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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


quarta-feira, 23 de maio de 2018

OBRIGATÓRIO ESTAR NA CHAMPIONS!



Os nossos últimos dias têm sido quase inteiramente preenchidos com o autêntico fungagá patrocinado, organizado e representado pela rapaziada do Recreativo do Campo Grande.
Tem, de facto, sido um fartote e para todos os gostos.
Distraiu-nos, divertiu-nos, encheu-nos até um pouco a alma, ao assistirmos do alto do 3º anel à chuva de esterco que caiu em cima de quem passou os últimos cinco anos a pôr trampa em frente a uma ventoinha: o karma é, de facto, tramado.
Já temos porem a nossa conta, de sapos encapuzados, de lambe-botas a virarem a casaca, de oportunistas à procura do último prato de lentilhas.

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É de Benfica que é feita a nossa vida e depois do descalabro que foi a última época, esperamos que não voltem a ser cometidos os mesmos erros.
Ainda a procissão vai no adro e o omnipresente mercado não ditou as suas leis, que no nosso caso significa mais umas quantas  saídas: a ver vamos.
Caras novas já temos algumas, com destaque para  Odysseas, Conti e Castillo , ainda que estes dois últimos estejam por confirmar e apresentar.
O que espero é que quem nos dirige tenha definitivamente aprendido a lição, depois de uma época 2017-2018 marcada pela cegueira sobranceira e arrogante, pelo autismo e pela negação das evidências: um plantel fraco, desequilibrado, com pouca classe em sectores vitais.
Uma equipa que pareceu, demasiadas vezes, entregue a si própria e à mercê da boa vontade dos deuses do futebol.

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A próxima época, para não variar vai ser muito importante e começa a doer com a disputa da pré-eliminatória e play off da Champions.
Champions que é “apenas” o lugar natural do Benfica, a competição em que o maior clube português e um dos maiores da Europa tem que estar obrigatoriamente presente.
Sempre, todos os anos, tentando chegar o mais longe possível, fazendo jus às suas responsabilidades históricas, sem desculpas esfarrapadas nem calculismos mal amanhados.
A presença na Champions é a única internacionalização da marca Benfica (como alguns tecnocratas gostam agora de lhe chamar…) que tem pés para andar e que nos garante estar a par… com os nossos pares: os melhores clubes da Europa.


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Foi através de jornadas gloriosas e inesquecíveis, muitas delas na velha e inigualável Taça dos Campeões Europeus, ao longo das últimas cinco décadas que o Benfica se tornou conhecido, respeitado, admirado e até amado fora das nossas fronteiras.
É isto, pois, que o Benfica exige, se exige: uma equipa forte, equilibrada, talentosa para que possa no sítio certo, honrar a sua história e a sua tradição.
Não bastam, por isso, os jovens jogadores: não nos iludam nem nos deixemos iludir.
A juntar à nossa juventude talentosa, necessitamos de juntar jogadores experientes, feitos, maduros, de classe reconhecida e que façam, de facto, a diferença.
Deixemos os experimentalismos e as compras por atacado: a maior prova de clubes do Mundo não se compadece com isso nem com a frieza de folhas de excel preenchidas por financeiros sem alma nem sensibilidade.
Estar na Champions não é um desafio: é um dever que o Benfica tem perante si próprio e a sua história.
Vamos lá estar!


RC

segunda-feira, 21 de maio de 2018

RUTH, GLORIOSO FILME

O filme do filho do João Botelho, Pinhão Botelho, é de um rigor histórico irrepreensível, dos factos aos decores, das personagens aos figurantes, e consegue juntar uma lista imensa de atores, do melhor que existe em Portugal. Para além da sua qualidade, respira Benfica por todos os poros e não é um Benfica qualquer, é o verdadeiro, que ao longo das décadas se fez maior que Portugal.
 
Para além de retratar Portugal dos anos 50/60, a politica e as elites da época, a vida nas províncias ultramarinas, o inicio da guerra colonial, quase sempre com um delicioso sarcasmo, é de uma atualidade surpreendente. Tudo o que se tem passado no futebol português nos últimos tempos está ali explicado.
 
Obrigatório ver.
 
 

 

quarta-feira, 16 de maio de 2018

A ENORME DISTÂNCIA ENTRE A MAIA E ALCOCHETE


Parece que o melhor estava mesmo para vir e a enxurrada de noticias é de tal ordem que já não sabemos se a invasão de vinte maduros a Alcochete serviu para desviar atenções da corrupção do andebol ou se são estas que escondem o caso dos jogadores comprados no futebol.

