N

Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

DE TANTO GARIMPAR ENCONTROU-SE UM DIAMANTE

Desde que o Vale e Azevedo destruiu a formação do clube que se tem encetado uma lenta mas sustentada recuperação. Recordo-me dos dolorosos jogos contra o Sporting, no final dos anos noventa, em que a diferença era visível a olho nu. Actualmente penso que estamos lado a lado e até arriscaria a dizer que conseguimos uma ligeira vantagem em relação aos nossos rivais.
Nos últimos anos, com a Caixa Futebol Campus em pleno funcionamento, com a estabilidade da estrutura técnica e com a dinâmica revelada na prospecção tínhamos todas as condições para ter dois ou três produtos da nossa formação como titulares da equipa principal, já a contar com a venda de um ou dois por ano.
No entanto, os nossos dirigentes pareciam garimpeiros atulhados de preciosidades até ao joelho mas com a peneira que selecciona os futuros craques completamente escancarada. Passava tudo por ali. Uns foram pela corrente do rio até ao mar, são os Sílvios desta vida, outros ficaram ali pela margem sem terem oportunidade de serem lapidados. Assim de repente, lembro-me do Miguel Vítor.  
Finalmente ficou lá algo. Chama-se André Gomes e mesmo não estando ainda lapidado, brilha como gente grande. A bem dizer, não é produção das nossas escolas. Andou pelo Porto, pelo Boavista e já cá chegou com barba, mas vem de boas famílias, nasceu foi longe da Luz.
Há muito tempo que não chegava um jovem aos seniores com tanta maturidade, para mais numa área do campo que tem uma exigência própria. Não tenho dúvidas que o antigo capitão dos iniciados do Porto é já uma certeza e se a evolução se mantiver parece-me que teremos, daqui a dois anos, um jogador ao nível de um Witsel. Que o Jorge Jesus, quando o André não tiver espaço no onze, lhe dê a possibilidade de continuar a ganhar estofo nos “B”.

JL

domingo, 16 de dezembro de 2012

PEQUENA CRÓNICA DE UM ADIAMENTO ANUNCIADO


Por acaso, tenho grandes esperanças que o tiro lhes saia pela culatra: que esta vantagem de 3 pontos se mantenha até dia 13 de Janeiro e que após o jogo com o Porto passe a 6.
Os andrades ver-se-ão então na pouco confortável posição de perseguidores com o inerente desgaste psicológico: 6 pontos são mesmo 6 pontos ainda que com um jogo a menos.

E no entanto, tenho cada vez mais a convicção que este era um jogo previamente adiado, uma espécie de nado-morto.
Ao contrário, por exemplo do que se viu há umas semanas no Restelo aquando do Belenenses-Sporting B, nem público havia nas bancadas, o que não deixa de ser sintomático e bem estranho.
Da pandilha do Macaco nem sinal, pelo menos a avaliar pelas imagens que passaram nas televisões: a crise já chegou ao super-dragões ou aquela rapaziada agora tem dotes premonitórios?
Também as rádios iam soltando, ainda que a conta-gotas, todos os indícios de que não haveria jogo.

A prova final do cheiro a esturro que este prato cozinhado nos bastidores do Bonfim, provocou, foi contudo proporcionada pela inefável personagem do costume: o seboso Proença.
Quando a vi as imagens desse árbitro de eleição, à procura de poças de água em que pudesse provar que ali a bola não saltava, entendi claramente que a decisão estava já tomada e que não haveria jogo no Bonfim.

Obviamente que à armada sul-americana do Porto e ao maçã-podre aquele terreno não agradava.
Pese embora a nojenta vassalagem que José Mota não esqueceu de prestar na antevisão do encontro, é bem possível que pelas condições climatéricas e do relvado, este se tornasse um jogo de lotaria, pouco propicio às qualidades técnicas dos jogadores da equipa andrade.
E assim foi cumprido o destino: dos dirigentes do Vitória de Setúbal, tão assertivos e reivindicativos noutras ocasiões, nem novas nem mandadas.

