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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


terça-feira, 5 de março de 2013

A NOITE EM QUE O UNITED SE SENTIU BENFICA


Para quem ainda alimentava algum tipo de ilusão sobre a mentira e os interesses que circulam à volta da chamada “indústria do futebol”, o jogo de hoje em Old Trafford não poderia ser mais elucidativo.
A fava tocou desta vez ao Manchester United, tal como em 2006 havia tocado ao Benfica contra o Barcelona ou o ano passado contra o Chelsea do oligarca Abramovich.

Hoje como então, a UEFA através do apito de um qualquer árbitro sem escrúpulos nem nível, encarregou-se de sentenciar quem pretende ver levantar o mais ambicionado troféu do futebol europeu ao nível de clubes.
Quem não se lembra da forma como em 2006 o Barcelona foi escandalosamente beneficiado em Lisboa e levado ao colo até á final e quem consegue esquecer o roubo miserável de que o Benfica foi alvo nos jogos contra o Chelsea da época passada?

Ao contrário do que, ingenuamente, por vezes fingimos acreditar, os meandros da alta- roda do futebol europeu não assim tão diferentes do fedorento chiqueiro em que o futebol português se atola e chafurda há mais de 30 anos.
Não por acaso, aliás, há personagens comuns: Paiva Brandão, Guilherme Aguiar e Domingos Gomes, todos eles figuras gradas dos luxuosos mas lamacentos corredores da UEFA.
Já para não falar, é evidente, do inefável Proença a quem foi dado justo prémio pelos inestimáveis serviços prestados à causa, sendo também ele, actualmente umas das figuras de referência do futebol europeu, o que muito abona a favor do senhor Platini e amigalhaços.
É isto a Champions League: uma competição sem ponta de verdade desportiva do inicio ao fim, desde o processo de apuramento às eliminatórias decisivas; uma competição mentirosa e não raras vezes viciada que acaba por comprar os clubes pela força do dinheiro, pelos milhões que movimenta e que faz entrar nos seus depauperados cofres.

Ao contrário da velha e saudosa Taça dos Campeões Europeus, uma competição aberta e democrática por natureza, a Champions League é uma competição fechada num modelo competitivo feita à medida dos clube mais fortes e com mais poder junto da superestrutura da UEFA.
Por outras palavras: quantos clubes estranhos ao sistema conseguiram ganhar a Champions desde que foi criado este novo formato em 1992-93 ?


É pois, por tudo isto e porque não tenho memória curta nem embarco na nacional-parolice da histeria “pró Real Madrid” que hoje estou solidário com Alex Ferguson, o tal “Sir” que um dia disse que o Porto era aquela equipa que comprava títulos no supermercado.


 RC


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