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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

SOBRE EQUÍVOCOS


Para que serve esclarecer os equívocos se as causas persistem? Perguntava Sartre. A política de contratações do futebol do Benfica tem sido nos últimos anos, largos anos, no mínimo, errante. Aproveitou-se o facto do anterior treinador ser um obcecado, pontuais crises dos adversários diretos e ganhou-se três campeonatos em seis. Aproveitou-se também uma muito positiva política económica e financeira, temos de reconhecer o mérito da Direção, e o Benfica teve possibilidades de ir ao mercado com os bolsos cheios.

Contratou-se bom, contratou-se mau, mas essencialmente contratou-se muito. E continuamos. Não vale a pena dizer que era o Jesus que exigia. Como é que um gestor da SAD explica negócios como Candeias, Farina, Marçal, o preço do Pizzi, o investimento em Ola John, e podia continuar, porque são tantos, só emprestados são trinta e cinco.  

O problema é que a percentagem de aproveitamento das contrações é cada vez mais baixa. De ano para ano. Tanto na equipa principal como na B. Tanto jogador que chega, internacional jovem no seu país e depois nem calça.

Vejamos a principal. Do onze inicial apenas os avançados são titulares e nem sequer são os dois ao mesmo tempo. Na realidade, o Benfica com o que sobrou do ano passado apenas joga de início com um reforço, ou é Raul ou é o Mitro. Assim, considerando as saídas, a equipa tem efetivamente menos recursos.

Não, nós não nos esquecemos que Rui Vitoria entrou já com o comboio em andamento e que a sua responsabilidade na constituição do plantel é quase zero. Contudo, exigia-se mais à SAD e exigia-se que ele, o treinador, também exigisse. Porque há coisas que não fazem mesmo sentido nenhum.      

Apesar do Benfica ter no meio campo o seu grande problema, o treinado tem à sua disposição nada menos que dez jogadores: Fejsa, Cristante, André Almeida, Samaris, Taarabt, Talisca, Pizzi, Djuricic, Teixeira e Renato Sanches. Todos já foram internacionais, não são nenhuns pernas-de-pau. No entanto, o meio campo continua, ao fim de três meses de trabalho, a não resultar e curiosamente continuam sempre a jogar os mesmos. Essa é a nossa aflição. A insistência no Talisca é um mistério. Outro mistério é o Carcela. Será que nem com o castigo do Gaitan vai ter possibilidades de jogar mais uns minutos?  

O Benfica, bicampeão, tem de fazer obras grandes no seu plantel. Quem não conta deve sair. Cristante, Taarabt, Djurcic. Dos jovens só vejo com maturidade para jogar e treinar permanentemente o Guedes e o Semedo. Os outros têm de jogar e jogar muito, mas na B. Minutos com fartura para o Teixeira, Nuno Santos, Renato, Andrade e Lindelof. E é urgente, muito urgente, que chegue um jogador para o meio-campo que nos dispense de ver o Pizzi e o Talisca muitas vezes em campo.   

JL

3 comentários:

  1. Muito bem. Quero acrescentar: e na B estamos a 3 pontos da linha de descida. E seria dramático para a formação descer de divisão. Os jogadores que referiste têm de jogar na B pelo menos até a equipa ganhar uma folga de pontos suficiente para não temer a descida.

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  2. Equívocos... Demorar anos a arranjar uma fórmula de sucesso e depois dá-la a um adversário. Será que conta como equívoco?

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