N

Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


sábado, 30 de junho de 2012

A SEMANA


António Oliveira voltou a dizer umas coisas
Não em casa, entre amigos: disse-o publicamente num dos programas com maior audiência da SIC Noticias.
Mais uma vez, o silêncio foi ensurdecedor.
Aliás, o espalhafato à volta da selecção deu, de facto, um jeitão.
Pela parte que nos toca, há também motivos para forte reflexão, após as palavras de Oliveira.
Desconheço se a decisão em relação aos direitos televisivos estará tomada: sei apenas que independentemente dos resultados desportivos que obteve ou que venha a obter, Luís Filipe Vieira tem uma oportunidade única e irrepetível de fazer história, assumindo definitivamente a ruptura com quem contribuiu decisivamente para transformar o futebol português naquilo que é hoje: um fétido e apodrecido pântano.


No desempate por penalties com a Espanha, Bruno Alves acertou na barra com a mesma violência e precisão com que costuma acertar nas pernas, cabeças, costas e demais zonas sensíveis da anatomia dos adversários que têm o azar de se cruzar com ele.
Continuo convencido que para o antigo capitão do Porto, a angústia no momento do penalty é apenas ter que acertar na baliza, não podendo bater em ninguém.



E pronto: depois da final da Champions, Proença está na final do Europeu, fechando a semana em que Bruno Paixão foi despromovido.
Quem manda não podia ser mais claro.


RC

sexta-feira, 29 de junho de 2012

UM FORTE ABRAÇO AO FORTES

Hoje pensei que era o dia em que o Marco esfregava uma medalha nas ventas de muita gente. Passei o dia a escrever mentalmente post diferentes. Um para o ouro, outro para a prata e mesmo numa hipótese mais pessimista para o bronze.

Mas o Marco infelizmente quedou-se pelo quinto lugar. È o quinto da europa, numa disciplina técnica onde há poucas tradições no nosso país. Um resultado não sendo espectacular é bastante razoável.

Marco Fortes não se formou na Luz, mas quem acompanha minimamente a modalidade percebe porque numa equipa jovem e vinda quase na totalidade da formação do Clube ele enverga honrosamente a braçadeira de capitão. Foi um atleta que percebeu cedo a grandeza do clube e soube incorporar o seu espírito.
 
A glória não se faz só de vitórias estrondosas, faz-te também de pequenos e humildes gestos. Gestos de rectidão e clareza, como esta comunicação do grande Sérgio Ramos que não vai voltar a representar o Glorioso como atleta.

JL

ISTO É DO IVA, MEUS CAROS.

Anda pela net um grande alarido devido ao aumento dos Redpass. Também eu recebi o e-mail para renovar e pelas contas fiz o valor reflete simplesmente o aumento do IVA. É certo que a Direção há uns meses afirmou que iria absorver esse aumento, mas não me parece que fizesse sentido uma medida de diminuição de receitas neste momento.
O devemos ter em atenção é a politica de bilheteira, nomeadamente as borlas sem qualquer critério e o preço dos bilhetes para não sócio.
O nosso famoso departamento de marketing é constituído por gente que antes de vir para o Benfica pensava que só havia relva em campos de golfe. É gente que nunca chegou a pisar o antigo terceiro anel, nem teve duas ou três horas na rampa a aguardar a abertura de portas. Que jamais assistiu um jogo à chuva enregelado até aos ossos. Que nunca sentiu na pele o que é andar atrás do Benfica por esse país fora, assistir a jogos em autênticos quintais, a horas impróprias.
Por isso estes especialistas têm cometido nas últimas épocas, talvez até com a melhor das intenções, autênticos atentados à nossa dignidade. Quem não se lembra das borlas tardias para jogos da Liga dos Campeões, depois daqueles que estão presentes já terem gasto o seu dinheiro. Num dos jogos até os sócios do INATEL tiveram direito a bilhetes grátis.
É necessário encher o estádio? Criar ambiente? Ofereçam a quem tem dado mais ao clube.
A outra questão relevante é o preço dos não sócios. Como obvio, quem é verdadeiramente Benfiquista não é sócio por questões monetárias. Um verdadeiro Benfiquista não faz contas. Se eu vivesse na Lapónia continuaria a pagar as minhas quotas assiduamente. No entanto, é desmoralizante para quem paga uma quota de 12 euros mensais verificar que a diferença de preço de um bilhete para os não sócios é de apenas 5 euros.
É necessário atrair novos públicos para o estádio, nomeadamente nos jogos menos atrativos? Desenvolvam uma política ativa em relação aos acompanhantes de sócio. Ofereçam bilhetes extra aos detentores de Redpass que sejam mais assíduos.
Mais do que refletirmos sobre este aumento, consequência da política fiscal deste governo, importa olharmos para a política do clube no que diz respeito à fidelidade associativa, que está longe de ser séria e rigorosa.
JL

