N

Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


sexta-feira, 31 de julho de 2015

ATÉ AGORA FAZ SENTIDO


Tudo parece fazer sentido. Uma pré-época proveitosa a nível financeiro em detrimento de alguma lógica desportiva. Se não aproveitamos agora as receitas, quando aproveitaremos. Os grandes clubes europeus já o fazem há algum tempo. Acresce, que não é certo que a aposta é totalmente falhada. Jogámos com equipas fortes, por vezes em ambientes e climas pouco confortáveis, reforçou-se o espirito de grupo e o desejo competitivo.  

O Benfica partiu para o Continente norte-americano com mais de uma dezena de jogadores com contrato. Herança jesuíta que faz todo o sentido gerir. Não era certa a saída de Lima, nem de Gaitan ou Jonas, como se veio a verificar. Até Maxi ainda andava em reflexão. O bom senso mandava, ao mesmo tempo que se preparava a equipa para, pelo menos, dia 9, e dentro dos condicionalismos que a política de expansão da marca e da imagem internacional do Benfica impõe, experimentar todo o plantel.

Findo o estágio, terminados os jogos, com a saída do Lima e os jogadores do plantel avaliados, com o regresso a Lisboa faz todo o sentido que agora se dispense quem está a mais (ou a menos) e a equipa seja finalmente reforçada. Luis Filipe Vieira garantiu que Rui Vitória teria as mesmas condições que Jesus. Ainda não tem. Por isso, até ao início da próxima semana, dou o benefício da dúvida. É o tempo certo.

Se ao invés, ficarmos até 30 de agosto a ver navios, das duas uma, ou alguém anda enganado na estrutura do Benfica porque a equipa precisa mesmo de reforços ou temos de nos preocupar seriamente com o panorama financeiro do clube.

JL

SINTO QUE ALGO DE CORRUPTO SE PASSA


O FCP compra tudo o que mexe, novos, velhos, avançados, defesas, caros, baratos, a custo zero, com grandes ordenados. Ao Sporting de Lisboa já chegaram mais de dez novos artistas, tudo craques. E não é só futebol, as outras modalidades também têm direito à postura de novo-riquismo. Inesperada para quem, há pouco mais de três meses, acusava os rivais de comprar demais.
A julgar pelos relatórios e Contas, apresentados e auditados, ambos os clubes estavam com extremas dificuldades financeiras.
Como uma cereja no topo de bolo, o do norte conseguiu que o responsável pelos seus últimos campeonatos ganhos fosse leito presidente da Liga. O Sporting de Lisboa conseguiu que ficasse a presidir a Liga um colega de liceu do seu presidente.

Não ficamos todos com uma sensação que algo de muito estranho de passa? Será que o jornal o Jogo não quer fazer uma paragona com isso?

JL

quinta-feira, 30 de julho de 2015

VESTIR A IGNORÂNCIA


No futebol espanhol um idiota português é notícia. Entre ser imbecil ou ignorante, optou pela segunda. Menos mal, a primeira poderia provocar a fúria justificada dos adeptos, a segunda provoca apenas pena. Vergonhas à parte, em Portugal, os especialistas não tem dúvidas, vai ser um ano glorioso para o Sporting de Lisboa. Para o Benfica, ao invés, uma época trágica.

O Benfica, no ano passado, perdeu seis jogos da pré-epoca, o que não o impediu de ser bicampeão. O passado devia-nos fazer compreender o presente. O Nuno Silva, que assinou agora pelo Recreativo da Caála, argumenta que não conhecia Francisco Franco. Podem os especialistas e paineleiros, que fazem vida disto, argumentar o mesmo? A posição de especialistas livra-os da ignorância. E de serem imbecis?

Há várias formas de vestir a camisola.

JL   

terça-feira, 28 de julho de 2015

AGORA SIM, O TRIUNFO DOS PORCOS E A ABRIR TELEJORNAIS


Quando o país parece não passar de uma anedota gasta e sem piada…

Quando o futebol português é o que se sabe, com décadas de corrupção moral e material e o completo branqueamento do Apito Dourado…


Quando sujo mais sujo parece não ser possível...


                  



…Há sempre um Proença em versão Presidente da Liga a abrir telejornais de tudo quanto é canal de televisão.

