JL
N
Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
UMA EQUIPA À BENFICA
É um título propositado. Provocador,
estamos a minutos de jogar em Braga quando a esperança numa grande exibição e melhor
resultado é pouca. Contudo, pode ser que pegue por osmose, porque a equipa a
que me estou a referir é a nossa equipa de iniciados. São 14 jogos, 14
vitórias. São 70 golos marcados, o que dá uma média de 5 por jogo. E talvez
mais importante, nenhum sofrido, ou seja, já são 980 minutos sem sofrer golos. Impressionante.
JL
JL
domingo, 29 de novembro de 2015
ENTRE PERDER O CAMPEONATO E O CAMPEONATO PERDIDO
O Benfica é o único que pode
perder o campeonato, os outros apenas podem ganhá-lo. Esta diferença devia ter-nos
dado outra força, outra ambição. Por várias razões, muitas, mais do que aquelas
que se referem por aí, não foi o caso e estamos neste momento mais perto de perdê-lo
do que os outros de não ganhá-lo. Amanhã em Braga, depois do jogo, terei mais
ou menos razão, mas este post continuará sempre a fazer sentido. Pelo menos até
dezembro.
No final do ano, quando abrir a
nova época de mercado, a estratégia terá de ter a ver diretamente com a nossa
posição no campeonato. Se considerarmos que na altura saberemos quem será o
nosso adversário nos oitavos da champions e consequentemente as nossas hipóteses
e que a Taça da Liga, até pelo nosso domínio, não nos dá o brilho de outras
competições, será a dicotomia entre o risco de perder o campeonato e o facto de
o campeonato estar perdido que deve determinar o tipo de investimento a
efectuar.
Se as hipóteses do tri ainda forem
reais, ou seja, se a distância do topo for menor que duas vitórias, faz todo o
sentido qualificar a equipa em duas ou três posições chave para o imediato. Recebemos
o Porto, o Braga, vamos a Alvalade, o sucesso nestes jogos coloca-nos lado a
lado. Se ao contrário, a distância atual ainda aumentar, o Benfica não pode perder
a oportunidade de ter o campeonato perdido e preparar condignamente esta nova
fase do nosso futebol. Que foi precisamente o que faltou neste defeso. E como?
Por exemplo, determinar um bom suplente para o Júlio Cesar, descobrir um novo
Luisão, limpar a equipa de 4 ou 5 jogadores que andam no limbo, dar futuro aos
jovens, tenham vindo do Seixal ou de qualquer outro destino europeu, fazendo-os
jogar com critério. E mais importante que tudo, definir um modelo de jogo.
O pior que pode acontecer é
perdermos o próximo comboio por estarmos à espero de um que já passou.
JL
PARABÉNS JORNAL
O nosso jornal fez ontem, 28 de novembro, 73 anos de vida. Como explica Alberto Miguéns aqui, sem dúvida a publicação desportiva em Portugal. São 3735 números em 73 anos. Outro semanários conseguem ter 3547 números em 94 anos. Enfim, parabéns O Benfica.
JL
terça-feira, 24 de novembro de 2015
TERRORISMO CLUBE DE PORTUGAL
Os clubes não são todos iguais. Há clubes que são realmente diferentes. A
coletividade do Lumiar, conhecida internacionalmente como Sporting de Lisboa,
retirou a rede de proteção do fosso apenas em frente aos adeptos do Benfica. O
carniceiro argelino está no sítio certo. Talvez seja o Sporting que está no
local errado. Provavelmente Raqqa seja o sítio ideal para gente desta estirpe.
JL
segunda-feira, 23 de novembro de 2015
SOBRE EQUÍVOCOS
Para que serve esclarecer os equívocos se as causas persistem? Perguntava
Sartre. A política de contratações do futebol do Benfica tem sido nos últimos anos, largos
anos, no mínimo, errante. Aproveitou-se o facto do anterior treinador ser um obcecado,
pontuais crises dos adversários diretos e ganhou-se três campeonatos em seis. Aproveitou-se
também uma muito positiva política económica e financeira, temos de reconhecer
o mérito da Direção, e o Benfica teve possibilidades de ir ao mercado com os
bolsos cheios.
