Isto é tudo muito simples. Não vender
mais ninguém, muito menos o mexicano que ainda não tem idade para ponta-de-lança
indiscutível. Dispensar, ou melhor, emprestar os que precisam da proteína dos
minutos para crescerem. E por fim, ser audaz, como fomos quando veio o Aimar, contratando
um defesa-direito e um guarda-redes dos "mesmo bons". Daqueles que custam milhões e jogam sempre na
sua seleção. Só isto, não é preciso inventar a roda, nem andar angustiado.
N
Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.
quarta-feira, 26 de julho de 2017
domingo, 16 de julho de 2017
DA VERGONHA À IRRELEVÂNCIA
Quem viu o jogo de ontem sabe que
foi um resultado disparatado. Que o Benfica saiu do campo a meio da segunda
parte, deixando apenas as camisolas. Porque até esse momento, a exibição dos Suíços,
a dias de iniciarem o campeonato e fisicamente a léguas dos estafados benfiquistas,
nem sequer justificava a vitória, quanto mais uma goleada. É certo que Vitória
retirou ao intervalo o jogador mais objetivo, o Jovem Gonçalves, para deixar o
assustadoramente inconsequente Rafa em campo. Também é indiscutível o desacerto dos defesas,
a falta de pernas dos centrais, os erros infantis de posicionamento dos
laterais. Não podemos igualmente negar que Augusto, por mais que se esforce, é simplesmente
mediano, que Varela não é guarda-redes para equipa grande e que nem tudo o que
é jovem brilha como ouro.
Tudo isto é verdade, mas a realidade
é que são duas semanas de treino e uma equipa de testes e experiencias, com mais
de metade de dispensáveis a jogar. Que o ainda insubstituível Pizzi não pareceu
em campo e nem surgiu ninguém que o fizesse esquecer por uns segundos sequer,
como se o internacional português fosse um Messi desta vida. Podemos ainda questionar
se faz sentido estes jogos nesta fase. Se é saudável aos jogadores andarem a cheirar
a bola e a correr a trás de gazelas com mês e meio de preparação. Provavelmente
há aqui um peso comercial que não é de descurar.
O que se conclui é que nesta
conjuntura o resultado e a exibição coletiva é pouco mais que irrelevante e
conta bola para a época que agora inicia. Contudo, somos o Benfica e perder 5-1,
mesmo a feijões, num estádio cheio de emigrantes, incomoda. Porque as camisolas
estavam em campo. É a vidam nem sempre a glória nos bate à porta.
JL
quinta-feira, 13 de julho de 2017
BOM TRIGO PARA O PENTA
Como todos os anos ainda anda por
ali muito joio, mas num Benfica levíssimo, a voar nas asas do Tetra, é o trigo
que mais reluz. Brilhante e saudável está pronto para aterrar no Penta. Tenho
para mim que só a continuação da ceifa prematura, que já nos levou três dos
mais destacados da colheita 16/17, nos pode fazer derrapar numa das curvas da
época. Porque já deixámos voar pássaros, que tínhamos bem guardados na mão, por
excesso de Xanax, devemos andar de pestana bem aberta. Para já, ainda temos o Luisão,
o Fejsa, o Pizzi e uma mão cheia de jovens que deixam água na boca. E temos especialmente
o Pistolas. O que dizer de Jonas? É manter os olhos bem abertos e aproveitar.
JL
sábado, 8 de julho de 2017
UM GOLO PARA O CÉU
Permitam-me que hoje deixe para
trás o nosso Benfica, esta paixão que nos move 365 dias por anos, 24 horas por
dia, sempre e em qualquer lugar.
Permitam-me que me incline com
respeito, admiração e profunda emoção perante um verdadeiro Campeão, alguém que
sem dar um único pontapé na bola fez o mais belo jogo da sua vida.
Num momento em que este país provinciano,
parolo e ridiculamente subserviente olha como um asno embevecido para um
jogador de futebol que recebe “filhos” como quem encomenda produtos na Amazon,
prefiro realçar o exemplo de alguém que mostrou ao mundo que o futebol pode ser
belo mas trágico, mágico mas injusto também fora do campo.
Porque só o futebol gera paixões
assim, esta humilde tribuna do benfiquismo deixa uma sentida homenagem a um Homem
chamado Jermain Defoe.
RC
quinta-feira, 6 de julho de 2017
DO QUE (VERDADEIRAMENTE) NOS SEPARA
A estória conta-se numa dúzia de linhas: corria a época de
1978/1979, o Sporting defrontava o Famalicão em Alvalade e Jordão regressava de
uma longa ausência após lesão causada por choque com o nosso defesa-esquerdo
Alberto.
Na equipa do Minho, jogava um tal Zé Eduardo: dois varapaus
no lugar das pernas e dois tijolos onde deveriam estar dois pés.
Zé Eduardo batia forte, batia bem: basicamente em tudo o que
mexia.
Naquela noite a fava tocou a Rui Jordão que viu o
voluntarioso jogador do Famalicão confundir o perónio da sua perna esquerda e
os ligamentos da tibiotársica com a bola.
Não satisfeito com a proeza, insultou-o: “Levanta-te meu
maricas, meu paneleiro”.
Jordão foi directo para o hospital e reza a história que Zé
Eduardo teve de se refugiar da ira de jogadores, treinador e adeptos do Sporting.
À saída choviam pedras e o Famalicão saiu de Alvalade sob protecção do Corpo de
Intervenção.
Poucos meses depois o valente e dotado Zé Eduardo foi contratado pelo
Sporting.
Pois bem, só aparentemente a ida de Fábio Coentrão para o
clube do Campo Grande não está relacionada com o dignificante episódio do Zé
Eduardo dos croquetes.
Zé Eduardo em 1979 e Coentrão quase quarenta anos depois têm
a uni-los uma matriz: a de um clube sem valores, sem memória, sem respeito pela
sua própria história ou por qualquer réstia de dignidade que por ali ainda possa
subsistir.
Assim como há 40 anos contratou um caceteiro que meses antes, quase foi linchado à saída da porta 10A, a agremiação do Campo Grande não hesita agora em contratar um
jogador que afirmou repetidamente que em “Portugal só voltaria a jogar no Benfica”
e que ainda há pouco mais de ano, no auge da luta pelo campeonato 2015-2016,
disse algo como “estou muito grato a Jesus mas Benfica sempre!”
Um qualquer Coentrão desta vida não entraria nunca no
Benfica, como não entrou há 40 anos José Maria Pedroto, como não regressou o
traidor Paulo Sousa, como não entrou um traste chamado Octávio Machado apesar
dos esforços de Jorge Jesus.
Já agora, como acabou por não entrar bem recentemente um
nojo de homem armado em jogador de vólei que alguém certamente distraído quis
trazer para o Benfica.
É, pois, isto que nos separa para quem ainda o não entendeu
e queira tudo resumir a uma simples questão de rivalidade.
Mais do que todos os
nossos títulos, todas as nossas vitórias, a nossa grandeza e história
inigualáveis, a nossa dimensão de Clube verdadeiramente universal e popular,
separa-nos o respeito que nós benfiquistas temos pela nossa história, pelos
nossos valores, pela nossa memória colectiva, pela ideia inicial.
É isto o Benfica, é assim o Benfica.
E por isso nos envaidece.
RC
Subscrever:
Mensagens (Atom)