N

Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


domingo, 28 de outubro de 2012

A VITÓRIA DO VIEIRA E O GATO ESCALDADO…

…que de água fria tem medo. Um sábado incrédulo pelos cafés do nosso Portugal. Gaspar teve umas férias imerecidas porque boquiabertos lagartos, andrades e simpatizantes do sofá e do Benfica perguntavam como foi possível uma esmagadora vitória daquelas do Vieira. Ainda mais a seguir a uma derrota na champions league.
Ao contrário do que se diz a história não se repete, mas é dela que se constrói o presente. E para percebermos este resultado eleitoral temos de recuar até Manuel Damásio.  
Manuel Damásio foi um presidente azarado e frustrado. Comprou craques em barda e tudo o que era treinador da moda, mas ou porque o sistema estava vigoroso, ou porque a incompetência era muita e o azar também, o Benfica quase nunca ganhava. Habituados a ganhar quase sempre os benfiquistas andavam mais do que agastados com a situação.
Este foi o detonador para aparecer Vale e Azevedo. Numa primeira tentativa perdeu para Manuel Damásio com pouco mais de 10%, mas três anos depois pareceu a defrontar o credível Luís Tadeu. Capitalizando o enorme descontentamento da massa associativa e aproveitando o alheamento de alguns, Vale e Azevedo apostou tudo na demagogia. Recordo ainda nas filas para votar os seus apoiantes, estrategicamente colocados, a anunciarem aos gritos a iminente assinatura de Rui Costa.  
Vale e Azevedo ganhou por apenas 4% a Tadeu, mas foi o suficiente para o Benfica entrar nas trevas profundas. Escândalos atrás de escândalos, resultados inimagináveis (7-0 em Vigo), classificações vergonhosas.  Para aqueles que amam o Benfica foram três anos que pareceram décadas. Estão a ver o actual Sporting? Estávamos pior.
Estes três anos de Vale e Azevedo são fundamentais para compreendermos o Benfica actual. Neste momento é um clube com um medo imenso que esses dias voltem, porque lhe dói ainda no lombo aqueles três anos. Sem a ambição de outros tempos, descobriu que a derrota não o destrói e troca a glória por sopas e descanso. O Benfica é actualmente um clube excessivamente conservador.
No seu grosso, a massa associativa não troca o certo pelo incerto. O medo tem destas coisas. E quem não compreender isso não ganha eleições.
JL

  

PORQUE NON TE CALLAS ???


Com uma bela exibição sobretudo na 1ª parte, o Benfica tornou fácil um jogo que se antevia complicado.
Parabéns, portanto, a Jesus que numa conjuntura complicada,com lesões em jogadores fulcrais e habitualmente titulares, recorreu a outros habitualmente suplentes ou nem isso, sem que a equipa se ressentisse de tantas alterações.
Ola John parece mais desinibido ( e se Jesus gritasse menos com o miúdo, talvez ajudasse…), André Gomes revela  uma espantosa maturidade e é um verdadeiro  diamante por lapidar e Luisinho fez uma bela exibição coroada com um oportuno golo.
Depois, como é habitual, Jesus abriu a boca e estragou tudo com as declarações que fez precisamente sobre Luisinho.
Quando questionado sobre o ex-jogador do Paços de Ferreira, o mestre da táctica meteu aquele habitual ar de superioridade entre o desdém e a sobranceria pura e dura e lá foi dizendo que “não se ilude porque a Champions é outra coisa, mas que para aqui vai dando”: assim mesmo, com toda esta elegância.

O autor da tirada é a mesma personagem que durante uma época inteira teimou num desastre chamado Emerson: seria para rir, se os resultados não tivessem sido tão trágicos.

Aparentemente e também por força da actual conjuntura económica, já o conseguiram travar na importação e rotação massivas de jogadores
Falta, no entanto, o mais difícil: calarem-no.


RC

sábado, 27 de outubro de 2012

MAIS VIEIRA E MENOS VIEIRISMO

Foi uma esmagadora maioria silenciosa que voltou a eleger Luís Filipe Vieira. Ainda mais no mais concorrido acto eleitoral de sempre, num dia que decorreu com a serenidade dos grandes momentos, de enorme esplendor democrático e que demonstrou a grandeza e o fulgor do nosso clube.
Não foi uma vitória inesperada, mas foi mais indiscutível do que era expectável. Agora não vale a pena voltar a dissecar o desacordo que tenho com muitas das medidas do último mandato do actual Presidente, nem voltar a lamentar o facto de não ter aparecido uma alternativa que me desse total confiança para a mudança.
Votei convictamente em branco e vou estar mais atento. Vou estar mais atento porque quatro anos é muito tempo e por cima de nove ainda é mais e a pior enfermidade que grassa no Benfica e que se tem alastrado nos últimos anos continua. Estou a falar do Vieirismo, um monstro que saiu do controlo do seu criador.  
Uma gigantesca maioria escolheu Vieira para o mais longo mandato da história do clube, mas o Benfica continua a ser dos sócios. Que Vieira seja mais Vieira, que saiba governar com a massa associativa e não como se esta não existisse ou se transformasse de repente em anónima clientela. Que a oposição saiba ser uma alternativa constante e não apareça a apenas um mês das eleições. Uma oposição responsável, sem agressões e petardos. É pedir muito?     

JL

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

VAMOS A VOTOS!


Acabou e não deixará saudades.
Foi uma campanha eleitoral vazia: sem ideias nem a tal chama imensa à altura da grandeza do Benfica.
De um lado e do outro houve populismo, demagogia e politiquice naquilo que de pior a politica tem: uma certa ideia de que os eleitores são todos distraídos, de curta memória ou tão somente mentecaptos.

De qualquer forma, “les jeux sont faits” e amanhã vamos a votos.
Pedindo o impossível, gostaria que das eleições de amanhã, saísse um Benfica unido à volta do seu presidente, preparado para as duras guerras que aí vêm: rompendo com a Olivedesportos, o Benfica desafia de modo irreversível um dos poderes obscuros que atrofiam e manietam o futebol português, pelo que as consequências não se farão esperar.

Não tenho, porém ilusões: no Benfica, as últimas eleições verdadeiramente disputadas foram sempre fracturantes e tiveram as consequências que todos constatamos quando, por exemplo, contabilizamos os campeonatos ganhos nos últimos 25 anos.

O Benfica é o clube da democracia: aprendeu-a e ensinou-a antes do país a saber, sequer, soletrar.
É esta a inveja que rói os miseráveis revisionistas da história , reféns de clubes de inspiração pretensamente aristrocrática ou de outros governados por caudilhos corruptos que apenas sabem jogar sujo.
Vamos, pois, votar.
É o Benfica que está em jogo, deverá ser o Benfica a unir-nos.
A partir de amanhã, que cada um cumpra o seu dever.