Contratou-se bom, contratou-se mau, mas essencialmente contratou-se muito.
E continuamos. Não vale a pena dizer que era o Jesus que exigia. Como é que um
gestor da SAD explica negócios como Candeias, Farina, Marçal, o preço do Pizzi,
o investimento em Ola John, e podia continuar, porque são tantos, só
emprestados são trinta e cinco.
O problema é que a percentagem de aproveitamento das contrações é cada vez
mais baixa. De ano para ano. Tanto na equipa principal como na B. Tanto jogador
que chega, internacional jovem no seu país e depois nem calça.
Vejamos a principal. Do onze inicial apenas os avançados são titulares e
nem sequer são os dois ao mesmo tempo. Na realidade, o Benfica com o que sobrou
do ano passado apenas joga de início com um reforço, ou é Raul ou é o Mitro. Assim,
considerando as saídas, a equipa tem efetivamente menos recursos.
Não, nós não nos esquecemos que Rui Vitoria entrou já com o comboio em
andamento e que a sua responsabilidade na constituição do plantel é quase zero.
Contudo, exigia-se mais à SAD e exigia-se que ele, o treinador, também
exigisse. Porque há coisas que não fazem mesmo sentido nenhum.
Apesar do Benfica ter no meio campo o seu grande problema, o treinado tem à
sua disposição nada menos que dez jogadores: Fejsa, Cristante, André Almeida, Samaris,
Taarabt, Talisca, Pizzi, Djuricic, Teixeira e Renato Sanches. Todos já foram internacionais,
não são nenhuns pernas-de-pau. No entanto, o meio campo continua, ao fim de três
meses de trabalho, a não resultar e curiosamente continuam sempre a jogar os
mesmos. Essa é a nossa aflição. A insistência no Talisca é um mistério. Outro
mistério é o Carcela. Será que nem com o castigo do Gaitan vai ter possibilidades
de jogar mais uns minutos?
O Benfica, bicampeão, tem de fazer obras grandes no seu plantel. Quem não
conta deve sair. Cristante, Taarabt, Djurcic. Dos jovens só vejo com maturidade
para jogar e treinar permanentemente o Guedes e o Semedo. Os outros têm de
jogar e jogar muito, mas na B. Minutos com fartura para o Teixeira, Nuno
Santos, Renato, Andrade e Lindelof. E é urgente, muito urgente, que chegue um
jogador para o meio-campo que nos dispense de ver o Pizzi e o Talisca muitas
vezes em campo.
JL
domingo, 22 de novembro de 2015
IMPUNIDADE?
No futebol português voltou a valer tudo. A agressão gratuita do carniceiro
argelino ao Samaris, quando o colega de profissão estava de costas, sem bola, vai ficar impune?
Com o Judas, com o Trinca Bolotas e o Machado no banco, voltámos aos anos oitenta,
mas agora um pouco mais a sul.
sexta-feira, 20 de novembro de 2015
RÁDIO BENFICA
Foi uma das promessas eleitorais de
Luis Filipe Vieira. Não me recordo se foi nestas ou nas eleições anteriores,
mas pelos vistos pode vir a fazer parte do programa das próximas. A Benfica TV,
agora BTV, foi um passo enorme para quem acompanha o Benfica com regularidade. Fomos,
de facto, vanguarda. O ceticismo dos nossos adversários, e até de alguns benfiquistas,
sobre a viabilidade do projeto foi até significativo.
Chegou o momento em que só a BTV já
não chega, mesmo com dois canais. O Benfica joga muitas vezes fora, o que implica
uma enorme “ginástica” daqueles querem ter a informação no imediato. A TV lagarta,
a do Porto, links manhosos, canais do youtube, sites federativos, rádios locais,
tudo tem servido para ver e ouvir sobre o desempenho dos nossos atletas.
A criação de uma Rádio Benfica seria
um passo fundamental. Permitiria acompanhar muitos dos jogos e provas fora do
nosso estádio e até ter uma programação autónoma interessante. Dar informação
imediata de resultados de competições que se desenrolam em simultâneo. Seria
ainda mais um meio para divulgar os programas de debate e análise da BTV.
