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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


domingo, 24 de novembro de 2013

O VELHO, O RAPAZ E OS BURROS

O Velho adorava sentar-se no banco e não era certamente para sentir o cheiro da relva.
(hoje em dia prefere obviamente o conforto das poltronas do camarote presidencial: a idade não perdoa e não falta quem faça esse tipo de trabalhinho…)
Décadas de banco, deram-lhe o poder da intimidação directa sobre árbitros e fiscais-de-linha, jogadores adversários, meio mundo.
O Mal, o Poder, não era uma entidade abstracta nem distante: estava ali, sentado no banco.

O Rapaz mal chegou ao poder anunciou ao mundo: vou sentar-me no banco.
E por lá tem andado.
Agarrado aos jogadores, festejando golos, vociferando impropérios, ameaçando árbitros.

O Velho era (ainda é?) o campeão da “fina ironia”.
Dislates e baboseiras em série quando estava na mó de cima, obviamente; os cobardes são assim.
Sempre para gáudio de uma comunicação social sabuja, rasca, acrítica.

O Rapaz está no bom caminho: depois da piada sobre a aliança na mão esquerda, veio com a conversa dos papões.
A mesma comunicação social, claro!, delira com a voz grave do Rapaz e com a sua fina ironia.

O Velho tem 30 e muitos de poder; leia-se intimidação, chantagem, ameaça, batota, vigarice, violência.

O Rapaz ainda não teve tempo para tanto mas sabe bem ao que vem e que tem estilo, ninguém pode negar.

Nesta estória faltam os burros, dir-me-ão.

Nada disso: são todos os que acreditam que o Rapaz é uma lufada de ar de fresco no futebol português.



RC

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