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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


sábado, 14 de novembro de 2015

ON EST PARIS!



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Bem pode ser considerada a nossa terceira cidade porque ali vivem, trabalham e estudam cerca de um milhão de portugueses, mas não é sequer isso que está em causa, porque as vítimas do terrorismo não têm nacionalidade e são apenas isso: vítimas.

Paris voltou a ser alvo da face mais odiosa e cobarde da violência: o terrorismo exercido contra cidadãos anónimos e indefesos, contra gente comum com vidas normais  e iguais à de cada um de nós: um jantar em família ou com amigos, um concerto, uma simples ida a uma festa chamada futebol.

Na noite em que todos fomos parisienses, morreu gente inocente cujo único crime foi estar no sítio errado à hora fatídica.

Para alguns deles o local que devia ser de festa e se transformou em morte e tragédia, foi o Stade de France.

Os cobardes alucinados que semearam o terror na noite de Paris sabiam bem os quês e os porquês: apesar de todo o mercantilismo que hoje existe, o futebol continua a ser em qualquer parte do mundo uma das grandes festas genuinamente populares e é talvez ali que o grande lema da República Francesa mais sentido faz: só quem nunca festejou um golo ou uma grande vitória na liturgia única de um estádio, pode pensar que “Liberté-Égalité-Fraternité”, nada têm a ver com futebol.

É isso que nos move quando, de muitos nos tornamos um só; quando afastamos as diferenças e somos iguais no apoio às nossas cores; quando no êxtase do golo, abraçamos o desconhecido que está ao nosso lado.


É tudo isso que o terrorismo quer também matar: o nosso modo de vida, as nossas paixões, a nossa possibilidade de em liberdade, igualdade e fraternidade festejarmos os golos da nossa vida.





RC




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