N
Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
PEQUENOS SINAIS DE GRANDEZA
No passado Sábado saiu no semanário Expresso, a propósito do encerramento em Março da Maternidade Alfredo da Costa, uma pequena entrevista a Maria José Alves, Chefe de Serviço de Ginecologia-Obstetrícia daquela maternidade. A entrevista focava o facto de hoje à noite nascer o último bebé do ano e que seria a última vez que os holofotes do referido evento estariam dirigidos àquela instituição devido ao seu previsto encerramento.
A certa altura o entrevistador pergunta se o movimento na urgência tem tendência para aumentar na noite de fim de ano. Ao que a entrevistada responde: “O número de mulheres que chegam diminui significativamente em dias festivos ou quando joga o Benfica.”
Para além de ser uma afirmação deveras redundante porque quando o Benfica joga é sempre dia festivo, especialmente quando ganha, revela a influência do maior clube do Mundo, até antes do nascimento.
Desejo um bom ano para todos, cheio de festividades.
JL
domingo, 30 de dezembro de 2012
DECIDIDO NOS PRIMEIROS MINUTOS
A bola saiu do Moreirense que logo a perdeu. O Benfica faz duas ou três triangulações e chega facilmente à área dos da casa. Os jogadores pensam “isto vão ser favas contadas”. Estava decidido o jogo. Não me venha o Jesus falar em cargas e métodos científicos. A primeira parte foi vergonhosa, uma falta de respeito pelos milhares de benfiquistas que se deslocaram ao estádio, muitos deles emigrantes, cuja oportunidade era única para verem jogar o Benfica.
Foi uma pena. Um jogo à tarde, estádio cheio, ambiente de festa e fazem-nos esta desfeita. O Jesus não soube emendar a mão no banco, as substituições foram de uma confusão enorme, era gente lá para frente a granel, fosse o Moreirense um pouco mais forte e o resultado podia ter sido outro.
Mesmo atabalhoado o Benfica acaba por merecer o empate e até podia ter ganho, tivesse jogado sempre de forma honesta. Honestidade é o que não condiz com outros protagonistas do jogo. Primeiro a arbitragem de Cosme Machado, o costume, sempre que era possível, tecnicamente e disciplinarmente, as decisões eram contra o Benfica. Inconcebível não ter marcado falta na trancada que o Enzo levou. Só marcou os penaltis porque foram do tamanho da ponte Vasco da Gama. Segundo aspecto, as inacreditáveis declarações de alguns elementos do Moreirense. Então o treinador, embebedado pelo ponto conseguido e pela estratégia da TVI em arranjar polémica, tem a lata de dizer que só não ganhou porque não os deixaram ganhar? Uns gajos que praticamente só defenderam e que usaram e abusaram do antijogo.
O penalti que dá o golo do empate ao Benfica é indiscutível e ainda é vermelho directo ao jogador do Moreirense. Para além de puxar o Cardozo, ainda lhe atinge desnecessariamente com um pontapé. A TVI durante o tempo que esteve em directo apenas repetiu o lance três ou quatro vezes. Durante a entrevista ao Octávio Machado nenhuma. Contra os comentários tendenciosos, temos bom remédio, é volume fechado. Quando se trata de manipulação de imagens já é mais difícil actuar. Como é que é possível, tendo oportunidade, um benfiquista trocar o estádio pela TV? Masoquismo?
JL
UM PEDIDO À SAD E OUTRO DE DESCULPAS
Não sejam
insensíveis: dêem mais uns dias de férias à rapaziada e deixem o contingente sul-americano
ir à pátria mãe encher a pança de picanha, maminha, empanadillas, puchero
e grandes churrascadas em geral.
De preferência,
tudo bem regado, porque nesta altura o calor aperta no lado de baixo do equador
e todos nós somos humanos.
Os
rapazes andam cansados e já bem basta estarem longe da família e serem mal
pagos.
Se há
jogos para jogar, competições para ganhar e um publico para respeitar, logo se
vê: isto é a Tugalândia e não somos propriamente como os maluquinhos dos
ingleses que passam a santa quadra natalícia a correr atrás de uma bola, debaixo
de chuva, frio e intempéries várias.
Aqui a
coisa é para se ir fazendo: tudo com calma porque a rapaziada ainda está com as
pernas entorpecidas depois de longas horas passadas à mesa ou em animadas sessões
de samba, chorinho, rumba ou tcha-tcha-tcha.
Boas
entradas a todos e perguntem lá aos rapazes se lhes causa muito incómodo jogarem
no dia 2, ainda a arrotar a lagosta e a Moët & Chandon: é que há uns
milhares de tarados que não têm que fazer e compraram bilhetes para o jogo com
o Aves.
Dia 2 de Janeiro,
onde é que já se viu ???
Obrigado
e desculpem o incómodo.
RC
COMO OS MALUCOS
No meu bairro havia um maluco. Penso que há um em cada bairro. Apesar das variações, há coisas em comum. Geralmente não tomam banho e vestem sempre a mesma roupa. E aos malucos tudo se perdoa. Por vezes, durante o Verão, o do meu bairro despia-se, para grande escândalo das senhoras idosas e para gaudio da garotagem. De resto, não era perigoso.
Por vezes, cada vez mais vezes, o Sporting faz-me lembrar o tal maluco. Um pobre coitado que tudo se perdoa. Não vou falar do claro suborno a um fiscal de linha, que isso foi um devaneio próprio da loucura. O tal maluco do meu bairro um dia também partiu um vidro à pedrada. Obviamente que tratando-se de um inimputável, para o proprietário foi como se tratasse de um acaso da natureza. No clube do Lumiar acontece o mesmo. Lê-mos a entrevista no Expresso de ontem de um recente ex-vice-presidente e concluímos que, por questões humanitárias, não podemos responsabilizar aquela gente. A alma de Fellini sobrevive naquele navio.
