N

Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


segunda-feira, 28 de maio de 2012

SECTOR W


25 de Maio de 1988.
5 dias antes da final, o pior dos prenúncios: um tal Adão decide perpetuar-se no futebol português à custa da perna fracturada a Diamantino, o capitão, o melhor dos nossos, então numa forma fabulosa.
E depois, tudo: as botas a saltarem dos pés de Pacheco, um Magnusson que apenas se equipou, um Rui apagado mais pela traição do que pela lesão, um Silvino encolhido, acabrunhado, derrotado e inapelavelmente batido antes mesmo dos holandeses partirem para a bola nos malditos penalties.
E chega o momento fatidico, fatal, cruel.
Talvez a falha única de uma carreira briosa, abnegada, marcada pela entrega, pela raça, pelo suor nunca negado.
O melhor jogador em campo naquela quente tarde alemã, provou de forma inglória que o futebol consegue subitamente tornar-se num desporto estúpido, brutal, absurdo, desprezível até.
Foi há 24 anos e 4 dias: tanto tempo mas foi ontem e uma parte de mim ficou por ali, algures no sector W do Neckarstadion.



RC

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