Aliás, os seus conteúdos poderiam ser partilhados entre os vários meios do
clube, como já se faz agora.
O investimento não seria de
grande monta. Admito dificuldades ao nível das licenças e das frequências disponíveis,
mas com o advento das rádios on line penso
que seria um falso problema. Este é um projeto que devia de avançar o quanto
antes, sob pena de outros se anteciparem.
JL
terça-feira, 17 de novembro de 2015
AS SETES VIDAS DA VANESSA
No que diz respeito aos grandes nomes do extrafutebol, Vanessa Fernandes fez
a ponte, num momento de recuperação do clube, entre um leque de atletas imaculáveis
como foram José Maria Nicolau, Carlos Lisboa ou Oliveira Ramos e outros que vão
ficar registados na nossa história com a marca da eternidade como é o caso do
Nelson Évora ou da Telma Monteiro.
No triatlo ganhou mais de 20 vezes a Taça do Mundo e foi medalha de prata
nos Jogos Olímpicos. Esta semana conseguiu em Valencia os mínimos para os Jogos
Olímpicos do Rio de Janeiro logo na sua estreia na maratona.
Apesar de ser difícil a sua participação na prova que se vai disputar no Brasil,
para o ano que vem, já que cada país só pode selecionar três atletas, este
feito é de todo notável para uma jovem que muitos consideraram acabada para o desporto
de alta competição.
Vanessa Fernandes, que nos últimos tempos tinha humildemente contribuído para
várias vitórias a nível coletivo do nosso clube no meio-fundo, é a imagem do
deve ser um atleta à Benfica. É fácil quando andamos por cima e os elogios surgem
em cada esquina. A atleta percebeu que mais do que as grandes vitórias internacionais,
uma campeã tem de vencer primeiro as suas guerras interiores. Não é por acaso
que é filha do grande Venceslau Fernandes.
JL
sábado, 14 de novembro de 2015
ON EST PARIS!
Bem pode ser considerada a nossa terceira
cidade porque ali vivem, trabalham e estudam cerca de um milhão de portugueses,
mas não é sequer isso que está em causa, porque as vítimas do terrorismo não têm
nacionalidade e são apenas isso: vítimas.
Paris voltou a ser alvo da face
mais odiosa e cobarde da violência: o terrorismo exercido contra cidadãos anónimos
e indefesos, contra gente comum com vidas normais e iguais à de cada um de nós: um jantar em família
ou com amigos, um concerto, uma simples ida a uma festa chamada futebol.
Na noite em que todos fomos
parisienses, morreu gente inocente cujo único crime foi estar no sítio errado à
hora fatídica.
Para alguns deles o local que
devia ser de festa e se transformou em morte e tragédia, foi o Stade de France.
Os cobardes alucinados que
semearam o terror na noite de Paris sabiam bem os quês e os porquês: apesar de
todo o mercantilismo que hoje existe, o futebol continua a ser em qualquer parte
do mundo uma das grandes festas genuinamente populares e é talvez ali que o
grande lema da República Francesa mais sentido faz: só quem nunca festejou um
golo ou uma grande vitória na liturgia única de um estádio, pode pensar que “Liberté-Égalité-Fraternité”,
nada têm a ver com futebol.
É isso que nos move quando, de
muitos nos tornamos um só; quando afastamos as diferenças e somos iguais no
apoio às nossas cores; quando no êxtase do golo, abraçamos o desconhecido que
está ao nosso lado.
É tudo isso que o terrorismo quer
também matar: o nosso modo de vida, as nossas paixões, a nossa possibilidade de
em liberdade, igualdade e fraternidade festejarmos os golos da nossa vida.
RC
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
SEGUNDOS DE GLÓRIA
Num segundo muda tudo, mas para aparecer esse segundo são necessárias
centenas de horas de trabalho sério, de presistencia, de convencimento do
valor. O Benfica é isto. O futsal do Benfica é isto. Já o tinhamos aqui escrito.
É o incio de nova era nesta modalidade.
