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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

ISTO É HUMOR E DO BOM

Na vida existem várias verdades. Na história subsiste a dos vencedores. Já no futebol português a verdade é um bicho com três cabeças. A verdade dos factos, a do sistema e a do jornal record.  
A verdade do record é sempre muito sui generis e vem da chamada escola britânica. Se por um lado procura sempre o aspeto mais negativo para o Benfica, por outro não passa sem um toquezinho de Monty Pynthon.  
Todos se lembram dos anos e anos em que o referido jornal eliminava três campeonatos nacionais ao Glorioso das estatísticas globais. Nesse campo chegaram ser uma autêntica aldeia Gaulesa. Claro que acabaram por dar o braço a torcer, porque isto das grandes convicções está intimamente ligado com a verdade.
Desta vez fez-lhes um confusão imensa os golos do Cardoso em Alvalade. Passada a azia, tiveram o discernimento e a imaginação para explicar que afinal o paraguaio só marcou um golo. Sim, é verdade, e antes de caírem no chão a rir leiam os argumentos:
     
“O lance do 1-3, curiosamente aquele que, dos dois, menos dúvidas nos suscitou e que um maior número de "decisores" não hesitou em atribuir ao paraguaio, é também de uma limpidez absoluta: Cardozo volta a cabecear, a bola vai claramente para fora, mas eis que Insúa a desvia de forma a permitir um golo que, sem a sua intervenção, não aconteceria. Como as imagens provam. 

É verdade que a popularidade do futebol assenta em grande parte nos protagonistas e Cardozo é um jogador que "vende" tanto melhor quantos mais forem os golos que marque. 

Mas Record - atribuam os árbitros, a Liga, todos os jornais do Planeta e milhões de adeptos os golos a quem quiserem, na base de critérios próprios ou de critérios nenhuns - continuará a reger-se pela lógica imbatível da FIFA: bola não rematada na direção da baliza e desviada por outro jogador fará com que se atribua o golo a quem fez o desvio e não a quem rematou.” 

Pois é, ainda bem que no futebol os vencedores não dependem de pontos atribuídos como na patinagem artística.
E como faltava a cereja em cima do bolo, nada como acabar com esta pérola:

“Ninguém nos afastará deste caminho. Porque nós somos aqueles em que o leitor confia.”

Uma nota marginal, com isto acentua-se a crise no Jornal Público. Para além das pressões governamentais, com textos destes o suplemento “Inimigo Público” deixa de fazer sentido.
JL

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