RC

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

SOBRE OS DIREITOS TELEVISIVOS


O facto de o Benfica ter possibilidade de negociar os direitos televisivos no próximo ano é um valor inestimável em relação à concorrência. Se exceptuar o timing escandalosamente eleitoralista do anúncio de Luís Filipe Vieira, mesmo sem conhecer o famoso estudo que o Presidente guarda debaixo da almofada, devo dizer que a opção de ficar os conteúdos para a Benfica TV é sem dúvida a melhor opção.
A proposta da Lista B de vender os direitos a um putativo parceiro internacional que daria qualquer coisa entre os 60 e os 70 milhões de euros parece-me sinceramente utópica. Por alguma razão o nome do parceiro não é revelado. O nosso futebol está cheio de milionárias parcerias em período eleitoral.
Mas voltando à transmissão dos nossos 15 jogos da liga (seriam mais se o alargamento tivesse sido aprovado), mais os 21 da equipa B, pela Benfica TV, esta encerra uma série de vantagens que vão mais além da simples questão financeira. Tem a ver com a gestão de toda a logística ligada à transmissão, com o poder inerente ao facto de ser o dono das imagens, com a possibilidade de mais liberdade na definição de horários, na gestão da publicidade estática e de negociação de promoções pontuais.
Estou em crer que as receitas não ficariam longe do oferecido pela Olivedesportos. Passaria obviamente por um sistema misto, entre o canal completamente pago e pay-per-view. No primeiro caso temos um canal que para além da transmissão exclusiva de 36 jogos do Benfica (equipa A e B), mais os jogos internacionais que estão neste momento contratualizados, pode com uma gestão competente apresentar conteúdos que, integrados ou não nas transmissões, podem resultar num elevado interesse. Por exemplo, ao nível do acompanhamento da equipa no antes e após jogo.
No caso do pay-per-view (possibilidade de assistir a apenas a alguns eventos) imaginem os adeptos dos nossos clubes adversários, sabendo que o jogo não dá em nenhum canal aberto e que está à distancia de 10/15 euros? Suponham um grupo de amigos que longe do estádio  se junta para ver o jogo?
Penso que a mensalidade e o pay-per-view em conjunto poderão angariar receitas anuais entre 10 e 15 milhões de euros e isto numa óptica conservadora. Se juntarmos a receita por estarmos numa plataforma exclusiva (meo) e a possibilidade da venda de conteúdos, chegamos a números bastante encorajadores.
Mas a grande vantagem é mesmo cortar o cordão umbilical com a Olivedesportos. O que nos permite a médio/longo prazo, com o mercado com outra configuração, ter uma posição negocial muito privilegiada.
JL

É POSSÍVEL DESCER AINDA MAIS BAIXO?

O candidato da lista A, que até é o atual Presidente, deu ontem finalmente sinais de vida eleitoral. Fez um raide entre Carnaxide e os Olivais aparecendo em tudo o que era noticiário. Repetiu até à exaustão a palavra “mentiroso” e anunciou a dois dias das eleições que já tinha decidido há bastante tempo não renovar o contrato com a Olivedesportos. Esta decisão foi baseada num estudo, cuja encadernação fez lembrar os trabalhos de faculdade dos anos 80/90, paginados na casa das fotocópias do Apolo 70. Um estudo que só ele conhece, estilo terceiro segredo de Fátima, mas do qual tentou mostrar a capa, para o povo comprovar a sua existência.
O candidato da Lista B andava há dias a anunciar que a dois dias das eleições iria revelar um escândalo que envolvia o candidato da Lista concorrente e atual Presidente. O escândalo é que havia pressões sobre funcionários do clube para não votarem na sua lista, esclarecendo a propósito que o voto eletrónico, utilizado no clube há 6 anos e assistido pela Comissão Nacional de Eleições é absolutamente seguro. A seguir o candidato que garantiu nas últimas semanas que os atuais dirigentes andavam a viver às custas do Benfica assegurou que iria tomar medidas judiciais contra o outro candidato porque afirmou que ele queria viver às custas do Benfica.   
JL

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

ANDEBOL CONVENCE

Vitória do Andebol por números elevados (16-34) na Madeira frente à nossa habitual besta negra. Como está diferente esta equipa. Ganha e convence. Não gosto de ser demasiado optimista, mas parece que é desta que vamos lá.
JL

A SUBSTITUIÇÃO E A PERGUNTA

Quando o misto de visionário, mestre e oráculo que dirige a nossa equipa, substitui aos 88 minutos (!) Matic por Ola John,  está a gozar com o jogador que sai, com o jogador que entra ou tão simplesmente a gozar connosco ?

RC

terça-feira, 23 de outubro de 2012

OS TIQUES DO PODER

O que o Benfica necessita de dirigentes que sintam o peso da responsabilidade e não a leveza da superioridade.
Deixando de lado, o aumento exponencial do passivo, as confusões constantes na gestão das aquisições e dos jogadores com contrato, o abandono de várias modalidades com histórico no clube, o autoflagelo institucional representado no apoio a Fernando Gomes e à sua pandilha na Federação. Deixando de lado que por vezes Vieira foi um visionário, ou quem o rodeava na altura, e implementou uma dinâmica muito positiva em algumas áreas do clube e que houve um real crescimento ao nível de algumas modalidades e da formação.
Deixando de lado isso tudo, há um aspecto que vai fazer cair muitos votos na lista B ou no campo dos Brancos ou da abstenção. A arrogância extrema como a Lista A trata as eleições e por inerência a massa associativa.
O símbolo dessa sobranceria é o Rui Gomes da Silva. A sua postura é reveladora dos tiques resultantes da perpetuação do poder. Mas não é só ele. Ela estende-se por vários elementos da Direcção, mas principalmente pelos funcionários principescamente pagos, dos quais o caso mais paradigmático é o treinador da equipa de futebol.
Atitude da Benfica TV e do jornal do clube perante as eleições não foi só decepcionante, foi indecorosa. Indigna da história democrática do Clube. Como é que o Benfica tem um canal e não o utiliza para esclarecer os sócios? Não me lembro, e já passei por mais de uma dezena de eleições, de algum acto eleitoral com esta falta de cobertura às candidaturas por parte do jornal.    
Apesar de tudo Vieira vai ganhar, sendo o efeito autofágico destas eleições resultante de um certo alheamento dos eleitores, consubstanciada na incapacidade da oposição de atempadamente ter demostrado a sua credibilidade. Se é que já demonstrou.
JL
PS: Assim de repente, nestes últimos 3 anos, não me lembro de o Benfica fazer um grande jogo fora nas competições europeias. De certeza que houve, mas não me lembro.   

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

DESCULPEM A INTERRUPÇÃO: O BENFICA JOGA DENTRO DE MOMENTOS...


Ao entrar numa edição on-line de um jornal desportivo, apercebi-me que amanhã joga o Benfica.
A julgar pelo que aí vai, creio ser mais uma invenção da infernal máquina de propaganda de Vieira, mas vou tentar contactar com a candidatura de Rangel para tentar tirar a coisa a limpo.

