N

Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


quarta-feira, 27 de novembro de 2013

DOS RODRIGUINHOS AO RODRIGÃO



Parece que o fácil não é para nós. Tem de haver sempre emoção e incerteza. E, qual cereja no topo do bolo, heróis improváveis. Esta equipa não vive sem heróis improváveis.  
E assim andamos, a balançar no arame, sem rede por baixo. A malta grita de susto, mas Jorge Jesus, como um Vasco Santana a dar lume ao candeeiro, tira o chapéu e de forma muito pouco graciosa faz-nos uma saudação fidalga. E o espectáculo continua, como se fossem malabaristas, contorcionista, palhaços e acrobatas.  
Porque não houve acidentes, foi uma boa noite. O povo feliz espera pelo próximo número. Outras vezes, os artistas não foram tão felizes e aconteceu a tragédia. Mas o circo pode ter que partir brevemente. Curioso é que pode dar-se o caso de ser graças a um palhaço chamado Roberto.    

JL

domingo, 24 de novembro de 2013

O VELHO, O RAPAZ E OS BURROS

O Velho adorava sentar-se no banco e não era certamente para sentir o cheiro da relva.
(hoje em dia prefere obviamente o conforto das poltronas do camarote presidencial: a idade não perdoa e não falta quem faça esse tipo de trabalhinho…)
Décadas de banco, deram-lhe o poder da intimidação directa sobre árbitros e fiscais-de-linha, jogadores adversários, meio mundo.
O Mal, o Poder, não era uma entidade abstracta nem distante: estava ali, sentado no banco.

O Rapaz mal chegou ao poder anunciou ao mundo: vou sentar-me no banco.
E por lá tem andado.
Agarrado aos jogadores, festejando golos, vociferando impropérios, ameaçando árbitros.

O Velho era (ainda é?) o campeão da “fina ironia”.
Dislates e baboseiras em série quando estava na mó de cima, obviamente; os cobardes são assim.
Sempre para gáudio de uma comunicação social sabuja, rasca, acrítica.

O Rapaz está no bom caminho: depois da piada sobre a aliança na mão esquerda, veio com a conversa dos papões.
A mesma comunicação social, claro!, delira com a voz grave do Rapaz e com a sua fina ironia.

O Velho tem 30 e muitos de poder; leia-se intimidação, chantagem, ameaça, batota, vigarice, violência.

O Rapaz ainda não teve tempo para tanto mas sabe bem ao que vem e que tem estilo, ninguém pode negar.

Nesta estória faltam os burros, dir-me-ão.

Nada disso: são todos os que acreditam que o Rapaz é uma lufada de ar de fresco no futebol português.



RC

UMA PERGUNTA



E se Luís Filipe Vieira, num fim de um jogo, chegasse junto ao árbitro, de dedo em riste e dissesse: “temos de falar, só nós os dois”? 

JL

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

BERNARDO SILVA, UM GAJO DE SORTE

“Não sei se Bernardo Silva quis mesmo fazer aquilo ou se foi sorte”.

Mais ou menos assim se referiu o palrador de serviço à magistral jogada de Bernardo Silva no 1º golo de Portugal perante Israel em jogo de qualificação para o Europeu de Sub-21.

Não, não foi a Sportv, nem o Porto Canal, nem o Barroso da figadeira estragada, nem o labrego do Serrão.

Foi mesmo o serviço público de televisão que, por acaso, todos nós pagamos.
Até o Bernardo, esse trapalhão sortudo.



RC



domingo, 17 de novembro de 2013

UMA AVENTURA ETERNA E GLORIOSA



Uma grande aventura com quase cem anos. Na imagem a primeira equipa de hóquei em patins do Sport Lisboa e Benfica em 1917. A partir dessa data, de forma ininterrupta e inédita, o Benfica tem somado glórias atrás de glórias. São 105 títulos oficiais, destacando-se 22 Campeonatos Nacionais, 12 Taças de Portugal, 7 Supertaças, 1 Taça dos Campeões Europeus, 2 Taças C.E.R.S., 2 Taças Continentais, 1 Torneio Montreux e, este sábado, 1 Taça Intercontinental. 


JL

domingo, 10 de novembro de 2013

O BRUNO TEM RAZÃO!




Bruninho, tens toda a razão: errar sempre para o mesmo lado, não é humano.

Nesta noite,por exemplo, a cavalgadura que não assinalou este penalty foi exactamente a mesma alimária que não assinalou o fora de jogo ao Montero na jogada que deu o 1º golo ao Sportém.

Onde estavas nessa noite, rapaz ?
Armado em presidente/delegado ao jogo ou em casual ?

RC


TOMAR BALANÇO



Quero acreditar que as derrotas, expressivas diga-se de passagem, do basquetebol e do voleibol foram para "tomar" balanço cá de trás, ou seja, para ganhar velocidade para quando passarmos por eles. Ou sendo mais jesuíta: “tomara que seja”. Caso contrário poderia acontecer como no dérbi de hoje, estávamos tão avançados que que tivemos de esperar pelos Lagartos. 

Já que estamos numa de ironia, não fina que essa é exclusiva do velho lá de cima, devo dizer que esta lagartagem é excepcional. Ouvir um jogador de uma equipa que faz o primeiro e ultimo remate dos noventa minutos em bola corrida apenas e só aos 37 minutos, a dizer que o Benfica jogou no erro, é de tal forma hilariante que nunca pode merecer resposta. Aliás, é o que espero do Benfica depois da brilhante aparição aos jornalistas do batatoon que é presidente do grémio do Lumiar, um estrondoso e olímpico silêncio. 

JL

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

ENTRE O FASCISMO E A ESTUPIDEZ



Albert Einstein assegurou que apenas duas coisas no mundo são infinitas: o universo e a estupidez humana. Todavia, o físico salientou que ainda não tinha adquirido a certeza absoluta no que respeita ao universo. Passados já alguns anos sobre o seu desaparecimento, ainda mantemos as mesmas premissas sobre o universo e sobre a estupidez.
Depois de ter conhecimento de uma primeira versão do comunicado de hoje do FCP, achei, sinceramente, que tinham dado acesso ao teclado a um neto de um dirigente da SAD. Um miúdo de não mais de dez anos. Quando mais tarde li a versão corrigida, percebi como mal anda o Benfica. Como é que nós perdemos a hegemonia do futebol português para gente desta?
Como é bem explicado aqui e aqui. Com calma e clareza, como se estivéssemos no centro de reabilitação de Alcoitão a explicar como se come a sopa aos casos mais graves de atraso mental, a história é limpa, sem fruta ou café com leite, sem cheques depositados a meio da noite, nem vereadores doadores de centros de estágio, sejam em Gaia ou em Odivelas.  
Mas como a imaginação é parente do infinito, vamos continuar a ouvir esta história, para além do humanamente aceitável. No entanto, mais grave do que a estupidez é o condicionamento da liberdade. Se já o é por causa de convicções políticas, por causa de preferências clubísticas estamos perante um fascismo de arlequim, perigoso, mas de arlequim. Próprio dos pobres de espirito e da mínima capacidade mental para viver numa sociedade evoluída. A idade média ainda está aqui ao lado, para lá ir temos é de pagar portagem. 


JL