Verdadeiramente e até pelo clube envolvido, o tema não
mereceria sequer duas linhas, quanto mais um post.
Se o abordo, porém, é porque constatei através da blogosfera
que ainda há benfiquistas suficientemente ingénuos e crédulos ao ponto de
acreditarem em hipotéticas alianças com o Sporting, visando concretamente
derrubar o domínio que o Porto tem exercido sobre as estruturas do futebol
português.
Antes de mais, essa é uma tarefa só nossa: devemo-lo à
nossa história por respeito aos nossos valores mas também por todos quantos
vestiram as nossas camisolas e foram espoliados ao longo de mais de 3 décadas
de mentira, corrupção e batota.
Depois, porque vejo apenas uma forma de a realizar:
ganhando.
Não uma vez, não esporadicamente, não com um campeonato em
cada 3 ou 5 anos.
Só vencendo de forma consecutiva e sustentada, o Benfica acabará
de forma natural com uma teia que apesar de persistir, parece claramente
apodrecida e a dar sinais de ruptura.
Estou completamente convencido, aliás, que quando o
Benfica conseguir de novo um bi-campeonato será o fim definitivo do velho senil,
dos seus acólitos e de uma determinada era no futebol português.
Quando ao Sporting, não consigo entender como ainda há
quem alimente qualquer tipo de ilusões sobre aquilo que verdadeiramente os
move.
O novo presidente no primeiro fim-de-semana do seu
mandato, já se encarregou de o demonstrar com as declarações após a vitória do Benfica
B em Rio Maior.
Estou, aliás, completamente convencido que daqui a 2
semanas, antes do Benfica-Sporting, iremos ter uma qualquer bravata levada a
cabo pelo presidente da comissão liquidatária da lagartagem com o nobre fim de
unir a família sportinguista: como sempre, como todos.
Um cenário como o de 1979-1980 em que Benfica e Sporting
se uniram contra a nascente cruzada nascida a norte, lançada por Pedroto e pelo
então aprendiz Pinto da Costa, não é, obviamente, repetível.
Aquela foi uma aliança meramente conjuntural, vinda das
bases que sentiram claramente o monstro que estava a nascer mas, sobretudo, a
onda de ódio que a norte estava a ser alimentada de uma forma pensada, sistemática
e organizada.
Criminosa, também.
A partir daí, o Sporting fez as suas opções, trilhando o
caminho absurdo de um anti-benfiquismo completamente primário e obsessivo,
contentando-se cobardemente com as migalhas que o magnânimo aliado do Norte foi
deixando aqui e ali com os resultados que estão à vista.
Antes assim: verdadeiramente nada nos une.
Mais do que rivais, considero mesmo que somos uma espécie
de inimigos de classe e não são poucos os exemplos que o provam ao longo da
história dos dois clubes.
Aliás, o Benfica nasceu do povo, sonhado por um humilde orfão e por um grupo de amigos; não por capricho de um qualquer aristocrata mimado.
Façamos, pois, o nosso caminho, se necessário for, contra
muitos, contra quase todos; olhando em frente e zelando apenas pelos nossos
interesses e pelos nossos objectivos: a vitória, como sempre na nossa história mas conquistada de forma limpa, leal, digna.
Com as camisolas suadas dos nossos jogadores: haverá outra forma de sermos Benfica ?
O resto é apenas poeira levantada pela matilha raivosa,
mesquinha e esfomeada.
P.S.- Sobre o Benfica-Sporting que se aproxima: depois dos
actos criminosos que se verificaram na época passada e que ficaram impunes, o
Benfica não deveria, evidentemente, ceder um bilhete que fosse a tal corja de
energúmenos.
RC