Em plena fase pré-eleitoral, cada benfiquista reinventou-se, descobrindo novas facetas até agora ocultas ou adormecidas.
Qualquer um de nós é agora um perito em finanças: discutem-se défices como quem fala despreocupadamente da conta que se deve à mercearia do bairro; passivo bancário e não bancário são agora conceitos comuns a qualquer habitante do piso 3 da bancada Meo; fundos de jogadores, patrocínios, namings ou direitos televisivos geram ainda menos unanimidade do que as capacidades goleadoras do Tacuara.
Descobrimos até vocações arqueológicas até agora desconhecidas: há quem garanta que há escavações na Luz tentando descobrir vestígios do ano exacto da filiação benfiquista de Vieira ou se Rangel é sócio há mais tempo do que Luisão.

Perante tudo isto, é, de facto pouco crível e ainda menos importante que haja um pequeno pormenor que ameace distrair-nos da intriga politico-desportiva que gira à volta do folclore eleitoral do Benfica.
Nada de muito importante, de resto: apenas um joguito para a Liga dos Campeões, com uns tipos da Rússia, de nome Spartak de Moscovo.
Uma chatice, de facto.
Logo agora que todos nós estávamos embrenhados em comentários políticos de enorme alcance, tinha de vir a equipa do Vieira estragar tudo com um jogo  que, de facto, a ninguém interessa.

Por mim, tenho ainda a esperança que às 17 horas, Rangel convoque uma conferência de imprensa para revelar ao mundo o 5º segredo de Fátima:   a estátua do Eusébio que está em frente à porta 18 é, afinal, de plasticina, porque a verdadeira está na sala de estar de Vieira.
Ou então que a essa mesma hora, Vieira me salve de um trauma de rejeição, batendo-me à porta e pedindo-me encarecidamente para fazer parte da comissão de honra (que, já agora, ameaça ter mais gente do que o último Benfica-Beira Mar…).

Se assim, não for, tudo bem na mesma, mas tenho de me resignar à minha inutilidade e contentar-me com mais um jogo do Benfica para a Champions League: um aborrecimento, uma inutilidade.


Agora a sério: tragam de lá a vitória e Viva o Benfica!


 RC

EQUIPA B, CRESCER, VENCER.

Uma exibição colectiva a dar para o descolorido, mas com pormenores individuais de deixar água na boca. Notou-se a falta de qualquer coisa no meio-campo, espero que tenham sido só as rotinas. Não me parece que os jogadores levados pelo Jesus tenham assim tanta influência. De resto, vão ganhando e crescendo. Tem sido uma boa aposta.
É verdade, já me ia esquecendo, o menos importante, vencemos por 2-1.
JL

domingo, 21 de outubro de 2012

127-0


127-0.
CENTO E VINTE E SETE A ZERO.
Lê-se e não se acredita que uma equipa do Sport Lisboa e Benfica, seja qual for o escalão, seja qual for a modalidade, possa sair de campo vergada a uma derrota destas dimensões.

E no entanto aconteceu: a equipa de râguebi do Benfica foi este sábado derrotada por Direito por 127-0, ocupando o último lugar sem qualquer ponto e sendo semanalmente dizimada conforme o provam 17 pontos marcados e 261(!) sofridos ao fim de 3 jornadas.

O râguebi não é no Benfica, uma qualquer modalidade: títulos conquistados, uma tradição de boas equipas, alguns jogadores que fizeram história, uma equipa outrora respeitada.

Aos rapazes do râguebi que, estou certo, de forma briosa defendem e suam todas as semanas a camisola do Benfica, um forte abraço de solidariedade benfiquista.

Aos responsáveis por esta situação, um pedido ou antes, uma exigência: expliquem-se, expliquem-nos.

RC

UM PEDIDO À LISTA B


Num debate da SIC Noticias, acabo de ouvir pela primeira vez uma intervenção pública de Martim Borges Coutinho Mayer, um dos vice-presidentes da lista de Rangel.

Uma impreparação enorme, uma argumentação de tal modo pobre, gaguejante e incoerente que ao pé disto até o Rui Cunha parece o Martin Luther King.

Façam-nos um  favor: escondam este rapaz e chamem-lhe apenas Martim Mayer. 
O Dr. Borges Coutinho não é para aqui chamado.


RC


sábado, 20 de outubro de 2012

BERNARDO SILVA


Hoje a equipa de juniores venceu por 10-0 o Sacavenense, foi a oitava vitória seguida. Há um jogador que tem merecido destaque desde o início: Bernardo Silva. Pelo que tenho visto é actualmente o maior talento da nossa formação. Que continue a evoluir.   
JL

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A POBREZA DOS PROGRAMAS


Não é que esperasse grande coisa da candidatura de Rui Rangel. Uma candidatura decidida à pressa, filha da janela de oportunidade que resultou da conturbada Assembleia do Relatório e Contas chumbado. Uma coisa do estilo: “Vamos lá ó Rui! Temos uma hipótese”.
Contudo, o que lemos do seu programa, das suas entrevistas, das suas mensagens é muito pouco. Em primeiro lugar revela um desconhecimento significativo do que se passa no clube. Depois porque por mais obra que tenha feito o actual presidente nos últimos 3 anos, o período que devemos avaliar, muito haveria para propor e para apresentar, mas o que lemos no programa do candidato Rangel é um manancial de ideias muito vagas, de intenções superficiais.   
Todos parecem esquecer que estas são as primeiras eleições para um mandato de 4 anos. É preocupante estar no horizonte um mandato com estas dimensões e as discussões em cima da mesa resumirem-se ao facto se um candidato pagou ou não 5 anos de quotas em atraso ou se o outro tem o 25 ou mais anos sócio.
Sobre a venda dos direitos televisivos, sobre as modalidades, sobre as instalações, sobre o valor dos redpass, sobre a relação com as claques, sobre o relacionamento com o Porto e Sporting, sobre o apoio ao Fernando Gomes, sobre o modelo de organização do futebol, não ouvimos nada. Mesmo sobre o passivo e a situação financeira do clube ficamos exactamente na mesma.  
Anteontem Rui Rangel fez um desafio à blogosfera benfiquista, todos os blogs benfiquistas poderiam dirigir ao candidato Rui Rangel, um máximo de três perguntas, cujas respostas seriam mais tarde divulgadas na página oficial da candidatura. Mesmo com muitas repetidas, as perguntas efectuadas ultrapassaram as duas centenas. O que é revelador do interesse e da necessidade de informação dos Benfiquistas. As respostas a estas perguntas vão ser a ultima hipótese de Rui Rangel de fazer a diferença.
De qualquer forma não se entende como um clube com a tradição democrática do Benfica chega a esta situação cubana de candidatado quase único a um mandato de quatro anos. Se ganhar, como é expectável, Luís Filipe Vieira vai ser de longe o presidente com mais longevidade no cargo. Os 13 Anos de Vieirismo terão, para o bem e para o mal, um peso decisivo no futuro do Clube.
Por isso, era com espectativa que se esperava pelo programa da candidatura do actual presidente. Porque é um conhecedor único da situação do clube e porque quatro anos de governação permite-lhe delinear uma estratégia bem estruturada para desenvolver a médio/longo prazo.
No entanto, se o programa de Rangel é vago, o de Vieira é um autêntico deserto. São 23 páginas em que as primeiras 11 são com a chamada comissão de honra, onde temos de tudo. Mais de metade são funcionários do clube, gente que recebe honorários, que têm interesse na manutenção do establishment. Numa organização associativa que se prese, os seus funcionários, por razões óbvias, estão impedidos de participar na campanha eleitoral que elege os seus dirigentes. No Benfica não se entende assim. Tenho pena. De resto, são os chamados “notáveis”, a maior parte deles nunca põem os pés no estádio da Luz.
A seguir vêm mais 9 páginas para a obra dos últimos nove anos. Nove anos? Mas o último mandato só teve três anos e em democracia são esses que devemos avaliar. Os outros já foram avaliados, e bem, em eleições anteriores. Para além deste abuso temporal, a obra é relatada ao pormenor, chegam até a ser contabilizados o número de subscritores do twitter.
Por fim, vem o esperado manifesto eleitoral. Meramente 3 páginas, esta Direcção demonstrou diversas vezes que para eles os benfiquistas não precisam de saber muito. E o que se propõe fazer nos próximos 4 anos? Lemos e chegamos à conclusão: quase nada. Somente: manter, reforçar e continuar. Vejam vocês mesmo. Em três páginas apenas uma novidade: a criação da Benfica FM (uma boa ideia). Não chega a ser pouco, é mesmo nada.
Perante estas duas listas, apenas nos resta uma coisa: ter fé. Uma fé ilimitada na grandeza do nosso Clube.  
JL