Repito: tenho grandes esperanças que ao velho senil, o tiro venha a sair pela culatra e a que sempre tão louvada estratégia, não passe desta vez de um tiro de pólvora seca, ou antes molhada.
Não tenho dúvidas, porém, que este é mais um caso em que o sistema provou quem continua a mandar neste miserável e corrompido futebol português.

 RC

LEITURA RECOMENDADA

Penso que tenho uma biblioteca razoável sobre o Glorioso, parte dela adquirida durante a última década. Talvez me falte alguns “almanaques” e claro, grande parte da numerosa e repetitiva obra do Malheiro. Mas tenho várias versões da história do Benfica, umas mais factuais e informativas, outras mais poéticas e de maior interesse literário. Até tenho uma em verso de um poeta popular alentejano.
Foi por altura do centenário do clube que começaram a surgir com mais frequência edições sobre o maior clube nacional, já que até aí a literatura sobre o futebol e o Benfica em particular era bastante rara não fazendo jus a um assunto que, pela sua popularidade, tinha tudo para vender.
Nos últimos tempos o mercado editorial descobriu finalmente que o futebol e em particularmente os três grandes poderiam ser mais um filão. Neste momento não passa um mês sem que não apareça nos escaparates vários livros sobre o fenómeno, a maior parte deles sem o menor interesse, sendo variações mais ou menos medíocres sobre o mesmo tema.   
Não é o caso do livro que saiu esta semana, “100 Historias à Benfica” de João Tomaz e Fernando Arrobas. São 100 belíssimas micro-histórias, propositadamente contidas, que contam de forma original parte da gloriosa história do Sport Lisboa e Benfica. Bem escritas, factuais e informativas, são um bom ponto de partida para nos motivar a aprofundar alguns dos episódios que fazem único o nosso clube.   
É uma pena que esta obra, pela sua qualidade, singularidade e sobretudo pelo que contribui para o engrandecimento do Benfica, não tenha uma maior/melhor distribuição. No entanto, sendo uma edição de autor, penso que poderão ter acesso ao livro através da sua página no facebook: https://www.facebook.com/#!/100HistoriasABenfica .
Da minha parte fica o desafio aos autores, um segundo volume, com mais 100 histórias à Benfica.
JL

AUTOCARRO? AQUILO ERA UM TIR DA LACTOGAL

O Benfica fez das melhores exibições desta época, até porque defrontou uma das equipas mais encolhidas que tenho memoria. Quantas vezes foi o Marítimo à área de Artur? Foi para marcar um golo em fora-de-jogo e pouco mais. De resto, os números falam por si: 25 remates contra 5, 11 cantos contra nenhum, 68% de posse de bola. Os quatro golos foram muito pouco para tanto caudal ofensivo. Tivesse em maré de azar e o Marítimo voltava à ilha de saco ainda mais cheio.  
Também qualitativamente, ou artisticamente como se diz agora, o Benfica leva nota máxima. Jogou bonito, rápido, a toda a largura do terreno e com bons pormenores individuais e colectivos. Neste momento, somos a melhor equipa nacional e aquela que chega justamente à liderança. Num país europeu dava para uma caminhada triunfante até ao fim da época, mas aqui no Norte de Africa, ainda vamos ter muita trapalhada e há trinta anos para cá, para o Benfica ser campeão, não basta ser o melhor, tem de ser muito melhor.
JL

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

ISTO É HUMOR E DO BOM

Na vida existem várias verdades. Na história subsiste a dos vencedores. Já no futebol português a verdade é um bicho com três cabeças. A verdade dos factos, a do sistema e a do jornal record.  
A verdade do record é sempre muito sui generis e vem da chamada escola britânica. Se por um lado procura sempre o aspeto mais negativo para o Benfica, por outro não passa sem um toquezinho de Monty Pynthon.  
Todos se lembram dos anos e anos em que o referido jornal eliminava três campeonatos nacionais ao Glorioso das estatísticas globais. Nesse campo chegaram ser uma autêntica aldeia Gaulesa. Claro que acabaram por dar o braço a torcer, porque isto das grandes convicções está intimamente ligado com a verdade.
Desta vez fez-lhes um confusão imensa os golos do Cardoso em Alvalade. Passada a azia, tiveram o discernimento e a imaginação para explicar que afinal o paraguaio só marcou um golo. Sim, é verdade, e antes de caírem no chão a rir leiam os argumentos:
     
