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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


domingo, 20 de janeiro de 2013

PARA SI, ERNESTO

Todos os sábados lá está ele, de posse quixotesca no topo da página, uma das últimas do jornal, como se fosse um cartoon humorístico. Ao início parecia-me apenas, e desculpem-me a redundância, um lagarto ridículo, como muitos outros. Mas não, a dimensão demencial dos seus textos ultrapassa em muito a realidade paralela que se vive para os lados do Lumiar. É algo novo, uma mistura de Leni Riefenstahl com Salvador Dali. Perto dele, Said Al-Sahaf, o antigo ministro da propaganda da Sadam Hussein era um menino de escola. Aqui reside o seu encanto.   
Mas há um lado negro nesse encanto que não nos deixa desfrutar na plenitude de tão sedutora prosa semanal. Falo do ódio ao Glorioso, que não raras vezes serve os intentos do primo do norte, este sim, um delinquente perigoso.
Não que fosse de esperar menos de um lagarto encartado, mas o facto, desta mistura explosiva da inveja com a ignorância, resvalar, no caso particular, na ténue fronteira entre o delírio e a mentira manipuladora e contribuir para o branqueamento das acções ilegítimas do sistema que controla o futebol, é algo que nos deve manter atentos.  
Voltando ao mais inofensivo. Para ele o Benfica é só futebol, simplesmente. A sua pequena agremiação sim, símbolo de um eclectismo impar, uma potência na formação, com um associativismo assinável, uma história invejável. Dirão que só os crentes e distraídos engolem tamanha ficção. Mas ele continua, semana após semana. E vir impresso no jornal “A Bola” é como se ficasse escrito na pedra.
Ora, num fim-de-semana em que não jogámos nos seniores e que a equipa B perdeu em casa, teríamos perante nós um inóspito deserto desportivo. Terá sido mesmo assim?
Caro Ernesto, tome então nota se faz favor:
Apenas neste fim-de-semana, e começando pelo futebol, o Benfica está à vossa frente nos juniores e só não é mais líder porque ontem lá arranjaram mais um penalti. Um hábito lagartino espelhado no que se passa na equipa B, com um número pornográfico de penalidades a favor. De uma forma geral, meu caro, somos lideres acompanhados ou sozinhos em todos os escalões.
No hóquei em patins ganhámos ao Viareggio fora e estamos a um pequeno passo dos quartos-de-final da taça dos campeões. Vencemos mais um jogo do campeonato nacional de voleibol e continuámos líderes. No andebol massacrámos o Madeira SAD. No futsal também ganhámos. No basquetebol descansámos, mas seria exaustivo descrever os resultados da formação e dos femininos. Aliás esta dificuldade é extensível a quase todas as modalidades, do râguebi ao ténis de mesa, passando pelo Bilhar e pela pesca desportiva.
No atletismo tornámo-nos campeões nacionais de juniores em pista coberta, em masculinos e femininos. Os primeiros de muitos títulos de 2013. Na ginástica comemorámos 100 anos de actividade ininterrupta, com uma festa no Coliseu dos Recreios. O Benfica tem muita coisa para melhorar. No futebol e nas modalidades. Ainda se faz muita coisa em cima do joelho. Mas não há neste nosso Portugal clube igual.
Pensando melhor, espero meu caro Ernesto nunca venha a aperceber-se de metade desta grandeza. Torná-lo-ia no personagem de Dostoievsky, no “O Sonho de um Homem Ridículo”, que descobrindo a dimensão do seu ridículo fica sem interesse em continuar a viver. Não queremos isso. Faz falta este humor de sábado de manhã. Longa vida para si, Ernesto e tudo o que representa.   


( in anti-benfica)

JL

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