Foi muitas vezes mal-amado,
injustiçado, ofendido até por uma massa associativa tão entusiasta quanto
cruel.
Filho da casa, pagou por isso:
lembravam-se dele apenas em tempos de vacas magras.
No Benfica e pelo Benfica foi mal
tratado. Traído até.
E no entanto, esteve sempre
presente quando o Benfica dele precisou.
Depois de falsos Messias
desperdiçarem dinheiro, arruinando e despedaçando equipas, cabia inevitavelmente
a Toni colar os cacos.
Deu sempre a cara sobretudo nos maus momentos, assumindo sobre os seus ombros o insustentável peso
de culpas e erros alheios.
Ganhou e passou a número dois,
voltou a ganhar e foi despedido.
Mais tarde, durante os anos do
caos, voltou para um sacrifício anunciado.
Saiu como entrou: com a humildade
e o desprendimento de que só os grandes são capazes.
Toni é assim, está-lhe na massa
do sangue, não consegue ser de outra maneira.
Completou 70 anos, 35 dos quais
profissionalmente ligados ao Benfica.
Simples estimativas numéricas,
porém.
Toni é muito mais que os breves
35 anos em que no campo e fora dele deixou sangue, suor e lágrimas pelo
Benfica.
Toni faz parte de uma curta
galeria de heróis que foram, são e serão o Benfica, confundindo-se com o clube
e com a sua Gloriosa história.
Sempre.
E para sempre.
RC
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