“O lance do 1-3, curiosamente aquele que, dos dois, menos dúvidas nos suscitou e que um maior número de "decisores" não hesitou em atribuir ao paraguaio, é também de uma limpidez absoluta: Cardozo volta a cabecear, a bola vai claramente para fora, mas eis que Insúa a desvia de forma a permitir um golo que, sem a sua intervenção, não aconteceria. Como as imagens provam. 

É verdade que a popularidade do futebol assenta em grande parte nos protagonistas e Cardozo é um jogador que "vende" tanto melhor quantos mais forem os golos que marque. 

Mas Record - atribuam os árbitros, a Liga, todos os jornais do Planeta e milhões de adeptos os golos a quem quiserem, na base de critérios próprios ou de critérios nenhuns - continuará a reger-se pela lógica imbatível da FIFA: bola não rematada na direção da baliza e desviada por outro jogador fará com que se atribua o golo a quem fez o desvio e não a quem rematou.” 

Pois é, ainda bem que no futebol os vencedores não dependem de pontos atribuídos como na patinagem artística.
E como faltava a cereja em cima do bolo, nada como acabar com esta pérola:

“Ninguém nos afastará deste caminho. Porque nós somos aqueles em que o leitor confia.”

Uma nota marginal, com isto acentua-se a crise no Jornal Público. Para além das pressões governamentais, com textos destes o suplemento “Inimigo Público” deixa de fazer sentido.
JL

CONSTRUIR CASTELOS ATÉ DEBAIXO DE ÁGUA

O jogo de amanhã é importantíssimo. Em casa temos de vencer e convencer contra um Marítimo mais acessível que em anos anteriores, pelo menos a julgar pela classificação e pela exibição feita no Ladrão. No entanto, não será fácil. Os jogos do Benfica em Lisboa continuam a ter uma influência estranha no clima, quando as papoilas entram em campo, o céu desaba autenticamente.
De qualquer forma, depois de um bom resultado em casa do velho e decadente rival, é uma hipótese única de acabar o ano em beleza e consolidar um percurso que, depois do esvaziamento que a equipa sofreu no centro do terreno, até está correr melhor do que se esperava.
Para além das saídas do Javi e do Witsel, temos um Aimar estacionado no estaleiro desde o início da época, um Martins intermitente (estou a ser simpático) e agora até o Enzo Peres parou. Graças à entrada em cena da equipa B, o que poderia ser um problema trágico tornou-se numa oportunidade. Este tem sido o mérito de Jorge Jesus esta época, com as pedras do caminho construiu um castelo.
JL

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

OS AMIGOS SÃO PARA AS HORAS DIFÍCEIS


Costuma dizer-se que é na prisão ou no hospital que se vê quem verdadeiramente são os amigos.
O sportém estará algures por aí: uma espécie de limbo entre um condenado e um moribundo, mas  como se vê, amigos não faltam.
Valha-lhes isso.



