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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


segunda-feira, 30 de junho de 2014

DA COR DO REDPASS



Hoje chegou ao conhecimento da plebe a camisola alternativa 2014/15. Ainda não é desta que respeitam a tradição e nos oferecem uma alternativa de cor branca. Quanto a esta, ainda é pior que a anterior. Está difícil ver-nos livres do preto. Já agora, e em consonância com o equipamento, hoje abriu a época de renovação dos redpass. Vamos a isso. 



JL

quinta-feira, 26 de junho de 2014

ESCLARECER, PARA QUÊ?



O Benfica é um clube com mais de duzentos mil sócios. Tem uma SAD, é certo, mas esta é detida na maioria pelo SLB. A Direção atual foi eleita por uma esmagadora maioria, provavelmente até de forma justa. Este facto não a liberta de dar explicações aos sócios sobre a gestão que vai realizando. Seja através de comunicados, da Benfica TV, de entrevistas a canais amigos ou nas Assembleias Gerais. Um clube é um clube. Por mais que isso custe monetariamente, por mais que isso impeça de lucrar com negócios por baixo do pano. O Benfica não é como o FCP. 

O que se passou ontem em relação à cedência do atleta Garay foi simplesmente vergonhoso. O Benfica escreve um comunicado à CMVM e não existe o mínimo consenso sobre o seu conteúdo, nem o seu propósito. Foi vendido por 6 ou 15 milhões? Os 6 milhões é a totalidade da venda ou o que Benfica recebeu? O Benfica recebeu apenas 2,4 milhões de um atleta que custou 5? O Benfica vai vender mais um atleta aos russos para acertar estas contas? Foi uma forma manhosa de diminuir a parte do Real Madrid? Ninguém se entente e a Direção do clube não vê necessidade alguma de esclarecer os sócios e adeptos. 

JL

terça-feira, 24 de junho de 2014

SOZINHOS, CONTRA 272 CAPAS



Há duas coisas que, neste momento, são tão certas como o sol. Primeiro, dos titulares, e oficialmente, só saiu do Benfica o Siqueira, que até nem era nosso. Rodrigo e André Gomes já tinham ido há muito. Segundo, ainda faltam 272 capas de jornais desportivos até fechar o mercado. Este número aumenta para 340 se contarmos com o Correio da Manhã. E depois de fechar o mercado cá do Burgo, ainda a haverá extensão russa.
Há três tipos de gente que liga ao mundial. Os que gostam realmente de futebol e querem saber tudo. Estes têm a net, que lhes dá melhor e mais rápida informação. Os patrioteiros de bandeira no carro. A estes bastam os programas do Jorge Gabriel e ficam informados. E os amigos do Mourinho e do Ronaldo, que para justificarem o investimento no plasma, passam tanto tempo a ver futebol no sofá que nem têm tempo para leituras, sejam elas quais forem.
O mundial não vende papel. Assim, os jornais aplicam a velha fórmula da especulação fácil e vão alegre e rapidamente caminhando para o abismo da falta de credibilidade. Quem compra o record, a bola ou o jogo, faz com mesma convicção que um asmático viciado puxa de um cigarro manhoso. Cancelo, Cavaleiro, Bernardo, Enzo, Garay, Gaitan, Markovic, Oblak e Maxi Pereira. Ufa. Desfilam por clubes grandes, pequenos, novos, míticos, fundos de investimento, aplicações financeiras, empresas em offshore.
De tanta gente que se falou, de tantos que ainda se vai falar, um, dois ou mesmo três acabarão por ser vendidos. Talvez bem vendidos, talvez não. Por vezes chegam substitutos à altura, outras vezes não. Mas o que ninguém nos tira são as 272 capas de jornais.
Nestes dois meses de massacre informativo estamos desamparados. Nem uma palavra de incentivo, nem um gesto de motivação. Enzo já assinou? Então tomam lá um Djavan. O Garay já não é nosso? Tomem lá um Loris. É uma loucura por essa europa pelo Oblak? Confiamos no Candeias.
O futebol é um negócio que vive de expectativas. Saber geri-las não é fácil, mas dá milhões. Com o aproximar da data de venda de lugares anuais, com uma campanha na rua para aumentar o número de sócios, esperava-se dos responsáveis do clube, tão lestos em comunicados a desmentir certos nomes, uma política de comunicação mais astuta. Preguiça ou incompetência não conjuga com certos ordenados que se praticam na Luz.

JL

quinta-feira, 19 de junho de 2014

A TAÇA DA DESONRA



Não é um “baixar as calcinhas” porque os outros nem uma formiga sodomizam, mas é certamente um “dar a mão” a quem não tem pudor em tentar morder-nos permanentemente. A benevolência e a generosidade das Direcções presididas por Luís Filipe Vieira para com os bandidos do Lumiar é um autêntico mistério. Não fosse a nossa grandeza incomparável e eramos como aquelas mulheres vítimas de violência domestica. Já uma vencedora do festival da canção cantava algo a propósito. 