quinta-feira, 28 de junho de 2012

A RESSACA

Afinal, está tudo na mesma.
A corja continua a topar da janela, enquanto nos leva os últimos cêntimos. Sempre para o nosso bem, dizem, com o  paternalismo característico dos filhos da mãe.
Continuam cá todos, de resto.
Minto: falta o Proença que anda ainda pelo Euro em viagem de finalistas generosamente patrocinada pelo Padrinho.
Pois é: a ressaca é  mesmo a pior  parte da bebedeira, sobretudo quando o vinho é feito por mixordeiros.
O Benfica segue dentro de momentos, tenhamos apenas um pouco mais de paciência.

RC

O PRÓXIMO PORTUGAL- ESPANHA


No dia seguinte ao último jogo da Selecção Portuguesa (ou da equipa representativa da FPF) no leste europeu o carnaval abrandou significativamente e começou em força as especulações sobre as contratações do Benfica. Se com a poeirada da Seleção tinham descoberto 90 possíveis nomes para vestirem o manto sagrado, imagino o que por ai vem.
O jornal Record como sempre leva a dianteira e desta vez com dois centrais, o espanhol Alberto Botía e o argentino Lisandro Magallán. Esta malta deve ter uma excelente base de dados. Imagino os jornalistas a jogarem ao FM e a descobrirem possíveis nomes: “Ó Alexandre, que tal este?”, e o Alexandre: “ hummmm! OK, mas caixa pequena”.  
Mas voltando à Seleção e ao Europeu. A equipa do menino Ronaldo, desfalcada de Eusébio, não conseguiu desfeitear a Espanha, confirmando-se a aversão das equipas de Paulo Bento aos penaltis. O ex-jogador do Benfica afirmou no final que a hora é de começar a pensar no Mundial. Concordo. Competição muito mais interessante que o Europeu, devido à multiplicidade de estilos de jogo em confronto. A lei Bosman deu particamente cabo de diversidade do futebol europeu. Podemos verificar esse facto no Alemanha- Itália de hoje.
Entretanto, para um Benfiquista outro Portugal- Espanha vai realizar-se do próximo dia 27 julho, dia em que o Real Madrid visita a catedral para disputar com o Benfica a Eusébio Cup. A disputa entre os dois mais representativos clubes de cada país tem um peso histórico muito relevante. É certamente o clássico da península.
Outro aspeto curioso é o regresso do menino Ronaldo à Catedral como adversário do Benfica. Na última ocasião, vestia a camisola do Manchester United e não se portou à altura do seu talento. Os benfiquistas têm memoria e saberão certamente recebe-lo como merece. Prevejo que se grite muito pelo Messi no dia 27.

JL

quarta-feira, 27 de junho de 2012

DOS TREINADORES

É usual dizer-se que as contas  fazem-se no final, pelo que chegou a hora:  terminada a época 2011-2012, falemos um pouco de quem esteve ao leme de algumas das nossas equipas: os treinadores.
O que se pretende é uma análise, naturalmente subjectiva às responsabilidades, méritos e deméritos de quem durante uma época inteira comandou os destinos de algumas das nossas equipas mais representativas em termos de competição.
Globalmente foi uma boa época. Poderia ter sido fantástica, poderia ter sido bem pior.
Foram dados passos importantes no retomar de uma certa "normalidade" no desporto português; não nos iludamos, porém: o sistema, o famigerado sistema aí está omnipresente e tentando perpetuar-se, custe o que custar.
Pensemos, pois, no que fizemos bem e no que poderíamos ter feito bem melhor: ,só assim, sendo melhores, muito melhores poderemos pôr fim ao período mais negro e mais sujo do desporto português.
A "ordem de aparição" dos treinadores de que falarei é puramente aleatória: os juízos de valor serão feitos no local próprio.