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O MATULÃO E A FORMIGA


A notícia é que não houve notícia e isso é bom. A história recente do Benfica está cheia de surpresas na taça. Desta vez cumpriu, não facilitou, conseguiu descansar alguns jogadores e deu moral a outros. Um saldo bastante positivo.
Uma vitória por 4-0 com dois grandes protagonistas: Matic e Luisinho. O primeiro encheu o meio-campo, o segundo foi uma formiga a trabalhar, a maior parte das vezes bem, durante os 90 minutos. Matic tem sido a grande surpresa esta época e desta vez temos de dar mérito ao Jesus. Quando chegou era apenas um 8 ou um 10 razoável, agora é vê-lo cheio de autoridade entre os centrais a completar o vértice. Já o Luisinho tem algumas limitações a defender, nomeadamente ao nível do posicionamento, mas tem um toque de bola acima da média, e mais importante que tudo trabalha muitíssimo.  
Paulo Lopes muito bem a contrariar pelo menos duas vezes o Jardel, que foi o jogador mais perigoso para o …Benfica. Jardel deve estar a revelar algum cansaço, entre equipa A e B não parou de jogar desde o início da época. De destacar o regresso do Tacuara. Cardozo andou por ali sem grande brilho, fez alguns passes positivos, marcou um golo numa jogada estupenda mas tirou outro ao Sidnei. E por fim saúda-se precisamente o retorno de Sidnei aos “A”, lento mas de técnica e posicionamento apurado. Não sei se umas experiencias a trinco não lhe fariam bem.
JL

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A LISTA DO "PORQUE SIM" E A LISTA DO "PORQUE NÃO"


Sem surpresa, o período pré-eleitoral está a revelar-se um autêntico fiasco.

Se havia quem, por ingenuidade ou genuína crença na bondade da raça humana, imaginava uma campanha com algo de novo, estará nesta altura a falar sozinho e a relembrar com nostalgia os tempos das grandes disputas eleitorais no Benfica.

Vieira está desgastado e entende-se: foram 10 anos duros, marcados por uma conjuntura externa difícil e por erros próprios que se tornaram, não poucas vezes, incompreensíveis porque cometidos e repetidos.

Rangel aparece a cavalgar aquilo que pensa ser uma onda mas que não passa do normal refluxo da maré.
Pouca convicção, umas tiradas que tentam captar a atenção mas, no fundo, nada de novo.

Também as listas são fraquitas.
A de Vieira com uma galeria de vice-presidentes que tem dois pesos bem pesados, de estilo pouco recomendável e de duvidosa utilidade: Rui Cunha e Rui Gomes da Silva.
Nuno Gaioso é um novato nestas andanças (o que nesta altura pode ser óptimo ou péssimo) e Domingos Lima tem feito um trabalho meritório na dinamização das casas do Benfica.
Sobre Moniz, ainda posso tentar compreender o porquê da inclusão, embora não aprecie particularmente a personagem e desconfie das suas ligações e reais intenções.
Espero apenas que não nos traga a Teresa Guilherme para speaker, mas já nada me espanta.
Quanto a Varandas Fernandes, é, ao que parece, um individuo de óculos que apareceu há 3 anos a dizer mal de Vieira.

A de Rangel, parece uma arca de Noé: um exemplar de cada espécie.
Entre 3 ilustres desconhecidos (pelo menos para mim), um ex de Vieira (Fernando Tavares), um ex mais antigo que demonstrou sempre alguma benevolência em relação a Vale e Azevedo (Cunha Leal) e um de apelido sonante e histórico que fará suspirar de saudade qualquer benfiquista que se preze. Junte-se um habitué destes confusos períodos eleitorais ( Arrobas da Silva) e está feito.

Sobre a mensagem, vamos esquecer o que já ouvimos e provavelmente ainda mais rapidamente esqueceremos o que iremos ouvir até dia 26.
Não há uma única ideia nova, o que até não espantaria da parte de Vieira, que assume claramente a continuidade, para o bem e para o mal.
Lamentável é que de Rangel nada mais se oiça do que “uma auditoria” (um clássico must de qualquer período eleitoral no Benfica) e a velha conversa estafada dos jogadores portugueses e da formação.
Todos concordamos obviamente com um melhor aproveitamento da formação, mas todos conhecemos a triste sorte dos idiotas que acreditam convictamente que tudo o que sai da academia é ouro puro: se Rangel quer acabar como o sportém, é lá com ele.

Enfim, da espuma dos dias que passam, recolhem-se duas grandes ideias desta campanha eleitoral: porque sim e porque não, que o mesmo é dizer Lista A  e Lista B.

