Os nossos últimos dias têm sido
quase inteiramente preenchidos com o autêntico fungagá patrocinado, organizado
e representado pela rapaziada do Recreativo do Campo Grande.
Tem, de facto, sido um fartote e
para todos os gostos.
Distraiu-nos, divertiu-nos,
encheu-nos até um pouco a alma, ao assistirmos do alto do 3º anel à chuva de
esterco que caiu em cima de quem passou os últimos cinco anos a pôr trampa em
frente a uma ventoinha: o karma é, de facto, tramado.
Já temos porem a nossa conta, de
sapos encapuzados, de lambe-botas a virarem a casaca, de oportunistas à procura
do último prato de lentilhas.
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É de Benfica que é feita
a nossa vida e depois do descalabro que foi a última época, esperamos que não
voltem a ser cometidos os mesmos erros.
Ainda a procissão vai no adro e o
omnipresente mercado não ditou as suas leis, que no nosso caso significa mais
umas quantas saídas: a ver vamos.
Caras novas já temos algumas, com
destaque para Odysseas, Conti e Castillo
, ainda que estes dois últimos estejam por confirmar e apresentar.
O que espero é que quem nos
dirige tenha definitivamente aprendido a lição, depois de uma época 2017-2018
marcada pela cegueira sobranceira e arrogante, pelo autismo e pela negação das
evidências: um plantel fraco, desequilibrado, com pouca classe em sectores
vitais.
Uma equipa que pareceu, demasiadas
vezes, entregue a si própria e à mercê da boa vontade dos deuses do futebol.
§§§
A próxima época, para não variar
vai ser muito importante e começa a doer com a disputa da pré-eliminatória e
play off da Champions.
Champions que é “apenas” o lugar
natural do Benfica, a competição em que o maior clube português e um dos
maiores da Europa tem que estar obrigatoriamente presente.
Sempre, todos os anos, tentando
chegar o mais longe possível, fazendo jus às suas responsabilidades históricas,
sem desculpas esfarrapadas nem calculismos mal amanhados.
A presença na Champions é a única
internacionalização
da marca Benfica (como alguns tecnocratas gostam agora de lhe chamar…)
que tem pés para andar e que nos garante estar a par… com os nossos pares: os
melhores clubes da Europa.
§§§
Foi através de jornadas gloriosas
e inesquecíveis, muitas delas na velha e inigualável Taça dos Campeões Europeus,
ao longo das últimas cinco décadas que o Benfica se tornou conhecido,
respeitado, admirado e até amado fora das nossas fronteiras.
É isto, pois, que o Benfica
exige, se exige: uma equipa forte, equilibrada, talentosa para que possa no sítio
certo, honrar a sua história e a sua tradição.
Não bastam, por isso, os jovens
jogadores: não nos iludam nem nos deixemos iludir.
A juntar à nossa juventude
talentosa, necessitamos de juntar jogadores experientes, feitos, maduros, de
classe reconhecida e que façam, de facto, a diferença.
Deixemos os experimentalismos e
as compras por atacado: a maior prova de clubes do Mundo não se compadece com
isso nem com a frieza de folhas de excel preenchidas por financeiros sem alma
nem sensibilidade.
Estar na Champions não é um desafio:
é um dever que o Benfica tem perante si próprio e a sua história.
Vamos lá estar!
RC