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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O SILÊNCIO É DE LATA



Os jornais mentem e especulam. Todos concordamos, a vida está difícil e o centro de emprego é ali à esquina. A ética não liga com sobrevivência. O Presidente esclareceu o que lhe foi perguntado, entre a modéstia disfarçada e a humildade forçada e até fez mea-culpa em alguns casos. Tudo tem a sua explicação, tudo tem a sua lógica. Concordemos ou não, e há muito para discordar, é gestão e a gestão não é uma ciência exacta. O que não se compreende é o timing da entrevista. As explicações vêm tarde e a más horas. Como fruta que se apanha já do chão. 

São vários os exemplos. A notícia do Expresso foi no sábado. Há seis dias exactamente. Qualquer empresa da dimensão do Benfica não fica tanto tempo para reagir. Há quantos dias o Benfica fez o negócio do Djavan com o Braga? E quando saíram os três jovens prodígios em comboio para o Valencia, Mónaco e Corunha? E quantos dias distaram entre a vergonhosa participação na Emirates Cup e a gloriosa jornada de Aveiro? Foram dias e dias em que uma ou várias eventuais mentiras se tornaram certezas.  

É neste campo que a estrutura do Benfica continua a falhar redondamente. Não consegue dominar os acontecimentos, não percebe como se criam ambientes favoráveis. No futebol o silêncio é de lata. Uma empresa como o Benfica tem responsabilidades. E ao contrário do que diz o presidente, tem estar sempre no terreno a esclarecer. E tem canais para isso. Os adeptos merecem, o clube precisa. 

Este aspecto é mesmo importante? E se o Benfica ganhar em campo? O Benfica foi campeão e estiveram 25 mil no Eusébio Cup. O Benfica vive de receitas, as receitas vivem da adesão e a adesão é alimentada pelas espectativas. 

Todavia, estou em crer que o grande objectivo desta entrevista nem sequer era esclarecer a massa associativa sobre as trocas e baldrocas no plantel. Calhou. Como explicou Vieira: “pela obra que fiz, têm de confiar”. Ou seja, se fosse por isso, nem sequer se tinha incomodado. 

O sumo da intervenção esteve concentrado no momento em que Luís Filipe Vieira, numa falsa espontaneidade, olhou para câmara na esperança de chegar a determinado Conselho de Administração. Vimos que os objectivos da ida ao estúdio estavam cumpridos quando, no final da primeira parte, empurrou a papelada que tinha em cima da mesa para o seu lado esquerdo. Como o taberneiro quando tira o avental e vem para o lado de cá do balcão. Há imagens que valem mil palavras. A partir dali foi cumprir calendário.
No fundo, isto não foi uma entrevista. Foi um recado. Como muito bem salientou. 

Isto faz Luís Filipe Vieira ter menos razão sobre a relação Benfica BES. Não. Mas o Benfica está ser tratado desta forma, muito por culpa própria. Como no futebol, também aqui o silêncio é de lata. 

Que tudo nos corra bem. 

JL

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

SOUBE-ME A POUCO, PORTANTO SOUBE-ME A TANTO




Poucos foram os jogos na época passada, época de todas as glórias, ou quase, a que assistimos a um vendável atacante tão avassalador. Noventa minutos de permanente procura do golo, tantas foram as oportunidades e tão diversas que o facto de ter terminado a zero constituiu um autêntico milagre.
Quem diria que depois da surreal pré-época teríamos um Benfica com tanta personalidade? Com um ritmo tão elevado? O Rio-Ave até tentou tornar o jogo menos estimulante, remetendo-se à defesa, mas não conseguiu. Nos primeiros noventa minutos apenas criou perigo através de um disparate da defesa (sim, da defesa, que insiste em passar a bola para o desajeitado Artur) e do Artur. Ao invés, o Benfica teve mais, muito mais, que uma vintena de oportunidades.
Alguns números tirados de um jornal de hoje: 64% de posse de bola, 12 cantos, 28 remates. Apesar de faltarem os famosos reforços para os lugares chave (trinco e Guarda-redes), do Talisca ainda ser um corpo estranho e de o Gaitan teimar em esconder-se do jogo.
O domínio foi tal que os deuses, depois de brincarem durante 117 minutos, resolveram dar justiça ao desfecho. Se o Benfica tivesse marcado logo do início, talvez não tivesse sido tão saboroso. 


JL

domingo, 10 de agosto de 2014

É MÁ GESTÃO, PONTO



Isto tinha de ser escrito antes do jogo de mais logo. Em caso de caneco, seria despropositado. Em caso de desaire, seria cavalgar na derrota. E antes de o Benfica dar inicio à grande caminhada triunfante a caminho do 34º campeonato, há coisas que têm de ser ditas. 

Se nos fosse explicado, mesmo de forma genérica, que o Benfica ficou sufocado pela crise no BES, nós compreendíamos. E que por essa razão, momentaneamente, a única forma de se financiar era vender três das nossas maiores promessas a um fundo manhoso, talvez também compreendêssemos. Que fomos apanhados de surpresa pela fuga do Oblak e que agora sem dinheiro, não surgem guarda-redes de qualidade e baratos ao virar da esquina, é uma desculpa aceitável. Que aquele calendário da pré-época teve origem num conjunto de decisões infelizes e que não voltará a acontecer, também somos pessoas para perdoar. 

O que não se compreende, e dificilmente se aceita, é que sabendo o Benfica há mais de três meses que o trinco titular ia estar ausente, pelo menos, até ao início de 2015, e que as únicas alterativas seriam duas adaptações que vinham do Mundial, tenha andado entretido a contratar elementos como o Djavan, Luís Filipe, César e Talisca. Tudo para lugares mais que superlotados. É incrível chegarmos ao dia do jogo da supertaça sem um jogador para essa posição. 

Por mais desculpas que existam, por mais bancos que entrem em falência, por mais contas caucionadas que tenham sido bloqueadas, isto é má gestão, ponto. 

JL

terça-feira, 5 de agosto de 2014

VAI DAR PARA TODOS?



Soube-se hoje que o Benfica é uma das equipas que, juntamente com o FCP, integrará a International Premier League, a nova competição que entrará em cena na época 2014/15, uma prova de Sub-21 que envolverá 16 equipas (8 inglesas e 8 estrangeiras). 

É uma prova que inicia com uma fase de grupos, de quatro clubes, a duas voltas, fazendo o Benfica, no mínimo, seis jogos. 

Como no passado, vamos também participar na UEFA Youth League. No mínimo, são mais seis jogos. Temos ainda a segunda liga e a primeira liga com mais dois clubes, ou seja, mais quatro jogos. Penso que o campeonato de juniores seja nos moldes habituais. 

Tudo isto gerido entre o plantel principal, equipa B e juniores. Vai haver lugar para todos. 

JL