E estamos assim…


RC

O DIABO ESTÁ NOS DETALHES

Um padrão da política de comunicação do Benfica nos últimos anos é esta: queremos saber o que se passou com o nosso jogador Michel? Lemos o relatório e contas do Sporting de Braga. Queremos descobrir que pagámos um milhão de euros ao Vitória de Guimarães pelo jogador Targino que nunca veio? Vemos o relatório e contas do Vitória de Guimarães. Podia continuar infinitamente. Começava por exemplo na venda do Simão ao Atlético de Madrid e acabava com a compra do Sálvio ao mesmo clube. Nunca nada é totalmente claro neste Benfica, nada é informado a tempo e horas. Um sócio interessado e curioso tem de andar a esgravatar nos jornais e na net entre um oceano de verdades e mentiras. Provavelmente as cabecinhas do marketing e da comunicação do clube não estão aptas para trabalhar com uma massa associativa interessada, curiosa e participativa, mas com uma clientela amorfa e acrítica. É uma questão de aptidão.  
São apenas detalhes dirão, mas são muitos.
JL

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

AS MODALIDADES E AS ELEIÇÕES


Perguntava-se até hoje na blogosfera: por onde anda o vice João Coutinho? Multiplicavam-se as fontes que confirmavam que o vigente vice-presidente das modalidades não faria parte da lista do actual presidente. Algo que já era espectável. Aliás, muito sintomático foi a reportagem desta semana no jornal do clube sobre as modalidades de pavilhão do clube. Nem uma palavra sobre aquele que apenas formalmente era o responsável por elas. De resto estão lá alguns dos que realmente dirigem: Luís Filipe Vieira, Carlos Lisboa e Ana Oliveira.
No Benfica, os dirigentes vão e vêm, uns cumprem como podem, outros nem por isso. É dever do verdadeiro benfiquista exercer funções no clube quando para isso é solicitado. E quando se tem a honra de servir o SLB deve-se fazê-lo cumprindo os estatutos e o desígnio do clube e abraçando a causa com coragem. A história do Dr. João Coutinho no Benfica é idêntica a outros vices que passaram ou vão passar pelo clube no reinado de LFV. São eleitos, dão cara, mas não mandam nada. As principais orientações estratégicas não passam por eles. São uma espécie de testas de ferro ou mordomos oficiais.
LFV sempre convidou para as suas listas figuras que poderiam trazer no futuro alguns benefícios para o Benfica ou para ele (ou para os dois). Por exemplo, a Direção que agora cessa funções é de um equilibro exemplar no que diz respeito à representação de elementos com ligações aos partidos do arco do governo: Luis Nazaré (PS), Domingos Lima e Rui Gomes da Silva (PSD), Sílvio Cervan (CDS). 
O convite ao Dr. João Coutinho veio nessa linha. No caso foi devido a uma forte espectativa de retorno financeiro, já que à época, através da sua empresa, afigurava-se como um importante patrocinador do clube, nomeadamente das modalidades. Neste campo as espectativas foram totalmente goradas, porque a situação alterou-se significativamente, não sendo portanto crível que continuasse em funções.
Como foi referido atrás a estratégia para esta área foi sendo definida em grande medida em outros gabinetes do estádio que não o ocupado pelo Vice-presidente em causa. Neste prisma até podemos dizer que a sua actuação não foi totalmente negativa, aparecia, ficava bem nas fotos das vitórias, mas não atrapalhava. É certo que nunca colocou em causa a unidade, nem prejudicou o clube, no entanto, isso parece-me muito pouco para um vice-presidente eleito pelos sócios e nesta Direcção não foi caso virgem.
Formalmente foi o responsável pelos resultados, mas a realidade era bem diferente. Na maior parte das vezes o gestor nomeado pelo presidente é que despachava directamente com os responsáveis das secções.  Sem a vantagem financeira, perdeu obviamente o seu espaço.
Neste panorama pode-se perguntar o que poderia ter feito mais. Por exemplo, se as modalidades de pavilhão, e mais tarde o atletismo, estavam protegidas pelos burocratas do staff presidencial, as “pequenas” modalidades, menos mediáticas, tiveram de fazer o seu percurso de forma quase totalmente desamparada e entregues si mesmas. E neste campo exigia-se mais proatividade ao vice-presidente.  
No râguebi, apesar de ser uma SAD, nunca nos podemos esquecer que o Benfica como accionista de referência tem muitas responsabilidades. Num desporto com alguma visibilidade são degradantes os resultados da equipa principal, como são vergonhosas as condições de treino e o silêncio sobre o abortado (será?) projeto de Oeiras.
Depois temos o Ténis de Mesa (a vegetar na 2º divisão), o Bilhar, as Artes Marciais, a competição da Natação e a Ginástica, modalidades que estão há anos secundarizadas no panorama desportivo nacional, com uma evolução lenta ou nula, sem projecto definido e com fogachos muito pontuais. Um lado B da nossa actividade que muitos ignoram.
Acrescento ainda que este foi o mandato que fechou o Judo e o Tiro com Arco, duas modalidades olímpicas, cujos processos deveriam envergonhar os responsáveis do clube. A bem da nossa imagem ainda bem que não foram mediaticamente esclarecidos. E temos a aposta em atletas isolados desenquadrados de qualquer secção: Judo, Triatlo e Canoagem. Tudo isto passou e passa ao lado do Vice-presidente.  
Depois há aspectos da actividade que era útil sermos esclarecidos. Quanto custa ao clube a manutenção do golfe? E com que benefícios? Qual é a despesa anual em instalações alugadas para a formação das várias modalidades? Não se poupava mais construindo ginásios na Luz?
As modalidades são um dos maiores trunfos eleitorais de Luís Filipe Vieira, nomeadamente porque na última época os resultados foram relevantes, mesmo em cima da meta, mas relevantes. Há muito que não havia tantas conquistas, mas esteve longe de ser o ano mais vitorioso de sempre como foi erradamente propagandeado. Contudo, ficámos com a sensação que a correlação Investimentos/resultados não foi tão positiva assim. Não sendo necessário fazer mais, é imprescindível fazer melhor.  Para isso pede-se ao próximo responsável, seja ele qual for, que o primeiro objecto que utilize que seja uma vassoura.
JL

domingo, 14 de outubro de 2012

MAIS DO MESMO: VERSÕES A E B


Sem surpresa, Luís Filipe Vieira anunciou a recandidatura.
Sem grandes expectativas aguardo a apresentação da candidatura de Rui Rangel.

Da apresentação da candidatura de Vieira, pouco há a dizer: depois de Rui Costa há 3 anos, mais uma vez um coelho saído da cartola, desta vez sob a forma de José Eduardo Moniz.
Uma aparição estranha, a de Moniz.
Tal como há 3 anos, não confio demasiado neste súbito ataque de benfiquismo do antigo patrão da TVI e desconfio ainda mais de algumas das suas ligações.
Quanto ao discurso de apresentação da candidatura, apenas um enorme bocejo: não há uma ideia nova, mas mais grave, não há a humilde assunção de qualquer erro.
Os avanços e recuos em relação á figura do director desportivo (a questão Rui Costa merece em si mesma um post, mas lá chegaremos) e os erros cometidos na incoerente gestão do futebol nenhum comentário mereceram a Vieira; sobre o vergonhoso apoio a Gomes e à sua camarilha, nem uma palavra também.
Percebe-se: o tema é demasiado soturno, como tudo, aliás, o que envolve o posicionamento do Benfica em relação á superestrutura que domina o futebol português.


