Houve um tempo em que alguns
jogadores de futebol eram verdadeiros príncipes.
Nascidos, criados e forjados no
futebol de rua, tornavam-se príncipes perante o povo que os via como um dos
seus e por isso os amava.
Era um tempo de coisas mais
simples e puras: desenhavam arte nos relvados, espalhavam magia com jogadas
sublimes, golos assombrosos, pormenores que arrebatavam multidões.
Sem assessores, marketing ou máquinas
publicitárias globais.
Jogavam futebol como ninguém e
por isso eram famosos, reconhecidos, amados.
Não necessitavam de exibir namoradas,
mães, casas sumptuosas, colecções de carros de luxo, atentados à pobreza e ao
povo do futebol.
Fizeram história, sim, pelo que jogaram,
marcando uma época, deixando golos, jogadas, memórias inolvidáveis.
Hoje o futebol mundial perdeu
outro dos seus príncipes: Johan Cruyff, o miúdo rebelde e genial que marcou uma
das melhores equipas da história do futebol mundial: o Ajax.
Também nós, Benfica, fomos “vítimas”
de Cruyff e da sua geração: entre o final da década de 60 e o início da década
de 70 o Ajax era uma máquina imparável e intratável até para um grande Benfica.
Ficou, porém, a admiração e o
respeito; pelo Benfica e sobretudo por Eusébio, outro príncipe do povo e do
futebol em que Cruyff se revia.
Este é um modesto tributo a mais
um príncipe do futebol que hoje partiu: por vezes polémico e politicamente
incorrecto mas corajoso sempre. Um homem que de uma certa forma foi
sempre contra um determinado establishment implantado nos meandros
do futebol mas não apenas: em 1978 recusou jogar o Mundial na Argentina, em
protesto contra a cobarde e assassina ditadura que governava o país.
São assim os príncipes e também
por isso únicos, irrepetíveis, inalcançáveis.
Até sempre, Cruyff!
RC
Excelente retrato de um jogador genial e de um HOMEM!
ResponderEliminarEterna saudade.
Viva o Benfica!