Dele, o bigode façanhudo dizia
tudo: para além da valentia e da coragem, não brincava em serviço.
Só admitia a vitória, só sabia
ganhar.
Tinha 1,74m, mas na baliza e na
pequena área era enorme, um descomunal e imbatível gigante.
Não tinha como Preud’homme, a
classe de um predestinado: tudo nele era trabalho, raça, entrega,
profissionalismo.
Mistica, nem mais.
Manuel Galrinho Bento foi o mais fantástico
guarda-redes que vi e seguramente não verei outro igual.
Marcou uma época, marcou o
Benfica e marcou-nos a nós que o vimos em centenas de jogos a defender a baliza
do Benfica como se defendesse a própria vida.
Era assim, de facto: a sua vida
era a baliza, a sua vida era o Benfica.
Um dia em Famalicão, levou um
pontapé na cabeça que lhe valeu mais de 30 pontos e umas poucas semanas de
ausência.
Voltou como se nada tivesse
acontecido: o destemido e louco Bento de sempre, melhor que nunca.
A estúpida lesão no México
traiu-lhe a carreira: Bento teria sido titular no Benfica até ao fim e ninguém
me tira da cabeça que com ele na baliza, teríamos sido campeões europeus em
Estugarda.
Há 8 anos, assistiu a mais um aniversário do seu Benfica, reviu
velhos companheiros de tantas lutas e vitórias e partiu.
Na baliza, deixou um vazio e uma
lenda.
Parabéns, muito bom. Trouxe-me grandes lembranças, como Bento não haverá outro igual.
ResponderEliminar... bigode "façanhudo" não era seguramente, talvez queiras dizer farfalhudo :-)
ResponderEliminarGrande Bento. Uma lenda do Benfica.
ResponderEliminar