Quanto a Rangel, apresentará amanhã a sua candidatura e, presume-se, os nomes que constituirão a sua lista.
Para já, conhece-se apenas o do candidato à liderança da mesa da AG : Paulo Olavo Cunha é, sem dúvida, uma excelente escolha.
Não me iludo, porém, com a candidatura de Rangel: não tenho dúvidas que se trata basicamente de uma candidatura colada com cuspo na ânsia desenfreada de encontrar uma alternativa a Vieira.
Não acredito que uma candidatura apresentada à pressa e em cima da hora se traduza num programa válido, coerente e consentâneo com as necessidades, as responsabilidades e os desafios que se colocam ao Benfica aqui e agora.
Por outro lado, não tenho qualquer dúvida que, no essencial (e basta ver alguns nomes que por lá têm cirandado), a candidatura de Rangel se vai tornar num albergue espanhol cujo cimento será essencialmente o ódio a Vieira, entre ressabiados, habituais frequentadores de candidaturas e simples oportunistas.

Como benfiquista, espero, sobretudo, que da campanha e da discussão nasça alguma luz num clima de elevação e de respeito pela tradição democrática do Benfica.
Sou, de facto, um optimista incorrigível.

 RC


UM DOMINGO QUALQUER


O agradável passeio do futebol profissional pelos Emiratos, com uma exibição QB e bonitos golos, enquadrado em douradas promessas de investimentos e patrocínios milionários, não fez esquecer os deprimentes resultados do futsal. Na Geórgia os rapazes mostraram mais uma vez que o 5X4 não é para eles, seja a defender, seja a atacar. E demostraram essencialmente como estão longe da elite europeia, apesar do investimento. 
A formação do futebol também fez honra de estragar o idílico fim-de-semana da apresentação da candidatura presidencial. As derrotas em Sacavém e em Alcochete dos Iniciados e Juvenis, respectivamente, fazem-nos descer à terra. Inenarráveis foram os números do râguebi. Não podemos ganhar sempre, mas não devemos perder assim.
Salvam-se as duas almofadas competitivas desta época, o voleibol (duas vitórias por 3-0) e o Basquetebol (conquista do troféu António Pratas). Na segunda a distância qualitativa entre nós e os outros chega mesmo a ser pornográfica.  
JL

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

UNIVERSAL

“Uma manhã, no entanto, chegámos ao porto de Lisboa (…) que eu imaginava, nos meus sonhos febris, como uma cidade negra, com gente vestida de negro, com casas feitas de ébano, ou de mármore negro, ou de pedra negra, talvez por no meu delírio febril tivesse alguma vez pensado em Eusébio, a pantera negra daquela selecção que tão bom papel desempenhara no Mundial de Inglaterra de 66.” 
De Roberto Bolaño in “Os Detectives Selvagens”   

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

LAGARTIXAS EM BICOS DE PÉS


A lagartagem acusou o Benfica de ter «rompido um pacto de não-agressão» com a contratação do atleta Hélio Gomes, corredor de 1.500 metros, e assume-se pronto para «retirar todas as consequências» do sucedido. Que o façam e o mais rapidamente possível.
Há muito que venho a questionar este acordo que temos com gente que nem vestidos de lavado se poderão algum dia confundir-se com cavalheiros. Ao fim de pouco mais de 100 anos de convivência os nossos dirigentes ainda não aprenderam que ao darmos a mão somos imediatamente mordidos. Sempre assim foi, está na sua génese.   
Ainda há pouco tempo fizeram um chiqueiro imenso por causa da caixa de segurança, que só por sorte não escambou numa tragédia, ainda há menos tempo emitiram um longo comunicado com ofensas pessoais ao nosso Presidente, por causa de uma frase onde nem sequer eram nomeados. Só dos compadres lá de cima é que nunca têm desgostos, mesmo quando os outros não usam vaselina.
Nunca percebi as vantagens deste acordo. Se o Benfica é mais forte e tem mais capacidade, não vejo razão para estar a limitar a sua acção. Porque em outros períodos da história o Sporting soube bem aproveitar as nossas fragilidades.
Que a Direcção eleita a 26 de Outubro denuncie este acordo e arranque de lá umas atletas para a equipa feminina que bem precisamos.

JL

A CANDIDATURA DE RUI RANGEL


Depois do fogo fátuo de há 4 anos com aquela coisa algo híbrida pomposamente chamada "Movimento Benfica, vencer, vencer!", ao que parece, Rui Rangel é candidato e isso é inequivocamente uma boa notícia para o Benfiquismo.

A história centenária do Benfica é também feita de grandes combates eleitorais, de acesos debates e de uma vida associativa riquíssima porque interventiva, participante e empenhada.
Não há melhor nem maior causa do que o Benfica e todos não seremos nunca demais.

Gostava, contudo, que Rangel tivesse aparecido de outra forma.
Que, por exemplo, na lamentável AG de há duas semanas, tivesse adoptado uma postura de estadista e que tivesse tomado a palavra, dando a conhecer o seu pensamento e as suas ideias aos benfiquistas.
Era aquele o local próprio para, de certa forma, preparar a sua candidatura, fazendo uma intervenção de fundo, convenientemente preparada, pondo em causa um mau relatório e contas e uma apresentação ainda pior por parte da Direcção.

Ao invés, Rangel preferiu cómoda e cinicamente ficar junto ao seu staff, tranquilamente encostado à parede do pavilhão, enquanto a direcção ia ardendo em lume pouco brando, por força de um trabalho nem sempre limpo feito por uma espécie de tropa de choque.

Não sei nem me interessa muito saber se tudo foi previamente preparado em conjunto: se quem gritava, insultava e rebentava petardos estava por conta de quem tranquilamente assistia a um espectáculo deplorável, mas não sou ingénuo ao ponto de pensar que tudo não passou de uma coincidência ou de um movimento espontâneo.

Dir-me-ão que estiveram bem uns para os outros: uma direcção desleixada e indigente, fechada na sua torre de marfim, apresentando as contas de forma deplorável a uma plateia fanatizada, incendiada em ódio puro e duro, como nunca assisti em Assembleias-gerais do Benfica.
Perante o Benfica, todos estiveram mal, é o que me parece óbvio.

De qualquer forma, que Rui Rangel seja bem-vindo ao processo eleitoral do Benfica: unanimidades de tipo norte-coreano não estão propriamente no ADN do nosso clube e como parece evidente, levam as elites dirigentes a viver numa espécie de auto-satisfação autista, fechando-se à realidade.

Esperemos, pois, pela apresentação da candidatura de Rangel: que seja um sinal de vitalidade e de pluralismo benfiquista e que, sobretudo, não se deixe transformar num albergue espanhol movido apenas pelo ódio a Luís Filipe Vieira.


