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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

MUDAR DE VIDA



De vez em quando, nem que seja por curiosidade científica, convém dar uma espreitadela no quintal do vizinho.

Foi o que fiz ontem e só não me arrependo porque não desperdicei mais de 15 minutos desse bem precioso e escasso que é o tempo.
É assim: este é o limite do incensado Sportém.
Tudo em esforço. Sem brilho, nem beleza, nem qualquer semelhança, por mais ténue que seja, com futebol espectaculo.
Para aquelas mentes curtas e sifilíticas é quanto basta para andarem eufóricas: que lhes faça bom proveito.

Quanto ao outros, o panorama não é muito melhor: uma manta de retalhos mal alinhavada por um treinador sem categoria, nem presença nem carisma.
Preparemo-nos, no entanto, porque os habituais e decisivos reforços de inverno devem estar a chegar e claro que não estou falar do cigano gordo.

Perante isto, ou o Sr. Jesus deixa-se de bazófias e põe finalmente a equipa a jogar um futebol decente, competente, aplicado e minimamente convincente e é inequivocamente campeão nacional ou mais vale mudarmos não apenas de treinador ou presidente mas, sobretudo, de vida.

RC

domingo, 29 de dezembro de 2013

QUANDO A CORJA TOPA DA JANELA

O cerco aperta-se e não duvidemos que as coisas só irão piorar.
A comunicação social seja escrita, falada ou digital transformou-se nisto.
Num país em que a verdade desportiva é falseada há mais de 30 anos com recurso a putas, a esquemas de chantagem e a quinhentinhos, o que escandaliza esta latrina digital é esta notícia.

O anti-benfiquismo está por todo o lado, aproveitando a desunião que corrói o clube e a falta de uma estratégia de comunicação que se tornou um problema crónico e aparentemente irresolúvel.

O Benfiquismo continua impávido mas pouco sereno, entre as feridas de um Maio que insistem em não sarar, um vieirismo optimista até ao autismo e um anti-vieirismo ainda pior: fundamentalista, fanaticamente absurdo, despropositado, revanchista.

Entalado entre um Porto que estrebucha, tentando adiar um fim à vista e um Sporting liderado por um menino de claque aprendiz de mafioso, o Benfica tornou-se uma massa inerte.
Sem rumo nem estratégia, sem nervo nem garra.
À mercê de tudo e de todos: um gigantesco saco de pancada, se quisermos.

Janeiro e Fevereiro serão meses de grandes decisões.
A norte trabalha-se.
Mais discretamente que nunca porque a idade não perdoa, mas que ninguém duvide que o trabalho será feito e apresentado quando chegar a altura: com a competência e eficiência habituais.
Mesmo ao nosso lado, um gandulo pedante e ridículo enfeitado com gravata verde e barba à passa-piolho, deslumbrado com um 1º lugar que lhe caiu do céu e de alguns fora-de-jogo por assinalar, permite-se tudo: ameaçar e condicionar árbitros, invadir o campo, incentivar molhadas em final de jogo e, evidentemente, meter o Benfica ao barulho.

Perante tudo isto, o que faz o Benfica?
Vai de férias natalícias, deixando a comunicação social entregue a tal gente, aos seus séquitos, aos jagunços do costume: ao ódio reiterado, às mentiras repetidas, à desestabilização continuada, à especulação pura.

É nisto que o Benfica se está a tornar: uma massa imensa mas inerte que prefere desgastar-se obsessivamente em lutas fratricidas e em pequenos-grandes ódios de estimação.

Tudo isto acontece enquanto e como cantava Zeca Afonso, “a corja topa da janela”.
É isso: o que faz falta é acordar a malta.


RC



sábado, 28 de dezembro de 2013

ENTRE O PRAZER E O MEDO



Existe diferença entre corromper os árbitros com envelopes, peças de joalharia ou meninas de várias cores e pressioná-los com o medo de serem visitados por meninos na calada da noite? A diferença está apenas entre serem meninas ou meninos? Não. A diferença está em quem faz de prostituta no processo.
  
Na véspera de clássico, o jornal Record resolveu, mais uma vez, apresentar uma capa que não consigo classificar menos que nojenta. Continua a dar suporte de vida ao caso do último jogo dos lagartos, um lance onde até existem duas faltas (a primeira é consensual), num jogo em que o Sporting nem merecia empatar, quanto mais ganhar. Uma semana depois, o Record insiste no pior que existe no futebol, queima literalmente um árbitro que cumpriu a lei, liga-o ao Benfica de forma desonesta e dá evidente guarida ao brunocarvalhismo.    

Não há mínima dúvida que esta capa conciona as próximas arbitragem dos jogos do Sporting. Pelo medo. Esta capa não faz bem ao futebol, não faz bem ao jornalismo, mas presta um enorme serviço ao Sporting. O Record anda a vender mal, há dias que não passam dos trinta mil exemplares vendidos em banca. Compreende-se o desespero. Só falta saber se são uma puta cara ou barata. 

JL

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

DE KALASHNIKOV A ABRIR CAMINHO





Tenho para mim que, mesmo não percebendo nada de caça, se andar a caçar coelhos com uma Kalashnikov sou capaz de matar alguns, mas também é provável que acerte nos companheiros de caçada ou mesmo, com algum azar, no próprio pé. 

O brunocarvalhismo é um fenómeno de existência muito recente, beneficiando por isso de um efeito determinante denominado “novidade” e que é decisivo na força que exerce perante corpos externos. Este fenómeno caracteriza-se pela emissão intensa de verborreia ofensiva e sem qualquer critério, resultante de uma descarga emocional produzida por um sucesso desportivo momentâneo.   

O brunocarvalhismo, embora circunscrito no espaço e no tempo, é altamente contagioso. Já são poucos os moradores da Quinta do Lambert que não se julgam Rambos, perdidos e abandonados numa floresta do Vietnam, a lutar contra tudo e todos. Mais abaixo, ao lado do Lidl, no epicentro do fenómeno, dirigentes, jogadores e até roupeiro, mantêm uma verbalidade elevada, que se estende pela planície de Alcochete. 

A sua descoberta mais recente é sobre a existência e manutenção de um sistema informal de favores, muito pouco gratuitos, em benefício de apenas um clube. O autismo perante um processo já há muito divulgado parece que terminou para aqueles lados. Noticias, entrevistas e gravações só agora foram descobertas. Todavia, afetados pelo brunocarvalhismo intenso e de Kalashnikov nos braços, esquecem que o único clube cujo dirigente foi apanhado depositar um cheque na conta de um fiscal de linha que ia arbitrar um jogo do seu clube foi precisamente o Sporting. E isto não foi no século passado. O Bufas ao menos tinha (ou ainda tem) a gaveta da sala, de onde saiam os envelopes. Quem sabe, sabe.  


 


















JL