É o que temos, les jeux sont faits


RC.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

O CAOS NOS BOLSOS DE VITÓRIA


Ponto prévio e elementar verdade lapalissiana: ganhar é bem melhor do que perder, ainda para mais quando se trata do Benfica, um clube onde só o superlativo parece fazer sentido.

Não há obviamente um único benfiquista que esteja feliz e tranquilo com estas 3 derrotas iniciais.
O futebol, a vida, os ideais, o Benfica e a sua massa adepta alimentam-se de e nas vitórias.
Outra coisa bem diferente é um certo murmúrio de fundo que se começa a insinuar e cujo alvo é bem evidente: Rui Vitória.

Passem os olhos pela blogosfera benfiquista e entenderão o que quero dizer.
Um respeitável e insuspeito benfiquista implicava até com o facto de Rui Vitória por duas ou três vezes ter metido as mãos nos bolsos(!),o que supostamente transmite uma "imagem de incapacidade e resignação"(sic).

As teorias do caos andam, portanto, por aí, à espera da primeira oportunidade para em fogo brando ou nem por isso, queimar um treinador com um mês de Benfica e que desde o inicio se propôs adoptar uma postura e uma linguagem coerentes, correctas, intelectualmente honestas, sem bravatas nem fanfarronadas.


Desta humilde tribuna benfiquista, um abraço de confiança a Rui Vitória e que com as mãos nos bolsos ou fora deles, possa ter a tranquilidade que merece para fazer o trabalho que deseja, que desejamos todos.


RC

sábado, 25 de julho de 2015

GOSTEI


Perante uma equipa com uma personalidade análoga à estrutura moral do seu treinador gostei de muita coisa do Benfica de Vitória. Gostei do Vitória procurar a vitória. Gostei de ver Samaris e Fejsa ao mesmo tempo em campo. Gostei do Jonathan Rodríguez. Houve obviamente aspetos menos agradáveis. Não é ainda tempo de falar deles.
JL

sexta-feira, 24 de julho de 2015

APARÊNCIAS E ILUSÕES


Parece que os benfiquistas andam com falta de entusiasmo e preocupados com a falta de nomes sonantes nas contratações. Parece que no Lumiar iniciaram venda dos bilhetes para a supertaça no sábado passado e na luz só na terça.



 
JL
 
 


quarta-feira, 22 de julho de 2015

O REGRESSO DA ESCURIDÃO?


Pedro Proença foi provavelmente o pior árbitro português das últimas duas décadas. Não em termos absolutos, porque já passaram pela relva nacional seres absolutamente anormais. Foi o pior porque foi o mais decisivo. Conseguiu estar em momentos chave. Nestes últimos vinte anos houve jogadores se destacaram, que estavam muito acima do nível médio das nossas competições caseiras. Mas mais decisivo do que Proença não houve. Quando decidiu abandonar a arbitragem foi um momento alto para verdade desportiva. É esta figura, ex-colega de faculdade do Bucha de Carvalho, que quer liderar a liga. A acontecer, aproximam-se tempos muito pouco agradáveis.
 


 

JL

DA BIPOLARIDADE


Ainda há pouco tempo, talvez até menos de um ano, os benfiquistas (ou seriam os jornaleiros) andavam indignados com a constante entrada e saída de jogadores do Benfica durante o defeso. Agora que já não temos por lá a parabólica da Aroeira (agora do Estoril), anda toda a gente (ou serão apenas os jornaleiros) encruada porque não surgem nomes novos a caminho do Seixal.

JL

terça-feira, 21 de julho de 2015

CLIENTE ACIDENTAL


Hoje principiou a venda dos bilhetes para Supertaça. Trofeu menor, de pré-época, mas tornado importante devido ao contexto atual. Prioridade na compra aos redpass total. Muito bem. Mais contribuição, mais beneficio. Justo. Contudo, não havia era necessidade de serem castigados. Não havia melhores bilheteiras que as das modalidades? Horas ao sol, apenas três guichets abertos, má educação dos seguranças. Queixamo-nos que nos tratam como clientes e não como sócios. Mas mesmo para clientes somos muito mal tratados.

