Imaginemos que o jogo desta noite em Istambul tinha
terminado aos 60 minutos.
Com 3-0 e uma exibição perfeita (seguramente das melhores
dos últimos anos), a nação benfiquista viria abaixo com tanta euforia.
Rui Vitória ver-se-ia alcandorado a uma espécie de Bella Guttman
do século XXI, os jogadores incensados como dignos sucessores de Eusébio,
Torres, Coluna, Simões e José Augusto, a comitiva seria provavelmente recebida
em delírio no aeroporto e Cardiff estaria a dois passos independentemente de
quem nos surgisse no caminho.
Acontece que os jogos terminam aos 90 minutos mais o
respectivo tempo de compensação como, de resto e infelizmente bem sabemos.
Ora, nesses restantes 30 minutos aconteceu de tudo um pouco:
o Benfica falhou o 4-0 e a possibilidade de matar o jogo, foi recuando, foi-se
encolhendo, sofreu o 1º golo em fora-de-jogo (lamento mas não conheço “ligeiros" fora-de-jogo; ou está ou não está e este estava...), sofreu o 2º numa clamorosa
infantilidade de Lindelof e claro sofreria o 3º noutra trapalhada da nossa
defesa.
Acresce que as substituições não foram felizes: quem entrou
nada trouxe de novo e de positivo à equipa.
Acontece a quem tem de tomar decisões mas claramente é bem
mais fácil acertar no Placard depois do jogo.
Pois bem, depois destes 90 minutos em que quase tocamos o
céu para quase nos despenharmos no inferno, veja-se o que por aí vai em termos de
comentários.
Rui Vitória, o Guttman dos primeiros 60 minutos, não passa
afinal de um treinador de 2ª, tacticamente fraquíssimo, sem estofo nem
capacidade de gerir o jogo,
Quanto aos bravos descendentes de Eusébio e Cª, uma
desgraça: há os que não sabem, os que não podem, os que se cansam por tudo
e por nada, os que entraram já cansados ou que não deveriam, sequer, ter entrado.
Pelo meio há ainda quem peça o afastamento do
presidente, um must nestas ocasiões festivas em que a "moca é afiada" para uma bela sessão de bordoada.
Infelizmente, o Benfica também é isto e não, não se trata da
paixão excessiva de uma massa associativa exigente a habituada a ganhar.
Trata-se isso sim, de uma bipolaridade absurda e estúpida,
enraizada num completo desconhecimento do que é o futebol e num sentimento bem
português: a intriga, a ignorância, a maledicência pura.
O Benfica, este Benfica não era seguramente a melhor equipa
da Europa nos primeiros 60 minutos como não foi ainda mais seguramente uma
equipa de coxos e inúteis, liderada por um incompetente no último terço do
jogo.
No curto espaço de 90 minutos fizeram-se coisas muito boas
que nos colocaram à porta dos oitavos de final e cometeram-se erros fatais que
acabaram por nos penalizar, adiando tudo para a última jornada.
É apenas disso que se trata e não sendo pouco, não creio que seja motivo para de repente tudo e todos questionar, passando uma vez mais do oito para o oitenta ou neste caso, do oitenta para o oito.
RC
Desculpa lá, mas a ganhar por 3-0 e a jogar tão bem como Benfica estava a fazer, não havia razão para substituições nenhumas e nunca os gajos empatariam o jogo!
ResponderEliminarViva o Benfica!
Caro Companheiro RC,
ResponderEliminarParabéns!
Parabéns e Obrigado!
Viva o Benfica!
(José Albuquerque)
Muito bom! Clap , clap , clap!!!
ResponderEliminarViva o Benfica!
Não é preciso questionar nada, mas até ontem considerámos sempre que com 3-0 o jogo estava ganho, não era prciso o 4-0 para mater o jogo.
ResponderEliminarfoi só esse pormenor.
o RV já mostrou que aprende e até rápido com os erros, e isso é o + importante.
RC
ResponderEliminarHabitualmente os teus posts são sensatos e este, num momento agridoce, porque afinal dependemos exclusivamente de nós, é mais uma vez isso mesmo: sensato, porque equilibrado.
