"The Silence of the Lambs", filme de 1991,
de Jonathan Demme. Sejam inocentes ou cordeiros, apenas o título tem a
ver com a atitude da estrutura do Benfica perante os ataques constantes de toda
comunicação social. Eu sei que é estratégico, mas última fez que foi usada esta
táctica perdemos o campeonato na Luz com erros grosseiros de arbitragens. “Temos
confiança na equipa e isso chega”. Não chega, no futebol português nunca chega e
o Brunocarvalhismo sabe disso.
O lance do suposto
golo invalidado ao Belenenses é paradigmático. As regras são claras. Um jogador
em posição de fora de jogo não pode estar a cortar o angulo de visão do
guarda-redes. Se assim não fosse tínhamos um bom estratagema para treinadores
afoitos, colocar um avançado um passo à frente do guarda-redes. Porque não
fazer isso nos livres, por exemplo?
Esta regra é nova.
Com a “descriminalização” do fora de jogo posicional, houve a necessidade de salvaguardar
este tipo de jogada. Os árbitros sabem disso. Apesar de o árbitro assistente do
jogo com o Belenenses da primeira volta o tenha esquecido.
O tal lance “polémico”
é de leitura fácil. Quando o jogador do Belenenses recebe a bola, em posição legal,
está um companheiro de equipa à frente do Oblak. Mesmo que se tenha desviado
rapidamente e mostrado deliberadamente desinteresse pela jogada, o certo é que por
um momento impediu o guarda-redes do Benfica de ver a totalidade do lance. Podemos
até admitir que a influência na jogada foi mínima, mas foi indiscutível. O árbitro
assistente só podia levantar a bandeirola.
Inegavelmente foi
este o lance que foi anulado. Vê-se perfeitamente nas imagens. O que é lamentável
é a unanimidade imediata da comunicação social. Unanimidade idêntica a um lance
do Sporting – Nacional da primeira volta, em que o defesa madeirense é
empurrado pelas costas. Aliás, a foram dois na mesma jogada. Curiosamente com o
mesmo fiscal e linha. Nessa noite toda gente foi atrás do espectáculo proporcionado
pelo Brunocarvalhismo.
Este “erro”
colectivo assenta em dois factores e num propósito. O propósito é criar, até á
exaustão, a imagem que o Benfica é levado ao colo. Mesmo a que realidade seja o
oposto. Os factores em que este propósito assenta que nem mel, são a ignorância
geral dos agentes desportivos sobre a regras básicas do jogo, que os leva a actuar
em rebanho, como cordeiros inocentes e um esquema bem montado na comunicação
social, o tal sistema com três décadas, que até pode estar a cair de podre mas
que o Brunocarvalhismo parece querer se apoderar dos alicerces.
Perante isto, o silêncio
da nossa estrutura se não é suicida, esta no mínimo a colocar-se na boca do
lobo.
JL
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