RC

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

DANÇAR NO ARAME

O Benfica começou com pouca vontade, com a mesma que a equipa de futsal se apresentou em Braga no domingo. Lenta, a chegar sempre tarde à disputa de bola, permitindo a uma equipa banal correr enquanto tinha pernas. Vendo as coisas com a distância do tempo, sofrer um golo na primeira meia hora foi o melhor que nos aconteceu. Foi o tiro de partida para uma vitória justíssima.
Tal como o artista circense que se abana no arame para despertar os espectadores, o Benfica, distraído, ainda provocou alguns sustos, que iam deitando tudo a perder, mas no final a vitória pareceu-nos tão natural como a nossa sede. Mesmo com a teimosia do nosso treinador em manter o ineficaz e cansado Olá John em campo além do aceitável. O que seria o jogo se o Gaitan tivesse entrado mais cedo? Ou se em vez do Gaitan, que até entrou bem, cavando duas faltas, tivesse aparecido o dinâmico Nolito?
É que a bebedeira da vitória em Alvalade, com olés finais e a lagartagem de gatas não nos deve retirar a lucidez para analisar certos aspectos menos positivos. Estou também a pensar no Maxi Pereira, um jogador que merece todo o nosso respeito pelo seu passado no clube, mas que esta época está numa numa baixa de forma tremenda. Até para protege-lo é urgentíssimo arranjar-se um substituto à altura.  
De qualquer forma, o Benfica rebentou autenticamente com um adversário que não se pode de forma alguma justificar com o jogo de sexta, pois que me lembre, Patrício, Rojo, Eric, Panjic, Elias, Wolfswinkel e Carrillo, não jogaram nesse dia. Sete do onze inicial.
Ficou assim demonstrada uma superioridade tal, que o Benfica pôde actuar sem rede. Como os equilibristas experientes, que o fazem de olhos vendados, em cima de cadeiras ou rodas de bicicletas. Nós tivemos um Maxi perdido, um Olá John cansado e um Jesus lento a reagir e mesmo assim, foi uma noite memorável. Viva o Benfica.
PS1: O homem que fez capa de jornal a dizer que o seu adversário estava com medo, que mentiu descaradamente no fim-de-semana, veio dizer que veio para o futebol para elevar o nível.  A lata é algo que lhe assiste com grande intensidade.
PS2: Ouvi o médico do fígado, ouvi o homem dos paquetes, um padrão: na falta de argumentos, repete-se a mesma frase várias vezes. Será sintoma de stress pós-traumático?  


JL

ANIMO PRECISA-SE!

Vá lá, façam o jantar comemorativo dos 7-1 que isso passa.
Ou revejam as imagens do Manuel Fernandes a fingir que foi agredido pelo grande Manuel Galrinho Bento, sacando a expulsão e o penalty da ordem.
Ou leiam as memórias do Góis Mota: quando se entrava na cabina do árbitro de pistola em punho, era tudo mais fácil.
E já gora, tenham calma e não desesperem: o Belenenses e o Atlético também por lá andam e ainda não acabaram.



RC

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A FÁBULA

Andava um grande touro a passear longo da água e o sapo ao vê-lo tão grande, tocado de inveja, começou a engolir ar sem parar e a inchar-se com o vento, e perguntava aos outros se era já tão grande. Responderam eles que não. Torna o sapo segunda vez, e põe mais força por inchar; e desenganado do muito que lhe faltava para igualar o Touro, terceira vez inchou tão rijamente, que veio a arrebentar com cobiça de ser grande.



JL

domingo, 9 de dezembro de 2012

A MENSAGEM QUE VIEIRA IGNOROU


Uma vez mais, esteve mal Luís Filipe Vieira: desta vez ao ignorar ostensivamente a mensagem escrita que Godinho enviou, ainda a propósito do folhetim do possível adiamento do Sporting-Benfica.
Não é com atitudes destas que o Benfica contribui para um derby jogado com lealdade e correcção.
Tem, portanto, toda a razão, o presidente do Sporting quando se queixa de ter sido ignorado por Vieira.
Em rigoroso exclusivo, a “travessa do Alqueidão”, divulga a mensagem a que, lamentavelmente, Vieira não respondeu.


“Luis, claro k vai haver jogo na 2ª: o Frankie já disse o k havia a dizer. Aquele Pedro Sousa é outra besta k tenho de aturar. Já deito isto pelos olhos: maldita a hora em k fiz falcatrua para ganhar as eleicoes: é o Barroso, é o chefe dos gandulos da Juve Leo,tds a moerem-me o juízo. Mais valia continuar no negócio dos paquetes e contratar o cmdte Schettino: smp me dava menos chatices. Obgdo e desculpa as merdas k estes gajos inventam para arranjar confusão. Se cá vieres traz uns rodos e umas esfregonas pq isto continua cheio de trampa e o Lidl já não nos fia nada. Obgdo e abc"


