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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


sexta-feira, 25 de março de 2016

O PRÍNCIPE DE AMESTERDÃO


Houve um tempo em que alguns jogadores de futebol eram verdadeiros príncipes.

Nascidos, criados e forjados no futebol de rua, tornavam-se príncipes perante o povo que os via como um dos seus e por isso os amava.

Era um tempo de coisas mais simples e puras: desenhavam arte nos relvados, espalhavam magia com jogadas sublimes, golos assombrosos, pormenores que arrebatavam multidões.

Sem assessores, marketing ou máquinas publicitárias globais.

Jogavam futebol como ninguém e por isso eram famosos, reconhecidos, amados.

Não necessitavam de exibir namoradas, mães, casas sumptuosas, colecções de carros de luxo, atentados à pobreza e ao povo do futebol.

Fizeram história, sim, pelo que jogaram, marcando uma época, deixando golos, jogadas, memórias inolvidáveis.

Hoje o futebol mundial perdeu outro dos seus príncipes: Johan Cruyff, o miúdo rebelde e genial que marcou uma das melhores equipas da história do futebol mundial: o Ajax.

Também nós, Benfica, fomos “vítimas” de Cruyff e da sua geração: entre o final da década de 60 e o início da década de 70 o Ajax era uma máquina imparável e intratável até para um grande Benfica.

Ficou, porém, a admiração e o respeito; pelo Benfica e sobretudo por Eusébio, outro príncipe do povo e do futebol em que Cruyff se revia.

Este é um modesto tributo a mais um príncipe do futebol que hoje partiu: por vezes polémico e politicamente incorrecto mas corajoso sempre. Um homem que de uma certa forma foi sempre contra um determinado establishment implantado nos meandros do futebol mas não apenas: em 1978 recusou jogar o Mundial na Argentina, em protesto contra a cobarde e assassina ditadura que governava o país.

São assim os príncipes e também por isso únicos, irrepetíveis, inalcançáveis.

Até sempre, Cruyff!


RC





1 comentário:

  1. Excelente retrato de um jogador genial e de um HOMEM!
    Eterna saudade.

    Viva o Benfica!

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