JL
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
"NUNCA PENSEI...
…Estar nesta situação. A minha
lealdade esteve durante vários anos sempre presente para com o Benfica”.
No contínuo e ridículo processo
de calimerização do Sportém, faltavam agora estas palavras tão doridas do supostamente
injustiçado Judas de serviço, à saída do tribunal do Barreiro.
É assim o Sportém: um clube
perseguido e acossado onde todos são vítimas de qualquer coisa e Jesus, claro,
não poderia fugir à regra: injustiçado e maltratado pelo Benfica, esse clube de
ingratos que o encheu de dinheiro, lhe proporcionou glória e títulos e que
tentou dá-lo a conhecer à Europa do futebol.
(Em vão, porém: para Jesus a
Europa acaba no Campo Grande, como aliás, se está a ver…).
Ao invocar conceitos como
lealdade, o actual treinador do Sporting mostra uma vez mais a sua faceta de
farsante narcisista, mentiroso e manipulador.
Desengane-se quem pense que Jesus
exultou com alguma vitória ou título do Benfica: Jesus exultou com as suas
vitórias, com o seu monstruoso e deformado ego, com a sua inata mentalidade de
lagarto pequeno e desabituado de ganhar.
Não tenho hoje qualquer dúvida de
que Jesus tinha a decisão tomada há muito tempo e nem preciso de recordar o
artigo de Pedro Candeias no “Expresso”, mencionando contactos em Março(!) com
gente da estrutura do Sporting.
A mim bastou-me estar na Luz e em
Coimbra e ver a forma forma fria e distante como Jesus festejou os títulos: logo na
altura senti o cheiro a esturro ou a esterco para sermos todos mais precisos.
É pois, este o traste que enche a
boca com conceitos como lealdade,vitimizando-se perante a opinião pública e dizendo-se maltratado e
injustiçado pelo mal-agradecido Benfica.
E é este o homem que muitos
benfiquistas(?) continuam a defender e
isto, sim, é grave, preocupante e profundamente triste.
RC
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
O NOVO SISTEMA: MATAR OU MORRER
Seria sensato e de todo aconselhável
que, finalmente, começássemos a levar a sério a Sociedade Recreativa do Campo Grande,
vulgo Sportém.
Não porque neste campeonato
estejam a praticar um futebol de alto nível com elevada nota artística como “o
Cérebro” gosta de apregoar.
Menos ainda porque se se tenham
tornado um clube credível, respeitável e decente, dirigido por gente leal e
séria: poucas vezes o terão sido ao longo da história, menos ainda agora que
são dirigidos por um hooligan engravatado, directamente saído das catacumbas
frequentadas por ultra-nacionalistas, skinkheads e demais tipo de escumalha.
Nada disso: como se vê pelo
brilhante desempenho europeu, ao Sportém tudo acontece quanto lhe falta a mão
que o tem embalado internamente.
Do clamoroso fracasso que foi a
pré-eliminatória da Champions, à estrondosa e humilhante derrota perante um
colosso albanês, já tudo aconteceu à equipa do Cérebro e do Trinca-Bolotas.
Quanto, porém, voltamos às
competições internas, o caso muda de figura e apercebemo-nos que, de facto, é
conveniente levá-los a sério: nada, mas mesmo nada foi deixado ao acaso.
…//…
A estratégia foi, reconheça-se,
bem montada: da habitual vitimização, apregoada e vendida em coro por todos os
Rui Santos deste miserável jornalismo desportivo português, passou-se
rapidamente à criação de uma mega manobra de intoxicação e propaganda visando
exclusivamente a descredibilização do Benfica e a suspeição sobre o nosso
clube.
Junte-se a isto a contratação de
personagens sinistras como Octávio Machado e está montado o carro de assalto ao
campeonato.
E é a isso que todos temos
assistido: de Tondela a Arouca, o campeonato do Sporting tem sido um passeio de
favores e de decisões polémicas cujo beneficiário é invariavelmente o mesmo.