JL

quinta-feira, 16 de julho de 2015

AMANHÃ NO NOSSO JORNAL


À atenção dos nossos dirigentes o artigo que amanhã vai sair no jornal “O Benfica”. A conjuntura começa a ser favorável a um investimento nesta modalidade que muito nos diz . Ao mais alto nível, num mundo cada vez mais global, os benefícios seriam enormes.

 
JL

quarta-feira, 15 de julho de 2015

O ÓTIMO E O BOM


Este post não vai ser do agrado da maioria dos benfiquistas. Contudo, tenho de enquadrá-lo num outro, aqui escrito, há mais de dois anos. O casaco de cabedal.
 
Presumo que não sabemos nem um quarto das negociações que se passam no defeso. Os jornalistas também não. Mas inventam três vezes mais do que realmente se passa. Entre o que não se sabe e o que se inventa, a distância com a realidade é por vezes colossal. De qualquer modo, o que ninguém, ou muito poucos, sabe, deixa de ser verdade e o que se inventa, de tanto repetir, passa a ser realidade à força. Quando escrevemos sobre futebol e mais particularmente sobre o Benfica, só o podemos escrever sobre os dados que temos, que passam a ser factos e destes factos partem os argumentos.

Vamos então assumir como verdade que o Manchester ofereceu 30 milhões pelo Nico Gaitan, ou até mesmo os 30 milhões mais dois jogadores do plantel. Vamos assumir igualmente que Luis Filipe Vieira, feroz negociador, recusou. Que faz finca-pé nos 35 milhões da cláusula de rescisão. 35 Milhões seriam perfeitos. É consensual que é preferível dinheiro que jogadores. Por vezes. Matic soube-nos a pato.

Tenho para mim que se Nico Gaitan tivesse mais um ou dois neurónios para acompanhar aquele que isoladamente existe no seu cérebro seria um dos melhores jogadores do mundo. A sua qualidade técnica é inigualável e muito superior a todos os colegas de equipa. Com bola tem momentos fenomenais.  E deve ser bom rapaz. Jesus adorava-o.

Mas nestes anos de Gaitam no Benfica não me recordo de um jogo em que foi decisivo. Sei que os houve, mas de repente não consigo lembrar-me. Falha minha certamente. Lembro-me de grandes golos (com o Sporting), grandes jogadas (muitas), assistências às dezenas. Mas decisivo…daqueles jogos que levou o Benfica a uma vitória…não me recordo. Não precisava de um exemplo como o 3-6 do João Pinto. Mas um jogo como o Talisca no Estoril, do Lima no Dragão ou dos vários que o Jonas nos presenteou. Isto só no ano passado. Com pena minha recordo alguns falhanços, decisivos. Como em Turim.

Fosse eu responsável por estas coisas no Benfica e oferecessem os tais 30 milhões, já o tinha levado ao aeroporto com um sorriso nos lábios. Sei que 35 milhões são ótimos, mas 30 milhões são muito bons.

Cheira-me que quando fechar o mercado vamos voltar a ter o Gaitan no plantel. Pela sua qualidade não é de todo uma má noticia. Eu prometo que volto a publicar este post.

JL

É ISTO


terça-feira, 14 de julho de 2015

A CAMISOLA À SANTA, A ALMA AO DIABO


Depois de semanas de fingido recato, o traidor uruguaio assumiu finalmente(!) a opção que tomou.

Era já tempo, mais que tempo de sair, enfim, da toca e rumar ao esgoto.

Depois de oferecer a camisola à santa, vendeu a alma ao diabo.

É lá com ele; há sempre quem prefira ser nota de rodapé nos livros de história.

Deixa de ser um dos nossos, não será nunca um deles.


O Benfica somos nós.


RC

BONS HÁBITOS


O sol, o calor, as férias, os fins-de-semana fora. Espero que estas tenham sido as únicas razões para que o jogo do Benfica, da primeira jornada, seja a um domingo, às 20.30. Acreditemos que com o avançar da época os jogos voltem a ser à tarde. Os bons hábitos são para manter.
JL
 

sábado, 11 de julho de 2015

DOIS TREINADORES E A ESCOLHA CERTA



Enquanto treinador do Benfica, Rui Vitória deu hoje a sua primeira grande entrevista a um jornal desportivo.

