRME NA PRANCHA


Foi em 15 de outubro de 2005. O Benfica de Trapattoni tinha sido o campeão na época anterior e tinha oferecido, na final, a Taça ao Setúbal. A época tinha iniciado com a vitoria na Supertaça. Disputava-se apenas a 7ª jornada. Todavia, havia no ar um sentimento que algo ia mudar no futebol português. Dois golos de Nuno Gomes. O novo estádio do FCP em silencio. Bruno Alves expulso. Vitoria categórica. Estávamos imparáveis. 

Os adeptos do glorioso demoraram mais de 12 horas a chegar a Lisboa. Avaria na linha do Norte e comboio a ser desviado para a linha do Oeste. Ambiente nas carruagens era de enorme entusiasmo. Ninguém parava o Benfica. 

Porém, de repente, a pujança desvaneceu-se sem darmos por isso e foram mais cinco anos de seca. Naquela época acabámos em terceiro. Não soubemos surfar a onda. 

Trapattoni acabou com quase uma década sem títulos. Jesus fez talvez a melhor época do Benfica dos últimos cinquenta anos. Troquem Nuno Gomes por Lima e temos um panorama ligeiramente idêntico. Na próxima quinta temos muito a perder, por isso a vitória é fundamental. 



JL

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

UMA PERGUNTA EM NOITE TRISTE


Curiosamente, é nas bancadas vazias e nas horas menos próprias e felizes que o meu benfiquismo se exacerba.

Detesto carneirada e abomino os benfiquistas de ocasião, prontos para a foto fácil e cómoda das grandes vitórias e dos momentos de glória.

Revejo-me e reencontro-me nesta gente que enfrentando o frio, o desgosto e o insucesso, tenta povoar um gigante de betão, imenso, quase infinito em dias tristes.

Para além desta confissão passional, não posso, contudo, alhear-me da mais terrena e elementar lógica do pontapé na bola: como foi possível terminar em último lugar neste grupo?

O que falhou, porque falhamos?


RC


domingo, 7 de dezembro de 2014

O ARISTOCRATA DO POVO




Rogério Lantres de Carvalho no mundo dos comuns mortais, Rogério “Pipi” no mundo do futebol, na história: um Senhor na vida, no futebol, no seu/nosso Benfica.

De porte irrepreensível, no tempo em que não havia marketing nem consultores de imagem, fez escola: a aristocracia não é coisa de berço, mas sim de porte, de atitude.
Aristocrata, pois, mas do povo.
Foi, aliás, em clubes do povo que se fez homem e construiu a carreira: saiu do velho Chelas, somou glórias e fez-se campeão no Benfica e acabou noutro dos seus amores, o histórico Oriental.

Sei de quem o idolatrou na zona oriental de Lisboa, conheço quem ainda o lembra de sorriso moço e orgulhoso a levantar a Taça Latina na tribuna do Jamor.

Rogério “Pipi” completa hoje 92 anos e por isso celebremos: um homem fantástico, um jogador ímpar e um clube que teve o mérito mas também a honra de o acolher.


RC 


sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

PLANTEL GLORIOSO PARA O NATAL

Não é por ser sobre o Benfica. Não é por estar bem escrito e organizado de forma inteligente. Não é pelas breves e agradáveis biografias desportivas dos 26 jogadores e 3 treinadores escolhidos por 100 benfiquistas. Não é por apresentar individualmente as escolhas de cada um. Não é por nos fazer recordar, não é por nos fazer sonhar. É por tudo isto junto. A um preço acessível, a melhor prenda de Natal. 



JL

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

IMPORTANTÍSSIMO


O jogo mais importante é sempre o próximo. Verdade defendida aqui, no blogue, e em qualquer lugar ou situação. Entramos no estádio, vemos as camisolas berrantes e não nos lembramos do jogo seguinte. Aquele é o que conta. Foi para vencer que o Benfica se formou. Vai ser assim na terça-feira.


Porém, sabemos que há jogos decisivos mais decisivos que outros. Numa prova longa, como é o campeonato, existem partidas que significam a viragem ou a confirmação de uma tendência. Um caso desses é sem dúvida o jogo do próximo sábado. Chegar ao Dragão com a vantagem de três pontos, significa ter a certeza que não saímos de lá atrás e isso faz toda diferença. Vencer ao Belenenses é importantíssimo.

JL

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

AS NOSSAS DERROTAS SÃO MAIS IMPORTANTES QUE AS VOSSAS VITÓRIAS



A viajar ou parado à espera de alguém, sozinho no cubículo da viatura, inevitavelmente ligamos o rádio. Ontem fiquei a saber que existem dois programas de rádio sobre futebol, entre as 19 e a 20 horas. Na TSF há espertos a debitar sobre táticas. Um deles é o Freitas Lobo. Tudo dito. Na Antena 1, três espertalhões assumem o papel de adeptos dos 3 grandes e repetem a habitual e enjoativa estrutura de programas do género. Em comum, o facto de, em 90 por cento de ambos, o tema ter sido Benfica e Jesus. Das vitórias dos outros, apenas uma notinha de rodapé. 

Que Jesus erra sempre, que o Benfica falha sempre, que a eliminação da Europa foi uma tragédia. Até o adepto do Sporting enfatizava a “irrelevância” do Benfica na Europa. Um adepto do Sporting, vejam bem o nível de lucidez desta gente.  Faz de conta que o Benfica não é líder, que não ganhou tudo no ano passado, que não foi as duas finais europeias seguidas, curiosamente o mesmo número de finais europeias de toda a história do clube do Lumiar. 

JL