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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


domingo, 20 de abril de 2014

O QUE É DEMAIS ENJOA E MUITO



Neste blog já devem cansar os posts sobre o nosso andebol, mas quanto mais a modalidade bate no fundo, mais o fundo se afunda. Eu sei que a paixão pelo clube leva-nos a apelar a atitudes mais radicais, mas há limites para a racionalidade que são estabelecidos pela própria

O jogo de hoje contra o FCP passou os limites do caricato. Não está em causa apenas o facto de uma equipa a vencer a 13 segundos do fim acabar o jogo derrotada. O que está em causa é que isto passa-se exactamente assim, repetidamente, há mais de dez anos. 

Para a maior parte dos sócios não é fácil pagar os 12 euros mensais. Ao fim do ano, com o décimo terceiro mês, são mais de 150 euros. E depois há os bilhetes dos jogos, a quota modalidade, as viagens e as bebidas e para quem tem filhos as mensalidades das actividades desportivas no clube.  

A grande massa associativa não merece esta atitude. Isto não é apenas incompetência, não é azar, nem falta de jeito. É uma grande falta de vergonha.  O plantel ainda deve ter uns vinte elementos, mais equipa técnica e dirigentes remunerados. Imaginem o que se poupava financeiramente e moralmente. 

Sublinho, são dez anos disto. Treinadores e jogadores são mudados, mas continua. Revejam os últimos dois minutos de jogo. É impossível não ficar de boca aberta. 

JL

quinta-feira, 17 de abril de 2014

VÃO SER ASSIM OS NOSSOS DIAS



Faltam 10 dias para o Benfica ir ao Dragão defrontar mais uma vez o FCP.  Antes ainda defrontamos o Olhanense e a Juventus em casa. No caso do jogo da Liga Europa, este realiza-se apenas a menos de 72 horas do jogo da Taça da Liga. Três dias depois temos de estar em Turim para a segunda mão com os italianos. Não há justificação plausível para este encavalitar de datas em claro prejuízo do único clube português que está na Europa a amealhar pontos para outros terem acesso aos milhões. 

Aconteceu uma história idêntica em 61, quando a segunda mão dos oitavos de final da Taça de Portugal, em que o Benfica foi ao Bonfim, realizou-se no dia seguinte à final da Taça dos Clubes Campeões Europeus. Já nessa altura tínhamos de ser muito melhores que os outros.  

O Benfica podia borrifar-se para esta Taça da Liga e entrar gloriosamente no Dragão com a equipa B. E criava-se mais um caso, tão do agrado da nossa Comunicação Social. Talvez fosse a estocada final numa competição que faz todo o sentido existir ou então a sua decisiva valorização com uma vitória dos andrades.

O que faz sentido para o Benfica, o que honra a sua história impar, é irmos ao Dragão para ganhar, seja no dia 27, seja na última jornada. Temos jogadores para isso como ontem ficou provado. Jogar, ganhar, festejar, jogar, ganhar, vão ser assim os nossos dias. 

JL

NÃO HÁ PALAVRAS



Não há palavras para descrever que se passou ontem no estádio da Luz. Ontem? Até me custa escrever “ontem”. Aquilo que assistimos ao vivo, com som, cheiro, tacto, não foi ontem, hoje ou amanhã, foi eterno. Daqui a cinquenta anos, quando se falar de futebol, de clássicos, de grandes jogos, toda gente se vai lembrar o dia em que o Benfica com menos um jogador em campo, com a equipa cansada de tanto jogar, com jogadores nucleares na bancada, suplantou o FCPorto, coleccionador de títulos dos últimos anos. 

Não vamos encontrar palavras para contar aos mais novos quem era Pedro Proença, o diabo com nome de terra da beira interior, que sorria de dentes brilhantes enquanto expulsava o brasileiro Siqueira.  

Vamos procurar conjuntos de letras que elucidem, a quem não esteve lá, como era o olhar de resignação de quem de cachecol vermelho ao pescoço pensava que ia rever a mesma história de sempre. E como esse olhar se agigantou com o passar dos minutos, com o brio e com a luta de homens que nasceram, maior parte deles, a milhares de quilómetros de Lisboa, mas que se deixaram infectar de um vírus chamado mística.

Não teremos ali à mão, seja em que língua for, uma gramatica compatível com as lágrimas provocadas pelo mais improvável dos heróis. Podemos tentar a língua gestual, caracteres chineses, os mais avançados códigos existentes, que vai ser impossível explicar. Quem lá esteve guardará para si e para sempre o Benfica-FCPorto de 16 de Abril de 2014. 

No futebol os bons ainda ganham no final, como nas histórias que nos contavam na infância. Fosse assim a vida e eramos mais felizes.  

JL

terça-feira, 15 de abril de 2014

QUE QUERIDOS, O PROENÇA



Há uns meses, poucos, numa entrevista televisiva, Bruno de Carvalho afirmou, talvez por outras palavras, que o sistema não era nenhum papão. Que ao contrário do que se pensava as coisas eram feitas em cima do joelho. O que presidente lagarto afirma nunca é para levar a sério. O disparate anda de mãos dadas com o calculismo. Assim, ou ele não acredita no que disse e a afirmação tem como objectivo encorajar alguns pequenos clubes a juntar-se à sua tomada de poder ou acredita mesmo e então a sua basófia subiu a um nível que está a causar cegueira profunda. 

O sistema pode estar gasto e velho, mas ainda funciona, nem que seja a viágra. Se dúvidas houvesse, teríamos esta nomeação do Proença para a meia-final da taça na Luz para comprovar a sua vitalidade.  
Depois dos três pontos oferecidos ao Sporting no jogo com o FC Porto, depois da inédita vitória do Benfica num jogo por ele arbitrado, algo que não acontecia há anos, o querido tem o caminho livre para mais uma das suas decisivas actuações. Mesmo a propósito esta nomeação. 

Bêbedos com o campeonato e a preparar a festa no Marquês, cansados e já só apensar no Pirlo, o Benfica vai enfrentar uma equipa agarrada a uma bóia de salvação, com o instinto de sobrevivência no máximo e que descansou no passeio a Braga.  

Com o Proença em divida, o Porto tem quase tudo a seu favor. Talvez não tenha o mais importante, a melhor equipa. Vamos acreditar no futebol, vamos acreditar que o jogo vai decidir-se entre os jogadores. 

JL

A GLÓRIA PODE ESPERAR



Já levamos mais de 50 anos disto, mais uma final europeia perdida. Desde 62 que é a oitava. Há-de chegar o dia, porque não há mal que sempre dure. Como sempre saímos de cabeça erguida, apesar do desnível do resultado o Benfica não foi inferior. Aconteceu de tudo, bolas ao poste, penalti falhado, perdidas em frente à baliza e muitos, mas mesmo muitos remates. A equipa lutou como se não houvesse amanhã. A jogar assim, a vitória em Braga será certa. Força miúdos, hoje fizeram História. 

JL

segunda-feira, 14 de abril de 2014

O CLUBE DO POVO



Trinta mil benfiquistas deslocaram-se a Aveiro para assistir a um jogo importante, mas não decisivo. Mais lugares houvesse, mais benfiquistas estavam. À mesma hora, na catedral da Luz, os bilhetes para Olhanense davam sumiço. Esta grandeza não é ocasional. É fruto de uma História que só nos pode orgulhar. 

E hoje à tarde até podemos ser campeões europeus, novamente. 

JL