No Benfica o voleibol é uma
modalidade de resistentes. Nada lhes é oferecido, tudo tem de ser conquistado. Têm
iniciado as épocas numa quase clandestinidade. Sem as promessas de amanhãs que
cantam de outras modalidades. Contudo, com o decorrer das jornadas as cadeiras
que rodeiam a ilha de cerca de uma vintena de adeptos vão progressivamente enchendo.
E no final temos Benfica. Vencedor, imperioso e imparável. Numa palavra, entusiasmante.
Sabemos ainda que a modalidade a nível
nacional não tem a exagerada projeção mediática do futsal, nem a inexplicável simpatia
que os média destinam, por exemplo, ao andebol. Talvez por falta de
equipamentos às riscas na quadra. Talvez porque a sul o Sport Lisboa e Benfica
é autêntico um oásis.
Por tudo isto, este tricampeonato,
que coincide com um triplete, tem um significado especial. Porque é o primeiro
do nosso voleibol masculino e porque é concretizado na melhor época de sempre
da modalidade. Tal como no futebol na época passada, faltou a taça europeia. Em
ambos os casos a fortuna foi madrasta. A taça esteve quase nas nossas mãos.
De qualquer forma, o que fica
para a história é que a partir de ontem, e durante muitos anos, quando ouvirmos
as palavras Voleibol e Benfica, não nos limitaremos a recordar a gloriosa
equipa das Marias. Teremos de referir também a equipa de Zelão, Roberto Reis e
Hugo Gaspar. E memorar, como que gravado em pedra, o nome de José Jardim, como figura
impar do clube. E acima de tudo um resistente.
JL