É dos
livros e da história do Benfica: cada vez que algo corre menos bem, cada um de
nós tem um coelho para sacar da cartola, um salvador da pátria, um Santo Graal
para tudo curar.
Não é,
porém, disso que se trata, mas apenas de abrirmos ao debate a situação de quatro
jogadores do Benfica que num plantel algo “curto” poderiam acrescentar um pouco
de qualidade.
Poderiam.
Ou não.
Não esqueçamos nunca que é o treinador quem
decide e sobretudo quem avalia o trabalho diário, o empenho, o modo como cada
jogador justifica ou não a chamada ao onze ou pelo menos ao lote de convocados.
Todos
estes jogadores poderiam fazer parte da solução.
Assim,
pelo menos alguns deles, são apenas e para já, problema.
Cristante: é
decididamente um caso estranho. Vem daquela que é para mim a melhor escola táctica
do mundo. O futebol italiano pode não ser propriamente o mais entusiasmante do
mundo mas é uma incomparável escola de táctica, de rigor, de pragmatismo e dentro destes parâmetros,
de qualidade.
Ora, Cristante
parece ter tudo isto; tem escola, tem mercado em Italia e é bastante
considerado não só pelos tifosi ( a sua saída chegou a motivar alguns focos de
revolta entre a tifoseria rossonera), como também pela exigente imprensa
desportiva italiana.
Cristante
não foi nunca opção para o anterior treinador e também agora parece carta fora
do baralho, pelo menos até ao momento.
Num
meio-campo que parece por vezes algo limitado em termos de opções, o continuado
“desaparecimento” de Cristante é, pois, algo enigmático.
Carcela: já teve oportunidades
e quem viu reconhece que tem futebol, que poderá trazer um acréscimo de imprevisibilidade
e magia ao futebol do Benfica, como talvez apenas Gaitán o faça neste momento.
Parece
claramente uma questão de adaptação e sobretudo de cabeça.
Não
tenho dúvidas de que se Carcela realmente quiser (leia-se fizer por isso e
trabalhar) será, mais tarde ou mais cedo, titular do Benfica e poderá brilhar.
Djuricic: aparentemente um
lamentável caso de talento desperdiçado.
Quando chegou, deslumbrou na pré-época. Tem
toque de bola, tem classe, tem tudo para fazer a diferença numa zona do campo
onde falta isso mesmo.
Consta
que á chegada exigiu o mítico número 10 e poderia perfeitamente sê-lo numa
equipa que às vezes parece estar órfã de quem organize e pense o jogo. E já
agora de quem, pela classe, faça a diferença.
Falhou
no Benfica, no Mainz, no Southampton e aí está de novo, aparentemente e de novo
carta fora do baralho das opções do treinador.
Uma
pena e sobretudo um desperdício.
Taarabt: poderá ser um caso
definitivamente perdido ou a fénix que renasce das cinzas.
Chegou
a fazer magia no Milan e quem consulte a imprensa da época, constata isso
mesmo.
Considerado
um fora de série, Taarabt é um daqueles casos típicos em que os neurónios parecem
andar ao ritmo inverso do talento que tem nos pés.
Um
predestinado que insiste em fintar um destino que poderia ser brilhante.
O Benfica
talvez seja a sua última oportunidade de ser alguém no mundo do futebol.
Resta
saber se Taarabt está interessado.
RC
Somos pacientes e vamos esperar na certeza de que o treinador, os seus adjuntos e técnicos sabem o que estão a fazer e a tentar colmatar eventuais falhas que existam e a recuperar os jogadores como já fizemos com outros. Nem vale a pena dar exemplos.
ResponderEliminarTotalmente de acordo. Com estes quatro a quererem jogar, certamente setiamos mais fortes...
ResponderEliminarA época é longa e às vezes as competições "menos importantes" fazem surgir jogadores que pareciam esquecidos. Vamos ver.
ResponderEliminarPost pertinente numa altura em que a primeira eliminatória (para nós) da Taça de Portugal está perto.