Nos últimos dois desaires, o
Benfica sofreu cinco golos. Dos cinco, apenas um foi imaculado. E mesmo nesse,
parecia que a bola tinha vida, desviando-se milagrosamente dos desesperados jogadores
vermelhos, fazendo uma última e maldita curva para interior da baliza, como se
os deuses a tivessem soprado.
Nunca na historia recente, e talvez
mesmo em toda a sua história, o Benfica foi tão atacado. Nem mesmo quando Pinto
da Costa era vivo. Falar em colinho, benefícios,
ajudas em relação a um clube com a historia do Sport Lisboa e Benfica não é
simples difamação, é a consagração do no
sense, só possível num país de ignorantes de memoria curta.
O silêncio tem sido a arma do Glorioso.
Até agora letal, e para alguns, com efeitos de destruição massiva. Contudo, a frustração
não desarma e o barulho começa a ter efeitos perversos no desenrolar das
competições.
Há presidentes que cospem, empurram,
escrevem demencialmente em redes socias, ladram fora e dentro do canil. Há treinadores
que montam circos em conferências de imprensa e dissimulam investidas desonestas
na boçalidade gramatical. Há anões que à beirinha do relvado, esse tapete
sagrado do futebol, saltam, rebolam e dão cambalhotas à voz do dono. Todos são
olhados com a indiferença com que olhamos para as desgraças do quotidiano. São
assim, sempre foram, é da sua natureza. Desculpados vezes sem conta. Multados
ao nível de uma qualquer EMEL.
Rui Vitória é Benfica. Da cabeça aos
pés. No banco, no treino, nos contactos com os jornalistas. É um exemplo. Fossem
todos Rui Vitória, fossem todos os clubes como o Benfica e havia um orgulho
enorme em pertencer a este mundo chamado liga portuguesa.
Os 15 dias de castigo a Rui
Vitória não é apenas uma aberração. Faz parte do plano B de uma estratégia
falhada, cujo o objetivo deixou de ser a glória, mas a sobrevivência.
JL