Para que serve esclarecer os equívocos se as causas persistem? Perguntava
Sartre. A política de contratações do futebol do Benfica tem sido nos últimos anos, largos
anos, no mínimo, errante. Aproveitou-se o facto do anterior treinador ser um obcecado,
pontuais crises dos adversários diretos e ganhou-se três campeonatos em seis. Aproveitou-se
também uma muito positiva política económica e financeira, temos de reconhecer
o mérito da Direção, e o Benfica teve possibilidades de ir ao mercado com os
bolsos cheios.
Contratou-se bom, contratou-se mau, mas essencialmente contratou-se muito.
E continuamos. Não vale a pena dizer que era o Jesus que exigia. Como é que um
gestor da SAD explica negócios como Candeias, Farina, Marçal, o preço do Pizzi,
o investimento em Ola John, e podia continuar, porque são tantos, só
emprestados são trinta e cinco.
O problema é que a percentagem de aproveitamento das contrações é cada vez
mais baixa. De ano para ano. Tanto na equipa principal como na B. Tanto jogador
que chega, internacional jovem no seu país e depois nem calça.
Vejamos a principal. Do onze inicial apenas os avançados são titulares e
nem sequer são os dois ao mesmo tempo. Na realidade, o Benfica com o que sobrou
do ano passado apenas joga de início com um reforço, ou é Raul ou é o Mitro. Assim,
considerando as saídas, a equipa tem efetivamente menos recursos.
Não, nós não nos esquecemos que Rui Vitoria entrou já com o comboio em
andamento e que a sua responsabilidade na constituição do plantel é quase zero.
Contudo, exigia-se mais à SAD e exigia-se que ele, o treinador, também
exigisse. Porque há coisas que não fazem mesmo sentido nenhum.
Apesar do Benfica ter no meio campo o seu grande problema, o treinado tem à
sua disposição nada menos que dez jogadores: Fejsa, Cristante, André Almeida, Samaris,
Taarabt, Talisca, Pizzi, Djuricic, Teixeira e Renato Sanches. Todos já foram internacionais,
não são nenhuns pernas-de-pau. No entanto, o meio campo continua, ao fim de três
meses de trabalho, a não resultar e curiosamente continuam sempre a jogar os
mesmos. Essa é a nossa aflição. A insistência no Talisca é um mistério. Outro
mistério é o Carcela. Será que nem com o castigo do Gaitan vai ter possibilidades
de jogar mais uns minutos?
O Benfica, bicampeão, tem de fazer obras grandes no seu plantel. Quem não
conta deve sair. Cristante, Taarabt, Djurcic. Dos jovens só vejo com maturidade
para jogar e treinar permanentemente o Guedes e o Semedo. Os outros têm de
jogar e jogar muito, mas na B. Minutos com fartura para o Teixeira, Nuno
Santos, Renato, Andrade e Lindelof. E é urgente, muito urgente, que chegue um
jogador para o meio-campo que nos dispense de ver o Pizzi e o Talisca muitas
vezes em campo.
JL
Muito bem. Quero acrescentar: e na B estamos a 3 pontos da linha de descida. E seria dramático para a formação descer de divisão. Os jogadores que referiste têm de jogar na B pelo menos até a equipa ganhar uma folga de pontos suficiente para não temer a descida.
ResponderEliminarSó não vê quem não quer...
ResponderEliminarEquívocos... Demorar anos a arranjar uma fórmula de sucesso e depois dá-la a um adversário. Será que conta como equívoco?
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