Hoje mais um episódio. Possivelmente contando com a miopia do presidente da Federação no que diz respeito à saliva, um jogador sportinguista armou-se em Meireles. Não cuspiu para cima, cuspiu de frente, para lagarto ver, em directo e em canal aberto. Cuspiu no Lionn, jogador do Rio-Ave e ao mesmo no Leão, símbolo do clube que lhe paga. Como o maluco do meu bairro, não vai merecer mais do que um reprovativo abanar de cabeça. É o cúmulo da irrelevância.
PS: Eu pensava que tinha sido péssima a exibição da nossa equipa B, mas depois assisti à parte final do Rio-Ave - Sporting e relativizei a minha opinião.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
A ENTREVISTA DE RICARDINHO
Na época passada, a culminar uma caminhada algo irregular
e com alguns altos e baixos em termos exibicionais, o Benfica acabou por se
sagrar campeão nacional de futsal.
Foi uma vitória suada, difícil mas muito saborosa, pouco
me interessando se justa ou injusta: naquele momento e naquelas circunstâncias foi
fundamental a reconquista do título nacional e ainda para mais frente aos
viscondes falidos.
Por algumas peripécias ocorridas na fase final da época e
durante o próprio play-off, envolvendo o nosso melhor jogador – Ricardinho –
ficou, contudo, uma estranha sensação de que algo não estaria totalmente bem.
Não poucas vezes vimos um Ricardinho muito longe do fulgor
de outros tempos e, sobretudo, com os nervos á flor da pele.
Esta entrevista pode, por isso, ajudar a explicar algo.
Independentemente das razões que lhe assistem (ou não…), Ricardinho toca num ponto que me parece
fundamental: existe claramente uma crise de liderança nesta equipa.
Líderes carismáticos como outrora foram André Lima, Pedro
Costa ou mesmo mais recentemente Arnaldo, não existem neste momento na equipa
de futsal do Benfica.
Talvez essa a razão de algumas derrotas completamente
desconcertantes, mas sobretudo, de uma certa sobranceria e algum laxismo que se revelam com demasiada frequência.
Tenho saudades da raça de André Lima ou de Pedro Costa e
da seriedade com que Arnaldo encarava cada minuto de cada partida.
Obviamente, que ninguém é eterno mas o que se questiona é
a pressa com que sobretudo Pedro Costa ou Arnaldo foram despachados,
não se tratando de cuidar da sucessão à altura: a mística não pode ser apenas
palavra bonita para emoldurar entrevistas de ocasião.
Também a estória da saída de André Lima
estará ainda por escrever, mas essas são contas de outro rosário: por agora
será talvez tempo de reflectir sobre algumas das afirmações de Ricardinho e com
isso tentar emendar o que está menos bem no futsal do Benfica.
RC
O SILÊNCIO DOS INOCENTES
Se me dissessem há uns anos que uma bancada do maior estádio nacional seria incendiado por adeptos rivais durante um dérbi e que a situação tinha sido provocada por declarações incendiárias dos dirigentes desse clube, o mais activo dos quais, está a hoje a contas com a justiça por corrupção, diria que era um caso de uma enorme relevância. Mas parece que não. Passou mais de um ano e o assunto está aparentemente esquecido por todas as instâncias.
O incêndio teve proporções tal que a recuperação do sector e da cobertura teve custos ao nível das centenas de milhares de euros, obrigando a que a bancada ficasse interdita largas semanas, o que impediu que o estádio aproveitasse toda a sua lotação em alguns jogos.
Estando no país do apito dourado e onde dirigentes depositam cheques em contas de árbitros, sem que nada aconteça aos clubes que representam, obviamente que não posso estar admirado com o silêncio oficial das instancias disciplinares do futebol. O que estranho é o silêncio do Benfica.
Passado mais de um ano, quero acreditar que este silêncio tem um forte enquadramento estratégico e que permitirá ao Sport Lisboa e Benfica ser ressarcido moral e financeiramente das agressões gratuitas que sofreu. Porque, como a mulher de César, mais do que ser inocente, é necessário parece-lo e até agora o longo silêncio de todos apenas beneficiou os infractores.
JL
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
DE PREVISÕES ESTÁ O INFERNO DA LUZ CHEIO
Para Winston Churchill a arte da previsão consistia em antecipar o que acontecerá, para depois explicar a razão por que não aconteceu. Prever no futebol é a arte do impossível, no entanto não é possível vivê-lo com intensidade sem esse exercício constante, o da impossibilidade, seja em relação ao futuro longínquo do campeonato, seja em relação ao próximo remate à baliza.
Neste fechar de ano civil com a época a meio e o nosso Benfica a não ver ninguém quando olha na tabela classificativa para cima e para o lado, começamos a sentir aquele nervoso miudinho, derivado do desejo de estarmos todos juntos no Marquês lá para o fim da primavera, numa longa noite de domingo.
O que esperar desta equipa a partir do que fez até este momento? Eu cá espero muito e se me permitem o despojado optimismo espero estar mesmo no Marquês, de cerveja na mão e lagrima no olho. Mais do que um desejo, esta é a previsão que arrisco e que vou tentar explicar.
Para mim, no dobrar de ano, o Benfica 2012/13 está melhor que o Benfica campeão 2009/10. Não falo em dados concretos, como os golos marcados e sofridos, pontos conseguidos e sucesso nas várias competições. De qualquer forma, na época em que fomos campeões entrámos directamente na Liga Europa e fomos passando adversários até nos calhar o Liverpool. Esta época iniciámos o percurso na Liga dos Campeões - que podemos considerar um relativo insucesso - mas estamos exactamente no mesmo sítio em que estávamos há 3 anos na Liga Europa. A nível nacional as coisas equivalem-se, com a pequena, mas saborosa diferença de ainda estarmos em prova na Taça de Portugal.
O meu inesperado optimismo tem a ver essencialmente com o futebol que o Benfica pratica, com as opções do plantel e com Jorge Jesus. No que diz respeito ao primeiro ponto posso não ver o rolo compressor de 2009/10, mas vejo uma equipa segura, que estende o seu jogo a toda largura do terreno, que sabe controlar os ritmos do jogo, que entusiasma e dá gosto ver jogar.