RC

SEM LIMITES PARA A ESTUPIDEZ

A deriva dos nossos vizinhos não tem limites, as fronteiras são permanentemente ultrapassadas, mais do que a nossa imaginação pode atingir. Chamar-lhes ridículos, grotescos ou apenas cómicos, não faz jus ao que assistimos diariamente. O Sporting faz-me lembrar o coiote do papa-léguas, aquilo nunca pode correr bem.
Depois temos os adeptos, autênticos zombies intelectuais. Porque só gente cognitivamente congelada é que poderia ter ido atrás daquela rábula da jaula do ano passado. Foram eles e a maior parte dos jornaleiros, redactores e comentadores deste país, uns porque não têm três dedos de testa (ou já a venderam), outros devido ao interesse papal em polémicas vindas da capital. E lá se montou um carnaval que durou mais de três dias.  
Este ano, com a equipa moribunda, teriam de arranjar algo que vitalizasse a gentalha na véspera do jogo do ano (para eles). E vai de colocarem o seu director de comunicação, Pedro Sousa, na conferencia de imprensa oficial, nas instalações do clube, perante dezenas de jornalistas, a afirmar que: “(…) não estando cumpridas as 72 horas regulamentares, o Sporting não jogará segunda-feira à hora que estava inicialmente aprazada para o início do 'derby'”.
Estas afirmações foram gravadas, reproduzidas, repetidas e comentadas vezes sem conta. Para azar do senhor e do clube, a rábula deste ano não colheu os frutos esperados. Porque o regulamento é claro, porque já tinham defrontado o Braga e o Porto em condições idênticas, porque o Benfica não respondeu em público e fez muito bem. Mandava o bom senso que, depois de tamanha argolada, se tivessem remetido a um higiénico silêncio. Mas não, como se referiu anteriormente o ridículo não tem limites e vai de hoje saírem-se com um inenarrável comunicado em que afirmam: "Nunca qualquer responsável do clube ou da SAD fez declarações que indiciassem que o Sporting não jogaria esta partida, fosse em que data fosse".
Agora percebo porque é que o fundador do Sporting se atirou para a frente de um comboio.

JL

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

ROGÉRIO PIPI

Chama-se Rogério Lantres de Carvalho, mas o mundo do futebol conhece-o e admira-o como Rogério “Pipi”.
“Pipi” pela elegância com que vestia mas também pela forma como se movimentava em campo e como tratava a bola.
Foi capitão e um dos grandes ídolos do Benfica, ficando ligado de forma indelével á 1ª grande conquista internacional do Glorioso: a mítica conquista da Taça Latina.
Rogério “Pipi” completa hoje 90 anos e é uma honra e um prazer enorme continuar a tê-lo entre nós.




RC

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A CLOACA TRANSBORDOU: E AGORA ?


E eis que a ingrata crise e a dura vida toca a todos: que o diga  desta vez a distinta nobreza de Alvalade, obrigada a andar debaixo de chuva inclemente a fazer figuras tristes perante câmaras de televisão ora de rodos em punho ora a manusear forquilhas com manifesto embaraço e pouca habilidade.
 A cloaca transbordou, apanhando os viscondes de calças de mãos e com mais uma série de problemas para resolver: afinal, não era exactamente deste excesso de liquidez que eles estavam necessitados.

O Sportém é, de facto, um clube perseguido pelo azar
Para além da crónica inveja e das permanentes malfeitorias do Benfica, do desvio e consequente rapto do Eusébio, daquele jogo na Luz apitado pelo Inácio de Almeida e do golo do Luisão em 2005, agora até a camada do ozono está contra eles.
Uma inesperada chuvada sobre Lisboa inundou-lhes a cloaca e arranjou mais uma carga de trabalhos ao incansável Godinho Lopes: no espaço de 72 horas um jogo absolutamente decisivo contra o poderoso Videoton, que determinará se ficam em último ou em último, a que se segue a recepção ao odioso Benfica que , para mais ,vem folgado de uma noite de boa vida frente a uma equipa constituída por 11 sem-abrigo paralíticos que Tito Vilanova desencantou algures pelas Ramblas.

