N

Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.


quarta-feira, 5 de março de 2014

O SILÊNCIO DOS INOCENTES



"The Silence of the Lambs", filme de 1991, de Jonathan Demme. Sejam inocentes ou cordeiros, apenas o título tem a ver com a atitude da estrutura do Benfica perante os ataques constantes de toda comunicação social. Eu sei que é estratégico, mas última fez que foi usada esta táctica perdemos o campeonato na Luz com erros grosseiros de arbitragens. “Temos confiança na equipa e isso chega”. Não chega, no futebol português nunca chega e o Brunocarvalhismo sabe disso. 

O lance do suposto golo invalidado ao Belenenses é paradigmático. As regras são claras. Um jogador em posição de fora de jogo não pode estar a cortar o angulo de visão do guarda-redes. Se assim não fosse tínhamos um bom estratagema para treinadores afoitos, colocar um avançado um passo à frente do guarda-redes. Porque não fazer isso nos livres, por exemplo? 

Esta regra é nova. Com a “descriminalização” do fora de jogo posicional, houve a necessidade de salvaguardar este tipo de jogada. Os árbitros sabem disso. Apesar de o árbitro assistente do jogo com o Belenenses da primeira volta o tenha esquecido. 

O tal lance “polémico” é de leitura fácil. Quando o jogador do Belenenses recebe a bola, em posição legal, está um companheiro de equipa à frente do Oblak. Mesmo que se tenha desviado rapidamente e mostrado deliberadamente desinteresse pela jogada, o certo é que por um momento impediu o guarda-redes do Benfica de ver a totalidade do lance. Podemos até admitir que a influência na jogada foi mínima, mas foi indiscutível. O árbitro assistente só podia levantar a bandeirola.

Inegavelmente foi este o lance que foi anulado. Vê-se perfeitamente nas imagens. O que é lamentável é a unanimidade imediata da comunicação social. Unanimidade idêntica a um lance do Sporting – Nacional da primeira volta, em que o defesa madeirense é empurrado pelas costas. Aliás, a foram dois na mesma jogada. Curiosamente com o mesmo fiscal e linha. Nessa noite toda gente foi atrás do espectáculo proporcionado pelo Brunocarvalhismo. 

Este “erro” colectivo assenta em dois factores e num propósito. O propósito é criar, até á exaustão, a imagem que o Benfica é levado ao colo. Mesmo a que realidade seja o oposto. Os factores em que este propósito assenta que nem mel, são a ignorância geral dos agentes desportivos sobre a regras básicas do jogo, que os leva a actuar em rebanho, como cordeiros inocentes e um esquema bem montado na comunicação social, o tal sistema com três décadas, que até pode estar a cair de podre mas que o Brunocarvalhismo parece querer se apoderar dos alicerces. 

Perante isto, o silêncio da nossa estrutura se não é suicida, esta no mínimo a colocar-se na boca do lobo. 



JL

Sem comentários:

Enviar um comentário