O Velho adorava sentar-se no banco e não era certamente
para sentir o cheiro da relva.
(hoje em dia prefere obviamente o conforto das poltronas
do camarote presidencial: a idade não perdoa e não falta quem faça esse tipo de
trabalhinho…)
Décadas de banco, deram-lhe o poder da intimidação directa
sobre árbitros e fiscais-de-linha, jogadores adversários, meio mundo.
O Mal, o Poder, não era uma entidade abstracta nem
distante: estava ali, sentado no banco.
O Rapaz mal chegou ao poder anunciou ao mundo: vou
sentar-me no banco.
E por lá tem andado.
Agarrado aos jogadores, festejando golos, vociferando impropérios,
ameaçando árbitros.
O Velho era (ainda é?) o campeão da “fina ironia”.
Dislates e baboseiras em série quando estava na mó de
cima, obviamente; os cobardes são assim.
Sempre para gáudio de uma comunicação social sabuja,
rasca, acrítica.
O Rapaz está no bom caminho: depois da piada sobre a
aliança na mão esquerda, veio com a conversa dos papões.
A mesma comunicação social, claro!, delira com a voz grave
do Rapaz e com a sua fina ironia.
O Velho tem 30 e muitos de poder; leia-se intimidação,
chantagem, ameaça, batota, vigarice, violência.
O Rapaz ainda não teve tempo para tanto mas sabe bem ao
que vem e que tem estilo, ninguém pode negar.
Nesta estória
faltam os burros, dir-me-ão.
Nada disso: são todos os que acreditam que o Rapaz é uma
lufada de ar de fresco no futebol português.
RC
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