A OESTE NADA DE NOVO

Uma vez mais, um jogo da Champions aparentemente muito mal preparado e seguramente muito mal abordado, situação que nem sequer é inédita nos sucessivos Benficas de Jesus.

Uma equipa apática, sem velocidade, capacidade de reacção, brilho ou alegria ante a anunciada pressão de onze panzers germânicos.

Os nossos jogadores foram sempre menos rápidos, chegaram sistematicamente depois, perderam quase todos os lances individuais.

Houve um pouco de tudo: apostas inexplicáveis e que inevitavelmente falharam, jogadores experientes com exibições deploráveis e jogadores talentosos que têm evidentemente de fazer mais, muito mais do que exibir-se a espaços.

Não vale personalizar: perdeu o Benfica, todos perderam: perdemos todos.

Foi uma noite péssima, individual e colectivamente.

Noite para lembrar e reflectir, não para esquecer.

A solução fácil e imediata é imolar um ou dois jogadores na praça pública mas para esse carnaval não contem, obviamente, comigo.

Arranjar um ou dois ódios de estimação, um patinho feio e fazê-los arcar com todos os males do mundo é claramente cómodo e dá jeito nos maus momentos, mas é desleal e um mau serviço prestado ao Benfica.

Continuo a pensar que o Benfica não tem, actualmente, condições para ir longe numa prova como a Champions: o caminho está minado (já lá iremos…) e a UEFA tornou-se um sítio pouco recomendável.

A Champions é claramente uma prova com pouca verdade desportiva e cozinhada à medida dos interesses dos grandes tubarões do futebol europeu.

Pode e deve, porém, exigir-se mais ao Benfica: outra atitude, outro rigor na abordagem aos jogos, outra concentração competitiva, para utilizar uma expressão que há uns anos andou em voga no futebol português.

O Benfica brilhante e autoritário, mandão e pressionante da Liga Europa transforma-se numa equipa atemorizada, baça, triste e alheada sempre que disputa jogos da Champions: preocupante mas sintomático.

Last but not least: o Benfica fez globalmente uma exibição horrível, mas uma vez mais conseguiu ser prejudicado por uma equipa de arbitragem uefeira.

Uma bela meia dúzia de amarelos (e nem todos justos, convenhamos), um penalty que só uma inutilidade chamada fiscal de baliza (onde andariam eles em Turim ???) conseguiu ver e dois penalties a nosso favor que ficaram por marcar.

Nada de novo: recordemos a eliminatória de há uns anos contra o Chelsea, o jogo com o Liverpool na Luz, as expulsões contra a Juventus, a deplorável arbitragem da final de Turim.

Há noites assim.

RC