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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


quinta-feira, 6 de junho de 2013

ENTRE MARIDO E MULHER NÃO METAS A COLHER

O Sporting acaba de cortar relações institucionais com o Porto.
Depois de décadas de vassalagem ao Porto, tudo numa lógica de um ódio absolutamente visceral, cego e cretino ao Benfica, o novo presidente da lagartagem decide marcar terreno e tentar a emancipação perante o ex-aliado, amigo e parceiro de negócios vários.

Esta situação cria um facto novo: que me recorde é a 1ª vez nos últimos 30 anos, que o Porto está de relações cortadas com Benfica e Sporting simultaneamente.
Não faltarão agora, atrevo-me a adivinhar, benfiquistas entusiasmados advogando uma espécie de frentismo lisboeta contra o Porto.

Discordo completamente.
O Porto é um clube que se dá especialmente bem em ambientes de confronto.
Diria mesmo que o Porto apenas sabe viver em guerra permanente: contra algo, alguém ou mesmo tudo.
É nessa trincheira de confronto que o Porto alimenta e reforça o seu poder; apenas não consegue perceber que é também essa a razão da sua pequenez.
É, pois, de prever que Pinto da Costa desate a bradar discursos inflamados contra Lisboa, o Terreiro do Paço e o cavalo de D. José, ainda para mais em ano de autárquicas com o amigo Menezes a escancarar-lhe de novo as portas da Câmara do Porto.

Alimentar este tipo de polémicas será um erro crasso.
Porque esse é o terreno em que o velho senil melhor se movimenta e porque essa é verdadeiramente a força de um clube que por muito que vença não consegue crescer.

Aconselha-se, portanto, cautela, prudência e sobretudo bom senso ao Benfica.
A próxima época é demasiado importante para que nos dispersemos em assuntos que não nos dizem respeito.
Envolvendo-se sob qualquer forma neste novo facto, o Benfica vai abrir novas frentes de conflito que inevitavelmente é incapaz de gerir e que sobretudo o vão desgastar, afastando-o dos seus verdadeiros objectivos.
Esta guerra não passa de uma zanga de comadres ou de uma briga de galos: o galo velho e manhoso contra o galaró que pretende marcar território.

Aos partidários de alianças contra-natura diria, portanto, que o cenário da “Santa Aliança” de 1980 é, obviamente, irrepetível: outros tempos, outras realidades.
Para além disso, se querem mesmo saber a minha opinião, tão bons são uns quanto outros…




 RC

3 comentários:

  1. Excelente análise!Concordo plenamente..

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  2. De acordo mas, segundo o povo, quem com ferros mata com ferros morre!

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  3. É preciso prudência,como aqui aconselha

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