RC

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

VITÓRIA DO ANDEBOL


Boa vitória do nosso andebol em Odivelas frente ao Sporting  por 28-22 e mais uma grande exibição o nosso guarda-redes. O andebol está a fazer um início de época irrepreensível.
JL

VIEIRA: LUZ E SOMBRA


Este blog escrito a dois tempos e a quatro mãos, não poucas vezes tem sido extremamente critico em relação a muito do que constitui o actual estado da nação benfiquista.
Não o fazemos por nenhum motivo em especial, nem nos movem outros objectivos que não sejam o de tentar contribuir para um Benfica melhor, mais forte, mais vezes vencedor.
Uma espécie de “cidadania benfiquista”, se quisermos.
Não pertenço a nenhuma facção, nem me movem ódios de estimação relativamente a outros benfiquistas.

Tudo isto para dizer que nada me move (e interpreto, seguramente, o estado de espírito do meu companheiro de blog e de Benfiquismo) contra Luís Filipe Vieira.
Mais: porque nada tenho a dissimular, assumo a condição de votante em Vieira nas duas últimas eleições: mais convictamente na primeira eleição do que na segunda…
Luís Filipe Vieira merece o meu respeito, quanto mais não seja porque é o presidente do Sport Lisboa e Benfica, eleito democraticamente como é apanágio desta casa que, no que a liberdade e democracia diz respeito, não tem lições a receber de ninguém.

Mas não só: Vieira poderia ser sair hoje que ninguém lhe tiraria um lugar de relevo na história do Benfica.
O Benfica de que LFV é presidente, pouco tem a ver com o clube arruinado, descredibilizado, financeira, desportiva e moralmente falido que encontrou: sem dinheiro, sem acesso ao sistema financeiro a quem ninguém fiava um cêntimo que fosse.
Um clube vindo de uma gestão danosa e desleixada e de um saque meticulosamente organizado  e levado às últimas consequências.

Assim, das ruínas de um cataclismo chamado Vale e Azevedo e seguindo as pisadas de Manuel Vilarinho( um homem a quem verdadeiramente o Benfiquismo ainda não fez justiça!), Vieira  reergueu um novo Benfica, qual fénix renascida das cinzas.
Não é argumento falacioso para enganar ingénuos ou almas menos avisadas: a história é a que é, por muito que o revisionismo esteja em voga e dê jeito a muita gente.
Vieira fez tudo isso e mudou o Benfica: um novo estádio, 2 pavilhões, um centro de estágio, um Benfica renascido desportivamente, voltando, de novo, às vitórias.
As modalidades antes extintas ou moribundas renasceram e mesmo com alguns erros e acidentes de percurso, fizeram o seu caminho: o Benfica domina hoje claramente o panorama das modalidades com várias vitórias importantes no futsal, no basquetebol e até no hóquei em patins, feudo durante mais de uma década dos senhores da batota e da corrupção.
Também o futebol mudou, sejamos justos e ainda que esporadicamente, voltou ás vitórias com a Taça de 2004 e os campeonatos de 2005 e 2010.
Com condições de trabalho completamente inigualáveis na história do clube, passaram pelo Benfica em diferentes fases da “era Vieira” jogadores como Tiago, Simão, Nuno Gomes, Zahovic, Mantorras, Miccoli, Katsouranis, Karagounis, Suazo, David Luiz , Ramires, Fábio Coentrão, Javi Garcia, Witsel, alguns deles valendo encaixes fabulosos e inimagináveis há poucos anos.
Mesmo “sangrado” anualmente, por cá continua um lote de grandes jogadores, grande parte deles internacionais: da Argentina ao Brasil, do Paraguai à Sérvia.
A formação, antes moribunda e completamente desleixada voltou às vitórias; temos de novo uma equipa B que pratica um excelente futebol e está nos lugares cimeiros da 2ª liga.
A exemplo dos grande clubes europeus, temos hoje um canal de televisão, algo que há uns anos pareceria cenário de ficção cientifica.
É um Benfica diferente: de novo credível, respeitado internacionalmente, honrando os seus compromissos, parceiro de negócios respeitado.
Também e sobretudo a Vieira o devemos e esquecê-lo não é justo.

Passaram 10 anos.
Duas eleições ganhas com votações esmagadoras e um poder quase absoluto.
Vieira teve o Benfica na mão e condições únicas, provavelmente irrepetíveis para fazer voltar o Benfica aos seus tempos de glória e de vencedor quase crónico.
E contudo, Vieira falhou quando o mais fácil parecia precisamente… não falhar.
Repetindo os mesmos erros, confiando em quem não deveria apostar um tostão furado.
Mudando estratégias, desfazendo o que estava bem feito, secundarizando completamente a figura do director-desportivo.
Sejamos claros: os dois únicos campeonatos da “era Vieira” foram ganhos quando a gestão directa do futebol estava entregue a quem sabe do oficio: José Veiga em 2004-2005 e Rui Costa em 2009-2010.
E por duas vezes, LFV repetiu o mesmo erro, tratando de descartar-se rápida e inexplicavelmente daqueles que foram peças fundamentais da vitória.
Com isso, Vieira por uma e outra vez escaqueirou o trabalho feito, perdendo uma oportunidade histórica de terminar definitivamente com o domínio sujo do Porto.
A juntar a uma gestão interna desastrada, junte-se o incompreensível apoio institucional a figuras sinistras do futebol português e está encontrada a  fórmula mágica para tão poucas vitórias em 10 anos.

Assumindo pessoalmente a gestão do futebol, Vieira terá provavelmente dado ouvidos a quem não devia, renegando quem verdadeiramente o ajudou a ganhar.
É a pior face de Vieira: o vieirismo, uma espécie de criatura que ameaça devorar o criador.
São os novos cortesãos que pululam na SAD, defendendo interesses que não, seguramente, os dos Benfica.
Uma SAD metastizada por não benfiquistas, uma estrutura profissional sugada por gente no fundo estranha e alheia ao Benfica, aos seus valores, à sua história  e  aos seus reais interesses, defendendo apenas o lugar, a mordomia, o estatuto, fazendo da subserviência e da intriga uma forma de vida.