Gostei muito do que li. Embora todos saibamos que o futebol está muito longe de ser uma ciência exacta e que é sobretudo momento, isto para além de uma série de factores aleatórios e muitas vezes incontroláveis, não tenho dúvidas de que Vitória tem competência, tarimba, conhecimentos e perfil para ser o treinador de que o Benfica precisa aqui e agora.

Revelando um discurso elaborado mas perfeitamente claro e inteligível, Vitória mostra também ser ambicioso mas sem recorrer à fanfarronada simplória e tão ao gosto de alguma da nossa comunicação social.

Mais que isso, parece-me que não existem hoje grandes dúvidas de que Rui Vitória tem um conhecimento perfeito do Universo Benfica e que tem perfil humano, técnico e académico para liderar todo o futebol do clube.

Temos treinador, temos homem, não tenho grandes dúvidas.

O resto será do futebol, dos seus grandes e pequenos sortilégios, mas também e não duvidemos, do apoio que todos formos capazes de transmitir a um homem que merece triunfar.

********

Entretanto, no mesmo dia e a outro jornal desportivo, Marco Silva dava a sua primeira entrevista após a saída do Sporting.

Marco Silva reuniu durante muito tempo as simpatias de uma larga franja de adeptos do Benfica, relativamente à sucessão de Jorge Judas.

Como dizia o enorme Carlos Pinhão, em Portugal as homenagens são sempre contra alguém e toda a movimentação em torno de Marco Silva acabou por ser também um forma dissimulada de contestação ou pelo menos desconfiança em relação a Rui Vitória.

Não tenho dúvidas de que também Marco Silva é um treinador competente capaz e sobretudo resiliente: só assim foi possível,aliás, conviver meses a fio com um deficiente mental do quilate de Bruno Carvalho.

É por isso completamente incompreensível que após um processo em que foi enxovalhado e humilhado enquanto homem e enquanto profissional, Marco Silva afirme na entrevista em questão, que não teria qualquer problema em regressar ao Sporting.

Quanto a coluna vertebral estamos, portanto, conversados e também por isto, fico sem dúvidas de que o Benfica e o seu presidente fizeram a escolha certa.


RC

domingo, 5 de julho de 2015

PREPAREM-SE PARA O INÍCIO DE 2016


Chamar sorteio a este ato determinativo com tantos condicionalismos é ser simpático. Se no caso dos clubes madeirenses, pelas condicionantes geográficas e estruturais, se compreende que seria complicado ter, por hipótese, os três grandes a jogar mesmo tempo na ilha da Madeira, não me parece aceitável, nem desportivamente legítimo, que as datas dos jogos entre os três habituais candidatos ao título sejam tão “escolhidas”.   

De qualquer forma, lá se fez o sorteio e mais uma vez a sorte não nos sorriu. Começa a ser sina. Eu sei que depois da bola rolar, os jogos à partida seriam uma tragédia, tornam-se fáceis e jogos que à primeira vista seriam um passeio, tornam-se um cabo das tormentas.

O Benfica tem um início de campeonato demasiado caseiro. Três jogos em casa em quatro. Segue-se o FCP no dragão. Em tempo de concentração desportiva ainda em crescimento, há a vantagem de ficarmos logo despachados de um jogo que não costuma ser nada agradável. O mesmo acontece com a ida a Guimarães e a Braga. Deslocações chatas, até para quem acompanha a equipa. Este é o aspeto positivo do calendário. O difícil no início.

Pior será em janeiro de 2016. O ano inicia com a deslocação a Guimarães. Depois de 10 de janeiro a 7 de fevereiro temos um jogo em casa e quatro fora (Nacional, Estoril, Moreirense e Belenenses). Por “sorte” dois deles são na grande Lisboa. Logo a seguir recebemos o Porto e vamos a Paço de Ferreira. Resumindo, cinco jogos fora em sete, com um dos jogos em casa ser contra o Porto.

Janeiro é o mês do segundo defeso. No final de dezembro costuma jogar-se a taça da liga. Mas o mais interessante é que entre o tal jogo em casa com o FCP e a ida a Paços de Ferreira temos a primeira mão dos oitavos de final da liga dos campeões. O melhor que nos pode acontecer é ter um janeiro e fevereiro cheio de preocupações.

