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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


segunda-feira, 7 de novembro de 2016

A SÍNDROME DA PONTE


Quem tem entre 45 e 50 anos recorda bem o martírio que significava para os então jogadores do Porto atravessar a Ponte D. Luís.
Dizia-se que era aí que o Porto, por melhores equipas que tivesse, começava a perder os jogos, sempre que se deslocava a Lisboa e sobretudo ao Estádio da Luz.
Atravessar a ponte era o inicio da deslocação à Luz e consubstanciava todos os medos e fobias próprios de um clube pequeno e provinciano.

Curiosamente, passados todos estes anos, a “síndrome da ponte” parece ter atingido o Benfica e não há meio de nos vermos livres dela.
Encerrada a era do apito dourado e dos esquemas mafiosos que durante décadas lhe proporcionaram o domínio do futebol, o Porto não passa de um clube moribundo bem à imagem do seu presidente que finge não se aperceber que não passa de um Salazar cuja cadeira se partirá mais tarde ou mais cedo.
Entretanto, o Benfica avançou rumo ao futuro, reconquistando o seu verdadeiro lugar na hierarquia do futebol português.
Temos hoje uma estrutura profissional sem comparação em Portugal, melhores jogadores e melhor treinador.

Pois bem, o bloqueio mental de jogar agora no Dragão como antes nas Antas mantém-se.
Com Rui Vitória agora como com Jesus (e de que maneira!) anteriormente, só para mencionar os últimos treinadores campeões pelo Benfica.

Vejamos o panorama até às 18H de ontem: pese embora uma onda inusitada de lesões, temos uma equipa mais sólida, melhores jogadores, melhor treinador e uma tranquilidade assegurada por 5(!) pontos de avanço sobre o Porto. Sabemos todos que, aconteça o que acontecer, sairemos do Porto em 1º lugar.
A diferença está apenas em saber se aniquilamos o moribundo o se o ressuscitamos.
Pois bem, uma vez mais vemos um Benfica entre o encolhido e o envergonhado que quase se deixa encurralar por um Porto que mesmo jogando no limite, é apenas aquilo.

O Benfica à semelhança de outros Benficas de tantos anos no passado, parece uma equipa algo atarantada: não ousa, não consegue sair a jogar, não consegue seguer controlar o jogo deixando-se quase dominar por uma equipa banal que parece apenas acreditar mais e ser mais rápida.

E é isto: passados todos estes anos e terminada definitivamente uma era, este estranho bloqueio mental mantém-se: o Benfica, este Benfica vai à Allianz Arena e encara o todo-poderoso Bayern nos olhos para depois se encolher perante um qualquer Porto.
O mesmo Benfica que vai a S. Petersburgo meter no bolso a arrogância de Vilas Boas, aflige-se e ataranta-se perante a equipa do rabiscador Nuno Espirito Santo.

Saíram jogadores importantes, faltam jogadores fundamentais?
Tudo verdade mas não creio que com eles as coisas mudassem muito como, de resto, quase sempre aconteceu no passado recente.

Vai sendo tempo do Benfica se libertar deste bloqueio mental, desta espécie de síndrome que mais parece uma sina ou maldição.
A ponte, o raio da ponte é apenas uma passagem para a outra margem e nas Antas, no Dragão ou em qualquer estádio do País, a norte ou a sul há algo que não muda: somos Benfica.


Podemos, evidentemente, perder ou fazer um jogo menos conseguido mas ao entrarmos tolhidos pelo receio, pelo peso da história ou por qualquer outro motivo, estaremos sempre muito mais longe de vencer.


RC



8 comentários:

  1. Sem deixar de dar uma certa razão ao post, faço notar que este síndrome, se existe, já vem de sempre, e até do tempo do Eusébio .- é só ver os resultados.

    Viva o Benfica!

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    1. Caro chakra indigo
      Com o Eusébio em campo, só perdemos 1 vez nas auntas por 1-0.

      Viva o Benfica!

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    2. Pode ser verdade, mas contando apenas Campeonato Nacional, entre 1961 e 1971, perdemos por 5 vezes nas Antas, não contando a epoca 60/61(nao pesquisei se o Eusebio jogou em todos esses encontros).

      Curiosamente, na Luz, também vencemos por 5 vezes no mesmo periodo de tempo, sendo que vencemos 3 vezes fora e o Porto unicamente 1.

      Era muito melhor do que no tempo do apito dourado sem duvida, onde estivemos salvo erro de 1982 a 2005 com apenas uma vitoria!!!! nas Antas, no entanto foi sempre um campo muito dificil.

      A verdade é que a postura nesses encontros pode melhorar.

      Viva o Benfica!

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  2. Paragem para os jogos das Selecções com todo o tempo do mundo para desaparecerem quaisquer vestígios ou efeitos secundários do corpo dos jogadores. Um árbitro que faz vista grossa a jogadores com uma pujança física brutal, com uma agressividade tremenda, quase a bater no árbitro em protesto sobre qualquer decisão menos amigável. Há gente que não vê o óbvio. Um empate no Dragão com este enquadramento e sem Jardel, Luisão, Grimaldo, Fejsa, Rafa e Jonas é um fantástico resultado. Ontem o Barcelona se jogasse lá sem Piqué, Mascherano, Digne, Iniesta, Messi e Neymar perdia o jogo.
    Quanto à pseudo síndrome da ponte, só digo que nos últimos 5 jogos oficiais do Benfica no Dragão há 2 vitórias do Porto, um empate e 2 vitórias do Benfica (uma das quais após prolongamento). Não me parece que haja aqui uma supremacia avalassadora de nenhuma das equipas.

    Sérgio.

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  3. Demos 60 minutos de avanço, pelo que acaba por não ser mau. Mas é verdade que o Benfica joga sempre encolhido perante o Porto...

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  4. Pensa... meia equipa lesionada sendo que no ultimo jogo se lesionou mais um que obrigou a mudar o esquema, e mal entram em campo lesiona-se o capitão. Achas mesmo que psicologicamente a equipa pode crescer para o adversario?

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  5. para asno só te faltam as penas! aposto que és lagarto!

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  6. O RV é mais inteligente que o fanfarrão. Se ontem jogássemos todos abertos e com vigor, não tínhamos acabado o jogo com 11, se calhar nem com 10. Não estou a dizer que jogámos bem, mas quem tinha que correr era o clube do belhote. Tenho fé que esta paragem traga pelo menos o Rafa e o Fejsa, sendo que Jardel já está recuperado. O Jonas lá para o natal.

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