Esta espécie de anomia em que vive actualmente o Benfica é consequência, pois, da pior face de Vieira: um poder quase absoluto que ameaça engolir o clube, secando tudo à sua volta e colocando o Benfica nas mãos pouco recomendáveis dos cortesãos tecnocratas da gestão e do marketing, para quem os sócios são números, os jogadores são activos e o Benfica nasceu no dia em que pisaram as alcatifas do novo Estádio da Luz.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

PODRIDÃO EM DIRETO

Não que o ex-fiscal-de-linha seja uma ameaça, mas dizer que "aqui não alternamos" é uma afronta. E vai daí o Aguiar, qual Bispo no tabuleiro, habituado a mover-se pela diagonal e na sombra, perda as estribeiras e grita a morada do restaurante de Devesas Neto em direto na TV para avisar os peões. Mas a morada não chega aos asnáticos serviçais e esforça-se por explicar a sua localização ao pormenor. Serão os sinais para uma visita da turba habitual? Assim se mantem o respeitinho.
Ver a partir do minuto 57 


JL

NOITES EM FAMÍLIA

O Benfica joga um particular com o Baniyas SC no Dubai, no próximo domingo pelas 16 horas portuguesas. Uma boa oportunidade para colocar alguns jogadores pouco ou nada utilizados (Olá Miguel, Olá Luisinho, Olá John) e experimentar alguns da equipa B para assegurar algum imprevisto em lugares chave da equipa. Por exemplo, um trinco (um seis como se diz agora) para colmatar um impedimento do Matic.
Mas como o racional por vezes é algo que não assiste este Benfica lá se resolveu marcar o jogo da equipa B precisamente para o mesmo dia e às 20 horas. Continuo a não achar razoável esta calendarização e horários dos jogos. O Jogo da B podia ser no sábado à tarde, ou mesmo na sexta. Mas não, fica para domingo, ainda mais à noite. Nem a luz se poupa.
JL

domingo, 7 de outubro de 2012

EU SEI PORQUE FICAMOS CADA VEZ MAIS EM CASA


Ontem estiveram pouco mais do que 28 mil pessoas na Luz. Podiam até ter sido menos, se não fossem as habituais borlas. Só para o Regimento de Comandos foram largas centenas (milhares mesmo). Se juntarmos os novos sócios baptizados e respectivos familiares, os pais dos miúdos das escolas e mais algumas das habituais ofertas, dá para ter uma ideia do nível de adesão ao jogo. Estivemos bem abaixo do número de espectadores que estiveram em Alvalade no último jogo em casa, um clube que está nas ruas da amargura.
Estes números deviam fazer soar o alarme nos corredores da Luz. Como é que o grande Benfica, líder do campeonato, a um sábado à noite, consegue ser tão pouco atractivo. A aproximação do jogo com o Barcelona e a crise não explicam tudo. As mentes brilhantes que organizam os jogos e os promovem deviam de conseguir ir mais além.
Em primeiro lugar recordo-me de há dois ou três anos o Presidente encher a boca com as horas impróprias em se realizavam os jogos e da necessidade de devolver o futebol às famílias. Tudo ficou na mesma. Não há nenhuma explicação razoável que não seja os interesses da própria Sport TV para o jogo ser às 20.30. Perante o silêncio cúmplice da Liga e Federação o futebol vai morrendo nas bancadas.
Mas se neste caso a culpa do Benfica é por inacção, há outros aspectos que são da inteira responsabilidade do clube. Como foi referido aqui, a opção de acompanhar o aumento do IVA nos bilhetes foi no mínimo suicidária. Gostava sinceramente de ter acesso aos números, mas estou em crer que a queda na venda do redpass foi de quase 50% e esse facto reflecte-se nestes jogos. Nenhum dos génios pagos acima do valor de mercado que deambulam nos gabinetes da Luz pensou na opção de vender os redpass a prestações? De promoverem redpass lowcost, sem acesso aos grandes jogos?
Mas há mais a referir. Estar no estádio é cada vez menos agradável. Começa logo nos acessos. Compreendo que quando recebemos o Sporting, o Porto, o Braga ou quando é um jogo internacional haja algum controlo nos acessos. Mas justifica-se quando recebemos o Beira-mar ou o Nacional ter de passar por três barreiras de controlo? Nas modalidades é a mesma coisa, já repararam a quantidade de seguranças que estão num jogo de Voleibol ou Andebol contra equipas que nem adeptos trazem? É um autêntico estado policial. Um sócio nem se sente bem na sua própria casa. Se tivéssemos um conselho fiscal a sério era interessante uma auditoria à relação comercial entre o Benfica e a empresa de segurança.
Esta paranóia pelo controlo de movimentos é tão elevada que no piso 0 das bancadas, o espaço atrás das últimas cadeiras foi pintado com uma listas amarelas e com a frase (cito de memoria) “não é permitido permanecer neste local”. Querem que sejamos tipo robot; chegar, pagar e sentar. Como animais amestrados.
O próprio ambiente do estádio está cheio de cacofonia. Somos permanentemente “convidados” a gritar, a cantar, a agitar bandeiras, a levantar cachecóis. Não há a espontaneidade que tanto nos atrai nas manifestações humanas. Até os golos são musicados. No momento maior que é um golo do Glorioso, quando queremos extravasar a nossa paixão, fazem perguntas sobre o apelido do marcador. Um autêntico stress. Pior que uma chegada de ciclismo.
No cômputo geral o clube tornou-se cada vez mais fechado. Ninguém fala directamente para os sócios. Ninguém explica nada. Na Benfica TV somos tratados de forma infantilizada, o Jornal do Benfica é uma sombra do que já foi, a sua distribuição é mais fraca do que a da revista do Inatel, o que se escreve não acrescenta nada ao que já sabemos. Onde se discute os grandes desafios do clube? Onde se apela à participação associativa? A realidade do Benfica é complexa e o clube não devia ter medo de problematizá-la. Fala-se mais nos outros do que em nós.  
Esta atitude amorfa dos sócios devia preocupar a Direcção. Tentar perceber porque é que ontem só estiveram 28 mil pessoas no estádio. Porque só estiveram 35 mil na apresentação contra o Real Madrid. Porque não vem mais gente aos pavilhões. Porque é que o jogo com o Barcelona só esgotou no próprio dia?
Diz a lógica eleitoral que em ano de eleições, para quem está no poder e quer ser reeleito, é a altura ideal para criar uma forte dinâmica no clube, uma onda de entusiásmo. O que assistimos neste momento é o contrário disso, o que me deixa bastante preocupado. Se a um mês das eleições é assim, o que será com um horizonte de quatro anos pela frente?
JL

GANHAR, APESAR DE MUITA COISA


Apesar do azar, na primeira vez (poucas vezes lá foram) que o Beira-mar vai à baliza do Benfica marca, num falhanço pouco habitual do Artur. Apesar da falta de atitude de grande parte dos nossos jogadores. Revejam o jogo com o Barcelona e reparem na forma como o jogadores da equipa da Catalunha se movimentam, como correm para receber um passe de um lançamento de linha lateral, a concentração com que estão em todo o jogo. Não tem a ver só com classe, tem a ver com garra. E isso incute-se e não custa dinheiro. Apesar da trapalhada das substituições do Jesus, fora de tempo e as quais tenho dificuldade em compreender. E apesar da indigente parte final do jogo, completamente com as calças na mão, a pedir o apito final do árbitro.
Os “B” não tiveram tanta sorte. Foram-se desleixando ao ritmo dos golos que marcavam e perdendo a humildade que lhes deu vantagem em outros jogos. Há um lance no final que é paradigmático, cinco jogadores do Benfica contra apenas três do Portimonense e bola acaba devagarinho nas mãos do guarda-redes. O acessível Portimonense acabou por fazer o 3-3 no último minuto, com um penálti fantasma. Mereceu.
 
 
JL