No futsal e depois de uma época espetacular
2015/2016 ficou aquém das expectativas.
Como tinha referido a época passada, o Sport
Lisboa e Benfica mudou o paradigma do futsal nacional ao reforçar-se no mercado
europeu. Era sabido que os outros nos tinham copiado e que esta época seria
mais equilibrada. Penso que não estivemos ao nível do que era exigido não só a
nível de mercado no princípio da época, como também a nível mental durante a
época com a exceção dos playoffs finais.
Não eramos imbatíveis (ficou provado) e a equipa
embora já não andasse a praticar um futsal com a qualidade que nos tinha
habituado, também a nossa capacidade mental diminuiu muito após a primeira
derrota do treinador Joel Rocha (em casa frente à AD Fundão, com uma arbitragem
algo escandalosa).
Penso que devido ao planeamento da época ter sido
feito a pensar na UEFA futsal cup, os nossos níveis físicos não foram os
melhores e ao aparecerem alguns maus resultados (depois de más exibições) a
equipa passou a revelar uma maior intranquilidade o que provocou um efeito tipo
“pescadinha de rabo na boca”… Juntando a isso o nosso adversário ter estado bem
e sem dar hipótese aos adversários que ia encontrando também terá afetado a
nossa equipa, que nisto dos campeonatos a dois as vantagens mentais são
importantes e relevantes.
Destaques pela negativa em 2015/2016
- A nossa condição física durante a época não foi
a melhor. Durante toda a época foi notória a falta de capacidade para
ultrapassar as equipas que jogavam em bloco baixo e que se revelavam bem
fisicamente.
- Falta de capacidade criativa em vários jogos.
Chaguinha não faz uma época ao nível da anterior e quando não esteve bem foi
evidente a perda de criatividade coletiva, pois sempre pareceu que mais ninguém
conseguia desequilibrar.
- O abaixamento de forma de jogadores decisivos e
a não confirmação da qualidade prevista nos reforços efetuados. Já falei sobre
Chaguinha, mas também Patias não esteve tão decisivo como na época anterior.
Isto para falar nos jogadores realmente decisivos. Em relação aos reforços,
apenas Fábio Cecílio provou que foi uma boa aquisição. Mário Freitas nunca
conseguiu impor o seu futsal e em relação ao internacional argentino Fernando
Wilhelm sempre me pareceu que a equipa não jogou o estilo de futsal a que ele
está habituado.
- A vergonha que se passou no castigo a Bruno
Coelho. Mais uma vez se prova que o domínio do futsal nacional se conquista
fora de campo. Não é possível que um conselho de disciplina tome a decisão de
suspender um jogador a duas horas duma final, quando podia suspender o jogador
para um jogo posterior nessa final. Ainda por cima num jogo pivot, num desporto
em que todos os pormenores contam. Obviamente isso afetou todo o grupo. Não
podemos deixar que aquele diretor que agride jogadores e árbitros, escolhe
árbitros de escalões de formação e tem poder de acabar com carreiras de
árbitros continue a fazer o que quer no futsal.
Destaques pela positiva em 2015/2016
- Praticamente o único destaque que posso fazer
pela positiva é a disponibilidade que os jogadores mostraram. Não tenho nada a
apontar aos jogadores em relação a isso e apesar de querer obviamente vencer
sempre, como associado deste Clube nunca deixo de estar orgulhoso dos atletas
que dão tudo o que têm. Em relação às decisões na UEFA futsal cup acabámos por
não perder nenhum jogo e nas finais do campeonato perdemos os dois últimos por
um golo com arbitragens um pouco esverdeadas (embora não decisivas o suficiente
para que isso possa ser uma queixa relevante)
Previsão da época 2016/2017
Guarda-Redes: Cristian, Bebé e Cristiano
Em termos de GR a nova época não começa
teoricamente bem. Sai para o Barcelona Juanjo, na minha opinião o melhor GR de
sempre a atuar no futsal português e chega o GR suplente do mesmo Barcelona,
Cristian. Portanto podemos concluir do ponto de vista teórico que ficamos mais
fracos. Esperemos que a prática contrarie a teoria pois é para mim a posição
mais importante do jogo. Em relação a Bebé e Cristiano não tenho nada a
apontar. Espera-se cada vez mais Cristiano e menos Bebé durante as próximas
épocas.
Fixos:
Gonçalo Alves, Fábio Cecílio, Jefferson e
Fernando Wilhelm
Não há mexidas nos jogadores de campo com
características mais defensivas. Será certamente o último ano do Gonçalo pois
quer sair campeão. Esperemos que o consiga.
Em relação a Cecílio acho que foi o melhor
reforço da época passada. Muito jovem e com muito talento e eficácia ao nível
do remate.
De Jefferson esta época viu-se muito menos do que
na época anterior. Foi uma das pedras essenciais da época anterior que não
conseguiram manter o nível. Esperemos que esta época consiga provar que o nível
correcto foi do primeiro ano.
Em relação a Fernando muitas dúvidas. Um jogador
capitão da seleção argentina que jogava em Itália tinha na minha opinião que
mostrar muito mais. Esperemos que com mais um ano de futsal nacional a sua
adaptações esteja concluída.
Alas:
Chaguinha, Franklin, Miguel Ângelo, Ré, Bruno
Coelho, Rafael Henmi, Mário Freitas e Tiaguinho
Para as alas chegam dois reforços, um nacional
vindo dos nossos maiores rivais, Miguel Ângelo, e outro vindo da Rússia e com
passagem pelo futsal espanhol, o brasileiro Franklin. Parece-me óbvio que
ficamos mais fortes. Reforçamos a equipa num parâmetro que muito faltou durante
a época passada, o da criatividade/criação de desequilíbrios.
Não conheço muito Franklin mas espero grande
qualidade de um jogador com o currículo dele. Confesso que a contratação de
Miguel Ângelo é das que mais me agradam nos últimos anos. Jovem e com muita
qualidade, acredito que nos vá trazer muitas alegrias.
Em relação aos restantes jogadores todos tiveram
menos bem a época transata do que na anterior, e em relação ao Mário Freitas
tenho as mesmas palavras que para o Fernando: Esperava mais, espero que este
ano consiga estar mais adaptado e mostrar mais.
Pivots:
Alessandro Patias e Elisandro
Em relação à posição de pivot Patias permanece,
ele que também faz uma época abaixo da anterior, e chega Elisandro para o lugar
de Alan Brandi. Parece-me que também aqui ficamos mais fortes e com mais
presença física. Elisandro é conhecido por “imperador”, se tiver ao nível do
último (César Paulo) ficará na história do nosso futsal.
Resumindo em relação à próxima época:
Numa época em que nada se venceu parece-me que
fizemos bem em não mexer muito e retocar apenas alguns pontos. O campeonato
continuará a ser a dois e os nossos adversários continuam a reforçar-se muito e
bem, espero que tenhamos acompanhado o nível.
Gostava de não ter perdido o Juanjo e será muito
importante que os reforços consigam estar ao nível esperado/exigido. Tenho
muita confiança nesta equipa e espero que voltemos a ser campeões, mas há muito
para fazer “fora de campo” para mudar o futsal português.
Eddie