Prof. José Jardim (Voleibol)
Para mim, é o caso mais desconcertante deste Benfica.
Benfiquista convicto, foi praticante de categoria e como técnico será dos mais competentes a trabalhar em Portugal. 
Uma vida inteira dedicada ao voleibol desde os gloriosos tempos do histórico Liceu Gil Vicente. 
Sério, profissional, rigoroso, trabalhador, dedicado.
E no entanto...
Pelo 3º ano consecutivo, o Benfica perde o campeonato nos play-offs, o que convenhamos não será apenas coincidência nem fruto de um regulamento que embora absurdo era de todos conhecido desde o inicio.
O que se passou para que consecutivamente em 3 anos, mas sobretudo nos últimos 2,  o Benfica perca o campeonato no único momento em que está proibido de falhar, após uma época em que se passeou pelos pavilhões esmagando adversários em série?
O que falhou? Porque não consegue o melhor plantel de Portugal, liderado por aquele que será provavelmente o melhor treinador português, lidar com a pressão competitiva de uma final ?
Depois de 3 falhanços consecutivos, o prof. José Jardim aproxima-se perigosamente da zona em que não mais haverá lugar nem tolerância para o fracasso.
Seria, para mim, uma enorme desilusão se José Jardim fosse obrigado a deixar o seu clube de sempre, saindo pela porta pequena.


Prof. Jorge Rito (Andebol)
O andebol é para mim, um caso quase perdido, uma modalidade em que aplicaria uma espécie de tolerância zero.
Em termos práticos: ou a vitória ou o fim do andebol profissional no Benfica.
Nada disto, tem que ver, obviamente, com a figura, a competência e o profissionalismo do Prof. Jorge que me parecem acima de toda a suspeita.
Com a distância possível, creio que Jorge Rito terá sido outra vitima de uma equipa(?) aburguesada, cheia de vícios, sem ambição nem garra para lutar sempre pela vitória.
Olho para Jorge Rito e para os resultados do andebol e percebo o quão fui injusto para o Prof. José António.
Há qualquer coisa naquele grupo de jogadores que não funciona e que a continuar consumirá recursos, meios, treinadores, hipotecando talvez, o futuro da modalidade no Benfica
Conseguirá Jorge Rito dar a volta a uma situação que parece eternizar-se ?
É esse o grande desafio para a próxima época.


Carlos Lisboa (Basquetebol)
Um dos vencedores da época.
Uma vitória conseguida "in extremis", em circunstâncias dramáticas, depois de desperdiçada a ocasião para resolver a situação em casa, diante dos nossos.
Lisboa carregará sempre um estigma, um pesado fardo: o de ter sido o melhor jogador português.
O público, o povo benfiquista tenderá sempre a comparar o Lisboa-jogador com o Lisboa-treinador.
Injusto para ambos: Lisboa-jogador foi enorme, único, irrepetível; Lisboa-treinador parece-me apenas razoável.
Uma grande virtude: ter  acreditado até ao fim que o sonho era possível.
Um sinal positivo: a aposta na formação e o facto de ter chamado Goran que a conhece como ninguém, para adjunto.
Sinais inequívocos de que há uma visão global e um projecto para a modalidade.
O facto de acumular o cargo de director-geral das modalidades com o de treinador de basquetebol, parece-me um pouco a quadratura do círculo: como será no dia em que as coisas não correrem bem ?
O director-geral demite o treinador ou este sai incompatibilizado com o primeiro ?
Uma situação a rever para defesa de “ambos”...



Paulo Fernandes (Futsal) 
Seja pela forma como André Lima saiu, seja pela sua origem, não fui grande entusiasta da contratação de Paulo Fernandes.
Um campeonato 2010-2011 perdido de forma demasiado óbvia numa final em que não ganhamos um único jogo, reforçou as minhas convicções iniciais e as minhas inultrapassáveis embirrações pessoais.
Chegou a hora de dar a mão à palmatória: com a vitória neste campeonato, Paulo Fernandes terá conquistado definitivamente o respeito e admiração de toda a nação benfiquista.
Apreciei sobremaneira a forma emocionada e emocionante como comemorou com os seus, com os nossos.
Rendido ao público da Luz, agradeceu o seu apoio, tornando-se um dos nossos para sempre.
Ao longo da época, apreciei em Paulo Fernandes uma qualidade que faz a diferença nos líderes: a forma intransigente como defendeu o seu grupo, protegendo-o e blindando-o.
Um treinador assim, terá  mais hipóteses de ter o grupo consigo, ficando seguramente mais próximo do sucesso.
Na hora da vitória, Paulo Fernandes foi grande porque humilde,rejeitando protagonismos fáceis: os louros da vitória foram para os seus rapazes, ficando para ele a enorme e justa satisfação do dever cumprido e da festa entre os seus.
Uma lição para alguns como adiante se verá.



