Façamos um exercício de
especulação pura: num qualquer jogo do campeonato (já nem falo de um clássico),
o Benfica vencia com 2 golos obtidos em condições duvidosas (isto para usar um
eufemismo), para além de alguns lances que envolviam o uso indevido dos
cotovelos por parte dos nossos jogadores.
Cairia certamente o Carmo e a
Trindade: escrevinhadores e comentadores arregimentados, jornalistas sérios e
imparciais até ao tutano, treinadores adversários, roupeiros, massagistas,
fisioterapeutas e curandeiros, todos viriam clamar contra o roubo, a afronta, o
colinho.
A Norte, ainda que nada a tivesse
a ver com o assunto, o moribundo fingiria que estava vivo e lançaria mais umas
farpas com a "habitual ironia".
No Campo Grande, a vara agitar-se-ia entre comunicados e abundante diarreia verbal.
Nas televisões, rádios e imprensa
escrita, o assunto abriria telejornais, primeiras páginas, fóruns de opinião,
indignações várias.
Pois bem, foi desta forma que o Sporting
despachou o Porto e tirando algumas envergonhadas criticas em tom de sussurro por
parte do principal lesado, o treinador do Porto, esse tal do “Somos Porto!”, a
coisa passou por entre os elogios do costume á exibição do Sporting.
É isto a propaganda: a criação de um mito para que depois tudo se torne justificável; o Sportém “joga
o melhor futebol do campeonato”, pelo que se marca golos e ganha jogos
recorrendo a falanginhas, falangetas ou cotovelos, é tudo absolutamente normal,
tendo mesmo algo de justiça divina ou coisa que o valha.
Ao contrário, o Benfica faz
durante 75 minutos uma exibição absolutamente lamentável contra o Vitória de
Setúbal (e fez, digamo-lo sem reservas nem pruridos…), pelo que não tem
qualquer legitimidade para protestar contra os desmandos de um árbitro
incompetente ou talvez competente de mais…
É isto que está em causa e era
bom que toda a estrutura do Benfica, treinador e jogadores incluídos,
acordassem definitivamente para o problema.
Perante o que já se viu e o que
se adivinha estar para vir, distrações e atitudes como a que tivemos perante o
Vitória de Setúbal, não são sequer
admissíveis.
Este vai ser o campeonato mais
duro de todos quanto disputamos nos últimos anos, porque pode marcar
definitivamente uma hegemonia duradoura do Benfica no futebol português e ao
mesmo tempo a queda definitiva do moribundo a Norte, bem como o estrondoso
trambolhão do charlatão do Campo Grande.
Sabem-no bem eles e por isso
começaram a trabalhar ainda antes do minuto zero.
Seria óptimo que sobre isto
ninguém se distraísse no Benfica: que se encare cada jogo como uma verdadeira
batalha, sem hesitações nem pausas, com realismo mas muita determinação.
Veremos se chega, face ao que aí
vem, mas pelo menos faremos a nossa obrigação.
RC