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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

ASSOBIAR E TOCAR FLAUTA AO MESMO TEMPO



Correr mais que os outros, chegar primeiro, lutar pela bola e recuperar quando o sortilégio de um ressalto não é a nosso favor. Eis o Benfica de ontem contra o Anderlecht. A equipa. O resto não esteve à altura. 

“O Benfica somos nós, a força do Benfica somos nós, fds!”. Gritava bem alto um conhecido benfiquista em plena função fisiológica no urinol, a três minutos do início do jogo. Nada mais certo. Mas ontem os cerca de trinta mil espectadores não foram força nenhuma. Arrisco até em dizer que somos sempre os mesmos trinta mil. Os mesmos de sempre viram o Benfica a jogar como não jogava há alguns meses. Que fizeram no final, quando a equipa controlava um jogo que vencia por dois zero ao campeão da Bélgica? Na liga dos campeões. Simplesmente assobiaram. 

Qual maldição de Bela Guttman, esta gente que passa vida de cu no sofá e só vem ao estádio para ter o prazer imenso de assobiar e que era exactamente a mesma que na primeira parte aplaudia loucamente as imprevistas fintas do Cardozo, é que é uma praga de exterminação difícil. Para estes não existe contradição entre aplausos e assobios. Partes do corpo díspares emitem sons que o cérebro, limitado, não absorve. Todavia, para quem ouve e esteve noventa minutos a correr mais que os outros, a chegar primeiro e a lutar pela bola a diferença é abismal. Antes tocassem flauta. 

JL

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