Jorge Jesus (Futebol)
Digo-o sem ponta de satisfação: o grande derrotado da época.
Por mais que tente tapar o sol com  a peneira ou que assegure que a Terra gira ao contrário , Jesus tem de encarar a realidade: a época 2011-2012 foi um monumental fracasso, na senda, aliás do que havia acontecido na época anterior.
Jorge Jesus é um caso paradigmático do desperdicio de algum talento e muitas capacidades.
Jesus é inequivocamente um homem do futebol nos seus defeitos e nas suas virtudes.
Intuitivo e empirico, Jesus é um treinador moldado numa certa escola da vida do futebol português: a facilidade com que pontapeia a gramática a par da paixão genuína pelo jogo são uma imagem de marca de Jesus, mas também de um certa corrente do futebol da paróquia.
E no entanto, Jesus deita tudo a perder: arrogante e insistentemente teimoso, fecha-se no autismo de quem se julga um visionário ou uma espécie de Midas do futebol moderno que transforma em quilates de ouro puro qualquer sul americano que desembarque na Luz.
Jesus  parece incapaz de aprender com os erros, repetindo-os ano após ano, numa lógica irritante e absurda, desbaratando um capital de confiança e tolerância  que nenhum treinador do Benfica sequer sonhou obter nos últimos 20 anos.
Acabou, porém.
Assim Jesus o tenha percebido, para bem do futebol do Benfica.



Luis Sénica (Hóquei em Patins)
Pelo simbolismo de uma vitória que no inicio da época pareceria pouco menos que impossível, o Prof. Luis Sénica é um dos grandes triunfadores da época benfiquista.
Numa modalidade completamente minada pelo sistema, com um campeão crónico e consagrado por decreto, Luis Sénica provou o que pode a força, o querer e ambição, mas também o trabalho e o profissionalismo.
Percebeu o triz que falhou o ano passado e tratou de ir buscar Sérgio Silva.
Aposta arriscada num atleta trintão, aparentemente desgastado por um carreira longa.
Puro engano: Sénica percebeu antes dos outros o que um atleta com a fibra e a experiência de Sérgio poderia trazer à equipa.
Vimos todos e por isso estamos gratos: pode ter sido o o principio do fim de uma longa noite que não dignificou o hóquei.
A vamos ver agora quais as soluções que Luis Sénica inventa para uma equipa que precisará de algum sangue novo, mas acredito que o mais difícil foi feito. 
Apesar do jogo sujo e dos protestos de quem apenas sabe ganhar dessa forma.


RC


terça-feira, 26 de junho de 2012

O REGRESSO


Vale sempre a pena voltar ao sítio onde ainda não fomos felizes, terá pensado Paulo Lopes feito na Luz mas que saiu cedo do ninho, como aliás a esmagadora maioria (quase diria totalidade) do produto da nossa formação.  
A contratação do guarda-redes ex-Feirense parece-me claramente uma decisão inteligente. Tem qualidade QB, experiencia, é português e foi formado no Benfica. Estes dois últimos predicados são fundamentais considerando as regras da competição interna e da Liga dos Campeões. Assim liberta-se um pouco mais as restantes posições do plantel no que diz respeito a opções.

Falta agora saber se o Mika fica como 3º guarda-Redes jogando amiúde na B, se alterna com o Paulo Lopes nas competições menos importantes, se vai para a equipa B em exclusividade ou ainda se é emprestado e vem outro nome. Tudo é possível num Benfica que anda no mercado de arma em punho.
Por mim o assunto guarda-redes estava fechado para a época 2012/13: Artur, Paulo Lopes e Mika.


JL

PERGUNTA DE DEFESO

Perante a enxurrada de noticias com que nos massacram a alma, a paciência e o benfiquismo, será que no dia 2 de Julho, o único que se apresenta no Seixal é o pobre do Emerson ???


RC

domingo, 24 de junho de 2012

ENCERRAMENTO DA ÉPOCA DESPORTIVA


Com o triunfo no campeonato de Futsal, com a dupla vitória no Atletismo Júnior (femininos e masculinos) e com o desaire na final de Hóquei em Patins, podemos dizer que foi este fim-de- semana que terminou a época desportiva. A partir de agora, se exceptuarmos algumas finais dos escalões de formação e um ou outro torneio de encerramento, as férias vão ser completas no que à competição diz respeito. Será assim até ao dia 2 de Julho, altura em que os profissionais de futebol se vão apresentar no Seixal.

Portanto, férias de Benfica a competir, mesmo a feijões, que sejam as mais curtas possíveis. Mais uns dias e estamos outra vez a ver o Jesus aos pulos e aos gritos junto à linha lateral. E ainda bem. O Benfica é o nosso oxigénio. Sem ele em suficiente quantidade ficamos meio aparvalhados.

