Carlos Lisboa foi um prodigioso
jogador, o melhor de sempre em Portugal. Este facto é consensualíssimo. Como
treinador conseguiu títulos que o deixam bem acima da média nacional. O
problema é que o sucesso foi conseguido apenas no Benfica, o que cria a legítima
dúvida: foi Lisboa o responsável pelo sucesso das equipas que treinou ou foram
as equipas as responsáveis pelo seu sucesso? Provavelmente, como no caso do ovo
ou da galinha, nunca haverá uma resposta correta, ou a resposta talvez esteja, na
partilha de responsabilidades, como convém num coletivo.
De qualquer forma, considerando
que o clube tem apostado, nas várias modalidades, em boas equipas técnicas para
sustentar o sucesso desportivo, a ideia que transparece para fora é que o técnico
da nossa equipa sénior de basquetebol é o elo mais fraco. Pode até ser injusto,
mas é a ideia generalizada.
Acresce que como Diretor-geral não
existe informação suficiente para que possamos concluir do peso de Lisboa nos
bons resultados das várias modalidades. O certo é que nestes anos em que ocupa
o cargo, foram várias as equipas técnicas substituídos a seguir a campeonatos
perdidos.
Perder um campeonato depois de um
tetra, não é nenhum drama, sendo até saudável para a modalidade, ultimamente
acusada de falta de competitividade Contudo, há muito que a nossa equipa de
basquetebol não entusiasmava e isso notava-se nas bancadas cada vez mais vazias
do pavilhão. Talvez seja este o momento e a oportunidade para os responsáveis
das modalidades no clube, em que se inclui o Diretor-geral, darem um novo alento
ao sector. Talvez a estratégia seja a estabilidade e a eternização do treinador.
Seja como for, o lugar de Lisboa na história do Benfica nunca estará em causa.
JL