Mas a grande vantagem em relação ao ano do título está na riqueza do plantel. Talvez seja resultado da estabilidade directiva e técnica, talvez seja a consequência logica de um trajecto de crescimento do clube, mas temos uma equipa com mais capacidade de resposta que em 2009/10. Vejamos algumas posições.
Na baliza onde agora sentimos uma confiança imensa com Artur Morais, tínhamos o Quim, titularíssimo, com Júlio Cesar e Moreira na Liga Europa e Taça de Portugal. Nas laterais começámos com o Cesar Peixoto (e Sahffer), que ainda fez 15 jogos, e Ruben Amorim, para depois evoluirmos finalmente para Fábio Coentrão e Maxi Pereira. O mesmo Maxi Pereira ainda continua no seu posto e apesar do adaptado Malgarejo não estar ainda ao nível do Coentrão, não tem comprometido e está estável no lugar desde a pré-época.
Há 3 anos tínhamos realmente uma dupla de centrais irrepreensível, Luisão e David Luís. E que dizer do mesmo Luisão ao lado do certinho Garay, com o cada vez mais constante Jardel para as eventuais falhas? Se bem me lembro o terceiro central no passado era o Sidney ou o Miguel Vítor.
Se este Matic faz esquecer o recém-chegado em 2009 Javi, é daqui para frente que se nota as grandes diferenças entre os dois planteis. Já não temos Di Maria nem Ramires, mas temos nas alas Olá John, Sálvio, Nolito, Enzo Peres… o recuperado Gaitan e ainda…o Bruno “ picanha” Cesar. No miolo não temos tido o Pablito e o Martins como jesus os tinha no seu primeiro ano, mas esperamos por eles em 2013 e temos ainda os “Andrés” (Almeida e Gomes) e estamos a experimentar com sucesso o Enzo e o Gaitan.
Com Nuno Gomes muito pouco utilizado, o titulo 2009/10 assentou fundamentalmente na inesquecível dupla Cardozo e Saviola, os dois numa forma quase irrepetível. Quase, porque esta época Cardozo apareceu com a mesma intensidade e ao lado de Lima ou Rodrigo parece estar reeditar uma sociedade de sucesso. Em resumo: mais opções, mais preparação e ainda uma equipa B disponível.
Por fim, parece-me que Jorge Jesus está melhor treinador. O fracasso por vezes tem destas coisas e o insucesso das duas épocas anteriores, tendo sido essencialmente produto de muitos factores externos ao futebol, tiveram também algum do seu dedo ou mesmo da sua mão. Não sei se é optimismo demais, mas acho mesmo que está melhor. O nível de bazófia baixou, não insiste com tanta cegueira em casos perdidos (Emersson, Roberto) e nota-se alguma destreza no banco quando mexe na equipa, destreza que lhe faltou em momentos chave nos anos anteriores.
E o que pode estragar esta previsão? Um Porto indiscutivelmente melhor que na época do título. Época em que se vivia ainda a ressaca do apito dourado. Com um Porto, apesar da mediocridade do treinador, a lutar directamente connosco, com um lote de jogadores valiosos, com a federação a jeito e com os Proenças, Soares Dias, Xistras e outros fruteiros bem aquecidos, a previsão pode muito bem sair furada. Mas eles não terão a vida fácil.
JL
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
O PORCO DE NATAL
Crendo-se impune e tranquilo numa quadra em que o
tradicional sacrificado é o nobre peru, o porco reapareceu em força.
Primeiro, mostrando novas habilidades, deixando de ser
apenas um animal submisso e docilmente habituado a cumprir as ordens do dono,
para passar a uma nova fase da sua suína existência em que mostrou especiais
aptidões: o arrojado número do salto da bola na poça de água.
No pequeno circo montado à beira do Sado e mesmo perante a ausência do
simpático público, o porco tentou até á exaustão que a bola saltasse em poças
de água escolhidas à lupa: mirabolantes e fantasiosas habilidades de porco, como se viu.
Tudo em vão, porém, mas o porco sabia-o bem: é apenas
porco, não é burro.
Dias mais tarde, ainda inebriado pelo gozo e pela
notoriedade que as novas habilidades lhe proporcionaram, o porco reapareceu e
desta vez com uma nova gama de grunhidos.
O porco amestrado e agora malabarista acha que aprendeu a
grunhir a palavra honestidade.
Sim leram bem, todos lemos bem: o porco falou ou antes
tentou grunhir a palavra honestidade.
Como se fosse possível.
Como se um porco, e sobretudo este porco, ainda que dócil
e obediente perante o dono, ainda que amestrado, ainda que poupado à carnificina natalícia, conseguisse grunhir e entender conceitos como
honestidade.
Como se não fosse apenas um simples porco.
Ainda que artista, ainda que malabarista, ainda que espertalhão, mas nada mais que um simples suíno.
Passado o Natal é de temer, contudo, que o porco
inchado e luzidio como nunca, reapareça para mostrar novas habilidades e para uma vez
mais rebolar perante o dono, à espera da habitual bolota.
RC
sábado, 22 de dezembro de 2012
DA IMPORTÂNCIA DE NÃO DISCUTIR COM IDIOTAS
Faltam 3 semanas para o Benfica-Porto e há sinais claros
de que o Benfica através do seu presidente está a enredar-se num perigoso pingue-pongue
de declarações, pequenas tricas e picanços de que fatalmente não lucraremos
coisa alguma e que, a não ser imediatamente travado, arrastará o jogo para um
clima de guerra suja tão apreciado pelo tipo de gente que domina a norte.
À vez, as figuras ao serviço da pequena nação andrade vão
respondendo: Vítor Pereira, o velho senil, agora Helton; Vieira cai na
esparrela, riposta e não saímos disto.
Com a quadra natalícia à porta, esperemos que filhoses,
rabanadas, bolo-rei e a bacalhauzada da ordem encham estômagos, acalmem
espíritos mais irrequietos e ocupem bocas menos contidas.
O Benfica está em primeiro e tudo deverá fazer para receber
o Porto nesta condição.