Voltando à época que acabou hoje, se dissermos que foi medíocre estamos a ser muito injustos. Foi uma época razoávelzinha, somente isso. Porque no Benfica temos de ser exigentes e porque o futebol, com o seu enorme peso no clube, devia ter feito mais. Uma Taça da Liga, sendo importante, não chega e os quartos-de-final da Liga dos Campões também não, por mais milhões que entrem nos cofres. No campeonato fizemos o mínimo dos mínimos, menos do que o 2º lugar teria sido uma tragédia desportiva e financeira, e é inadmissível a quantidade de anos que não vamos ao Jamor. Concluindo, não foi uma má época, mas esteve longe de ser boa.

Ainda no futebol, a formação esteve perto de ter um ano excepcional. Mas o falhanço à beira da meta dos Juvenis e Juniores (bastante proençados) ensombraram os 6 títulos nacionais e distritais conseguidos.

Nas modalidades tivemos um bom ano, que até podia ter sido espectacular se não fossem as proençadas do costume. Mas tendo sido bom e muito melhor do que o anterior, especialmente na formação, acho um exagero ser considerado o melhor de sempre. Em 91, por exemplo, ganhámos Voleibol, Basquetebol, Rugby, Atletismo e Bilhar. Estas afirmações feitas para dentro cheiram-me a propaganda (eleitoral?) e eu não gosto.

A modalidade que mais destaco é sem dúvida o Futsal. Uma modalidade infelizmente bipolarizada, como aliás a maior parte. Depois de um ano à seca, limpámos tudo: Supertaça, Taça e Campeonato. O famoso Triplete. Por isso não entendo esta dúvida sobre a continuidade do Paulo Fernandes no comando da equipa. Realmente a fase final da época passada foi muito má, mas nos dois anos de trabalho a equipa tem feito excelentes resultados e aquela tremedeira nos jogos decisivos parece que está ultrapassada. No Futsal o Benfica é o clube da última década. 18 Títulos oficiais em 10 anos. Isto sim, deve ser destacado.

No Basquetebol, com um plantel de luxo, ganhámos (apenas) o Campeonato e o Torneio António Pratas. Ambos com muito suor. A nível sénior a época foi aceitável, mas com o investimento feito esperava mais. E para quando a resolução daquela alergia à Taça de Portugal? O que tornou o trabalho desta secção exemplar foi a formação. Campeões em todos os escalões. Feito que é inédito na história da modalidade. Que grande trabalho que está a ser feito.

Outra Modalidade em que o investimento não correspondeu totalmente aos resultados foi o Voleibol. Ganhar a Taça e a Supertaça e perder o Campeonato na negra é sem dúvida, numa época normal, um desempenho muito positivo. No entanto, o Benfica tinha um plantel claramente superior às restantes equipas e ao nível da final do play-off começamos a entrar no domínio do sobrenatural. Inexplicável o acontece há 3 anos. É não baixar os braços.          

Ninguém poderia prever que o grande momento das nossas modalidades ia acontecer em Almeirim. Isto porque 14 anos depois, temos a possibilidade de acabar com a pior dinastia do nosso desporto. O domínio do clube eucalipto que ia acabando com a modalidade e deu cabo da competitividade do Hóquei nacional além-fronteiras. Esta vitória tem de ter continuidade.

O desempenho na Taça dos Campeões não foi totalmente negativa, chegámos a sonhar com um momento histórico e foi pena a dobradinha não ter acontecido. A Oliveirense não é uma equipa qualquer e teve sorte do seu lado. Ganhámos ainda a Taça Continental (espécie de Supertaça europeia), mas a conquista que vale ouro é sem dúvida este campeonato.

O Atletismo é outra das modalidades exemplares do nosso clube, com um trabalho incrível ao nível da formação e com resultados importantes em todos os escalões. Responsável por mais de uma dezena de títulos em masculinos e femininos é uma secção que nem sempre foi devidamente apoiada, mas que soube merecer o sucesso. Sucesso que tem um rosto.

A nódoa deste conjunto é claramente o Andebol. Como é possível que mesmo mudando o treinador e fazendo contratações significativas a época tenho corrido ainda pior que a anterior. È necessária uma profunda reflexão sobre o futuro da modalidade no clube, sob pena de estarmos a desbaratar recursos.

O Ténis de Mesa, de forma quase invisível, cresceu muito esta época, nomeadamente ao nível da formação onde conseguiu resultados relevantes. No entanto, a equipa principal voltou a morrer na praia. Existe uma linha que separa os clubes do continente, que trabalham sem apoio financeiro do Estado e os clubes das Ilhas, onde mesmo as colectividades mais insignificantes têm sempre um ou dois estrangeiros a competir. E isso faz toda a diferença.

Outra Secção que vai fazendo o seu trabalho de formiguinha é a de Bilhar. Conseguiu um honroso 3º Lugar no campeonato, mas a cereja é o snooker, onde  somos a grandeforça nacional .