O que sabemos é que desde o início da época valeu tudo e mais alguma coisa, desde toda a correspondência impunemente violada de uma instituição até à divulgação intensa, diária e repetitiva de conversas particulares, sem qualquer importância para o fenómeno desportivo.  

Soube-se ainda mais, percebeu-se desde o inicio que este estratagema tinha duas cabeças, uma a norte e outra a sul. Este facto nunca foi escondido, não era segredo, o propósito era mesmo esse. Caso contrário, não se tinham encontrado num hotel, à vista de todos, nem se defendiam tão descaramento nos seus meios de comunicação. A mensagem tinha de passar e entrar na cabeça de quem decide. Dois são mais fortes que um.  

Contudo, como em todas as duplas da historia há sempre uma assimetria própria dos contrários, como no circo existe o palhaço rico e para compensar o palhaço pobre.

Veja-se um pequeno exemplo, em janeiro de 2017 os Super Dragões invadiram o Centro de Estagio dos Árbitros na Maia ameaçando fisicamente os mesmos. Mais de um ano depois, ninguém foi identificado, punido ou chamado a depor. Em contrapartida, o resultado do que aconteceu em Alcochete não podia ter sido mais diferente, 24 horas depois já toda gente está identificadas, a depor e com medidas aplicadas.

Provavelmente também vamos ter estas disparidades nos casos de eventual corrupção que estão agora a ser identificados. Uns continuarão a retirar os benefícios da confusão instalada, outros continuarão a ser catedráticos na função de idiotas uteis. Ainda não há ponte aérea que diminua a distancia entre o Porto e Lisboa.  

segunda-feira, 14 de maio de 2018

A DÍVIDA A RUI VITÓRIA



“Há uma garantia que aqui te quero deixar: vais ter as mesmas condições que outros tiveram, vais poder contar com uma equipa competitiva, capaz de dar corpo as todas nossas expectativas…”

Luis Filipe Vieira, durante a apresentação de Rui Vitória em 15.06.2015


É sobretudo, à luz destas palavras por cumprir que devemos avaliar aquilo que tem sido a “era Rui Vitória” no Benfica.
Nem por um momento, Rui Vitória teve as condições que outros tiveram, nomeadamente o seu antecessor.

Aos tempos de vacas gordas com que se Jesus se banqueteou, calhando-lhe em sorte alguns dos melhores jogadores do mundo de então, sucedeu-se a tal “aposta na formação”, eufemismo habilidoso para um desinvestimento brutal na equipa.

Teve (tem) culpas Rui Vitória?

Claro que sim, quanto mais não seja por omissão, não tendo sido nunca capaz de se impor perante a sucessiva e evidente delapidação da equipa e do plantel.
Por comodismo e por não querer afrontar o presidente e a SAD?
Por excesso de cavalheirismo ou por convicção pura de que estávamos mesmo no caminho certo?

Ficará para sempre a dúvida mas seja como for, Vitória foi a principal vítima deste novo “paradigma”, cabendo-lhe roer alguns ossos onde já tinha havido carne de primeira.

Como acontece com todos os treinadores, Vitória teve as suas embirrações e as suas teimosias: a insistência em Filipe Augusto ficará para a história dos grandes equívocos da última década mas quem não se lembra de Emerson, só para citar uma das infindáveis descobertas do mestre da táctica ?

Por outro lado, não se neguem méritos a Vitória: sim, foi ele que ergueu uma equipa esfrangalhada e ferida no orgulho perante a partida de alguém que para o bem e para o mal a marcou durante seis anos; foi ele que, por exemplo, lançou Renato Sanches, último símbolo de um certo  futebol de rua, que poderia ter sido uma espécie de novo Coluna neste Benfica, não fosse a pressa da SAD em vendê-lo; foi ele que lançou gente como Ederson, Nelson Semedo, Lindelof, Grimaldo; foi com Vitória que Jonas ganhou uma dimensão nunca vista, atingindo números espantosos em termos de eficácia goleadora e de qualidade de jogo; foi, finalmente com Rui Vitória que vimos sistematicamente um plantel realmente unido, um balneário forte, um espirito de grupo que não deixava ninguém de fora.