Confesso que tenho dúvidas sobre
qual a estratégia a adoptar por parte do Benfica: estamos numa posição difícil,
hostilizados que por uma imprensa que nos detesta na mesma medida em que
precisa de nós e faltam claramente opinion-makers que assumam claramente a defesa do Benfica.
Aproximam-se dois jogos que poderão
marcar o que resta da época: do jogo da Taça em Alvalade, espera-se, receia-se e pressente-se nova Xistrada,
ainda para mais sendo um jogo a eliminar.
Quanto ao jogo de Braga, tal como
a nau Catrineta, tem sempre muito que contar, pelo que tudo podemos e devemos
esperar.
…//…
Ou muito me engano ou o novo
sistema que vigora no futebol português vai tentar desferir a estocada final
neste Benfica 2015-2016.
Talvez seja, pois, chegada a hora de
jogar na antecipação e marcarmos uma posição firme, clara, inequívoca e desassombrada: poderá ser a última oportunidade.
RC
domingo, 8 de novembro de 2015
O COSME JÁ NÃO MORA AQUI ?
Esta bandeira tem no máximo um
metro por dois. Estou a falar do tamanho. Porque a imagem nela exibida tem uma dimensão
não mensurável de benfiquismo. Quem a fez, ou a mandou confecionar, foi guiado pela
paixão. Mostrar o Grupo Sport Lisboa do início do século passado não é um mero maneirismo revivalista,
é patentear com um orgulho muito seu, muito nosso, as camisolas berrantes do maior
clube do mundo.
O dono do pendão, quando se desloca
à Catedral, eleva-a mais alto que pode. Com vaidade. Para tal utiliza um simples tubo de
eletricista, estreito, daqueles que usávamos quando eramos putos para atirar grãos
uns aos outros, utilizando a força do sopro. O tubo é de uma inofensividade sem
paralelo. Tem uns 4 ou 5 centímetros de espessura e, no máximo, uns dois metros
de comprimento. Que bonito era o ver esvoaçar nas bancadas da Luz.
Mas não é possível. Não é possível
porque pela terceira vez consecutiva os seguranças das portas 10 e 11 do nosso
estádio – e aqui realço “nosso” – impedem que a bandeira entre com o “perigosíssimo”
tubo plástico de cinco centímetros.
São ordens! Argumentam cheios de sapiência profissional,
enquadrados orgulhosamente pela licença do MAI, que lhes permite serem ARD –
Assistentes de Recintos Desportivos, essa modernaça designação que teoricamente
lhes devia ter dado competências especificas para atuarem em tão complexo
local, mas que no fundo lhes dá apenas preparação técnica para, no limite,
garantirem sem grandes problemas a paz em qualquer cemitério de província.
Podia preguiçosamente pegar em Hannah
Arendt para justificar tão imbecil proibição. Contudo o problema é mais
prosaico. Tem a ver essencialmente com a falta de visão de quem organiza os
jogos na nossa Catedral.
Quem se desloca ao estádio da Luz, para ver o grande
Benfica, não o faz da mesma forma que vai ver um concerto, a um filme ou a uma
corrida de fórmula 1. A paixão é aqui um ingrediente central. Sem ela, maior
parte de nós ficava sentadinho no sofá, com o comando na mão, a coçar a
barriga. É mais fácil, é mais barato e até se vê melhor o jogo.
Este episódio da bandeira é
apenas um exemplo, Os sócios do Benfica são tratados em cada jogo como um incómodo.
Como uma chatice. Um ingrediente a mais que se tolera. Bandeiras só as
oficiais, esvoaçadas por funcionários pagos à medida. Cânticos só comandados pelo
speaker e pelo ecrã gigante. Até os movimentos dentro do estádio são limitados
ao máximo, como gado em qualquer processo agropecuário.
Há cerca de dois anos o Benfica fez
um jogo particular em Abu Dhabi. Na transmissão televisiva o comentador
enfatizou o facto da equipa local ter uma claque contratada. Eram uns cinquenta
indivíduos pagos para apoiar a equipa. Pareceu-me algo estranho na altura. Hoje,
pensando bem, é uma realidade que não está assim tão longe. Estão matar o meu futebol.