Quando digo tudo, significa isso mesmo: inclusivamente não
cair em armadilhas que ainda para mais estão velhas, arcaicas, gastas,
surpreendendo apenas o facto de ainda haver quem nelas tropece.
Já aqui o mencionei uma vez e creio que a propósito de uma
situação semelhante, mas a velha máxima adequa-se na perfeição: “nunca discutas
com um idiota: ele baixa-te ao nível dele e depois vence-te pela experiência”.
Se trocarmos idiotas por corruptos, trapaceiros, yes-men
ou simples palermas de ocasião, a máxima continua a ser válida e a verdade nela
contida, ainda mais evidente e mais óbvia.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
A PROPÓSITO DE PROFECIAS...
Em época de profecias, asseguro que nesta eu acredito.
E a julgar pelo aspecto dos comensais e pela miséria que
vai naquela mesa, será mesmo a última.
Já quanto ao senhor que está no papel de Cristo, eles que
o perdoem se quiserem ou se forem a tempo, porque ele não sabe, de facto, o que
está ali a fazer.
E já agora, se a ideia é recrear cenas bíblicas, perante o
estado em que se encontra a lagartagem, sugiro desde já que se aproveitem estes
espécimes para a Arca de Noé.
É O TAL TRAÇO INCONFUNDÍVEL
Na sequência do jogo Arouca-FCP B, o conselho de disciplina da FPF castigou o diretor desportivo do Arouca por ter dito ao árbitro Vasco Santos “só vês azul, só marcas a mando deles”. Por mero acaso, no mesmo jogo, o médico do FCP também foi expulso, porque de acordo com o relatório do árbitro, fez um pedido através da frase “vê se arbitras com isenção”. Não sei qual delas foi a primeira expulsão, mas parece-me que se o árbitro respondeu afirmativamente ao pedido do elemento do FCP, feito em campo e não na véspera, no calor da noite ou mesmo numa certa casa da Madalena, o responsável do Arouca tinha direito a fazer a observação. Para mais estamos a falar do diretor desportivo, cuja função implica, penso eu, também falar sobre futebol. Já quanto ao profissional da medicina, duvido que as suas funções abarquem os recados de teor competitivo.
O mais engraçado é que para o Conselho de Disciplina da Federação liderado pelo ex- administrador do FCP, SAD, pedir não ofende, ou ofende pouco, pois o médico do Porto teve de pagar uma multa de 51 euros (meio deposito de gasóleo do seu jipe). Já fazer observações pertinentes é crime lesa pátria e vai de aplicar 510 euros, ou seja, 10 vezes mais ao responsável do Arouca.
Até pelo que tenho visto dos jogos do Benfica B, o facto dos jogos das B terem pouco audiência permite um certo regresso ao passado. Talvez seja a FPF a aderir à moda do revivalismo. Aquelas arbitragens têm um traço inconfundível de anos 90. Basta contar a número pornográfico de penaltis que até agora beneficiou a equipa B dos lagartos. Quanto aos andrades as polémicas sucedem-se.
Do Minho ao Algarve, como se pode ler nesta noticia de A Bola:
“Os adeptos do Portimonense ficaram furiosos com a arbitragem de Rui Costa e mostraram a sua indignação logo a seguir ao apito final do jogo em que enfrentaram o FC Porto B e que terminou empatado a uma bola.
Tudo por um lance que aconteceu mesmo ao cair do pano (mais precisamente aos 90+5 minutos). Os azuis-e-brancos beneficiaram de um livre no último lance do jogo. Vítor marcou e Márcio Ramos terá defendido mesmo em cima da linha. Rui Costa não foi da mesma opinião e validou o golo ao cair do pano” in Jornal A Bola
Tudo por um lance que aconteceu mesmo ao cair do pano (mais precisamente aos 90+5 minutos). Os azuis-e-brancos beneficiaram de um livre no último lance do jogo. Vítor marcou e Márcio Ramos terá defendido mesmo em cima da linha. Rui Costa não foi da mesma opinião e validou o golo ao cair do pano” in Jornal A Bola
E até nas ilhas:
JL
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
IR RESGATÁ-LOS AO FIM DO PELOTÃO
Quando se dá um passo em frente, alguém fica inevitavelmente para trás. E esta época o Benfica deu um passo enorme em frente. Este jogo foi a prova disso. Os últimos dois anos de Jesus estiveram ali retratados, na inconsequência de Gaitan, no buraco no meio campo, no avançado sem apoio, nos toquezinhos e laterizações a mais e claro na incapacidade latente de Bruno César encaixar no jogo. Comparece-se esta exibição com a de sábado, dá para ver a diferença.
O Benfica jogou mal? Nem por isso. Mesmo com 3 jogadores que há uns meses jogavam na B e com apenas um habitual titular, até podíamos ter acabado a ganhar na primeira parte e na segunda chegou-se a massacrar em alguns momentos. Mas falta qualquer coisa. Olhamos para esta segunda linha e todos têm talento, mas o ritmo é diferente. Por isso faz bem o jesus puxar por eles. A época é longa e vamos querer todos a pedalar, lado a lado, no comando pelotão.
PS1: este jogo foi um exemplo típico de como se arbitra mal em Portugal.
PS2: O Benfica não é só futebol, grandes resultados e essencialmente grandes exibições no Andebol e no Hóquei em Patins.
JL
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
DE TANTO GARIMPAR ENCONTROU-SE UM DIAMANTE
Desde que o Vale e Azevedo destruiu a formação do clube que se tem encetado uma lenta mas sustentada recuperação. Recordo-me dos dolorosos jogos contra o Sporting, no final dos anos noventa, em que a diferença era visível a olho nu. Actualmente penso que estamos lado a lado e até arriscaria a dizer que conseguimos uma ligeira vantagem em relação aos nossos rivais.
Nos últimos anos, com a Caixa Futebol Campus em pleno funcionamento, com a estabilidade da estrutura técnica e com a dinâmica revelada na prospecção tínhamos todas as condições para ter dois ou três produtos da nossa formação como titulares da equipa principal, já a contar com a venda de um ou dois por ano.