A nível individual muitas e saborosas vitórias na Canoagem, no Judo (grande Telma), nas Artes Marciais, nos Desportos de Combate, na Pesca Desportiva, no Triatlo e essencialmente no Atletismo, o que em ano de Olimpíadas é de evidenciar.

Esta foi também a época em que os nossos vizinhos do Lumiar, incitados pelos seus dirigentes vieram incendiar parte do nosso estádio. E onde nas poucas modalidades em que competiram connosco utilizaram todo o tipo de manha andróide para ganhar vantagem, qual aprendiz de feiticeiro. E o que se vê na nossa Benfica TV na transmissão do Sarau de Ginástica que comemorava o centenário da modalidade no nosso clube? Uma classe do Sporting a participar (a nosso convite, obviamente) na Gala de Honra. Lamentável e revelador que no Benfica ainda anda muita gente a dormir. Assim, é difícil nos terem respeito.

JL

NÃO MEXER POR FAVOR


Um título difícil numa época perfeita. O que dizer de uma equipa que ganha todas as competições? Depois de um triplete será que ainda restam dúvidas? O Benfica foi indiscutivelmente o melhor em toda a época. Num campeonato bipolarizado jogou 9 vezes com lagartagem, ganhou 5 jogos e perdeu 2.
Parece-me que a grande força desta equipa é a união. Não a deixem cair. Não se percam na vertigem das contratações. Ganhámos tudo, mexer para quê? Parabéns Campeões, deram-nos uma tarde à Benfica.


JL

sexta-feira, 22 de junho de 2012

SONHOS DE UMA TARDE DE VERÃO

O país dilacerado pela nova pobreza e sugado pelos novos vampiros, estremece e delira ante os feitos, as birras, as caretas, os trejeitos apalhaçados de CR7, jogador-marca, sofisticado produto criado nos meandros da engenharia desportiva e das modernas técnicas de marketing.
Dou por mim a pensar no Piçarra e nas papoilas saltitantes, na Luz cheia e vibrante, sedenta de glória e títulos, aclamando alguns artistas e outros cuja única virtude é vestirem a mais bela camisola do mundo.
Os amigos, as cervejas no Gonçalves, a escalada nem sempre fácil até ao piso 3 da bancada Meo e finalmente o momento.
Não há modas, nem marketing, nem o absurdo dos patriotismos de pacotilha politicamente correctos.
Tudo ali é genuíno: a alegria do golo, a angústia antes do penalty, o sofrimento pelo tempo que não passa ou que se nos escapa demasiado veloz, a raiva perante o falhanço inacreditável e absurdo, o ódio ao árbitro que rouba, manipula e engana.
No fim, nada termina ali. Nunca.
Entre amigos de uma vida ou de muitas épocas e rodadas de cerveja  que se vão revezando, generosas e pontuais, fazem-se balanços, conjecturas, planos.
Dali a 15 dias ou 5 minutos lá nos reencontraremos e tudo recomeça.
Como sempre, para sempre.
RC

ESGOTADO!

Em menos de 5 minutos  fecharam as bilheteiras para a negra do futsal: às 10H05 já não havia um único bilhete para venda aos sócios em geral.
Ou os sócios de quotas modalidades reproduziram-se exponencialmente durante o dia de ontem (no que, aliás, não acredito, porque estive tranquilamente na Luz por volta das 19H e pude escolher o lugar…) ou alguém anda de facto a brincar com o fogo, com os sócios, com o Benfica.
Quem semeia ventos, colhe tempestades: é dos livros e da vida.
A ver vamos como tudo isto vai acabar, mas é bom que Luis Filipe Vieira saia rapidamente do casulo em que se meteu e desça à “calçada benfiquista”, percebendo o que está mal e o que pode ser feito para de uma vez por todas, acabar com situações em que os sócios são tratados como gado em matadouro.

RC

quinta-feira, 21 de junho de 2012

OS RIOS NASCEM NO MAR


Depois de ler a entrevista de Jesus ao "Record" fiquei perfeitamente esclarecido: Jesus vive numa espécie de "delírio egocêntrico" revelando-se completamente incapaz de entender a realidade e os erros em que consecutiva e persistentemente se enredou ao longo da última época, já para não falar da anterior.
Chega a ser patético que um treinador com a sua experiência, não consiga perceber onde errou e porque falhou.
Completamente incapaz de um acto de contricção e humildade, Jesus faz um enorme exercicio de contorcionismo para escapar ao óbvio: para além dos roubos de Proença (um bom árbitro, segundo Jesus) & Cª,o Benfica perde o campeonato pela teimosia, pelo autismo e pela permanente postura de arrogância mental do seu treinador.
Só não consigo entender se Jesus é mesmo alienado ou se nos quer tomar a todos por parvos.
Num caso ou noutro, fico completamente elucidado quanto ao que nos espera.