JL
DIA DE COSME DAMIÃO
Cumprindo a tradição, este ano em
dia de jogo, alguns de nós realizaram a habitual e sentida homenagem nos Prazeres
ao grande Cosme Damião. No local onde descansa o corpo de quem deu o decisivo
empurrão para que de um pequeno país no canto da velha Europa nascesse o maior
clube do mundo, uma centena de bravos cantaram os parabéns a você, o ser benfiquista
e gritaram bem alto o nome do Sport Lisboa e Benfica. O Senhor Cosme Damião, lá
do alto, sentiu-se certamente orgulhoso. Olhou para o Capitão Coluna e para o Rei
Eusébio e disse: “Estes são os meus filhos!”.
JL
sexta-feira, 6 de novembro de 2015
E A ESTÁTUA?
Já lá vão dois anos. Foi em 2013
que a proposta de erguer uma estátua ao grande Cosme Damião foi uma das
vencedoras do Orçamento Participativo em Lisboa. Onde vai ficar, como vai ser,
quando vai ser inaugurada. Nada, nem uma informação. Não há um prazo para estas
coisas?
JL
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
DO QUE SE FALA POR AÍ
Diz-se por aí que há um contrato
de patrocínio, com alguma dimensão, com uns chineses, muito vantajoso para o
Benfica. Fala-se de alguns milhões, algo inédito em Portugal. Parece que
outros, que nem conseguem um mero patrocínio para as camisolas, ficaram preocupados
e vai daí, toca de encher a ventoinha de trampa. As tão faladas e inexistentes refeições
foi o que se arranjou para conspurcar o ambiente, numa tentativa serôdia de
afastar investidores. Corre que na base da conceção do caso da caixa dourada, mais
que criar uma envolvente de pressão no dérbi, esteve o objetivo de gerar um
ambiente de suspeição generalizado no futebol português. Uma espécie de política
de terra queimada aproveitando a universal incompetência dos jornalistas
desportivos. Com a cegueira de arranjar notícias bombásticas, não houve uma alminha
que se deslocasse ao Museu da Cerveja para investigar a que dava direito o tal
voucher. Não percebo o que aprendem nos cursos de jornalismo.
Aparentemente foi com silêncio
tático que o Benfica tentou transmitir para fora uma forte e robusta serenidade
e confiança. Se o conseguiu, a nível financeiro, veremos nos próximos tempos se
há chineses ou não. Diferente será ao nível da imagem, vai dar um trabalho
imenso a juntar os cacos. Porque para qualquer zé da esquina, que apenas bebe a
espuma das notícias, o Benfica pagou refeições aos árbitros, ponto. E este tipo
de coisas demora décadas a serem apagadas.
JL
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
"RESPECT" OU RECORDANDO JANEIRO DE 2005
24 de Janeiro de 2005: o mal-amado Benfica de Giovanni Trapattoni é despedido com uma vaia monumental e um
mar de lenços brancos após uma impensável derrota caseira por 2-0 diante do Beira-Mar.
No fim do jogo, Luisão ainda não
como capitão mas já como líder, veio à sala de imprensa e prometeu a todos que
no fim se veria quem iria festejar.
O resto é história, lenda mesmo: da
raiva e do orgulho ferido de um líder e de uma equipa se fez a argamassa com
que se construiu aquele memorável título de 2004-2005.
Cumpriu e bem, o nosso futuro
capitão: num fantástico fim de tarde de Maio com aquela cabeçada mágica e
inesquecível que fugiu às mãos de manteiga de um atarantado Ricardo, Luisão
tornou-se mito e entrou na galeria dos que verdadeiramente fizeram história no
Benfica.
De tudo isto me lembrei quando
ontem vi o nosso capitão a apontar para a inscrição “Respect” que ostenta na
camisola.
Hoje mais até do que em 2005, o
Benfica é diariamente desrespeitado por uma horda de invejosos, frustrados,
traidores, cobardes: simples ressabiados e derrotados da vida, todos eles.
Hoje, mais do que em 2005, mais
do que nunca, quase diria, o Benfica é alvo de uma campanha sem quartel nem
tréguas em que o alvo mais fácil porque mais exposto é precisamente a nossa
equipa, os nossos jogadores, o nosso treinador.