No entanto, os nossos dirigentes pareciam garimpeiros atulhados de preciosidades até ao joelho mas com a peneira que selecciona os futuros craques completamente escancarada. Passava tudo por ali. Uns foram pela corrente do rio até ao mar, são os Sílvios desta vida, outros ficaram ali pela margem sem terem oportunidade de serem lapidados. Assim de repente, lembro-me do Miguel Vítor.
Finalmente ficou lá algo. Chama-se André Gomes e mesmo não estando ainda lapidado, brilha como gente grande. A bem dizer, não é produção das nossas escolas. Andou pelo Porto, pelo Boavista e já cá chegou com barba, mas vem de boas famílias, nasceu foi longe da Luz.
Há muito tempo que não chegava um jovem aos seniores com tanta maturidade, para mais numa área do campo que tem uma exigência própria. Não tenho dúvidas que o antigo capitão dos iniciados do Porto é já uma certeza e se a evolução se mantiver parece-me que teremos, daqui a dois anos, um jogador ao nível de um Witsel. Que o Jorge Jesus, quando o André não tiver espaço no onze, lhe dê a possibilidade de continuar a ganhar estofo nos “B”.
JL
domingo, 16 de dezembro de 2012
PEQUENA CRÓNICA DE UM ADIAMENTO ANUNCIADO
Por acaso, tenho grandes esperanças que o tiro lhes saia
pela culatra: que esta vantagem de 3 pontos se mantenha até dia 13 de Janeiro e
que após o jogo com o Porto passe a 6.
Os andrades ver-se-ão então na pouco confortável posição
de perseguidores com o inerente desgaste psicológico: 6 pontos são mesmo 6
pontos ainda que com um jogo a menos.
E no entanto, tenho cada vez mais a convicção que este era
um jogo previamente adiado, uma espécie de nado-morto.
Ao contrário, por exemplo do que se viu há umas semanas no
Restelo aquando do Belenenses-Sporting B, nem público havia nas bancadas, o que
não deixa de ser sintomático e bem estranho.
Da pandilha do Macaco nem sinal, pelo menos a avaliar
pelas imagens que passaram nas televisões: a crise já chegou ao super-dragões
ou aquela rapaziada agora tem dotes premonitórios?
Também as rádios iam soltando, ainda que a conta-gotas,
todos os indícios de que não haveria jogo.
A prova final do cheiro a esturro que este prato cozinhado
nos bastidores do Bonfim, provocou, foi contudo proporcionada pela inefável
personagem do costume: o seboso Proença.
Quando a vi as imagens desse árbitro de eleição, à procura
de poças de água em que pudesse provar que ali a bola não saltava, entendi
claramente que a decisão estava já tomada e que não haveria jogo no Bonfim.
Obviamente que à armada sul-americana do Porto e ao
maçã-podre aquele terreno não agradava.
Pese embora a nojenta vassalagem que José Mota não
esqueceu de prestar na antevisão do encontro, é bem possível que pelas condições
climatéricas e do relvado, este se tornasse um jogo de lotaria, pouco propicio
às qualidades técnicas dos jogadores da equipa andrade.
E assim foi cumprido o destino: dos dirigentes do Vitória de Setúbal, tão
assertivos e reivindicativos noutras ocasiões, nem novas nem mandadas.
Repito: tenho grandes esperanças que ao velho senil, o
tiro venha a sair pela culatra e a que sempre tão louvada estratégia, não
passe desta vez de um tiro de pólvora seca, ou antes molhada.
Não tenho dúvidas, porém, que este é mais um caso em que o
sistema provou quem continua a mandar neste miserável e corrompido futebol português.
RC
LEITURA RECOMENDADA
Penso que tenho uma biblioteca razoável sobre o Glorioso, parte dela adquirida durante a última década. Talvez me falte alguns “almanaques” e claro, grande parte da numerosa e repetitiva obra do Malheiro. Mas tenho várias versões da história do Benfica, umas mais factuais e informativas, outras mais poéticas e de maior interesse literário. Até tenho uma em verso de um poeta popular alentejano.
Foi por altura do centenário do clube que começaram a surgir com mais frequência edições sobre o maior clube nacional, já que até aí a literatura sobre o futebol e o Benfica em particular era bastante rara não fazendo jus a um assunto que, pela sua popularidade, tinha tudo para vender.
Nos últimos tempos o mercado editorial descobriu finalmente que o futebol e em particularmente os três grandes poderiam ser mais um filão. Neste momento não passa um mês sem que não apareça nos escaparates vários livros sobre o fenómeno, a maior parte deles sem o menor interesse, sendo variações mais ou menos medíocres sobre o mesmo tema.
Não é o caso do livro que saiu esta semana, “100 Historias à Benfica” de João Tomaz e Fernando Arrobas. São 100 belíssimas micro-histórias, propositadamente contidas, que contam de forma original parte da gloriosa história do Sport Lisboa e Benfica. Bem escritas, factuais e informativas, são um bom ponto de partida para nos motivar a aprofundar alguns dos episódios que fazem único o nosso clube.
É uma pena que esta obra, pela sua qualidade, singularidade e sobretudo pelo que contribui para o engrandecimento do Benfica, não tenha uma maior/melhor distribuição. No entanto, sendo uma edição de autor, penso que poderão ter acesso ao livro através da sua página no facebook: https://www.facebook.com/#!/100HistoriasABenfica .
Da minha parte fica o desafio aos autores, um segundo volume, com mais 100 histórias à Benfica.
JL
AUTOCARRO? AQUILO ERA UM TIR DA LACTOGAL
O Benfica fez das melhores exibições desta época, até porque defrontou uma das equipas mais encolhidas que tenho memoria. Quantas vezes foi o Marítimo à área de Artur? Foi para marcar um golo em fora-de-jogo e pouco mais. De resto, os números falam por si: 25 remates contra 5, 11 cantos contra nenhum, 68% de posse de bola. Os quatro golos foram muito pouco para tanto caudal ofensivo. Tivesse em maré de azar e o Marítimo voltava à ilha de saco ainda mais cheio.