RC






UM MANGUITO À BENFICA

O Benfica deve acima de tudo dar-se ao respeito. No ano passado andaram a gozar à farta. Engonharam até ao limite. Aproveitaram-se do nome do Glorioso para fazer um dinheirão com as vendas do Danilo e do Alex Sandro. Os andrades com aquela fixação em nós, reveladora da extensão da sua pequenez, desbarataram milhões de forma absurda, em dois jogadores que têm qualidade mas que não valem metade daquilo que foi pago.  

Vem agora o presidente do peixe dizer, a propósito das exigências do Benfica para novo empréstimo do Alan Kardec ao Santos, que não entende a hostilidade do Benfica, porque o Porto levou os jogadores porque pagou mais. È isso mesmo. Paguem o que se pede pelo Kardec e não se fala mais em hostilidade. Ou o movimento do dinheiro só tem um sentido?

Os nossos responsáveis não estão inocentes de todo nestes processos. Primeiro porque arrastam as negociações por dias intermináveis como se não houvesse mais jogadores no Mundo. Depois porque é hábito o Benfica ser o abono de família de muito clube por esse país fora, que depois prestam vassalagem ao sistema para conseguir umas migalhas. Nestes casos o Benfica não se dá respeito.

O fim das negociações com o Santos foi uma boa notícia. È esta a atitude que eu espero dos nossos dirigentes. Inflexibilidade. Quem não nos respeita leva na volta. Sem contemplações. Sem amizades de presidentes. Que diferença se compararmos com o inexplicável empréstimo do Amorim ao Braguinha depois de tudo o passámos na pedreira.

JL

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A PARABÓLICA DA AROEIRA


A coerência de Jesus deixa-nos desarmados. A aquisição de Ricardo Villarraga, o jovem jogador Colombiano que vem à experiência fazer a pré-época, é sintomática da forma de trabalhar do nosso treinador. Um tipo que ninguém conhece, que nunca foi falado, mas que o Mister lá descobriu nos canais de TV sul-americanos durante as suas longas insónias.
Já o estou a imaginar a sorrir ao espelho, enquanto ajeita a trunfa branca: Queriam o Ansaldi? Então tomei o Luisinho. Ainda não estão surpreendidos? Então levei com este Villarraga, que de cara até parece o Di Maria.

Há dois ou três dias um blog contou os nomes que saíram nos últimos meses nos jornais. Chegou ao incrível número de 89 (oitenta e nove). E era verídico porque eu confirmei. Estavam lá os nomes todos. E mesmo assim JJ consegue surpreender. Muita volta deve ter dado a parabólica na Aroeira.  
De qualquer forma podemos nos estar a precipitar e até podemos ter jogador. Nem que seja para a equipa B. È mais um para o caldeirão onde já estão o Luís Martins, o Daniel Martins e o Carole.    

Entre benfiquistas, nestas análises sobre o plantel há um momento em que se atinge a plena consonância clubística, é quando alguém declara, num encolher de ombros: “Pior que o Emersson não deve ser”. Geralmente depois desta frase não há muito mais a dizer.
JL

terça-feira, 19 de junho de 2012

DELÍRIOS DE GENTE SEM TECTO

Perdeu-se na lonjura dos tempos a origem da expressão “O inferno da Luz”. Oiço-a desde que me lembro. É uma expressão que se continua a utilizar com muita frequência, fazendo parte da cultura benfiquista, como é o caso “Glorioso”, “3º Anel”, “Mística”, “Catedral”, entre outras.  
Depois da sofrida vitória por penáltis da nossa equipa de Futsal naquela espécie de pavilhão desportivo onde jogam os viscondes falidos do Lumiar, o nosso treinador, como é normalíssimo nestas ocasiões, apelou à presença do povo no jogo final de sábado.  Obviamente que pediu o “inferno da Luz”.

Numa reedição patética de quem vê a pouca glória (ou esperança) que resta a esvair-se entre os dedos (já sem anéis), um tal de Ricardo Tomás (quem?), figura abaixo de nota de rodapé, mas que formalmente é ainda Vogal da Direcção e ao que parece é o responsável pelas modalidades da lagartagem, veio pretensamente indignado falar em “incêndio de ânimos”. De incêndios percebem eles.