Em vez de se procurarem supostos salvadores da pátria em treinadores que verdadeiramente provaram muito pouco (afinal o que de tão relevante conquistaram Marco Silva e Paulo Fonseca, só para falar de dois nomes que andam constantemente na boca e na pena de meia-dúzia de iluminados?), dêem verdadeiramente a Rui Vitória aquilo que lhe prometeram e então, sim, cá estaremos para o julgar.



RC

quinta-feira, 10 de maio de 2018

DOMINGO: PELO BENFICA!



Não é fácil a vida dos benfiquistas por estes dias.

Aturdidos perante a perda de um campeonato que poderíamos e deveríamos ter ganho; revoltados perante a mais suja, hedionda e miserável campanha a que o futebol português jamais assistiu; incrédulos perante a inacreditável passividade dos órgãos sociais do clube.

Tem sido assim de há um ano para cá e só a um clube com a grandeza, a mística (sim é disso que estamos a falar!) e a massa adepta do Benfica, teria sido possível como foi, lutar pelo campeonato até à penúltima jornada.

Lutamos contra tudo, mas mesmo tudo: contra os erros próprios de uma “estrutura” que se embebedou com o sucesso e se tornou arrogante, autista e preguiçosa; contra inimigos que jogaram sujo recorrendo à mentira, à calúnia e ao ódio puro; contra um sistema que por inércia ou pura incompetência da nossa parte julgávamos moribundo se não mesmo morto.

A tudo isto voltaremos em breve: o que se tem passado nos últimos meses é demasiado grave para que nós possamos esquecer.

A história não absolverá quem por omissão, excesso de calculismo ou cobardia deixou o Benfica à mercê de um bando de chacais sedentos de vingança.

Não é pois, nada fácil ser do Benfica por estes dias mas é precisamente nestes momentos que  o Benfiquismo se renova e  se reergue para a luta: é também de momentos como este que é feita a nossa história.

Seria importante, por isso, que no domingo o Estádio da Luz se enchesse para prestar um tributo justo aos nossos jogadores e ao nosso treinador: não foi seguramente por eles que não ganhamos.

Apesar dos erros e das e de algumas exibições menos conseguidas, só um balneário de gente com fibra e carácter conseguiria resistir como resistiu praticamente até final, lutando contra tudo e contra todos.

Lá estaremos: por eles, por nós, pelo Benfica!

RC

quarta-feira, 9 de maio de 2018

A MENTIRA, QUANDO A ARMA SE TORNA VICIO


A mentira, a calunia, a deturpação de factos e a realidade paralela tornou-se o dia a dia do desporto nacional. Podia escrever apenas do Futebol, mas é mesmo assim, a moléstia alastrou-se para quase todo o panorama desportivo.

O fenómeno desportivo nacional, e o futebol em particular, que no passado nos deram muitas alegrias, tristezas, emoções e até algumas lições, perdeu nos últimos anos quase todo o seu interesse, sendo responsabilidade da grande maioria dos seus agentes, começando nos dirigentes e acabando em grande medida nos funcionários das empresas de comunicação social.

Esta foi a principal razão porque este blogue se auto suspendeu. Deixou de dar prazer refletir, analisar e escrever. Tirando as idas ao grande Estádio da Luz e alguma deslocação a hediondos estádios por esse país fora para acompanhar o Maior e estar com os amigos, o futebol tornou-se uma escondida, pequena e cada vez mais ausente nota de rodapé.

A atual Direção do Benfica também tem culpa no que se tem passado e essa análise será feita em futuros post. A Travessa do Alqueidão tem como princípio a defesa intransigente do Sport Lisboa e Benfica e não de nenhuma Direção ou Dirigente cuja a ação o esteja claramente a prejudicar.
Contudo, a estratégia utilizada por outros para que o Benfica deixasse a liderança do futebol nacional ultrapassou, já há muito tempo, a razoabilidade, tanto pela sua metodologia, como pela sua dimensão. Perante isto, se calhar, o silencio não é de ouro.  

Ontem o Record noticia em grande paragonas “Filho de conceição criticado”. Criticado por quem? Lemos a noticia e ficamos a saber que a presença do jogador do Benfica na festa do titulo do FCP “não caiu bem a alguns adeptos do Benfica nas redes sociais”, continuamos a ler e informam-nos, já no final , que “Vários adeptos encarnados também defenderam o jovem nas redes sociais”.

Fica para quem dois dedos de testa avaliar o interesse desta noticia e os seus objetivos.    
 
Foi isto a época inteira.

Nós apenas perguntamos: “já não chega?”