Um blogue escrito a duas vozes tem destas coisas: importa
sobretudo o que nos une (de muitos, um!) e por isso não devo esconder que
discordo em absoluto do que o meu amigo e companheiro de benfiquismo JL
escreveu à volta do golo invalidado ao Belenenses no último domingo.
Grave seria, em meu entender, que o Benfica se desdobrasse
em comunicados e outras parvoíces do género: para além da nossa tradicional
inabilidade, estaríamos a cair que nem patinhos nas habituais armadilhas que
nos são montadas e às quais não resistimos quase nunca, com resultados pouco
brilhantes, diga-se em abono da verdade.
Foi aliás e infelizmente, o que aconteceu em inúmeros
blogs e nas redes sociais: ao primeiro assomo de fingida e histérica indignação,
reagimos com idêntica gritaria entre esquemas e fotografias que, sinceramente,
mais não fazem do que o jogo do inimigo, alimentando um assunto que não tem
ponta por onde se pegue.
Para mim, é claro que o golo foi mal invalidado mas devo
dizer que o assunto não me gera quaisquer complexos.
Não porque queira ganhar a qualquer a qualquer preço
(leia-se “à Porto”), mas sim porque me parece que o fiscal de linha foi
claramente iludido pela posição e movimentação dos 2 jogadores do Belenenses
envolvidos na jogada.
Apenas isso, nada mais do que isso, pelo que o assunto
deveria terminar aqui.
Fazermos disto um caso com comunicados oficiais e folclore
do género, é apenas alimentarmos um charivari que muito regozijo traria a toda
a lagartagem que subitamente acordou para a vida.
Não é preciso sequer invocar os últimos 30 anos de uma
mentira chamada futebol português: basta lembrar o que já se passou esta época
com as “Virgens do Lumiar” que andaram semanas a fio a somar pontos às costas e
às custas de árbitros, fiscais de linha e comunicação social cúmplice, calando
penalties mal assinalados e sucessivos golos em fora de jogo.
Porém, nesta altura da época e perante uma conjuntura como
a actual, embarcarmos em discussões estéreis e guerras de comunicados é
distrairmo-nos e desconcentrarmo-nos em relação ao que é verdadeiramente
importante.
Já o escrevi e reitero: preocupante é o facto de, uma vez
mais, o Benfica não ter conseguido atempada e tranquilamente matar um jogo facílimo,
acabando por se pôr “a jeito” para uma situação que seria quase dramática nesta
fase da época.
Deixemo-nos, pois, de “fait divers” e tratemos de nos
concentrar no jogo com o Estoril que por ser o próximo é absolutamente
decisivo.
RC
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