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Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


quarta-feira, 19 de março de 2014

DIA DE PAI E DE BENFICA

O meu pai não era Benfiquista, nunca o foi.

Acho até que ganhou uma costela "anti", fruto de uma picardia entre o amor da sua vida, o histórico Clube Oriental de Lisboa e o Benfica: resquícios ainda dos anos 50 quando o COL quase ombreava com os grandes, construindo equipas fortes que arrastavam multidões e incendiavam a zona oriental de Lisboa.

Tentava, por vezes, irritar-me quando dizia que o Benfica era naquela altura “o clube dos carroceiros”: mil e umas vezes contou a história de um momento menos bom do Benfica, em que um desgostoso benfiquista subiu a mítica Azinhaga dos Alfinetes fazendo-se acompanhar por um burro com um cartaz que dizia “Só somos do Benfica em categorias inferiores”…

Sempre soube, contudo, que admirava o Benfica, a sua raiz popular, a sua capacidade de arrastar multidões, o seu carácter de clube do povo.
Por oposição, falava-me da matriz elitista do Sporting e recordava a sede no Palácio Foz em que ninguém entrava sem gravata.
Muito antes de burgessos sem cultura nem memória tentarem reescrever a história, o meu pai falou-me do clube do fascismo e explicou-me quem tido sido Góis Mota.

Nunca foi Benfiquista, o meu pai.
Numa tarde de futebol, disse-me que gostava que o Benfica ganhasse só para me ver feliz.

Nesse dia longínquo ensinou-me o que é ser pai e demonstrou ser, também ele e à sua maneira, um enorme Benfiquista.


RC

3 comentários:

  1. Uma enorme vénia a este post

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  2. Simples e com muito sentimento. Bonito! subscrevo a VENIA

    Saudações Vermelhas!!

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  3. Outros tempos! Fazia-te mais novo :-))

    Que bela homenagem fazes ao teu Pai.

    Abraço Glorioso

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