Que Luisão ontem como naquela
fria noite de Janeiro de 2005, tenha dado o mote para aquilo que é realmente
importante: o toque a reunir de uma equipa e de um clube que só por ser enorme
resiste a tanto.
Não há alternativa: de muitos, teremos de voltar a
ser apenas um.
RC
segunda-feira, 2 de novembro de 2015
130 ANOS
Foi há 130 anos que nasceu Cosme
Damião. Figura fundamental na história do Sport Lisboa e Benfica. Vivemos um momento
crucial na história do Clube. Saibamos honrar a sua herança.
JL
domingo, 1 de novembro de 2015
BREVES NOTAS ENTRE DOIS JOGOS
Não sei o minuto certo, mas estávamos
certamente no último quarto de hora do jogo de Aveiro da última sexta-feira. A
bola sobra para Talisca à entrada da área e este remata de primeira. A bola
bate num defesa e engana o guarda-redes que se lança para o lado contrário. Infelizmente
a bola sai ao lado. Porém, é pontapé de canto. Que me lembre foi o único
momento positivo do jogador brasileiro. No jogo? Não, na época.
Todos de boca aberta ao verem o avançado
Clésio no relvado e a defesa direito, ainda mais com o internacional português Eliseu
na bancada. Com Semedo lesionado, com André Almeida como único trinco disponível
para terça-feira, Rui Vitória não quis arriscar e guardou Eliseu para o jogo
com os turcos. Até porque Clésio não está inscrito para jogos internacionais. Foi isto ou é um caso grave do foro psíquico.
O Benfica terminou a primeira parte
com dois remates à baliza, não obstante estar a jogar, teoricamente, com dois pontas-lança.
Este facto, apesar de estar a ganhar por 3-0, faria qualquer treinador mexer imediatamente
na equipa. Só aconteceu aos 64 minutos, porque o avançado Clésio, que estava
jogar a defesa direito, teve um problema muscular. Era muita intensidade para quem
pouco joga na equipa B.
Carcela aqueceu do intervalo até
aos 71 minutos. Foi só a partir dessa altura que o Benfica começou a atacar e a
criar perigo junto da baliza adversária. E até marcou um golo nesses meros 20
minutos em que fez mais do que nos restantes 70. O golo foi precisamente do Carcela, só dele.
Não sei quantas vezes o marroquino foi apanhado na noite, nem as vezes que o Vitória
o avisou para não se agarrar tanto à bola, mas quem quer bem ao Benfica só pode
estar a pedir uma generosa amnistia.
Uma vitória com o Galatasaray deixa
o Benfica nos oitavos da champions. Uma derrota deixa o Benfica em maus lençóis.
Os turcos, que ainda vão a Madrid, não podem empatar. O Benfica tem Fesja e Samaris
indisponíveis. Vai ter por isso de jogar com o Almeida e infelizmente com o
Pizzi no meio-campo. O Raul não tem jogado bem e Mitroglou está em dúvida. Seria
arriscar muito colocar o Gaitan no meio, com o Guedes e o Carcela nas alas? Os problemas
trazem oportunidades.
JL
JL
TRIATLO – VERGONHA FEDERATIVA
O Benfica
domina o triatlo em Portugal, tem os melhores atletas, os melhores técnicos e
os melhores dirigentes. Como sempre, ao logo de mais de um século no desporto português,
trabalha mais e melhor do que outros. É o Benfica, o maior de Portugal. Ganharia
normalmente o campeonato nacional de triatlo, como fez em anos anteriores. Realço
normalmente, porque não é normal a Federação de Triatlo de Portugal marcar duas
das quatro etapas, do referido nacional, para datas onde era impossível os melhores
atletas do Benfica participarem. E era impossível porque estavam empenhados em
provas internacionais. Apesar do esforço que o Benfica fez junto da federação para
que as datas fossem alteradas. Não são necessários mais comentários, o Benfica
não é só o maior de Portugal, é mesmo maior que Portugal. Um clube grande
demais para um país tão pequeno.
JL
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