Também qualitativamente, ou artisticamente como se diz agora, o Benfica leva nota máxima. Jogou bonito, rápido, a toda a largura do terreno e com bons pormenores individuais e colectivos. Neste momento, somos a melhor equipa nacional e aquela que chega justamente à liderança. Num país europeu dava para uma caminhada triunfante até ao fim da época, mas aqui no Norte de Africa, ainda vamos ter muita trapalhada e há trinta anos para cá, para o Benfica ser campeão, não basta ser o melhor, tem de ser muito melhor.
JL
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
ISTO É HUMOR E DO BOM
Na vida existem várias verdades. Na história subsiste a dos vencedores. Já no futebol português a verdade é um bicho com três cabeças. A verdade dos factos, a do sistema e a do jornal record.
A verdade do record é sempre muito sui generis e vem da chamada escola britânica. Se por um lado procura sempre o aspeto mais negativo para o Benfica, por outro não passa sem um toquezinho de Monty Pynthon.
Todos se lembram dos anos e anos em que o referido jornal eliminava três campeonatos nacionais ao Glorioso das estatísticas globais. Nesse campo chegaram ser uma autêntica aldeia Gaulesa. Claro que acabaram por dar o braço a torcer, porque isto das grandes convicções está intimamente ligado com a verdade.
Desta vez fez-lhes um confusão imensa os golos do Cardoso em Alvalade. Passada a azia, tiveram o discernimento e a imaginação para explicar que afinal o paraguaio só marcou um golo. Sim, é verdade, e antes de caírem no chão a rir leiam os argumentos:
“O lance do 1-3, curiosamente aquele que, dos dois, menos dúvidas nos suscitou e que um maior número de "decisores" não hesitou em atribuir ao paraguaio, é também de uma limpidez absoluta: Cardozo volta a cabecear, a bola vai claramente para fora, mas eis que Insúa a desvia de forma a permitir um golo que, sem a sua intervenção, não aconteceria. Como as imagens provam.
É verdade que a popularidade do futebol assenta em grande parte nos protagonistas e Cardozo é um jogador que "vende" tanto melhor quantos mais forem os golos que marque.
Mas Record - atribuam os árbitros, a Liga, todos os jornais do Planeta e milhões de adeptos os golos a quem quiserem, na base de critérios próprios ou de critérios nenhuns - continuará a reger-se pela lógica imbatível da FIFA: bola não rematada na direção da baliza e desviada por outro jogador fará com que se atribua o golo a quem fez o desvio e não a quem rematou.”
Pois é, ainda bem que no futebol os vencedores não dependem de pontos atribuídos como na patinagem artística.
E como faltava a cereja em cima do bolo, nada como acabar com esta pérola:
“Ninguém nos afastará deste caminho. Porque nós somos aqueles em que o leitor confia.”
Uma nota marginal, com isto acentua-se a crise no Jornal Público. Para além das pressões governamentais, com textos destes o suplemento “Inimigo Público” deixa de fazer sentido.
JL
CONSTRUIR CASTELOS ATÉ DEBAIXO DE ÁGUA
O jogo de amanhã é importantíssimo. Em casa temos de vencer e convencer contra um Marítimo mais acessível que em anos anteriores, pelo menos a julgar pela classificação e pela exibição feita no Ladrão. No entanto, não será fácil. Os jogos do Benfica em Lisboa continuam a ter uma influência estranha no clima, quando as papoilas entram em campo, o céu desaba autenticamente.
De qualquer forma, depois de um bom resultado em casa do velho e decadente rival, é uma hipótese única de acabar o ano em beleza e consolidar um percurso que, depois do esvaziamento que a equipa sofreu no centro do terreno, até está correr melhor do que se esperava.
Para além das saídas do Javi e do Witsel, temos um Aimar estacionado no estaleiro desde o início da época, um Martins intermitente (estou a ser simpático) e agora até o Enzo Peres parou. Graças à entrada em cena da equipa B, o que poderia ser um problema trágico tornou-se numa oportunidade. Este tem sido o mérito de Jorge Jesus esta época, com as pedras do caminho construiu um castelo.
JL
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
OS AMIGOS SÃO PARA AS HORAS DIFÍCEIS
Costuma dizer-se que é na prisão ou no hospital que se vê quem verdadeiramente são os amigos.
O sportém estará algures por aí: uma espécie de limbo entre um condenado e um moribundo, mas como se vê, amigos não faltam.
Valha-lhes isso.
RC
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
DANÇAR NO ARAME
O Benfica começou com pouca vontade, com a mesma que a equipa de futsal se apresentou em Braga no domingo. Lenta, a chegar sempre tarde à disputa de bola, permitindo a uma equipa banal correr enquanto tinha pernas. Vendo as coisas com a distância do tempo, sofrer um golo na primeira meia hora foi o melhor que nos aconteceu. Foi o tiro de partida para uma vitória justíssima.
Tal como o artista circense que se abana no arame para despertar os espectadores, o Benfica, distraído, ainda provocou alguns sustos, que iam deitando tudo a perder, mas no final a vitória pareceu-nos tão natural como a nossa sede. Mesmo com a teimosia do nosso treinador em manter o ineficaz e cansado Olá John em campo além do aceitável. O que seria o jogo se o Gaitan tivesse entrado mais cedo? Ou se em vez do Gaitan, que até entrou bem, cavando duas faltas, tivesse aparecido o dinâmico Nolito?
É que a bebedeira da vitória em Alvalade, com olés finais e a lagartagem de gatas não nos deve retirar a lucidez para analisar certos aspectos menos positivos. Estou também a pensar no Maxi Pereira, um jogador que merece todo o nosso respeito pelo seu passado no clube, mas que esta época está numa numa baixa de forma tremenda. Até para protege-lo é urgentíssimo arranjar-se um substituto à altura.
De qualquer forma, o Benfica rebentou autenticamente com um adversário que não se pode de forma alguma justificar com o jogo de sexta, pois que me lembre, Patrício, Rojo, Eric, Panjic, Elias, Wolfswinkel e Carrillo, não jogaram nesse dia. Sete do onze inicial.
