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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


terça-feira, 7 de janeiro de 2014

O REI DO POVO



De tudo o que emergiu do Adeus profundo ao Deus Eusébio foi notório um aspecto marginal a todo o ambiente vivido, a crescente distancia das elites que nos governam em relação às massas que formam a Nação.  

Eusébio é o último grande símbolo popular, Rei entre os seus semelhantes, por isso, com o céu a desabar sobre Lisboa, à chuva, ao frio, com os pés na lama, o povo despediu-se em lagrimas de um dos seus pares. Ao invés, as elites surgiram nos momentos da alcatifa, mostraram-se em prime time, fizeram as melhores poses. É sempre assim. 

Simbólicas as declarações da segunda figura da Nação, a presidente da Assembleia da Republica, eleita como primeira figura do parlamento onde se sentam os representantes do povo. Veio alertar para os “custos mesmo muito elevados, na ordem de centenas de milhares de euros” da transladação de Eusébio para o Panteão Nacional. 

Levar um símbolo do povo para o Panteão fica caro? Não, minha senhora. Não fica ao preço dos vossos almoços de protocolo, alguns deles com um criminoso chamado Pinto da Costa. Segundo o próprio gabinete de sua excelência não custa mais de 50 mil euros. Sem querer, no meio da sua mediocridade moral e ignorância de facto, o que Assunção Esteves transmitiu inconscientemente é que para ela já existe povo a mais no Panteão, que a Amália até já foi uma concessão. E se o povo quer lá mais um dos seus, que o pague, como deve pagar a saúde, os transportes, a água e o ar que respira. 

Para contrariar, a lei é clara, o panteão serve para “perpetuar a memória dos cidadãos portugueses que se distinguiram por serviços prestados ao país, no exercício de altos cargos públicos, altos serviços militares, na expansão da cultura portuguesa, na criação literária, científica e artística ou na defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e da causa da liberdade”, definição que serve que nem uma luva ao nosso Eusébio. 

Eusébio vai para o Panteão Nacional porque é lá o seu lugar e a Assembleia paga os custos, sejam eles quais forem, porque o dinheiro é nosso e é o mesmo que paga a pensão de reforma a Assunção Esteves, superior ao ordenado definido por lei e que ela preteriu. Eusébio vai para o Panteão Nacional porque não podemos permitir que os nossos carrascos nos criem maus costumes.  

 JL

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