Em relação aos andrades, apesar de justo o antagonismo constante, este tem sempre um certo carácter pavloviano. Resposta pronta e vigorosa. Quando se trata dos viscondes falidos a atitude é a oposta. Semanalmente o anafado que dirige a colectividade, a mesma que deposita cheques em contas de árbitros, farta-se coleccionar dislates contra o nosso clube. São tantos e em crescente de gravidade que a conversa até já andou à volta de necessidades fisiológicas. Fazemos bem em não responder, mas fazemos muito mal em fingir que não ouvimos. 

A Benfica TV assegurou a transmissão da taça de honra da AFL por 300 mil euros. Por que carga de água vamos possibilitar que a Sporting TV transmita os mesmo jogos, mesmo que em diferido? Nem por todo o dinheiro do mundo, quanto mais por simples simpatia. Mais uma vez vamos dar a mão para ajudar num projecto em que terão grandes dificuldades em implementar. Eles até são uns gajos porreiros e têm sempre palavras simpáticas quando falam do Benfica e até já pediram desculpas oficiais por incendiarem parte do nosso estádio. 

Tivesse esta Direcção, quando se trata dos viscondes, algum sentido de Honra (curiosamente o nome do caneco) e nem sequer participava na prova, enquanto a AFL não corrigisse o palmarés que consta no seu site e que tem levado ao engano a esmagadora maioria da preguiçosa comunicação social portuguesa. Ler aqui e aqui. 

JL

segunda-feira, 16 de junho de 2014

SIM, ODIEMOS O ALEMÃO!


É uma espécie de fatalidade: logo agora que começava a enternecer-me perante o look entre o exótico e o “alien” de Raul Meireles, a forma abnegada e patriótica como Pepe canta o hino entre duas patadas e três cabeçadas num qualquer adversário, os perus internacionais do Patrício ou a imponente bigodaça de Hugo Almeida, acontece isto.

Depois de vários dias de enormes expectativas, entusiasmo e gritaria em barda, histeria luso-brasileira e reportagens de todos os ângulos prováveis e imaginários sobre a roupa interior de Cristiano Ronaldo com o inefável Nuno Luz a arfar até à exaustão, Portugal estreou-se no Mundial, encaixando 4 batatas dos arrogantes e pouco disponíveis teutónicos.

Não é de admirar que a coisa não tenha começado bem, se nos recordarmos que o palácio de Belém e uma audiência com Cavaco Silva foram a última escala da selecção antes da partida para as Américas.
É certo que Cavaco estará também de pé atrás com a selecção, pelo menos desde a sulipampa na Guarda, mas nem por isso será caso para dizer que só se estragou uma casa.
Decididamente, não sejamos injustos para os mais altos e nobres símbolos pátrios.

Por mim, garanto não rejubilar com as derrotas da selecção ainda que me faça alguma confusão que gente que se borrifa para um país que vendeu a electricidade a chineses, a gestão de aeroportos a franceses e a alma ao diabo desde que isso de traduza em meia-dúzia de patacos, se sinta genuinamente indignada se alguém insinua que Pepe é uma besta, Bruno Alves um animal e Meireles uma versão futeboleira do homem de Neandertal.

Hoje será, pois, dia de raiva contra os alemães, esses gajos que para além de nos massacrarem com austeridade, ainda tiveram a desfaçatez de porem a Frau Merkel na tribuna de honra a troçar da acne do Ronaldo, das digníssimas e visigóticas barbas do Meireles ou da cláusula de rescisão do Patrício.

Peço apenas um pouco de comiseração: não me obriguem a odiar a Alemanha, toda a Alemanha.
Afinal, as gajas são giras, a cerveja é fantástica e as salsichas e o haxen, um petisco de se tirar o chapéu.

Se perante o desconsolo, a impotência, alguma raiva e uma pontinha de frustração quiserem mesmo odiar um alemão, então escolham este.
E não se poupem.






RC

A MINHA PÁTRIA E OS ALEMÃES



Eu já sabia que a equipa do Jorge Mendes estava a levar três, mas quando liguei o rádio pensei que tinha feito uma recuperação épica tal eram os orgasmos radiofónicos provocados pelas correrias do menino Ronaldo. Afinal eram só ameaças e ainda levaram o quarto. 

Sem ter visto o jogo, fiquei com a sensação que jogaram duas equipas contra os alemães. A selecção portuguesa, que perdeu merecidamente, cujos jogadores jogaram vergonhosamente e andaram perdidos em campo, porque é treinada por um míope que fez tudo errado, da equipa inicial às substituições. E o Cristiano futebol clube, que massacrou os alemães, queimou as mãos ao guarda-redes adversário e só não marcou por pura infelicidade.  

A certa altura ouvi o nome do André Almeida. A minha pátria estava em campo. A partir desse momento senti profundamente a injustiça do resultado. E pena por ele estar a jogar na selecção e não no Cristiano futebol clube. Talvez terminasse com outro resultado. Nunca é agradável perder com alemães. Seja a chutar a bola ou a soprar no apito. 

JL