Ficou assim demonstrada uma superioridade tal, que o Benfica pôde actuar sem rede. Como os equilibristas experientes, que o fazem de olhos vendados, em cima de cadeiras ou rodas de bicicletas. Nós tivemos um Maxi perdido, um Olá John cansado e um Jesus lento a reagir e mesmo assim, foi uma noite memorável. Viva o Benfica.
PS1: O homem que fez capa de jornal a dizer que o seu adversário estava com medo, que mentiu descaradamente no fim-de-semana, veio dizer que veio para o futebol para elevar o nível. A lata é algo que lhe assiste com grande intensidade.
PS2: Ouvi o médico do fígado, ouvi o homem dos paquetes, um padrão: na falta de argumentos, repete-se a mesma frase várias vezes. Será sintoma de stress pós-traumático?
JL
ANIMO PRECISA-SE!
Vá lá, façam o jantar comemorativo dos 7-1 que isso passa.
Ou revejam as imagens do Manuel Fernandes a fingir que foi agredido pelo grande Manuel Galrinho Bento, sacando a expulsão e o penalty da ordem.
Ou leiam as memórias do Góis Mota: quando se entrava na cabina do árbitro de pistola em punho, era tudo mais fácil.
E já gora, tenham calma e não desesperem: o Belenenses e o Atlético também por lá andam e ainda não acabaram.
RC
Ou revejam as imagens do Manuel Fernandes a fingir que foi agredido pelo grande Manuel Galrinho Bento, sacando a expulsão e o penalty da ordem.
Ou leiam as memórias do Góis Mota: quando se entrava na cabina do árbitro de pistola em punho, era tudo mais fácil.
E já gora, tenham calma e não desesperem: o Belenenses e o Atlético também por lá andam e ainda não acabaram.
RC
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
A FÁBULA
Andava um grande touro a passear longo da água e o sapo ao vê-lo tão grande, tocado de inveja, começou a engolir ar sem parar e a inchar-se com o vento, e perguntava aos outros se era já tão grande. Responderam eles que não. Torna o sapo segunda vez, e põe mais força por inchar; e desenganado do muito que lhe faltava para igualar o Touro, terceira vez inchou tão rijamente, que veio a arrebentar com cobiça de ser grande.
JL
domingo, 9 de dezembro de 2012
A MENSAGEM QUE VIEIRA IGNOROU
Uma vez mais, esteve mal Luís Filipe
Vieira: desta vez ao ignorar ostensivamente a mensagem escrita que Godinho
enviou, ainda a propósito do folhetim do possível adiamento do
Sporting-Benfica.
Não é com atitudes destas que o Benfica
contribui para um derby jogado com lealdade e correcção.
Tem, portanto, toda a razão, o
presidente do Sporting quando se queixa de ter sido ignorado por Vieira.
Em rigoroso exclusivo, a “travessa
do Alqueidão”, divulga a mensagem a que, lamentavelmente, Vieira não respondeu.
RC
SEM LIMITES PARA A ESTUPIDEZ
A deriva dos nossos vizinhos não tem limites, as fronteiras são permanentemente ultrapassadas, mais do que a nossa imaginação pode atingir. Chamar-lhes ridículos, grotescos ou apenas cómicos, não faz jus ao que assistimos diariamente. O Sporting faz-me lembrar o coiote do papa-léguas, aquilo nunca pode correr bem.
Depois temos os adeptos, autênticos zombies intelectuais. Porque só gente cognitivamente congelada é que poderia ter ido atrás daquela rábula da jaula do ano passado. Foram eles e a maior parte dos jornaleiros, redactores e comentadores deste país, uns porque não têm três dedos de testa (ou já a venderam), outros devido ao interesse papal em polémicas vindas da capital. E lá se montou um carnaval que durou mais de três dias.
Este ano, com a equipa moribunda, teriam de arranjar algo que vitalizasse a gentalha na véspera do jogo do ano (para eles). E vai de colocarem o seu director de comunicação, Pedro Sousa, na conferencia de imprensa oficial, nas instalações do clube, perante dezenas de jornalistas, a afirmar que: “(…) não estando cumpridas as 72 horas regulamentares, o Sporting não jogará segunda-feira à hora que estava inicialmente aprazada para o início do 'derby'”.
Estas afirmações foram gravadas, reproduzidas, repetidas e comentadas vezes sem conta. Para azar do senhor e do clube, a rábula deste ano não colheu os frutos esperados. Porque o regulamento é claro, porque já tinham defrontado o Braga e o Porto em condições idênticas, porque o Benfica não respondeu em público e fez muito bem. Mandava o bom senso que, depois de tamanha argolada, se tivessem remetido a um higiénico silêncio. Mas não, como se referiu anteriormente o ridículo não tem limites e vai de hoje saírem-se com um inenarrável comunicado em que afirmam: "Nunca qualquer responsável do clube ou da SAD fez declarações que indiciassem que o Sporting não jogaria esta partida, fosse em que data fosse".
Agora percebo porque é que o fundador do Sporting se atirou para a frente de um comboio.
JL
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
ROGÉRIO PIPI
Chama-se Rogério Lantres de Carvalho, mas o mundo do futebol conhece-o e admira-o como Rogério “Pipi”.
“Pipi” pela elegância com que vestia mas também pela forma como se movimentava em campo e como tratava a bola.
Foi capitão e um dos grandes ídolos do Benfica, ficando ligado de forma indelével á 1ª grande conquista internacional do Glorioso: a mítica conquista da Taça Latina.
Rogério “Pipi” completa hoje 90 anos e é uma honra e um prazer enorme continuar a tê-lo entre nós.
RC
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
A CLOACA TRANSBORDOU: E AGORA ?
E eis que a ingrata crise e a dura vida toca a todos: que o diga desta vez a distinta nobreza de Alvalade,
obrigada a andar debaixo de chuva inclemente a fazer figuras tristes perante
câmaras de televisão ora de rodos em punho ora a manusear forquilhas com manifesto
embaraço e pouca habilidade.