Abraço benfiquista
Não se trata de 8 ou 80, mas face a este jogo existe uma grande frustração o que é perfeitamente compreensivel. Falhou o treinador nas substituições e falharam os jogadores, acontece ás equipas tal como o Benfica em que os jogos são sempre um turbilhão emocional. Não somos ainda uma grande equipa e isso ficou provado hoje uma vez que uma grande equipa não permite uma reviravolta destas. Perdemos uma grande oportunidade de carimbar já a passage e dar uma injecção de moral á equipa para os próximos jogos e por outro lado deixar os adversarios internos mais abatidos. Vamos agora ter um jogo decisivo contra o Napoles, equipa que troca muito bem a bola e gosta de ter posse, o que me parece negativo para o Benfica, espero que o Benfica consiga passar á fase seguinte e mostre definitivamente ser uma equipa para os grandes jogos.
ResponderEliminarna minha ainda curta vida, 41 anos vi situações destas acontecerem vezes e vezes sem conta, é um fenómeno difícil de explicar a não ser a quebra anímica do golo.
ResponderEliminarPortugal vs Inglaterra Euro 2000, a Inglaterra entra com tudo, massacra portugal e chega rápidamente ao 2 a 0, Portugal está amorfo, não chega sequer à área, figo com remate de longe faz o 2 a 1, A inglaterra desaparece do jogo, cai animicamente e Portugal vence por 3 a 2.
Barcelona vs Atlético de Madrid, O atlético vence ao intervalo por 4 a 0, uma exibição perfeita, 4 remates 4 golos, baia sai em lágrimas para o balneário, os jogadores do Barcelona nem a cabeça levantam, estão mortos em campo, na segunda parte finalmente chegam ao golo, (não tenho a certeza mas acho que é um golo aos repulões) resultado final, Barcelona 5 Atletico 4 num jogo tremendo do Barcelona em 25 minutos marca 5 golos.
Podia estar aqui a dar exemplos atrás de exemplos, os 15 minutos à Benfica de Nené contra o Feyenord, o Brasil vs Itália de 1982, o Angola apurado em casa no CAN e a fazer a festa na bancada e sofre 4 golos em 10 minutos, O Man Utd vs Bayern na final da Champions.
Não critiquemos, apoiemos, foram 60 minutos do melhor Benfica, Lindlof e Luisão à mais de 700 minutos sem sofrer um golo,
Domingo na Luz quero 65 mil a apoiar a equipa, porque estamos a jogar muito e estes jogadores merecem o nosso apoio mais do que nunca rumo ao TETRA!
Na muche Pinheirinho! Já agora acrescenta aí à tua lista a épica final da champions de 2005 quando o Liverpool virou na segunda parte de um resultado desfavorável de 3-0 (contra o Milan) para 3-3 no final do 90 minutos tendo vindo a vencer no desempate por penálties. E que tal, de novo o Liverpool, no jogo incrível contra o B. Dortmund em Anfield na época passada? Como dizes, são muitos (e bons) os exemplos. Também é isso que me faz gostar tanto de futebol.
EliminarParabéns pelo post. Se tivesse sido um jogo em que ora marcas tu ora marco eu ou se tivesse acontecido o contrário, recuperarmos e 3-0, a bipolaridade hoje seria quase nula e feitas as contas, teríamos os mesmos pontos e os mesmos golos marcados e sofridos.
ResponderEliminarIr à Turquia e cilindrar o Besiktas durante uma hora foi de grande equipa. No resto também tivemos alguma dose de infelicidade. E sobretudo, nada está perdido!
Viva o BENFICA!
Grande, grande texto!!! Um diagnóstico perfeito do benfiquismo contemporâneo. E que belo achado esse do título!!
ResponderEliminarJá agora uma nota pessoal: no fim da primeira parte a cabisbaixa equipa do Besiktas sai sob o aplauso do seus adeptos (sim! Aplausos!) o seu treinador manda a equipa agradecer o apoio incondicional e devolver os aplausos aos adeptos. Palavra de honra que quando vi isso tive um arrepio e pensei para mim próprio: 'vamos ter uma segunda parte tramada...eles ainda vão dar a volta a isto...'. Eu não percebo muito de futebol e a influência de 'criar movimentos de progressão ofensiva com os laterais abertos concomitante à génese de superioridade na zona central etc...' mas, enquanto adepto e sócio há 36 anos, compreendo a importância que tem uma falange de apoio dedicada e de preferência não bipolar...
Completamente de acordo com o teu texto. Só não entendo (e nem me refiro propriamente a este jogo!...) o de por volta dos 60', o 'ter de se fazer' qualquer substituição, quando não há, de forma visível, razão para tal.
ResponderEliminarO Cervi não me pareceu muito feliz com a saída !...
Os fantasmas da vodafone arena não me deixa dormir
ResponderEliminarNo título está lá tudo !
ResponderEliminarParabens pela excelência do diagnóstico.
Obrigado.
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