E pronto, está armado o arraial com o Sportém a amuar e a dizer que se é assim, então na 2ª feira não contem com eles porque têm mais que fazer.
É lá com eles mas estou, de resto, em crer que para a maior parte da massa adepta da lagartagem, esta corajosa decisão vem com uns meses de atraso: a equipa fantástica e belíssima tinha-lhes poupado uma razoável série de figuras tristes…

RC

O MESTRE DA CERIMÓNIA

Jogada de Mestre? Sim, mas de Alexandre e não de mestre propriamente dito. Começou com os elogios: O Jamor é um local mítico, que é sempre associado à Taça de Portugal, blá, blá, blá. A seguir informa que o projecto de requalificação do estádio tem conclusão prevista para Dezembro de 2013 e que a adjudicação da obra deverá acontecer em Janeiro de 2014, estimando-se um prazo de 18 meses para a execução dos trabalhos. Ui! 2016? Isto sem atrasos e se houver dinheiro.  
Depois a estocada final: "Se não estiverem reunidas as condições, serei o primeiro a dizer que não se deve realizar naquele local". Tal e qual o sonho do Pinto da Costa.
Algo me diz que se o Benfica chegar à final este ano vamos ter de ir a Aveiro ou a Coimbra.



JL

MERECIDO ADEUS


O insucesso na Champions tem que ser analisado com frieza e realismo: não merecemos passar e é apenas disso que se trata.
Este Benfica é demasiado “curto” para a Champions e deve, definitivamente, concentrar-se no óbvio e no essencial: a conquista do campeonato.

Para uma prova da envergadura da Champions, o Benfica não revelou nunca estatura, personalidade, categoria, personalidade.
Muitas vezes não teve também garra, discernimento, espírito de conquista, ambição.
Foi a equipa do quase: quase marcava, quase ganhava em Nou Camp, quase se qualificava.
Não marcou, não ganhou, não se qualificou.

A verdade é dura mas inequívoca: uma equipa que joga como o Benfica jogou em Moscovo não merece passar.
Uma equipa que na Luz perante o Barcelona, confundiu até à hipérbole o óbvio reconhecimento da superioridade do adversário com subserviência e vassalagem puras, não merece passar.
Uma equipa que falha os golos que o Benfica falhou em Barcelona, não merece, não pode nem deve passar à fase seguinte da Liga dos Campeões.
Uma equipa que em Nou Camp beneficia de 8 (!) cantos e não consegue criar perigo em nenhum deles revela incompetência, falta de “trabalho de casa”, falta de concentração competitiva: aquele último canto de Bruno César em que o redondo nº 8 não consegue, sequer, levantar a bola é sintomático.

Pede-se agora bom senso mas ainda o “cadáver” de Barcelona estava quente e já JJ soltava mais uma fanfarronada sobre a Liga Europa.
As prioridades são bem evidentes e é bom que ninguém as esqueça ou tente subverter.

Dos responsáveis da SAD, espero que resistam á tentação de compensar a falta de receitas da Champions com a venda de mais uma jóia da coroa.
Se for mesmo necessário vender que se recorra ao pechisbeque: sempre dá para disfarçar e há sempre quem aprecie.

 RC


A ALA DAS VITÓRIAS MORAIS

No Museu Cosme Damião, algures num futuro próximo:
Guia: Chegámos finalmente a uma zona do Museu onde não há taças, nem trofeus, mas que no entanto representa muito suor e sofrimento dos nossos atletas.
Visitante alagartado: Até que enfim! já estava com os olhos a arder de tanta taça.
Guia: À vossa direita podem ver as luvas que o Costa Pereira usou em San Siro no ano de 1965 onde perdemos por 1-0, mais acima a bota com que o grande Eusébio rematou ao minuto 90 em Wembley, no ano de 1968, infelizmente falhou, por isso está aqui, caso contrário estaria na primeira sala que vimos. A das vitórias memoráveis.
Visitante atento: E aquela maca? Tem alguma coisa a ver com o Benfica?
Guia: sim, foi a maca que levou para fora do campo, lesionado, o senhor Mário Coluna, o Monstro Sagrado, na final com o AC Milan, em 1963. Por causa desse incidente perdemos a nossa primeira final.
Visitante feminina: Que tecido é aquele ali pendurado?
Guia: São as meias do Pacheco. Usou-as contra o PSV na final de 88. São bonitas, de um vermelho vivo, mas não seguravam a chuteiras. A este propósito está ali a camisola do Veloso.
Visitante saudosista: Que saudades desses jogadores.
Visitante Jovem: Ó avô, os de hoje também são craques, que mania a tua. Senhor guia! E coisas mais actuais?
Guia: Bem, temos ali uma serie de apitos.
Visitante Jovem: Mas a nível internacional?
Guia: Huummm…as luvas do Júlio Cesar de Anfield Road, os calções que o Javi usou em Stamford Bridge e reparem naquela bota com a ponta subida…é do Maxi Pereira…fez o último remate em Camp Nou.
Visitante japonês:これは面白い