A cloaca transbordou,
apanhando os viscondes de calças de mãos e com mais uma série de problemas para
resolver: afinal, não era exactamente deste excesso de liquidez que eles estavam
necessitados.
O Sportém é, de facto, um clube perseguido pelo azar
Para além da crónica inveja e das permanentes malfeitorias
do Benfica, do desvio e consequente rapto do Eusébio, daquele jogo na Luz
apitado pelo Inácio de Almeida e do golo do Luisão em 2005, agora até a camada
do ozono está contra eles.
Uma inesperada chuvada sobre Lisboa inundou-lhes a cloaca
e arranjou mais uma carga de trabalhos ao incansável Godinho Lopes: no espaço
de 72 horas um jogo absolutamente decisivo contra o poderoso Videoton, que
determinará se ficam em último ou em último, a que se segue a recepção ao
odioso Benfica que , para mais ,vem folgado de uma noite de boa vida frente a
uma equipa constituída por 11 sem-abrigo paralíticos que Tito Vilanova
desencantou algures pelas Ramblas.
E pronto, está armado o arraial com o Sportém a amuar e a dizer
que se é assim, então na 2ª feira não contem com eles porque têm mais que
fazer.
É lá com eles mas estou, de resto, em crer que para a
maior parte da massa adepta da lagartagem, esta corajosa decisão vem com uns
meses de atraso: a equipa fantástica e belíssima tinha-lhes poupado uma razoável
série de figuras tristes…
RC
O MESTRE DA CERIMÓNIA
Jogada de Mestre? Sim, mas de Alexandre e não de mestre propriamente dito. Começou com os elogios: O Jamor é um local mítico, que é sempre associado à Taça de Portugal, blá, blá, blá. A seguir informa que o projecto de requalificação do estádio tem conclusão prevista para Dezembro de 2013 e que a adjudicação da obra deverá acontecer em Janeiro de 2014, estimando-se um prazo de 18 meses para a execução dos trabalhos. Ui! 2016? Isto sem atrasos e se houver dinheiro.
Depois a estocada final: "Se não estiverem reunidas as condições, serei o primeiro a dizer que não se deve realizar naquele local". Tal e qual o sonho do Pinto da Costa.
Algo me diz que se o Benfica chegar à final este ano vamos ter de ir a Aveiro ou a Coimbra.
JL
MERECIDO ADEUS
O insucesso na Champions tem que ser analisado com frieza
e realismo: não merecemos passar e é apenas disso que se trata.
Este Benfica é demasiado “curto” para a Champions e deve,
definitivamente, concentrar-se no óbvio e no essencial: a conquista do campeonato.
Para uma prova da envergadura da Champions, o Benfica não
revelou nunca estatura, personalidade, categoria, personalidade.
Muitas vezes não teve também garra, discernimento,
espírito de conquista, ambição.
Foi a equipa do quase: quase marcava, quase ganhava em Nou
Camp, quase se qualificava.
Não marcou, não ganhou, não se qualificou.
A verdade é dura mas inequívoca: uma equipa que joga como
o Benfica jogou em Moscovo não merece passar.
Uma equipa que na Luz perante o Barcelona, confundiu até à
hipérbole o óbvio reconhecimento da superioridade do adversário com
subserviência e vassalagem puras, não merece passar.
Uma equipa que falha os golos que o Benfica falhou em
Barcelona, não merece, não pode nem deve passar à fase seguinte da Liga dos
Campeões.
Uma equipa que em Nou Camp beneficia de 8 (!) cantos e não
consegue criar perigo em nenhum deles revela incompetência, falta de “trabalho
de casa”, falta de concentração competitiva: aquele último canto de Bruno César
em que o redondo nº 8 não consegue, sequer, levantar a bola é sintomático.
Pede-se agora bom senso mas ainda o “cadáver” de Barcelona
estava quente e já JJ soltava mais uma fanfarronada sobre a Liga Europa.
As prioridades são bem evidentes e é bom que ninguém as
esqueça ou tente subverter.
Dos responsáveis da SAD, espero que resistam á tentação de
compensar a falta de receitas da Champions com a venda de mais uma jóia da
coroa.
Se for mesmo necessário vender que se recorra ao
pechisbeque: sempre dá para disfarçar e há sempre quem aprecie.
RC
A ALA DAS VITÓRIAS MORAIS
No Museu Cosme Damião, algures num futuro próximo:
Guia: Chegámos finalmente a uma zona do Museu onde não há taças, nem trofeus, mas que no entanto representa muito suor e sofrimento dos nossos atletas.
Visitante alagartado: Até que enfim! já estava com os olhos a arder de tanta taça.
Guia: À vossa direita podem ver as luvas que o Costa Pereira usou em San Siro no ano de 1965 onde perdemos por 1-0, mais acima a bota com que o grande Eusébio rematou ao minuto 90 em Wembley, no ano de 1968, infelizmente falhou, por isso está aqui, caso contrário estaria na primeira sala que vimos. A das vitórias memoráveis.
Visitante atento: E aquela maca? Tem alguma coisa a ver com o Benfica?
Guia: sim, foi a maca que levou para fora do campo, lesionado, o senhor Mário Coluna, o Monstro Sagrado, na final com o AC Milan, em 1963. Por causa desse incidente perdemos a nossa primeira final.
Visitante feminina: Que tecido é aquele ali pendurado?
Guia: São as meias do Pacheco. Usou-as contra o PSV na final de 88. São bonitas, de um vermelho vivo, mas não seguravam a chuteiras. A este propósito está ali a camisola do Veloso.
Visitante saudosista: Que saudades desses jogadores.
Visitante Jovem: Ó avô, os de hoje também são craques, que mania a tua. Senhor guia! E coisas mais actuais?
Guia: Bem, temos ali uma serie de apitos.
Visitante Jovem: Mas a nível internacional?
Guia: Huummm…as luvas do Júlio Cesar de Anfield Road, os calções que o Javi usou em Stamford Bridge e reparem naquela bota com a ponta subida…é do Maxi Pereira…fez o último remate em Camp Nou.
JL
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