JL

sexta-feira, 3 de julho de 2015

DOS INVERTEBRADOS


Na escola a professora explicava que animais invertebrados são os que não possuem coluna vertebral, nem crânio. E dava como exemplo as esponjas, as águas-vivas, os vermes, as lombrigas, os polvos, as minhocas e as estrelas-do-mar.
Lembrei-me disto quando a net me recordou anteriores declaraçãoes de Manuel Fernandes e Octavio Machado sobre Bruno de Carvalho e Jorge Jesus. Algumas são de há tão poucos dias que se podem contar em horas.

JL

LENI LUZ

Há coisas que têm o seu valor, outras que não têm preço. Vamos por partes. A reportagem sobre o interior do Benfica que está ser transmitida pela SIC tem um valor inestimável para a promoção do clube. Vale centenas de horas da BTV. Tudo feito como mandam as regras, horário nobre, por episódios, repetição das ideias-chave, mesmo em cima da apresentação do Judas e da transladação do Rei.
O que nos incomoda? A forma como é apresentado, tornando Lusi Filipe Vieira no pivô de todo programa. É falso? Não, o presidente é o líder e último responsável por todos os sucessos e insucessos. Somente esta personalização excessiva é contrária ao ADN do clube. Leiam sobre Cosme Damião e perceberão o que estou a dizer. Contudo, não há pingo de falsidade, tudo o que é apresentado corresponde a factos verídicos. O Benfica vence e convence.  O resultado final é amplamente positivo.
No entanto, Nuno Luz, pelo seu belíssimo trabalho, não se livrará de ser chamado de Leni Riefenstahl do Sport Lisboa e Benfica ou, conforme o lado da barricada, do Vieirismo.
E o que não tem preço? O que não tem preço é ver e ouvir as declarações de Jorge Judas enquanto funcionário do Benfica. Absolutamente impagável. Vale mesmo a  pena.

JL

quarta-feira, 1 de julho de 2015

BERNARDO E OS NÚMEROS


Os números no futebol ajudam. Esclarecem algumas coisas. Podem até ser um bom ponto de partida. Mas não são o fundamental. Um jogo de futebol é realizado num campo com 90 a 120 metros de comprimento e 45 a 90 metros de largura, com uma bola, geralmente ao ar livre e com 22 homens (ou mulheres). É da interação de todos estes fatores inconstantes que surge o resultado. A partir de uma quase infinidade de dados aleatórios e não controláveis. Desde a bola, de trajetória por vezes imprevisível, ao condicionalismos do clima, até às idiossincrasias própria dos 22 seres humanos que estão em campo.

Quando Bernardo Silva foi vendido por meros 15 milhões de euros houve duas formas destintas de analisar o negócio. A mais sentimental, que defendia ter sido um mau negócio, pelo benfiquismo do Bernardo, pela injustiça de nunca ter tido a oportunidade de representar o clube ao mais alto nível. Em contraponto, a mais “racional”, receber 15 milhões por um jogador que ainda não se tinha estreado na principal equipa do Benfica, nunca poderia ser considerado um mau negócio. Se olharmos para os números, de forma desapaixonada, esta segunda doutrina é inatacável.

Escrevi aqui no blog, mesmo em cima do acontecimento, que a venda de Bernardo Silva era sempre um mau negócio. Expliquei, na altura, que numa venda o que está em causa não é o valor do jogador na atualidade mas o seu potencial de rendimento no futuro. Por essa razão, por exemplo, talvez o Luisão não tenha tanto valor de mercado que o Jardel. Pela mesma razão, o Maxi não deveria pedir mundos e fundos ao Benfica e a equipa que o contratar, se for pagar o que por aí de anuncia será obviamente um mau negócio.

Contudo, para além dos números, o futebol é muito mais. E ver um jogador a atuar, ao vivo, perceber a forma como interage na dinâmica do jogo, como corre de cabeça levantada, como é generoso com a equipa, é a prova essencial do seu valor. Um valor que vai muito além dos passes certos, assistências ou golos marcados. E quem visse Bernardo Silva jogar, sem condicionalismo no olhar, sem a vista estar enublada pela teimosia, veria que tínhamos jogador. Como já aqui o tinha escrito há três anos atrás. Houve alguém que não viu.
JL