Ponto prévio sobre Pedro Guerra:
não aprecio particularmente o estilo.
Do que vou vendo na Benfica TV,
cansa-me o registo “picareta falante” e o tom norte-coreano com que amiúde fala
do presidente e da sua (inequívoca) obra.
O tom demasiado apologético
torna-se por vezes, ridículo mas admito que seja uma questão de estilo.
Durante anos a fio, as estações
de televisão têm alimentado a chafurdice do futebol falado, ou antes palrado,
ou melhor ainda, vomitado.
O esquema é quase sempre o mesmo,
com um comentador ou paineleiro supostamente afecto a cada um dos chamados três
grandes.
A coisa tem servido quase invariavelmente
como pasto do anti-benfiquismo mais radical, cego, abjecto, primário.
Deficientes mentais como Barroso,
Andrade ou Serrão, manhosos natos como Guedes ou Aguiar, têm feito destes
programas autênticas tribunas de anti-benfiquismo.
Sem oposição nem contraditório
por ali vão descarregando o ódio e o despeito mas também a mentira, a insinuação,
a calúnia, a manipulação pura.
Uma mentira muitas vezes repetida
torna-se uma verdade e estes reles candidatos a Goebbels, sabem-no bem,
martelando inverdades a um povo que se aparvalha perante um ecrã de televisão.
Perante esta corja de autênticos
talibãs do anti-benfiquismo, temos respondido quase invariavelmente com pólvora
seca: ou a inteligência de João Gobern e Machado Vaz, demasiado soft, porém,
uma vez que estamos a falar de verdadeiros gentlemen ou, pior do que tudo, a
inofensiva e ridícula pose de um choninhas chamado Fernando Seara.
Durante
anos a fio, Seara foi motivo de chacota para Poncio Monteiro (que a
terra lhe seja pesada!); nos últimos tempos Seara era completamente abafado por
um anormal chamado Eduardo Barroso o que, convenhamos, é obra.
Entregar a defesa do Benfica a
Seara num qualquer painel de comentadores é a mesma coisa que pôr o inigualável Bossio a jogar uma final da
Champions contra o Barcelona
E é aqui que entra Pedro Guerra.
De há umas semanas para cá, a TVI
substituiu o choninhas Seara por Pedro Guerra.
Nada a dizer: até o Pato Donald
defenderia melhor o Benfica do que o “mãozinhas”
(Pinto da Costa dixit).
Um destes dias acidentalmente por
zapping, deparei com um Eduardo Barroso completamente exasperado perante a
metralha verbal que Guerra disparava.
Por um dia, por uma vez, alguém
tivera a coragem de finalmente calar umas das mais asquerosas personagens que o futebol falado pariu.
E a partir daí Guerra ganhou o
meu respeito.
Não deixo por isso de me espantar
com os violentíssimos ataques de que Guerra tem sido alvo por parte de algum
benfiquismo (chamemos-lhe assim…).
Há pelos vistos, benfiquistas
altamente melindrados, incomodados, ofendidos mesmo com a forma como Guerra
fala com Serrão ou com o Barroso, como se pudéssemos continuar a encher de
flores quem nos atira com esterco.
Os ataques a Guerra partem dos
sectores do costume;os do anti-vieirismo cego, crónico e oportunista. Valem, pois, o que valem.
O que talvez nos deva preocupar a
todos e muito, é o manifesto deserto em que se tornou a defesa pública do
Benfica, deixando-nos nas mãos de um qualquer Pedro Guerra.
É esse o drama do Benfica.
RC