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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


terça-feira, 28 de outubro de 2014

A REALIDADE PARALELA DA SEGUNDA CIRCULAR



Vem na democrática wikipédia: Realidade (do latim realitas isto é, "coisa") significa em uso comum "tudo o que existe". O termo inclui tudo o que é, seja ou não percetível, acessível ou entendido pela ciência, filosofia ou qualquer outro sistema de análise. 

Entendidos relativamente ao conceito, vamos aos factos: Esta época a única equipa que venceu um troféu foi o Benfica. Sei bem que é o mais reles de todos: a supertaça, mas entre este e nenhum, escolhemos o caneco. Até ao final teremos esta pequena vantagem. 

Na Liga dos Campeões o Benfica tem exatamente os mesmos pontos que o Sporting. Sendo que estes últimos têm um grupo infinitamente inferior ao do Glorioso. Já ambos jogaram com todas as equipas e igualmente dois jogos fora e um em casa. Ao nível de resultados, sendo medíocre, é no mínimo idêntico aos que moram no Lumiar.    

No campeonato o Benfica segue em primeiro. Os lagartos em quarto. O líder tem o melhor ataque e o mesmo número de golos sofridos que o Sporting. Como eles, continua na Taça de Portugal. Estamos em vantagem. 

Lendo os jornais, ouvido a rádio, assistindo aos paineleiros na TV, parece que a realidade é outra.
Como aquela anunciada pelo jornal A bola de hoje. O Benfica de jesus perdeu 50% dos jogos fora contra as equipas “grandes”. Isso quer dizer que essas equipas (Sporting e Porto), em casa apenas conseguem ganhar metade das vezes ao Benfica de Jesus. 

Todavia, isto da estatística e de agrupar resultados de várias equipas tem o seu quê enviesamento analítico. Por exemplo, o Sporting em casa, durante o reinado Jesus, só ganhou uma vez ao Benfica. Foi por 1-0, com um penalti duvidoso. Penso não ser sequer necessário olhar para os resultados na Luz. Será bloqueio? 

Com estes factos apenas podemos chegar a uma de duas conclusões. Ou o Sporting desistiu do seu anseio de grandeza, talvez cansado de mais de um seculo de frustrações, ou esta campanha delirante (cujo o expoente máximo é o jornal record) tem como objetivo oxigenar alguma instituição em dificuldades, usando uma eventual crise no Benfica. 

JL

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

JESUS LANÇA PETARDO



O lançamento de petardos é das coisas mais inócuas que existem no futebol, até no que diz respeito ao apoio à equipa. Mas há quem ache uma piada imensa ao infantil e inesperado barulho do seu rebentamento e há quem lhe dê demasiada importância quando se trata da cobrança de multa. O financiamento de cargos assim o obriga. A conjugação de ambos os fatores aproxima o jogo de futebol da festa da paróquia. 

O Benfica foi vilmente prejudicado na final de Turim. Como já o tinha sido em outros jogos, com destaque para o jogo com a Juventus, das meias-finais, na mesma cidade. De Jorge Jesus ouvimos sempre uma reação tímida, um esgar acanhado, um olhar acabrunhado. O homem, que em outros clubes, gritava nas conferências de imprensa e referia jogos de computador, deu lugar ao diplomático participante em encontros da UEFA. 

Já ultrapassou amplamente o delírio, por isso tenho dificuldade em classificar, a campanha que está ser feita em favor dos nossos vizinhos do Lumiar. Mais do que ao colo, a equipa do Bruno de Carvalho vai às cavalitas de um exército de funcionários da imprensa escrita e falada. Já nem falo das loas aos selecionáveis, nem ao facto de jorrar ouro em Alcochete, nem das pretensas exibições galácticas a cada vitória lagarta, que em boa verdade, em jogos oficiais, foram só quatro. 

Basta apenas falar deste jogo da Alemanha. O penálti não existe, ponto. Todavia, o jogador salta com os braços à frente, em posição de segurar a bola. Não houve um único comentador que tenha dito que não era penalti à primeira, e caso tivesse mesmo sido, como viveria o árbitro com um corte com as mãos na pequena área. É um erro, grave, mas um erro. Depois falam de um golo de fora-de-jogo. Desafio alguém a dizer se o jogador está adiantado mais que um pintelho. 

Por tudo isto, achei de um disparate imenso as declarações de Jorge Jesus. A certo ponto não percebi se falava o treinador do Benfica ou o adepto do Sporting. Em Turim, depois de nos tirarem uma taça (mais uma) era certamente o treinador do Benfica. Diplomático, europeizado, com fair play. Ontem, atirou-se à arbitragem, falou de política e prejuízo, e deitou lenha para fogueira da festa lagarta. Estas declarações vão trazer tantos benefícios para o Benfica como os petardos lançados da bancada. Jorge Jesus até pode ser um grande treinador, mas calado é um poeta. 

JL

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

SEMPRE, MAS TARDE



No mais belo estádio da Europa, no melhor ninho do Mundo, a equipa do Benfica vai ter de se esticar, de perder o medo, de confiar mais. O Benfica é muito melhor que este Mónaco. O problema é que este Mónaco, com as suas limitações, mostrou sentir-se melhor que este Benfica. Mais confiante. Em contrapartida a nossa equipa parece curta, sem profundidade. Sempre em esforço, mesmo perante uma equipa inferior. 

A Liga dos Campeões não é para nós. Como o próprio Jesus admitiu, a escolha foi fazer as aquisições no limite da data de inscrição. Terá vantagens financeiras, admito. No entanto, tem uma mão cheia de desvantagens desportivas. Entre elas, o facto de os jogadores irem se adaptando já com a competição a decorrer. A equipa ressente-se. Há uma serie de jogadores que manifestamente ainda estão desadaptados. Tenho a certeza que em março este grupo estaria no papo. 

O que é uma pena, pois jogamos, e não me canso de dizer, no mais bonito estádio da Europa. 




JL

domingo, 19 de outubro de 2014

UMA POTÊNCIA INDESMENTÍVEL



Na semana passada a supertaça de voleibol e a taça António Pratas. Esta semana a supertaça de basquetebol e uma brilhante vitória dos iniciados num prestigiado torneio em Inglaterra. A U-15 Premier League International Cup. Que não há em Portugal clube igual já o sabemos há mais de um século, a grande notícia desta década é que a distância aumenta a passos largos. 



JL

RECEITA PARA UMA ELIMINAÇÃO FALHADA



1º Não jogar com um único titular no onze inicial. Se tiver que ser, que seja o mais desmotivado e problemático de todos;

2º Não cair na tentação de colocar no banco os habituais titulares, que podem fazer a diferença. A qualquer momento pode ser necessário fazer substituições; 

3º Não povoar o meio-campo. Ao fazê-lo estará a dificultar o trabalho da equipa adversária, é o único caminho que tem entre a defesa e o ataque;

4º Se mesmo assim, estiver a ganhar, deve imediatamente baixar a linhas. Com a bola perto da nossa área temos mais hipóteses de sofrer golos.

Parece uma receita eficaz, mas ontem falhou. Ainda bem. 

JL