JL

domingo, 2 de dezembro de 2012

UM INCONFUNDÍVEL CHEIRO A ESTERCO


Semana 1
O Porto vai a Braga e consegue mais uma vitória Xistrada.
O incontinente Salvador come e cala.
Aliás, o silêncio é de tal forma ensurdecedor que até uma figura como Mesquita Machado se vê na obrigação de puxar dos galões e dizer “já que ninguém fala, falo eu!”.
E lá diz umas coisas.
De Salvador, nem novas nem mandadas.


Semana 2
O Porto volta a Braga e antes do jogo há incidentes que acabam por provocar a morte de um adepto do Braga.
Tudo devidamente silenciado, como convém.
O jogo é estranho: antes dos 15 minutos o Porto já está a ganhar e o Braga faz uma 1ª parte absolutamente miserável.
Depois foi o que se viu: Olegário a ajudar e Vítor Pereira a desfazer tudo.
Danilo faz auto-golo e lança o Braga para a vitória, Vítor Pereira ensaia umas desculpas mal amanhadas e Salvador nada diz: nem sobre Xistra, nem sobre Olegário, nem sobre o adepto morto.
À boa maneira salazarista, só 48 horas após o jogo se começa a desvendar o que, de facto, aconteceu em Braga, com incidentes entre claques e cargas policiais em zonas residenciais.
Provavelmente, Pinto da Costa será novamente internado e desaparecerá de circulação por uns dias e Salvador continuará em silêncio.

Mas porque é que eu tenho a sensação de que toda esta estória cheira mesmo muito mal ???

RC

O MAIS ANTIGO JORNAL DESPORTIVO

O nosso jornal cumpriu 70 anos na semana passada. É sem duvida o jornal desportivo há mais tempo em actividade, por mais que outros dêem saltos no tempo e nos números. Muito tem a melhorar, na qualidade da escrita, no cuidado nas revisões aos textos recebidos do exterior, na pertinência dos assuntos tratados. Está longe, muito longe de ser o jornal que o clube merece. Mas é o nosso jornal e eu sei da dedicação e profissionalismo daqueles que o colocam semanalmente nas bancas, com muito menos recursos que outros sectores do clube. Assim sendo, parabéns aos que trabalham.
JL

SIMPLES ESTUPIDEZ OU APENAS FALTA DE RESPEITO ?


Alguém faz o favor de explicar o critério e a lógica com que são marcados dias e horas para os jogos da equipa B?

Se o objectivo é impedir os sócios de acompanhar os jogos dos nossos jovens jogadores, então a estratégia é bem urdida.
Caso contrário, o que se pretende quando se marca um jogo para as 17H30 de um dia de semana, um normal dia de trabalho?
O caso não é, sequer, virgem, o que me leva desde já a concluir que se é esta a lógica que vai imperar se e quando a Benfica TV transmitir os jogos da equipa principal, estamos conversados quanto ao que nos espera.

Gostaria, sinceramente de conhecer a mente iluminada de ontem saem tais decisões.
Trata-se certamente de um crânio a quem escapam dois simples pormenores: respeito pelos sócios que gostariam de ir ao Estádio ver o jogo, e já agora por jogadores, técnicos  e todos quantos rodeiam a equipa B, que mereceriam, seguramente, mais público e mais apoio vindo da bancadas.


RC