“Triunfam aqueles que sabem quando
lutar e quando esperar”
Sun Tzu
Caso se concretize, a importância
de vencer este campeonato terá uma dimensão maior que a sua conquista isolada proporcionaria.
Ser bicampeão não é um verbo-de-encher. Pode ser a concretização do regresso à
glória, que faz parte do ADN do Benfica. É importante escrever isto quando ainda
não temos as mãos na taça. Segunda-feira, já podemos estar bêbedos de felicidade.
Diz-nos a história que o Benfica
só conseguiu ser grande na Europa depois de resolver os seus assuntos caseiros.
Foi assim nos anos 60. Depois de arrumar o Sporting, clube cheio de dirigentes ligados
às elites do regime, o Benfica sai da década de cinquenta preparado para enfrentar
a Europa. Naturalmente que foi assim que o Porto conseguiu, desde anos oitenta,
os seus sucessos fora de portas. Qualquer presença numa final, sem a suficiente
estabilidade caseira é somente resultado de pontuais conjunturas favoráveis.
Por essa razão este campeonato
era fundamental. Contudo, não foi uma linha reta. Júlio César e Jonas chegaram mesmo
em cima do tiro da partida. E que importantes foram. Colecionou-se uma serie de
erros de casting, desde Benito até Tiago ou bebé. A equipa estava longe do equilíbrio e das opções
da anterior. Até ao nível das lesões o panorama não foi um mar de rosas.
Acresce que o Benfica não jogou
sozinho. O FCP reforçou-se como nunca, apresentando um plantel com vários
elementos daquelas que sozinhos podem ganhar jogos. E apesar da asneirada que
foi a contratação de um labrego para conduzir um carro de alta cilindrada, o
FCP acaba o campeonato praticamente ombro a ombro com o Benfica. Se ganhar os próximos
dois jogos faz 84 pontos.
Seria isto tudo possível com a
passagem do Benfica aos oitavos de final da Liga dos Campeões? Teria a equipa
sido capaz de se focalizar no jogo a jogo, de conseguir a concentração
necessária para ter a dose elevada de pragmatismo que utilizou em vários momentos?
Assim, devo dizer que tenho sérias dúvidas sobre o eventual acaso
nos resultados da nossa participação na fase de grupos de Liga dos Campeões.
Jesus sabe muito de futebol e certamente olhando para a nossa equipa,
imaginou-a a jogar contra um Bayern, Barcelona ou Real Madrid e arrepiou-se. Talvez
até tenha tentado a confortável Liga Europa. Mas o maior sentimento que sentiu
foi de alívio após ser arredado do lago dos tubarões. Mais uns jogos na Europa
e a história deste campeonato seria outra.
JL
tudo verdade. mas tambem é verdade que perdemos na champions porque os outros foram melhores. nao foi por desprezar a competicao, como alguns iluminados dizem por aí. em leverkusen so jogaram 2 suplentes, o resto foram 9 titulares e acusaram o jesus de usar uma segunda equipa... o benfica com o grupinho do porto passava. aquilo era um grupo de liga europa!
ResponderEliminare o porto com o nosso grupo? se calhar ate passava. mas nao e certo que assim fosse...
Caro Cosme,
ResponderEliminarPerfeitamente de acordo.
No primeiro terço desta época, um portista colega de trabalho falou-me com alguma troça das exibições do Benfica na Liga dos Campeões. Na altura disse-lhe: "Há que focar no campeonato. Primeiro arruma-se a casa e depois, logo se viaja com conforto."
Arrumar a casa passa pelo Bi, que é mais importante hoje que uma final europeia.
Abraço,
Isaías
Primeiro, vamos fechar a história deste campeonato...
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