Se outros méritos não tivesse (o que na minha modesta
opinião de leigo, nem é verdade), o documentário Benfica-4, Torino-3 exibido
esta tarde no S. Jorge no âmbito da Festa do Cinema Italiano, teria sempre a
virtude de devolver à memória colectiva do Benfiquismo, um assunto que dela não
deveria nunca ter saído: falo, evidentemente, da tragédia de Superga, que
vitimou toda a famosa equipa do Torino.
Evidentemente que a história do Benfica é riquíssima e
felizmente para nós, plena de grandes vitórias, tardes de glória e momentos épicos.
Há, porém, momentos menos felizes que fazem parte da nossa
história colectiva e que inexplicavelmente têm sido quase ignorados nas últimas
décadas.
A tragédia de Superga é um desses casos: uma pecha grave e que urge reparar urgentemente.
Por respeito à nossa história, ao nosso passado, mas
sobretudo pelo dever de honrarmos a memória e o exemplo de um grupo de magníficos
campeões que perdeu a vida, na sequência de uma grande tarde de futebol em
Lisboa e da fraterna festa de homenagem que quiseram proporcionar ao grande Francisco Ferreira.
O Benfica tem uma enorme divida de gratidão para com o
Torino e para com a memória dos amigos italianos do nosso Chico Ferreira.
Quem acompanha o futebol italiano sabe perfeitamente que o
Torino é um dos clubes mais respeitados do calcio.
No dia em que o Benfica se deslocar a Turim para fazer um
jogo e homenagear institucionalmente as vitimas da tragédia de Superga, ganhará
definitivamente o respeito e o coração de milhares de italianos, aumentando o
seu prestigio e reforçando a sua imagem como um dos clubes míticos do futebol
europeu.
No entanto, mais importante que tudo, pagará uma divida
que se tem arrastado há tempo de mais, honrando definitivamente a memória, o
exemplo e a amizade que os campeões granata deixaram em Lisboa, antes de
ingloriamente voarem para a morte.
RC
Contado hoje à porta do cinema: A seguir à tragédia o Torino jogou um período com as reservas. Os outros clubes, por respeito, retribuíam. Excepto quando lhes calhou em sorte, num torneio europeu, os nossos vizinhos do Lumiar. Um Clube diferente apresentou a primeira equipa, mas perdeu. Elucidativo.
ResponderEliminarIsso é verdade, anónimo?
ResponderEliminarEu sei que o Toro passou a jogar com as reservas e as restantes equipas italianas por respeito fizeram o mesmo.
Agora essa dos sapos nunca tinha ouvido falar. A ser verdade é mais uma boa história para contar do grande sportém...
É verdade. Foi na Taça Latina, disputada em Madrid, salvo erro.
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