Falei em reedição porque me veio à memória o Benfica- Sporting desta época, mas em futebol onze. A historieta conta-se em poucas linhas. Ainda na pré-época a lagartagem tinha ganho um jogo a feijões com uma equipa italiana qualquer e com a ajuda dos jornaleiros do costume não conseguiu conter a euforia. Capas, capas e mais capas de desportivos, num verde esperança carregado, a mostrar os brilhantes craques que formavam uma equipa que iria fazer um percurso inesquecível.

Veio o Valência, vieram as primeiras jornadas e foi o habitual desvanecer de expectativas. Mas qual golfinho do Sado, uma ou duas vitórias seguidas e lá pareceram eles na Luz de peito feito, com o Cristóvão à cabeça a debitar técnicas de guerrilha para tudo o que era microfone.    
Incendiou o ambiente, as bancadas e a relação entre os dois clubes só porque os adeptos foram colocados numa caixa de segurança com muito melhores condições que as caixas de segurança em que os mesmos adeptos são instalados das poucas vezes que jogam por essa Europa fora. Podia ter sido qualquer outra razão mas esta era a que estava ali mais à mão.
O ridículo da situação é que o Benfica recebeu o resto da época dezenas de clubes com as respectivas claques, e  todos sem excepção foram para a famosa caixa de segurança. No entanto, não se ouviu mais um pio sobre a pertença “gaiola”.
Mas falar em ridículo obriga-nos a voltar ao rapaz Tomás, o tal que é responsável pelas modalidades, as que apenas respiram competitividade no futsal e para gaudio do Ernesto Ferreira talvez também no Judo e no tiro de carabina deitado.  
Um rapaz que não tem decoro em receber o play-off num pavilhão que faz lembrar o Choradinho do Freixieiro, mas sem rede, com o público a tocar permanentemente nos jogadores, numa imagem plena de terceiro mundismo.

Não mereceria qualquer comentário se não tivessem outro. Mas acontece que apesar de não terem mesmo outro, este também não é deles, é alugado ou “emprestadado” na versão vereador verde da faixa Loures- Odivelas.
Assim, podiam ter tido a preocupação de nestes jogos finais de procurar um recinto com as condições mínimas. Mas não o fizeram e do Benfica não se ouviu um comentário nem um murmúrio. Jogamos onde é preciso. Já no Voleibol se não fosse o São Pedro ainda jogaríamos na barraca do Sporting local dispensando a dispendiosa Nave da localidade.

Obviamente que esta gente precisa daquele ambiente. Por um lado precisam de um título como pão para a boca e este está mais difícil do que esperavam, mesmo com a preciosa ajuda azul da Rua Braancamp, a mesma que tiveram nos juniores. Por outro, estas guerrinhas fora do campo coloca-os em bicos de pés e quase do tamanho do enorme Sport Lisboa e Benfica.  


JL

O NOSSO POLVO PINTO

Bruno Paixão não é um árbitro apreciado pelas gentes do nosso futebol. Falta-lhe o carisma dos penteadinhos e a firmeza dos protegidos. Mal na sua atividade, como quase todos da elite de juízes do nosso futebol, não possui a útil coerência que se encontra nas marisqueiras de Leça. Talvez inépcia para ler as evidências, como quem avista Cassandras inexistentes.  
Como bem refere o Boloposte, não é necessário um polvo Paulo para adivinhar o destino de uma figura deste calibre. Era uma questão de tempo até ser desviado da cadeia de valor que produz campeões nacionais de futebol. Noites como a de 29 de Janeiro de 2012 não convém voltarem a acontecer.  
Por cá, o polvo nacional chama-se Pinto e não necessita de dotes de adivinhação porque os seus braços manipulam lulas e chocos cujos tentáculos colocam as pecinhas nos sítios certos. Estes dotes permitem-lhe olhar o futuro da mesma forma que nós vemos o presente, a realizar-se perante os nossos olhos.   
JL

segunda-feira, 18 de junho de 2012

PANEM ET CIRCENSES


Panem et circenses [ludos] é a forma acusativa da expressão latina panis et circenses [ludi], que significa "pão e jogos circenses", mais popularmente citada como pão e circo. Esta foi uma política criada pelo imperador Octávio Augusto, que previa o provimento de comida e diversão ao povo, com o objetivo de atenuar a insatisfação popular contra os governantes.
Espetáculos sangrentos, como os combates entre gladiadores, eram promovidos nos estádios para divertir a população; nesses estádios, pão era distribuído gratuitamente.
Por cá, para muitos começa a faltar o pão, mas para compensar há doses maciças  de circo: que outro nome terá a histeria colectiva em torno da selecção ?
Os novos imperadores, aliviados, decerto agradecerão.
RC