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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

DE KALASHNIKOV A ABRIR CAMINHO





Tenho para mim que, mesmo não percebendo nada de caça, se andar a caçar coelhos com uma Kalashnikov sou capaz de matar alguns, mas também é provável que acerte nos companheiros de caçada ou mesmo, com algum azar, no próprio pé. 

O brunocarvalhismo é um fenómeno de existência muito recente, beneficiando por isso de um efeito determinante denominado “novidade” e que é decisivo na força que exerce perante corpos externos. Este fenómeno caracteriza-se pela emissão intensa de verborreia ofensiva e sem qualquer critério, resultante de uma descarga emocional produzida por um sucesso desportivo momentâneo.   

O brunocarvalhismo, embora circunscrito no espaço e no tempo, é altamente contagioso. Já são poucos os moradores da Quinta do Lambert que não se julgam Rambos, perdidos e abandonados numa floresta do Vietnam, a lutar contra tudo e todos. Mais abaixo, ao lado do Lidl, no epicentro do fenómeno, dirigentes, jogadores e até roupeiro, mantêm uma verbalidade elevada, que se estende pela planície de Alcochete. 

A sua descoberta mais recente é sobre a existência e manutenção de um sistema informal de favores, muito pouco gratuitos, em benefício de apenas um clube. O autismo perante um processo já há muito divulgado parece que terminou para aqueles lados. Noticias, entrevistas e gravações só agora foram descobertas. Todavia, afetados pelo brunocarvalhismo intenso e de Kalashnikov nos braços, esquecem que o único clube cujo dirigente foi apanhado depositar um cheque na conta de um fiscal de linha que ia arbitrar um jogo do seu clube foi precisamente o Sporting. E isto não foi no século passado. O Bufas ao menos tinha (ou ainda tem) a gaveta da sala, de onde saiam os envelopes. Quem sabe, sabe.  


 


















JL










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